quarta-feira, 4 de julho de 2012

África Austral Procura Fundos

Peritos na reunião preparatória da conferência dos ministros das Finanças da SADC

O secretário executivo adjunto responsável pela integração regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Caholo, relevou ontem, em Luanda, que o capital inicial do Fundo de Investimento proposto aos Estados-membros deve situar-se entre os 600 milhões a mil milhões de dólares.

Esse capital pode assegurar o arranque dos programas do Plano Director de Infra-Estruturas, declarou João Caholo à margem da reunião de peritos dos Ministérios das Finanças da SADC que ontem iniciou em Luanda.

O secretário executivo adjunto apontou os sectores da energia, águas, transportes, tecnologias de informação e a meteorologia como potenciais beneficiários dos capitais do Fundo de Investimento.

João Caholo disse que, para a criação do Fundo de Investimento, os Estados-membros devem prestar contribuições, e adiantou que o sistema de financiamento do fundo se estende também aos parceiros de cooperação internacional e o sector privado.

O secretário executivo adjunto apontou para a necessidade de uma política de crédito virada para a criação de infra-estruturas e viabilizada por empréstimos concedidos pelo fundo.
João Caholo considerou que os princípios de concessão de empréstimos devem ser sólidos para que as operações sejam sustentáveis.

O Fundo de Investimento vai permitir o desenvolvimento de uma política de crédito acordada entre os Estados-membros, baseada em princípios de concessão de empréstimos assentes em políticas de crédito similares às existentes em outros bancos ou fundos regionais, como o Banco Africano de Desenvolvimento, declarou o secretário executivo adjunto.

Em face disso, o secretariado prepara desde ontem uma proposta jurídica e de operacionalização do fundo, que vai ser aprovada amanhã pelos ministros das Finanças e Investimento da SADC.Na reunião, os responsáveis dos ministérios das Finanças abordam, também, as propostas de estratégia.

CEDEAO Decidiu Acelerar Envio de Tropas para o Mali

Yamoussoukro - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu acelerar o desdobramento de mais de três mil efetivos no Mali para preservar a transição política do país e restabelecer a integridade territorial, no termo da sua cimeira decorrida aos 28 e 29 de Junho último em Yamoussoukro, a capital política ivoiriense.

Os dirigentes oeste-africanos decidiram desdobrar imediatamente uma Missão de Avaliação Técnica para o Mali a fim de entrar em contacto com a Autoridade de Transição, com vista a preparar o terreno para a chegada iminente da Missão da Força de Alerta da CEDEAO para o Mali (MICEMA).

A organização regional oeste-africana deseja obter a aprovação do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de desdobrar esta missão, de caordo com o capítulo da Carta da ONU, que autoriza sanções nomeadamente económicas e um embargo militar, bem como uma força militar para a manutenção da paz.

O CS pediu informações detalhadas sobre o desdobramento previsto antes de dar a sua autorização, mas os dirigentes o convidaram a acelerar o processo de aprovação, tendo em conta a degradação da situação de segurança e humanitária no Norte do país ocupado pelos rebeldes e pelos islamitas.

Durante os 12 meses de transição política no Mali, os dirigentes da CEDEAO decidiram "decretar automaticamente a imposição de sanções (...) já aplicadas a indivíduos ou grupos que travam a implementação das suas decisões".

"Para o efeito, a Autoridade pediu à Comissão para prosseguir  com a elaboração da lista dos insurgentes, em cooperação com a UA e a ONU", disseram num comunicado divulgado no termo do seu enconrtro.

Os dirigentes condenaram "as tentativas de algumas forças políticas e sociais do Mali de obstruir a implementação sem problemas da transição política em curso", bem como a incitação à desobediência e à violência por uma parte do Exército, da classe política e por uma imprensa partidária.

O Mali está em crise desde Janeiro último, quando os rebeldes tuaregues e os islamitas lançaram uma batalha contra o Governo central que culminou na ocupação do Norte do país, aproveitando o golpe de Estado militar de março último que destituiu o Governo democraticamente eleito de Amadou Toumani Touré.

