segunda-feira, 9 de julho de 2012

Líbia Realiza Primeira Eleição Pós-Kadafi com Participação de 60% dos Eleitores


Líbia-A Líbia realizou sábado (07/07) sua primeira eleição nacional em 48 anos com uma participação de cerca de 60% dos eleitores inscritos. Os eleitores votaram para escolher os representantes do Conselho Nacional Geral, órgão legislativo que irá substituir o atual Conselho Nacional de Transição. A eleição foi marcada por alguns incidentes, principalmente no leste do país.

"Continuamos receber as informações dos colégios eleitorais, mas sabemos que a quantidade de votos alcançou 1,6 milhão, ou seja, 60% dos inscritos", declarou o presidente da Comissão Eleitoral, Nuri al-Abar, em uma coletiva de imprensa.Segundo ele, 1,2 milhão de pessoas haviam votado até às 16h local , ou seja, 40% do padrão eleitoral. Às 20h, os centros de votação começaram a fechar em Trípoli e em Benghazi. Ao final da tarde, 98% dos colégios eleitorais ainda funcionavam normalme.Alguns eleitores levavam bandeiras negras, vermelhas e verdes da revolução de 2011, enquanto que das mesquitas de Trípoli eram emitidas mensagens sonoras dizendo frases como "Alá Akbar" ('Deus é o maior’) e nas ruas se ouviam as buzinas dos carros.A alegria também era visível em Benghazi, apesar dos pedidos dos federalistas para que as pessoas boicotassem as eleições.

"Tenho a impressão de que até agora minha vida vinha sendo desperdiçada, mas meus filhos terão uma vida melhor. Tudo o que eles precisam é de um impulso e creio que os novos dirigentes darão este impulso", disse Hueida Abdul Cheikh, uma mulher de 47 anos que foi uma das primeiras a votar.

Incidentes

Segundo uma eleitor entrevistada pela Agência Efe, grupos de líbios defensores do federalismo, que consideram que o leste do país estará pouco representado na assembleia legislativa, e alguns radicais islâmicos irromperam em vários centros de votação e queimaram ou roubaram as urnas.

Na zona de Briga, um grupo de manifestantes mantém fechados há dois dias vários portos petroleiros em protesto pelo que consideram uma marginalização da região oriental.

O Conselho Nacional Geral terá 200 cadeiras, 100 para legisladores do oeste do país, cuja principal cidade é Trípoli, 60 para deputados do leste, onde estão situadas Ajdabiya e Briga, e 40 para parlamentares do sul, cuja maior cidade é Sebha. Essa é a primeira eleição do país após a queda do ex-ditador Muammar Kadafi em 2011.Os resultados preliminares devem ser anunciados "a partir de hoje ou amanhã", disse a comissão.

Presidente Interino da Guiné-Bissau Envia Mensagem ao Presidente da Mauritânia


Nouakchott - O presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz, recebeu quinta-feira em Nouakchott o secretário de Estado da Guiné-Bissau para as Comunidades, Frides Manuel Gomes Fernando, que lhe transmitiu uma mensagem do presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo.

Esta visita do secretário de Estado da Guiné-Bissau para as Comunidades surge após a instauração da obrigação de posse de cartão de residência para os estrangeiros residentes na Mauritânia.

Presença de Soldados no Parlamento Provocou a Suspensão dos Trabalhos


Militares da força de alerta da CEDEAO montaram posições à entrada do Parlamento

A presença de cerca de uma dezena de soldados armados da CEDEAO nas instalações do Parlamento da Guiné-Bissau levou  à suspensão dos trabalhos, depois dos deputados os terem contestado.

O primeiro a questionar a presença, logo à entrada do Parlamento, dos soldados da força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental foi Rui Diã de Sousa, líder da bancada do PAIGC.

“Gostávamos de saber o porquê da presença inusitada de soldados à porta do Parlamento?”, perguntou Diã de Sousa, dirigindo-se a Ibraima Sory Djaló, presidente em exercício do Parlamento guineense.

“Também não sabemos bem, mas julgamos que a presença deles é no âmbito do mandato da força da CEDEAO no país para proteger as instituições do Estado. Pode ser isso”, afirmou Sory Djaló. “Na nossa óptica, essa justificação não colhe até porque nunca isso aconteceu e mesmo que seja isso, o Parlamento devia ser previamente informado da sua presença. Por esse motivo a bancada do PAIGC vai abandonar a sessão para uma concertação”, disse Rui Diã de Sousa, precipitando o abandono de todos os deputados do PAIGC da sala do hemiciclo.

