terça-feira, 7 de agosto de 2012

Guiné-Bissau: Serifo Nhamadjo Reconhece que «País se Encontra em Maus Lençóis»

Bissau – Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição, reconheceu que existem vários problemas na Guiné-Bissau e que o país se encontra numa situação difícil.

«Pedimos aos especialistas no fabrico de problemas, para arrefecerem-se um pouco, colocando as nossas sabedorias ao desenvolvimento do país sem ódio e vingança», disse Nhamadjo.

Num discurso alusivo às comemorações da data de Massacre de Pindjiguiti, 3 de Agosto de 1959, Serifo Nhamadjo foi irónico, referindo que na Guiné-Bissau «cá se faz cá se paga». Em tom de ameaça, Nhamadjo disse que a luta armada de libertação nacional na Guiné custou a vida a muitas pessoas.

Durante o seu discurso por várias vezes questionou o que é que cada um dos guineenses fez, levando o país à situação em que se encontra.Contudo, não citou nenhum caso especifico de contribuição para a degradação do país.

No que diz respeito ao seu período de vigência, Nhamadjo disse que as eleições vão ter lugar em Abril do ano 2013. «Quero alertar os partidos políticos para se prepararem porque estamos a trabalhar para que as eleições tenham lugar na Guiné-Bissau, caso contrário culpado será quem nos podia ajudar e quem não o fez» disse.

Numa referência às recentes ondas de greves contra o seu Governo, Serifo Nhamadjo reconheceu a fragilidade da situação político-militar, porque quem mais sofre com as acções reivindicativas dos sindicatos são os mais coitados.

As palavras de união, perdão entre os guineenses foram entre outras palavras que marcaram o discurso de Nhamadjo.

Antes de terminar, o chefe de Estado pediu perdão pelo seu discurso, que considerou como um «desabafo».
Na cerimónia participaram Rui Barros, Primeiro-ministro de transição, alguns membros do seu Governo e o Embaixador de África do Sul na Guiné-Bissau.

Guiné-Bissau: Governo de Transição desafia União Europeia

Bissau – O Governo de Transição através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Fudut Imbali, decidiu desafiar a União Europeia (UE) ao nomear três embaixadores, a 2 de Agosto, de países da UE, designadamente em Portugal, Bruxelas (Bélgica), sede da União Europeia e França.

Esta iniciativa é vista como um autêntico afronto contra a comunidade internacional, em particular a União Europeia, que não reconhece as actuais autoridades do país.

Trata-se de Carlos Edmilson Vieira («Noni»), que desempenhava as funções de representante da Guiné-Bissau junto da UNESCO (Agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura), indicado para ocupar o lugar de Embaixador da Guiné-Bissau junto do Governo português.

Dino Seidi, que até a data exercia junto da Presidência da República o cargo de conselheiro diplomático de Serifo Nhamadjo, foi confiado no posto de Embaixador da Guiné-Bissau em França, enquanto que Albino Arafam, designado para exercer as funções do Embaixador da Guiné-Bissau junto da União Europeia, em Bruxelas.

Todos estes países não reconheceram o Governo saído do golpe de Estado de 12 de Abril, o que leva muita gente a questionar os moldes em que estes diplomatas vão apresentar as suas cartas credenciais junto destes países.

O Pacto de Transição, datado de 16 de Maio 2012, do qual é originário este Governo não prevê as nomeações de diplomata.

A Guiné-Bissau está isolada desde Abril 2012, na sequência do golpe de Estado, perpetrado por um grupo de militares golpistas, na véspera do início da segunda volta das eleições presidências antecipadas, cuja primeira volta teve lugar a 18 de Março.

