terça-feira, 14 de agosto de 2012

Divergência na Fronteira Maláui-Tanzânia Ameaça a Paz na África

 
Brasil-Dois países do Centro-Leste da África, o Maláui e a Tanzânia, estão enfrentando uma crise diplomática que pode ter consequências graves. O presidente da Comissão Parlamentar da Defesa, Segurança e Relações Exteriores da Tanzânia, Edward Lowassa, disse que o país está pronto para a guerra, se for necessário.

"O Maláui é nosso vizinho, não gostaria que os dois países se envolvessem em uma guerra. Mas, caso seja necessário, a Tanzânia não descarta essa hipótese", disse Lowassa em entrevista à TBC1, canal público de rádio e TV do país.

A causa do desentendimento é a série de disputas fronteiriças sobre a linha divisória do Lago Niassa, um problema que existe desde os anos 1960, mas que, de tempos em tempos, torna a ganhar força. O Niassa, utilizado para o comércio e o transporte de pessoas na região, é dividido entre o Maláui, o Moçambique e a Tanzânia, mas há controvérsias sobre onde começa o território de um país e onde termina o de outro.

A Tanzânia exige que o Maláui pare imediatamente com as pesquisas de gás natural e de petróleo no Niassa, o terceiro maior lago da África, mas o governo de lá rejeita a exigência, alegando que a prospecção está sendo feita dentro das fronteiras legais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Maláui, Emphraim Chiume, minimizou o caso. "Não há motivo para ansiedade ou alarme", disse ele a jornalistas em Blantyre, segunda maior cidade e capital econômica do país. Jornais da Tanzânia chegaram a especular que tropas do país estariam sendo movimentadas para a região, mas o governo tanzaniano negou. A imprensa também diz que a multinacional brasileira Vale seria uma das interessadas nos resultados da prospecção feita no leito do lago Niassa.

Cerca de 30% das exportações e importações malauianas dependem do porto tanzaniano de Dar es Salaam. Em caso de uma guerra, o Maláui perderia essa rota comercial. O país não tem saída própria para o mar e depende da Tanzânia e de Moçambique para o intercâmbio de bens e de serviços com o mundo.

Representantes dos dois países voltam a se reunir no próximo dia 20 em Mzuzu, no Extremo Norte do Maláui, para tentar negociar uma solução diplomática em torno da linha divisória sobre o Lago Niassa. A União Africana, entidade que congrega os países do continente, diz esperar que o conflito seja resolvido por meio de canais diplomáticos, usando, se necessário, uma mediação internacional.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

The New York Times Dedica Reportagem às Relações do Brasil com África

Brasília - Os projectos brasileiros de ajuda à África têm aumentado a influência do país sula-americano no continente e ajudado empresas a fechar negócios, segundo uma reportagem do "New York Times".

"O Brasil, país com maior número de afrodescendentes, está a aumentar a sua presença em África, na indústria, na infraestrutura e no comércio", afirma o jornal na primeira página, sob a chamada "Brasil se afirma em África".

O jornal norte-americano refere que o Brasil destinou US$ 23 milhões para construir uma fábrica de medicamentos contra Sida (Aids) em Moçambique, onde 2,5 milhões de pessoas têm a doença mas apenas 300 mil têm acesso ao medicamento que a fábrica produzirá.

No Kénia, o Brasil concedeu um empréstimo de US$ 150 milhões por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção de estradas e mais US$ 80 milhões para ajudar a mecanização da agricultura local.

Projectos como esses abrem espaço para a entrada de empresas brasileiras nos países, diz o New York Times.

O jornal afirma que a Odebrecht, por exemplo, já é um dos maiores empregadores em Angola, a Vale está a investir US$ 6 bilhões no sector de carvão em Moçambique e o banco BTG Pactual lançou um fundo de US$ 1 bilhão para investir em África.

A corrente comercial entre o Brasil e os países africanos cresceu de US$ 4,3 bilhões em 2002 para US$ 27,6 bilhões em 2011.

Actualmente, 55% do US$ 1 bilhão desembolsado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, são destinados à África.

Além do aspecto comercial, existe a cooperação que aumenta a influência diplomática. O país tem hoje 36 embaixadas no continente africano - mais do que, por exemplo, o Reino Unido - e agendou para este ano a abertura da 37ª, no Malawi.

