terça-feira, 10 de julho de 2012

Advogado da Família de "Nino" Vieira Reclama Justiça Para Ex-presidente Assassinado

Mapa da Guiné-Bissau
Mapa da Guiné-Bissau

Bissau - O advogado da família de "Nino" Vieira disse segunda - feira, em Bissau, que quer ver as autoridades de transição realizarem justiça para um cabal esclarecimento do assassínio do antigo chefe de Estado guineense.




Boucunta Diallo, advogado senegalês contratado pela mulher de "Nino" Vieira, assassinado em Março de 2009, integrou a comitiva de Amato Dansoko, conselheiro do presidente do Senegal, Macky Sall, que segunda-feira esteve de visita a Bissau durante algumas horas, sendo portador de uma mensagem de Sall para o presidente de transição guineense, Serifo Nhamadjo.

"Estamos na Guiné-Bissau, por algumas horas, para tentar descobrir de que forma poderemos ser úteis ao processo de transição deste país, mas também para ajudar o vosso país a encontrar caminhos para alguns problemas", disse Boucunta Diallo, ao falar para os jornalistas.

E acrescentou: "Pensamos que o momento é propício para lançar a máquina de luta contra a impunidade, não só neste país como em toda África. Não queremos deixar um único país de África a reclamar da injustiça. A justiça chegará para todos os que a reclamam".

De acordo com o advogado, a história da Guiné-Bissau está marcada por "vários assassínios de homens de Estado" no exercício das suas funções e a justiça "tem feito uma marcha difícil".

"Estamos a falar de casos de homens que deram toda a sua vida para servir este país que são assassinados sem que se saiba porquê e como. A República deve fazer justiça para estes homens", enfatizou o causídico contratado pela mulher de "Nino" Vieira dias depois do assassínio do político.

Boucunta Diallo acredita que a Guiné-Bissau tem uma oportunidade ímpar para esclarecer a morte de "Nino" Vieira e de outros dirigentes políticos assassinados nos últimos anos.

"A transição não é um momento para erguer a indústria, ou para criar o emprego. Quando falamos da transição significa criar instituições perenes que possam permitir que o Estado de Direito seja uma realidade".

segunda-feira, 9 de julho de 2012

ONU Propõe Imposto a Multimilionários Para Financiar Ajuda ao Desenvolvimento

NOVA YORK, 5 Julho 2012-A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) propõe a criação de impostos para multimilionários, com o objetivo de destinar estes recursos aos países em desenvolvimento, segundo seu último relatório anual sobre a situação econômica e social.

Este "imposto sobre os milionários", que será aplicado sob a forma de uma taxa anual, faz parte de uma série de medidas promovidas pela agência da ONU, incluindo um imposto sobre as transações financeiras e outro sobre as emissões de CO2, que podem chegar a mais de 400 bilhões de dólares por ano, segundo a instituição.

Segundo o relatório, é vital encontrar novas fontes de financiamento, para ajudar os países pobres a melhorar suas infra-estruturas ou seus sistemas de saúde, uma vez que os países ricos não cumpriram suas promessas de ajuda ao desenvolvimento.

A Unctad já havia se manifestado a favor da taxa Tobin sobre as transações financeiras.Os autores do relatório estimam que, este ano, 1.226 pessoas possuam uma riqueza superior a 1 bilhão de dólares.425 delas nos Estados Unidos, 315 na região Ásia-Pacífico, 310 na Europa, 90 no restante da América e 86 na África e no Oriente Médio. Juntas, elas representam uma fortuna estimada em 4,6 trilhões de dólares.

Os autores do relatório calculam que um imposto de 1% sobre as fortunas dos magnatas poderá gerar 46 bilhões de dólares em 2012, e sugerem que ele seria praticamente imperceptível para os envolvidos.

Segundo os autores, depois do imposto, cada milionário continuaria contando com 3,7 bilhões de dólares. "Gastando 1.000 dólares por dia, um milionário precisaria de mais de 10 mil anos para acabar com sua fortuna

Economia Angolana a Caminho do Topo em África

Angola-Angola cresceu mais do que a média mundial depois de 4 de Abril de 2002. Desde então tudo mudou na vida dos angolanos.Mais e melhores condições de saúde com a abertura de centenas de hospitais em todo território nacional, melhoria da cesta básica com o aumento da produção e também do salário mínimo nacional, que permitiu aumentar o poder de compra, aumento do número de crianças matriculadas no ensino de base, uma grande reforma no ensino secundário e o milagre no ensino superior com a abertura de várias Universidades estatais e privadas, que permitiu atingir os 180 mil alunos matriculados este ano.

Os ganhos da paz são significativos e todos os dias nos chegam notícias de superação do Executivo que cada vez mais nos surpreende pela positiva. Ainda ontem ouvia que o comboio chegou ao município do Luau província do Moxico para gáudio da população. O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) continua a financiar os agricultores aumentando a produção interna, que com a abertura das vias de comunicação pode levar a que Angola volte a ser o maior fornecedor de produtos agrícolas na África Austral.