As 11 Bibliotecas Mais Incríveis do Mundo

 

Confira aqui as 11 bibliotecas mais incríveis do mundo

 

Confira as 11 bibliotecas mais incríveis do mundo:

 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Trinity College Library

A biblioteca está localizada na capital da Irlanda, Dublin. É a maior do país, composta por vários edifícios diferentes que abrigam mais de cinco milhões de volumes. O prédio mais antigo, construído em 1592, possui a Early Printed Books Reading Room, que acolhe livros raros e de edição limitada, e a Manuscripts Reading Room, com manuscritos. A obra mais famosa da biblioteca é o Livro de Kells, um manuscrito datado do século VI.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Biblioteca Geral

A Biblioteca Geral pertence à Universidade de Coimbra, em Portugal. Foi fundada em 1537 com o estabelecimento da universidade, e reconstruída em 1725. A menor e mais distinta área da biblioteca é a Biblioteca Joanina, um ícone de arquitetura e beleza. A biblioteca abriga cerca de 250 mil volumes, que abrangem áreas da medicina a filosofia. Por ter sido construída e decorada completamente por artistas portugueses, é um dos monumentos nacionais mais valorizados pelo país ibérico.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: George Peabody Library

Localizada na Johns Hopkins University, em Baltimore, nos Estados Unidos, a biblioteca foi fundada em 1852 e hoje possui mais de 300 mil volumes em seu acervo. Os livros datam desde o século XIX e tratam de assuntos como religião, arte britânica, arquitetura, história, literatura, viagem e linguagens de romance. Já foi descrita como a “catedral dos livros” e é referência da arquitetura neoclássica.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Harvard Library

Esta não é, necessariamente, a biblioteca mais linda do mundo, mas com certeza é uma das mais incríveis. A Harvard Library é o conjunto de bibliotecas mais antigo dos Estados Unidos, com seu início marcado no ano de 1638, antes mesmo que os EUA fossem considerados uma nação independente. Contém a maior coleção privada de livros do mundo e a quarta maior coleção de livros no geral, com mais de 15 milhões de obras armazenadas. O maior e mais famoso edifício dessa biblioteca é o Widener Library, que abriga mais de três milhões de volumes, incluindo cópias do primeiro livro impresso, a Bíblia de Gutenberg.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Biblioteca Nacional do Brasil

A Biblioteca Nacional do Brasil, também conhecida como Fundação Biblioteca Nacional, foi fundada em 1810 como Real Biblioteca. Passou mais tarde a se chamar Biblioteca Imperial e Pública da Corte e, desde 1876, chama-se Biblioteca Nacional. Ela abriga o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil e é considerada pela UNESCO a sétima maior biblioteca do mundo, sendo atualmente a maior da América Latina. Fica localizada na cidade de Rio de Janeiro e possui mais de nove milhões de itens em seu acervo.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Library of Congress

A maior biblioteca do mundo fica localizada Washington, nos Estados Unidos, e possui em seu acervo a incrível marca de mais de 144 milhões de itens, em mais de 470 idiomas. É a instituição cultural mais antiga dos Estados Unidos e a biblioteca de pesquisa do Congresso norte-americano. A Library of Congress foi fundada em 1800. Em 2009 seu acervo foi contado e os resultados indicam a grandiosidade dos números: mais de 32 milhões de livros catalogados, mais de 63 milhões de manuscritos, três milhões de gravações de áudio, mais de cinco milhões de mapas, 16 milhões de microformas e a maior coleção de livros raros da América do Norte, incluindo uma das quatro cópias restantes da Bíblia de Gutenberg em papel velino.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Antiga Biblioteca de Alexandria

Mesmo não existindo mais, a Biblioteca de Alexandria vale ser citada por seu valor histórico e cultural. Acredita-se que sua fundação aconteceu no início do século III a.C. durante o reinado do faraó Ptolemeu I Sóter. A biblioteca funcionava como um centro de estudos e abrigava jardins, salas de jantar, salas de leitura, anfiteatros de aula com capacidade para cinco mil pessoas e salas de reuniões. Seu modelo arquitetônico ainda serve de exemplo para universidades atuais. As razões para sua destruição são motivos de controvérsias entre os historiadores desde o século XVIII, mas as principais teorias atribuem seu arrasamento ao governador provincial do Egito, Amr ibn al-As, depois da conquista do país em 642 a.C ou a um incêndio causado por Júlio César.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Beinecke Rare Book and Manuscript Library