Sory Djaló ainda tentou demovê-los, pediu calma, mas ­suspendeu os trabalhos e marcou nova sessão para hoje. Enquanto os deputados trocavam impressões sobre o que sucedera, os soldados da CEDEAO mantinham-se em cima de uma carrinha de caixa aberta com armas apontadas para a sede do Parlamento.

Encontro de Carlos Gomes Júnior com Diáspora da Guiné-Bissau em Paris

Primeiro-Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior,  em Paris no dia 7 de Julho de 2012
Primeiro-Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, em Paris no dia 7 de Julho de 2012

Foi num ambiente efusivo que decorreu na tarde de Sábado na região Parisiense o encontro da Diáspora Guineense com Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro deposto, Mamadú Djaló Pires, seu Ministro dos Negócios Estrangeiros e Iancuba Indjai, Secretário Executivo da Frenagolpe, a Frente Nacional Anti-Golpe.

Durante esse encontro, os participantes reiteraram a exigência da reposição da ordem constitucional, exigiram o regresso ao país dos titulares do poder político antes do golpe de Estado, teceram severas críticas ao posicionamento assumido pela CEDEAO e alertaram sobre a necessidade de uma reforma das forças armadas.

Este último aspecto foi designadamente sublinhado por Carlos Gomes Júnior que o considera de extrema importância. O chefe do governo deposto também não deixou de evocar as consequências negativas que o golpe a seu ver teve sobre a economia da Guiné-Bissau. No cômputo das críticas, a CEDEAO também não deixou de ser um alvo. Na óptica do Primeiro-Ministro deposto, a CEDEAO não pode ser o único organismo a resolver a crise na Guiné-Bissau, são necessários outros parceiros.

À saída do seu encontro com a Diáspora Guineense, Carlos Gomes Júnior não deixou igualmente de fazer um balanço da situação vigente no seu país, expressando preocupação quanto às possibilidades da Guiné-Bissau conseguir ultrapassar as suas dificuldades económicas. Ao referir-se, por outro lado, aos contactos que tem estabelecido a nível internacional, o Primeiro-Ministro deposto enunciou os motivos que o conduziram em particular até Paris.

América Latina, Merconsul e os Seus Fantasmas

São Paulo-De repente, a América Latina, palco de sangrentas ditaduras entre os anos 50 e 80 do século passado e atual continente democrático, vem sofrendo solavancos. O impeachment do presidente do Paraguai ensejou a interferência do caricato presidente venezuelano Hugo Chávez junto a militares do vizinho país e facilitou o acesso da Venezuela ao Mercosul, até então barrada pelo Paraguai, hoje suspenso da organização. O Uruguai protesta contra a presença dos venezuelanos e lamenta as posições favoráveis de Brasil e Argentina. O novo governo paraguaio faz de tudo para não romper com os vizinhos, apesar das retaliações que sofre. E agora, como mais um componente do quadro, a Argentina condena o ex-ditador Jorge Rafael Videla, de 86 anos, já condenado à prisão perpétua, a uma pirotécnica pena de 50 anos. No Brasil, instalam-se as Comissões da Verdade, com o objetivo de apurar e reescrever a época autoritária.

Num tempo em que aconteceu e até a suspensão do bloqueio econômico a Cuba, imposto há mais de meio século, é importante que os países da região se entendam e procurem fortalecer o bloco.É o que fazem a Europa, hoje em crise, os EUA e a China, que devem estar satisfeitos com a ameaça de desagregação que paira sobre o Mercosul. Se o processo continuar, melhor para os grandes e industrializados, que continuarão a comprar as matérias-primas latino-americano a preço acessível e  impôr os seus manufaturados com alto custo e sacrifício aos tecidos produtivo.

Depois de suspensão de bloqueio à Cuba que, com seu sonho revolucionário embalou muito latino-americano hoje no poder, em vez de constituir o motivo ideológico do passado, poderá ainda ser um grande parceiro. E todos nós devemos nos preparar para esse momento, não só pela entrada de Cuba, mas também pela nova ordem econômica mundial que se estabelecerá no pós-crise. Para isso, a união e a formação de blocos de interesses são fundamentais no enfrentamento às grandes economias. O Mercosul unido tem mais força do que qualquer de seus membros, é preciso nunca perder isso de vista.

Com a economia globalizada e as comunicações instantâneas, o mundo funciona em tempo real. Governos, instituições e até o próprio cidadão precisam estar atento e prontos para agir na hora certa e na justa medida. Se não o fizerem, perderão a oportunidade.