Perante estes factos irrefutáveis, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu em finais de 2011, no seu relatório World Economic Outlook, que este ano a economia de Angola vai crescer 10,8 por cento, muito acima da economia mundial que cresce 4,0 por cento e mesmo da média de crescimento estimada para o conjunto das economias emergentes e em desenvolvimento 6,1 por cento. O forte crescimento da economia angolana num contexto que se prevê seja marcado pela incerteza, pela desaceleração global e, em consequência, pelo recuo significativo no preço das matérias-primas, designadamente do petróleo, fica a dever-se essencialmente, refere o documento do FMI, a “uma forte recuperação na produção petrolífera, após uma interrupção em 2011”.

A performance económica de Angola continua a fazer manchete no mundo. Um relatório do Economist Intelligence Unit (EIU), divisão de elite do centro de estudos da conceituada revista “Economist” denominado “Para dentro de África: Oportunidades de Negócios Emergentes” lançado esta semana em Londres, Angola assume destaque já que os estudos minuciosos levaram os especialistas à conclusão que Angola deve ultrapassar a África do Sul, actualmente a maior economia do continente, até 2016.

Angola surge no grupo das economias com crescimentos previstos de 5,0 a 7,5 por cento, aparecendo em seguida outro país lusófono, Moçambique, seguido da Etiópia, Libéria, Níger e o Uganda. O relatório identifica os dez mercados que devem ter os melhores desempenhos na próxima década Angola destaca-se isolada nas categorias dos países com menor risco político, os mais reformistas, os países com mais investimento e os maiores em território.

Angola é o segundo com maior investimento, depois da África do Sul, e o quarto maior em dimensão, enquanto Moçambique é o segundo com mais potencial na rapidez com que faz reformas, o sétimo com menor risco político e o décimo com maior investimento.

O relatório aponta como sectores com maior potencial de crescimento a agricultura e a agro-indústria, as infra-estruturas, os serviços e os bens de consumo sendo estas as áreas onde o Executivo mais aposta para a diversificação da economia nacional.
O relatório sublinha que este grupo de países está a crescer mais depressa do que qualquer outro no mundo e que os investidores estão a acordar para o enorme potencial da região: “a corrida para participar no crescimento africano já começou”.

É caso para dizer: que bom, termos alcançado a paz! Por isso não interessa seguir outras modas que podem levar-nos ao abismo. Os objectivos preconizados pelo Executivo em 2008 foram alcançados e o reconhecimento nacional e internacional, aí está.

África Ocidental Quer Governo de União Nacional em Julho

Logotipo da CEDEAO
Logotipo da CEDEAO

Ouadadougou - Seis chefes de Estado da África Ocidental pediram sábado a instauração antes do dia 31 de Julho de um "governo de união nacional" no Mali e que o Tribunal Penal Internacional (TPI) persiga os criminosos de guerra no norte do país.
Todos eles instam as forças do Mali, "inclusive a classe política e a sociedade civil", a realizar "consultas e formular propostas ao presidente interino da República para a formação, antes do 31 de Julho, de um governo de união nacional encarregado de encontrar um roteiro para a saída da crise", segundo comunicado no final de uma cimeira em Ouagadougou.

Os chefes também pedem à TPI que realize "as investigações oportunas para a identificação dos autores de crimes de guerra e abra os procedimentos necessários contra eles".

Eles fizeram "um apelo urgente a todos os lados envolvidos na crise do Mali para o encerramento total das hostilidades antes do começo do mês de Ramadão", ou seja, daqui a 15 dias.

O norte do Mali está ocupado há mais de três meses por grupos armados, sobretudo islamitas.

ONU Rejeita Intervenção no Mali após Destruição de Mesquitas Históricas

Mali-O Conselho de Segurança da ONU afirmou que não está pronto para apoiar uma força de intervenção no Mali, que teve vários monumentos e mesquitas históricas destruídos nos últimos dias por militantes islâmicos.


A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, quer enviar 3 mil soldados ao Mali, mas um diplomata da ONU disse à BBC que o Conselho de Segurança quer mais detalhes sobre o plano de envio dos soldados e o objetivo da operação.

Os países vizinhos do Mali estão pressionando para que a ONU dê apoio ao envio de soldados pois temem que a militância islâmica que dominou o norte do Mali se espalhe para além das fronteiras.

O Conselho de Segurança da ONU condenou a destruição, que atingiu o patrimônio da cidade de Timbuktu, afirmando que é um crime de guerra. Os monumentos históricos de Timbuktu estão sendo destruídos pelos combatentes da milícia extremista Ansar Dine, que teria ligação com a Al-Qaeda.

Contra os Islã

A milícia tomou o controle da cidade em Abril e já destruiu vários templos, afirmando que as construções vão contra as interpretações mais severas do Islã. O porta-voz do Ansar Dine, Sanda Ould Bamana, disse à BBC que a lei islâmica não permite a construção de mausoléus com mais de 15 centímetros de altura.