Presenteada pela família Beinecke à Universidade de Yale, nos Estados Unidos, em 1963, a biblioteca é o maior centro de livros e manuscritos raros do mundo. Seu grande destaque é a arquitetura, que se destaca de outras bibliotecas mais tradicionais por ter um forte design moderno com linhas limpas e aparência altamente funcional. A biblioteca é iluminada pela luz artificial e exterior por meio de janelas feitas de mármore translúcido, que protegem as obras dos danos causados pela luz solar sem deixar o ambiente muito escuro ou fechado.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Radcliffe Reading Rooms

Faz parte da renomada Bodleian Library, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e é a segunda maior do país. Sua construção foi completada em 1749. Em1927, o edifício foi transformado em ambiente de leitura para obras da língua inglesa, história e teologia.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Biblioteca PIO IX

Localizada em Roma, na Itália, a biblioteca pertence à Pontifícia Universidade Lateranense, conhecida como a "Universidade do Papa", já que é conduzida diretamente pela autoridade do papa católico. O edifício principal foi fundado em 1854 reunindo diversas outras bibliotecas menores espalhadas pela cidade. Essas coleções foram transferidas para um novo e moderno edifício em 2007, e incluem diversas coleções papais privadas e mais de 400 mil volumes raros e antigos.
 

11 bibliotecas mais incríveis do mundo: Biblioteca Filológica

Localizada na capital alemã, Berlin, a biblioteca faz parte da Free University of Berlin e dedica-se a filologia, o estudo de determinada língua, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica, a partir de documentos escritos. Foi inaugurada em 2005 com um acervo de mais de 700 mil volumes. Conhecida como o "cérebro de Berlin", seu destaque fica para o aspecto arquitetônico, já que foi desenhada para parecer um cérebro humano, com incríveis painéis de vidro em praticamente toda a sua superfície externa.
 

Hillary Clinton Almoça Com Nelson Mandela na África do Sul


A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, encontra Nelson Mandela em sua casa, em Qunu, na África do Sul
Africa do Sul-A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, almoçou  segunda-feira última com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela no povoado de Qunu (sudeste), onde o herói da luta anti-apartheid vive aposentado. Hillary e Mandela se reuniram antes de almoçar, uma honra que Nelson Mandela, 94 anos, só reserva aos convidados mais ilustres, devido ao seu delicado estado de saúde.

"Madiba não apenas representa o que está bem neste mundo, mas é um amigo próximo da secretária (de Estado), que aprendeu muito com ele", explicou um membro da delegação americana, utilizando o nome do clã do primeiro presidente negro da África do Sul utilizado carinhosamente pelos habitantes do país.


Mandela, que está com a saúde debilitada, recebeu apenas alguns visitantes fora a sua família nos últimos anos. Ele se encontrou com o marido de Hillary, o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, no mês passado, por ocasião do 94º aniversário do líder anti-apartheid e prêmio Nobel da paz. O único mandato de Mandela como presidente, de 1994 a 1999, ocorreu durante o governo de Clinton, e ambos encontravam-se frequentemente durante este período.

Em 1995, Mandela mostrou a Hillary e a filha Chelsea sua pequena cela na prisão em Robben Island, onde ele passou a maior parte de seus 27 anos na cadeia por tentar derrubar o regime do apartheid da minoria branca.

A última grande aparição pública de Mandela foi na final da Copa do Mundo de 2010 em Johanesburgo. Desde então, ele passa a maior parte do tempo em sua casa em Johanesburgo e na cidade de Qunu, ao leste do Cabo, perto de onde ele nasceu.