Os países do Mercosul têm de agir prioritariamente na defesa dos seus interesses comuns frente aos demais organismos e países do mundo. As questões locais e regionais devem ser discutidas e solucionadas com maturidade, mas sem tumultuar o principal. Os próprios países membros têm de saber que temos desafios do futuro para serem enfrentados no presente. O passado já produziu seus efeitos, tanto positivos quanto negativos. Não deve ser esquecido apenas para se evitar a repetição de erros. Mas seus fantasmas não podem e nem devem perturbar o presente, pois só servem para desviar o foco no trabalho que se tem de realizar no futuro.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

EUA Aprova Cortes Drásticos em Ajuda Militar ao Paquistão

Washington - Uma comissão do Senado americano aprovou  quinta-feira passada medidas que apontam para a redução da ajuda dos Estados Unidos ao Paquistão devido a tensões entre os dois países e à condenação na quarta-feira de um médico que ajudou a CIA a encontrar Osama bin Laden

Uma emenda proposta pelo senador republicano Lindsey Graham para cortar em 33 milhões de dólares em ajuda ao Paquistão foi aprovada por unanimidade, com 30 votos a favor e nenhum contra.

O valor foi estabelecido baseado nos anos de prisão para o médico Shakeel Afridi, condenado na primeira instância por traição, entre outras acusações. A pena de 33 anos de prisão foi infligida por um tribunal tribal, que considerou que Afridi havia ajudado a CIA a encontrar Osama bin Laden, morto em Maio de 2011 por um comando americano no norte do país.

A senadora democrata Dianne Feinstein, presidente da comissão de Inteligência, considerou que Afridi "não é um espião".

Os legisladores também aprovaram um corte de 58% na ajuda ao Paquistão se o país não voltar a permitir o trânsito de militares americanos para abastecer seus soldados no Afeganistão, um corte da ajuda ao Afeganistão de 28% e de 77% na destinada ao Iraque.

No total, este projeto de lei de finanças destina 184 milhões de dólares a operações do Departamento de Estado no Paquistão e 800,3 milhões a Islamabad, dos quais 50 milhões para o combate ao extremismo violento.

Esses cortes apontam exclusivamente para a ajuda militar e não para a ajuda financeira, o que mantém intacta a ajuda de 475 milhões.
"Se o Paquistão trata um amigo e um herói dessa forma, não estou certa destes recursos", disse Feinstein sobre a condenação de Afridi.
Uma subcomissão já havia aprovado essas reduções drásticas na terça-feira.Os fundos destinados à ajuda internacional chegam a 52 bilhões de dólares.

Arafat Pode Ter Morrido por Envenenamento


Genebra-A morte do histórico líder palestino Yasser Arafat pode ter sido causada por envenenamento com polónio 210, uma substância altamente radioativa e que foi encontrada nos seus objetos pessoais, segundo uma análise realizada pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne (Suíça).
O estudo, encomendado pela «Al Jazeera», durou nove meses e analisou as roupas, a escova de dentes e inclusivamente o famoso lenço palestiniano («kufiya») de Arafat, onde aparentemente foram encontrados níveis anormais de polónio.

Os restos de sangue, suor, saliva e urina analisados em alguns destes objetos sugerem que havia um alto nível de polónio no seu corpo quando o líder morreu, em 2004, num hospital de Paris, por motivos ainda desconhecidos, apontou o estudo.

«Posso confirmar que detectamos uma quantidade inexplicável e elevada de polónio 210 nos pertences de Arafat, que continham manchas de fluidos corporais», disse o diretor do instituto médico, François Bochud, citado pela «Al Jazeera».

Foi a própria emissora que recebeu estes objetos pessoais de Suha, viúva de Arafat, e os enviou ao laboratório para tentar desvendar os rumores sobre as possíveis causas da morte do líder palestiniano.

Segundo a«'Al Jazeera», os cientistas de Lausanne detectaram que os níveis de polónio 210 encontrados nos pertences de Arafat eram dez vezes superiores aos das amostras aleatórias usadas para comparação.
Noutros testes, realizados entre março e Junho, concluiu-se que entre 60% e 80% do polónio detectado não provinha de fontes naturais.
Recorde-se que em novembro de 2006, o antigo espião russo Aleksandr Litvinenko morreu devido a altas doses em seu organismo desta substância radioativa, que supostamente lhe foi fornecida por agentes secretos russos.