A cimeira de Yamoussoukro decorreu na presença dos presidentes Thomas Boni Yayi do Benin, Blaise Compaoré do Burkina Faso; Alassane Ouattara da Côte d'Ivoire, Ellen Johnson-Sirleaf da Libéria, Mahamadou Issoufou do Níger, Macky Sall do Senegal, Ernest Bai Koroma da Serra Leoa, Faure Essozimna Gnassingbe do Togo, bem como o Presidente interino Manuel Serifo Nhamajo da Guiné-Bissau, e do primeiro-ministro do Governo de transição do Mali, Cheikh Modibo Diarra.

Economia Angolana Vai Ultrapassar a da África do Sul em 2016

Agricultura é apontada como uma das áreas de investimento mais apelativas (foto ASF)
Luanda-A economia angolana, tal como a nigeriana, deverá ultrapassar a da África do Sul em 2016, ao mesmo tempo que Moçambique é identificado como um dos 10 países africanos com maior potencial. Estas e outras conclusões estão no último relatório do Economist Intelligence Unit, cujo título é «Para dentro de África: oportunidades de negócio emergentes».
«A corrida para participar no crescimento africano já começou», frisa o estudo, apontando os setores da agro-indústria, infra-estruturas, serviços e bens de consumo como áreas mais interessantes de investimento.

Segundo as estimativas, pelo menos 28 países africanos vão crescer a uma média superior a cinco por cento nos próximos cinco anos, o que torna o continente como apetecível.

Angola e Moçambique aparecem bem colocados nos quatro critérios de divisão dos países seguida pelo estudo, como guia para os potenciais investidores: risco político, reformistas, maior investimento e dimensão geográfica.

«As reformas estão a acontecer depressa, encabeçadas por Etiópia, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Uganda, enquanto as economias gigantes de Angola e Nigéria, que deverão ultrapassar a África do Sul em 2016, oferecem vantagens significativas aos investidores».
 

África: Demandam Ajuda Alimentar para Necessitados em Sahel

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Luanda-Cerca de 18,7 milhões de pessoas estão afetadas por uma grave crise alimentar na região do Sahel, o que põe em risco a vida de numerosos seres humanos, difundiram aqui meios televisivos.

Segundo essas fontes, uma recente reunião do Grupo Africano sobre a situação humanitária no Sahel, celebrada em Genebra, do que faz parte Angola, chamou à comunidade internacional a socorrer com urgência aos precisados nessa zona.

No encontro representantes das Nações Unidas e de organizações internacionais consideraram que é alarmante a situação na região do Sahel, o qual se agrava pela seca registrada na demarcação, aliada à violência desatada por grupos armados.

Os países mais golpeados pela crise alimentar são: Níger; Mali; Burkina Faso e Senegal.No caso de Mali, além de escassez de chuvas, acrescenta-se a violência e insegurança no norte do país, o qual provoca uma grande afluência de refugiados para países vizinhos.

Só em Burkina Faso há mais de 150 mil refugiados malineses, segundo dados da ONU.

Organizações regionais fazem questão de que para paliar a grave situação alimentar no Sahel, além do fornecimento de alimentos, se deve estabelecer um sistema de alerta sobre condições climáticas.

Também, estabelecer fundos de emergência, redistribuir melhor os recursos na zona, edificar poços e reservas de água, e ensinar a produtores novas técnicas agrícolas, entre outras fórmulas.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Guiné-Bissau: CEDEAO Adopta BI e Passaporte Biométricos

Bissau - A Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental (CEDEAO) decidiu adoptar, em todos os seus Estados membros, o uso de Bilhetes de Identidade e Passaportes Biométricos, até daqui a três anos.

A decisão consta da última reunião de ministros responsáveis pela segurança do bloco regional, que teve lugar em Abidjan, República da Costa de Marfim, entre 25 e 26 de Junho.

O encontro tinha, entre outros pontos de agenda, a apresentação do relatório do comité da CEDEAO sobre o comércio, alfandegas e livre circulação de pessoas e bens.