Primeiro-Ministro Deposto Disponível Para Continuar a Trabalhar


PM guineense deposto, Carlos Gomes Júnior
PM guineense deposto, Carlos Gomes Júnior

Lisboa - O Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau reafirmou domingo, estar "disponível para continuar a trabalhar" pelo país, adiantando lamentar que o trabalho já feito para o seu desenvolvimento possa ser inutilizado pela situação decorrente do golpe de Estado de 12 de Abril, noticiou à Lusa.
 
"Eu estou disponível para continuar a trabalhar pelo meu país, parado é que ... A vida está parada, o governo em exercício não tem poderes legais para fazer a governação (...) eu teria muita pena que se fossem degradando todos os passos que nós já demos para o desenvolvimento do nosso país", declarou Carlos Gomes Júnior aos jornalistas à margem de um encontro da comunidade guineense em Lisboa. 
 
O também vencedor da primeira volta das eleições presidenciais indicou que regressará à Guiné-Bissau se existirem condições de segurança. 
 
"Estamos a aguardar a reunião de alto nível a ser organizada pelas Nações Unidas (a 14 de Setembro). Se for decidido e entendido que deve ir uma força multinacional para a Guiné naturalmente que estão criadas condições de segurança necessárias para isso (regressar ao país)", disse. 
 
Carlos Gomes Júnior, repetiu que a Comunidade Económica para o desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) "não tem condições, nem financeiras, nem tem capacidade", para conduzir sozinha o processo de transição e criticou a possibilidade de se realizarem "eleições presidenciais de raiz". 
 
"Quem é que vai financiar uma eleição de raiz? (...) existe uma crise financeira que toda a gente conhece. (...)  O financiamento de eleições de raiz vai ser muito complicado, o que quer dizer que vai prolongar esse período de transição, o que não serve ao povo da Guiné-Bissau, não serve à nossa economia", disse, considerando que se "impõe que sejam mobilizados recursos e meios para a conclusão do processo eleitoral". 
 
A CEDEAO é a única instância internacional que apoia as actuais autoridades de transição na Guiné-Bissau. Carlos Gomes Júnior interveio no encontro promovido pelo FDDDGB - Fórum da Diáspora para o Diálogo e Desenvolvimento da Guiné-Bissau e quando subiu ao palco foi recebido aos gritos de "Cadongo amigo o povo está contigo". 
 
As cerca de duas centenas de pessoas presentes ouviram o Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau declarar-se "muito sensibilizado com as manifestações de solidariedade" que tem tido desde o golpe de Estado e também recordar o trabalho que desenvolveu à frente do governo. 
 
Segundo Carlos Gomes Júnior, fez-se uma "governação de rigor", apostou-se nos cuidados básicos de saúde e conseguiu-se "uma taxa de crescimento de cinco por cento". 
 
Não faltaram as críticas à CEDEAO, que "não tem nenhuma exclusividade" para resolver os problemas na Guiné-Bissau. 
 
"Vai haver eleição e vou ser presidente guineense", declarou sob aplausos, num discurso que acabou com vivas à Guiné-Bissau e ao povo guineense. 
 
Além do Primeiro-ministro, esteve também no encontro o presidente interino afastado, Raimundo Pereira, um dos signatários como Carlos Gomes Júnior de uma carta aberta dirigida à CEDEAO e preparada pelo FDDD. 
 
O texto, resumido para os participantes no encontro, critica a mudança de posição da CEDEAO, que no início criticou o golpe de Estado, e apela aos cidadãos da África Ocidental para "denunciarem os atropelos" na Guiné-Bissau.
 
Presente esteve também o embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Fali Embaló, que recebeu instruções das autoridades de transição em Bissau para abandonar o cargo. 
 
Aquelas autoridades comunicaram a intenção de substituir os embaixadores do país em Portugal, França e na União Europeia, por três novos encarregados de negócios. 
 