Em Angola, um acordo de segurança assinado recentemente tem o objectivo de expandir o treino de militares do país africano no Brasil.

O Times acredita que, diferentemente de outros países latino-americanos, como Venezuela e Cuba, que se baseiam numa espécie de solidariedade entre países em desenvolvimento, "a crescente presença do Brasil em África é mais complexa, envolvendo a ambição de transformar o país numa potência econômica e diplomática".

A reportagem aponta, ainda, críticas às incursões do Brasil em África. Por exemplo, por causa da aproximação do País com líderes associados a violações de direitos humanos, como é o caso do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang.

Outra crítica vem de jovens africanos que participam num projecto para estudar no Brasil. Alguns reclamam de discriminação no País.O moçambicano Eleutério Nhantumbo, que ganhou uma bolsa para estudar no Rio de Janeiro, disse que estava a sair de uma loja e foi abordado por polícias, que lhe pediram para levantar a camisa.

Quando perguntou por que o estavam a revistar, conta o estudante, ouviu como resposta um insulto racista. Os polícias perguntaram, ainda, de onde ele era. Depois que respondeu, os policiais teriam dito: "Onde é Moçambique?". "Eles não sabiam que existe um país chamado Moçambique", afirmou Nhantumbo ao jornal. As informações são da Rádio Moçambique.

Países Menos Religiosos São Também Menos Violentos, Apontam Estudos

 
Brasil-Índice Global da Paz (IGP) de 2012 apontou que o mundo ficou mais pacifico nos últimos anos, mas que essa mudança é mais percebida em países menos religiosos. Apesar de a maioria das religiões pregarem a paz, o estudo mostra que são os países menos religiosos que continuam sendo menos violentos.

O índice é desenvolvido pelo Instituto de Economia e Paz, em conjunto com a Unidade Economista de Inteligência, e usa 23 indicadores para classificar as nações do mundo pela sua tranquilidade.

Entre os dados usados para o estudo estão o nível de despesas militares de uma nação às suas relações com os países vizinhos e o nível de respeito aos direitos humanos, incluindo os níveis de democracia e transparência, educação e bem-estar material.

Os 10 países mais pacíficos do mundo, segundo o estudo, são: Islândia, Dinamarca, Nova Zelândia, Canadá, Japão, Áustria, Irlanda, Eslovênia, Finlândia e Suíça. O Brasil aparece em 83ª posição na lista. Entre esses países, apenas a Irlanda não aparece na lista dos 50 países menos religiosos do mundo.

O IGP aponta que, pela primeira vez desde 2009, o mundo se tornou mais pacífico. De acordo com os indicadores do estudo, todas as regiões do mundo, exceto o Oriente Médio e o Norte da África (que sofrem atualmente as consequências da Primavera Árabe) apresentaram melhorias nos níveis de tranquilidade.

Apesar das mudanças observadas, os dois extremos do ranking dos países mais pacíficos permanecem os mesmos, com a Islândia como país mais pacífico do mundo, pelo segundo ano consecutivo, e a Somália continuando a ser nação menos pacífica do mundo, também pelo segundo ano consecutivo.

Estudos recentes mostram também um aumento no número de ateus e de pessoas que se declaram sem religião, e a Irlanda, apesar de ainda ter um grande número de religiosos, é o país que teve o maior aumento de ateus e não religiosos.

O Oriente Médio e Norte da África são hoje as regiões menos pacíficas, refletindo a turbulência da Primavera Árabe. Entre os 158 países estudados, os menos pacíficos são: Paquistão; Israel; República Centro Africana; Coreia do Norte; Rússia; República Democrática do Congo; Iraque; Sudão; Afeganistão e Somália. 

Dilma Irá Para a Assembleia da ONU

Brasil-A presidente Dilma Rousseff se prepara para abrir a sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no final de Setembro, em Nova York, nos Estados Unidos. 

A exemplo do ano passado, Dilma ocupa um lugar de destaque, pois é a primeira mulher a discusar na abertura da reunião.

A agenda internacional de viagens da presidente inclui ainda visitas ao Peru, a Guiné Equatorial e à Espanha.

No ano passado, ao participar da Assembleia Geral da ONU, Dilma fez um discurso em que defendeu o direito de haver um Estado da Palestina, a paz no Oriente Médio e apoio à oposição na Líbia na época a crise no país ainda estava no auge. A presidente também manteve reuniões com vários chefes de Estado e de Governo na ocasião.