A cidade de Timbuktu, no norte do Mali, é conhecida por abrigar várias construções históricas, tidas como patrimônio da humanidade pela Unesco. A cidade é famosa internacionalmente por causa de seu papel como centro de aprendizado islâmico, baseado nas três grandes mesquitas da cidade, durante os séculos 15 e 16.

Timbuktu também é conhecida como a "Cidade dos 333 Santos", da qual se origina a tradição sufista islâmica. No entanto, o Ansar Dine segue a vertente islâmica salafista, que condena a veneração de santos.A Unesco e o governo do Mali pediram para que o Ansar Dine pare com a destruição na cidade. A organização da ONU também teme que artefatos valiosos e manuscritos estejam sendo contrabandeados para fora da região.

Anunciado Prémio de US$ 100 Mil para Inovadores Africanos

Nova York - A Comissão Económica da ONU para África, ECA, lançou a segunda edição do Prémio Inovação. A iniciativa visa reconhecer inovadores de setores vitais do continente.De acordo com o regulamento do concurso, são elegíveis pesquisadores que apresentem projetos para revelar o potencial africano numa ou várias áreas de setores que incluem indústria e serviços, agricultura, agro-negócios ou Tecnologias de Informação e Comunicação, informa a rádio da ONU.Propostas para as áreas de saúde e bem-estar, energia, meio ambiente e águas são também elegíveis para a competição.

A expectativa da organização é que o prémio promova a ciência, tecnologia, engenharia e aplicativos para a área de negócios. Os objetivos incluem também mobilizar líderes para promover a inovação em serviços-chave de interesse através da concorrência.

À proposta da vencedora serão atribuídos US$ 100 mil e os dois lugares seguintes devem ter US$ 25 mil cada um. As inscrições para o prémio de 2013 decorrem até 31 de Outubro deste ano.

A primeira realização, de 2012, foi vencida pelo engenheiro egípcio, Mohammed Sanad, que projetou uma antena interna em telemóveis, preparada para reduzir a exposição do corpo às radiações.

Simões Pereira Quer Voltar Para Bissau e Confia que sucessor Terá "Maiores Credenciais"



Domingos Pereira Simões, Secretário executivo da CPLP
Domingos Pereira Simões, Secretário executivo da CPLP


Lisboa - O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Simões Pereira, quer "voltar para a Guiné-Bissau" e confia que o seu sucessor, a ser conhecido no dia 20, "terá maiores credenciais" do que as suas. 
 

"Eu sou engenheiro civil, vim exercerum cargo fundamentalmente de diplomacia; a única coisa que tentei foi não me transformar num diplomata, não por achar que não fosse esse um requisito importante, mas porque iria perder quatro anos a tentar ser aquilo que não fui. Limitei-me a emprestar à organização aquilo que sou". 
 
A 15 dias de deixar o cargo que ocupa há quatro anos, Domingos Simões Pereira está entusiasmado com o fim de um ciclo e a passagem da pasta. A quem? "Seria muito presunçoso da minha parte definir perfis. Entrei sem qualquer agenda e saio sem qualquer intenção de fazer avaliações. É essa abordagem que posso deixar como recomendação. Esta é uma organização que se vai fazendo", vinca. 
Reconhecendo que já tem "algumas indicações de quem será" o seu sucessor à frente do Secretariado Executivo da CPLP, frisa que é preciso aguardar pelo dia 20 de Julho, altura em que, na cimeira de chefes de Estado e de Governo que se vai realizar em Maputo, o Presidente da República de Moçambique, país que assumirá a presidência da CPLP, oficializará o nome.

Ao contrário do habitual, e por razões de ordem alfabética, é também a vez de um moçambicano exercer o cargo de secretário executivo. Domingos Simões Pereira aprova "totalmente" o provável sucessor, realçando que "voltará a ser alguém com competência num domínio", possivelmente a diplomacia, no qual o ainda secretário executivo considerava ter "limitações".


Guineense, não tem dúvidas sobre o futuro: "Quero voltar à Guiné, quero trabalhar na Guiné. Estou completamente disponível para a Guiné-Bissau."
 
Militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder até ao golpe de estado de 12 de Abril) desde os anos 1980, afasta, para já, futuras candidaturas políticas. E garante que será tão mais activo quanto puder contribuir para "produzir confiança". Se não, saberá "ficar calado". 
 
Simões Pereira já foi à Guiné-Bissau após o golpe de Estado que depôs o Presidente e primeiro-ministro do país e condenado pela CPLP.  

"Não posso dizer que tenha experimentado um ambiente de total liberdade, mas também não posso dizer que tenha experimentado alguma situação mais apertada", descreve, acrescentando: "Nunca tive problemas em estar na Guiné e ajustar-me às realidades e, com base nas realidades, definir o meu espaço de intervenção. Espero poder fazê-lo. Se algum dia não puder voltar à Guiné, isso sim, seria realmente muito difícil."