"É um 'bluff'", considerou Carlos Gomes Júnior, referindo que as autoridades de transição não têm poder para destituir ou nomear embaixadores.
 
"O governo legítimo neste momento, eu sou o chefe do governo legítimo da Guiné-Bissau e qualquer embaixador para ser nomeado tem de ser por um decreto presidencial. Portanto, esse presidente de transição não tem poderes constitucionais para isso, é o chamado limite constitucional, ele não tem esses poderes, nem para nomear, nem para exonerar", disse. 



Economias Africanas Continuam a Crescer


Angola-Enquanto a zona do euro e os Estados Unidos sofrem para encontrar um meio para estimular o crescimento económico, alguns países de África devem encerrar o ano com expansão acima de seis por cento, apontam estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O  FMI  considera “favoráveis” as perspectivas da economia angolana em 2012, apesar do recente declínio dos preços do petróleo, a principal fonte das receitas orçamentais, no mercado internacional.

“O ritmo da actividade económica deve acelerar, com um crescimento global próximo dos sete por cento, como resultado da produção de petróleo. Os sectores da energia, transportes e construção são susceptíveis de beneficiar numa escala gradual de programas de investimento público”, assinala a avaliação do FMI.

A instituição alerta para o facto de a produção agrícola e de alimentos poder ver os preços afectados pelos efeitos da seca da última época agrícola.
 
Em 2012, África deve ter um crescimento de seis por cento e nos próximos cinco anos, as economias da República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Moçambique, Nigéria, Tanzânia e Zâmbia devem crescer a uma média de 7,2 por cento ao ano.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ONU Incentiva Mulheres a Interessarem-se Pela Política

Mapa da Guiné-Bissau
Mapa da Guiné-Bissau

Bissau - O Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) está a promover uma acção de sensibilização e capacitação destinada às mulheres guineenses para que se interessem mais pela política. 
 
A acção de formação junta 35 mulheres provenientes de partidos políticos mas com pouca visibilidade, sindicalistas, activistas dos direitos humanos, promotores de organizações não-governamentais (ONG) e jornalistas e decorre até meados deste mês.  
 
A escritora e antiga ministra da Educação guineense, Odete Semedo, uma das responsáveis da formação, disse à Agência Lusa que a ideia é "dar instrumentos e incentivos" às mulheres para que possam "um dia apresentarem-se aos cargos electivos". 
 
"Há potencialidades naquele grupo. São mulheres com formação, mas escondidas nas suas instituições ou nos seus partidos. Com ajuda da UNIOGBIS chamamos essas mulheres a entenderem que são potenciais governantes deste país", notou Odete Semedo. 
 
Para a antiga ministra e directora de gabinete do Presidente interino deposto no golpe de Estado de 12 de Abril último, Raimundo Pereira, as próprias leis da Guiné-Bissau "colocam a mulher em quinto ou sexto plano". 
 
"Na mente dos homens que têm estado a dirigir este país a mulher não é prioridade. A mulher só aparece nos comícios, quando é para se fazer bons discursos, mas quando é de facto para se pôr a mão na massa a mulher é esquecida", defendeu a escritora, dando o exemplo da composição de listas eleitorais dos partidos. 
 
"Quando é para se fazer as listas eleitorais a mulher nunca aparece como cabeça de lista. Aparece sempre como suplente ou então se aparece é nos círculos onde tenha pouca probabilidade de ser eleita", disse Odete Semedo. 
 
A portuguesa Sara Negrão, conselheira do Género na UNIOGBIS tem a mesma opinião: "Existem muito poucas mulheres que participam, de forma activa na vida política. Uma coisa é participar numa campanha, outra coisa é participar de forma activa nos partidos, na tomada de decisão nacional", notou a responsável da ONU. 
 
Tanto Odete Semedo como Sara Negrão, as duas animadoras da formação, entendem que fixando as quotas era possível inverter a tendência da exclusão da mulher guineense nos órgãos de decisão.