Por enquanto, não há ainda confirmação que Dilma participará da cerimônia de posse do presidente eleito da República Dominicana, Danilo Medino, no próximo dia 16. É possível que ela envie representantes para a solenidade.

Na primeira semana de Outubro, no Peru, a presidente participa da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa) e tem reuniões com o presidente peruano, Ollanta Humala, que esteve no ano passado no Brasil, logo após ser eleito.

A Aspa é um mecanismo de cooperação político com o objetivo de aproximar os líderes das duas regiões.

A Aspa foi proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e criada em 2005. O grupo é formado por 34 países sul-americanos e árabes. A Síria, que está em crise há 17 meses e sofre sanções internacionais, também faz parte da Aspa. O Brasil é o coordenador regional sul-americano do grupo. O intercâmbio comercial na região envolve US$ 30 bilhões, segundo dados de 2009.

Em Guiné Equatorial, na cidade de Malabo, Dilma deve participar da Cúpula América do Sul-África (ASA), em Novembro.

No final do ano passado, quando esteve em Malabo, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse a crise econômica internacional mostrou o potencial dos países fora do eixo Estados Unidos-Europa.

No Brasil, há 37 embaixadas de nações da África, o que o torna o país com o maior número de representações africanas na América do Sul. Além disso, há 33 embaixadas sul-americanas. A Cúpula América do Sul-Ásia representa quase um terço do território mundial e um quinto da população.

Segundo Patriota, o intercâmbio entre as duas regiões só no ano passado totalizou US$ 32,2 bilhões.

De 16 a 17 de Novembro há a 22ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Cádiz, na Espanha. Inicialmente, está prevista a participação de Dilma. Em discussão, os temas liberdade e democracia, ambos de interesse do governo brasileiro.

Guiné-Bissau: Aguas Territoriais Guineenses Sem Fiscalização Há Mais de Um Ano

Bissau- As águas territoriais da Guiné-Bissau estão sem fiscalização, no que se refere às atividadades de pesca, há mais de um ano, declarou o presidente do sindicato de fiscalizadores marítimos, Mateus Gomes Correia.

De acordo com o sindicalista, a situação já foi relatada, em carta dirigida pelo sindicato ao primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, e ao ministro da Agricultura e Pesca, Malam Mané, na qual são descritas as razões da ausência dos fiscalizadores das águas guineenses.

Mateus Correia explicou que existe uma "certa confusão" na composição da nova estrutura criada e abrangida pela Guarda Nacional para a fiscalização das águas do país e também pelo não desbloqueamento de verbas pelo Ministério das Finanças para a fiscalização em si.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Guiné-Conacry: Economia Cresce Rapidamente Mas é Preciso Fazer Mais na Gestão da Dívida - FMI

Guiné-Conacry, 08 Agosto - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a economia da Guiné-Conacri "continua a crescer rapidamente em 2012", elogiando os avanços nas reformas estruturais, mas alertou que "é preciso mais progressos na gestão da dívida".

Uma equipa do FMI visitou a Guiné-Conacri entre 19 de Julho e 08 de Agosto para a primeira revisão do programa de apoio financeiro do Fundo, aprovado a 24 de Fevereiro, no montante de 194,50 milhões de dólares (157,30 milhões de euros).

A missão considerou que as autoridades da Guiné-Conacry chegaram a acordo sobre as medidas que poderão ser apoiadas pelo pagamento da segunda tranche do empréstimo, de 27,79 milhões de dólares (22,47 milhões de euros), em Setembro, mediante aprovação da administração do FMI.

Guiné-Bissau: PAIGC Reúne-se com Presidente de Transição e Dirigentes Partidários



Bissau-O PAIGC, partido que estava no poder na Guiné-Bissau até ao golpe de Estado de 12 de abril passado, foi hoje recebido pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, com quem analisou o processo político no país.

A delegação do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) foi chefiada por Aristides Ocante da Silva, membro do 'bureau' político do partido.

À saída da audiência, que durou cerca de quatro horas, Ocante da Silva disse ter falado com Serifo Nhamadjo sobre as propostas do PAIGC, constantes no último memorando que o partido publicou sobre o processo de transição em curso.