Segundo o relatório, até 2015 os 15 Estados membros da organização devem emitir um cartão de identidade biométrico equipado com um microprocessador e integrado no passaporte nacional de cada país, assim como os Bilhetes de Identidade Biométricos no prazo determinado, ou seja, até 2015.

A revisão das leis sobre os direitos de entrada e de residência para os estrangeiros e a garantia de que as políticas de imigração são aplicáveis aos cidadãos de fora da CEDEAO foram, entre outras, recomendações saídas do encontro.

Já para o ano 2013, os participantes adoptaram um plano de acção mínima de circulação de pessoas, conforme as recomendações do Comité Aduaneiro, Comércio e Livre Circulação no espaço da CEDEAO.

O Governo de Transição da Guiné-Bissau foi representado nesta reunião pelo seu Ministro do Interior, António Suca N’Tchama.

A Guiné-Bissau, Cabo Verde, Gâmbia e Burkina Faso ainda não têm modelo de passaporte biométrico.
A República de Cabo Verde, a Guine-Conakry, o Togo e o Níger não se fizeram representar no encontro de Abidjan.

Entra em Vigor Embargo UE ao Petróleo Iraniano

Conforme as sanções decididas pela União Europeia, o embargo total das importações de petróleo iraniano e das transações bancárias entrou em vigor este domingo, 1 de julho de 2012. Em resposta, o Irão anunciou ter aumentado as reservas de produtos diários e de moeda para reduzir o impacto das sanções "cobardes" da União Europeia.

União Europeia-A União Europeia decretou que, a partir de 1 de Julho, todas as importações de petróleo iraniano no bloco cessaram e que as empresas de seguros europeias deixaram de garantir o crude do Irão.As sanções vão afetar de forma imediata os importadores de peças e materiais industriais.Nas ruas de Teerão, muitos iranianos assumem a sua preocupação.

"Há quem pense que as sanções vão provocar uma subida dos preços, o que irá frustrar muitas pessoas, mas outras pensam que as sanções nos vão obrigar a ser mais auto-suficientes do que até agora", afirmou um condutor de táxi.

Em resposta, o vice-presidente iraniano Mohammad Reza Rahimi, citado pela televisão estatal, disse que o governo armazenou o necessário para enfrentar o embargo e apelou à população para "ajudar nesta batalha".
Rahimi acrescentou que as "sanções cobardes" poderiam causar "alguma confusão" no mercado mas que a nação iraniana não seria detida.

O governador do Banco Central do Irão afirmou por seu lado à agência de notícias Merh que o país "tem planos" para lidar com o embargo e possui suficiente moeda para pagar as suas importações.Algumas fontes indicam que Teerão fez reservas em moeda estrangeira no valor de 150 mil milhões de dólares.

Jogos de guerra

Coincidindo com a entrada em vigor do embargo, Teerao anunciou uma semana de "jogos de guerra" que vão incluir treinos com mísseis ar-ar contra modelos de bases militares estrangeiras.

A agência oficial IRNA citou o general Ami Ali Hajizadeh, líder da unidade aérea da Guarda iraniana, que considerou as manobras uma mensagem às nações "aventureiras" na região e ao Ocidente, de que "o Irão irá responder a qualquer mal possível" de forma "esmagadora".

O Irão tem ameaçado ainda fechar o Estreito de Ormuz, na sua costa sul, por onde passa um quinto do tráfego petrolífero mundial, em resposta às sanções. Mas nas suas declarações este domingo sobre os jogos de guerra, o Ministro da Defesa do Irão não falou do assunto.

Irão desvaloriza sanções

O Ministro iraniano do petróleo, Rostam Ghasemi, afirmou por seu lado que o país já deixou de fornecer petróleo a muitos países europeus e tem estado a vende-lo a outros países em vez disso.

"Países em desenvolvimento e países com rápido crescimento económico não têm alternativa ao petróleo. Felizmente, devido à qualidade do petróleo do nosso país, todos estão interessados em usa-lo", afirmou na televisão.

Os Estados Unidos aplaudiram a entrada em vigor das sanções europeias e afirmam que deram renúncias à China, a India, o Japão, a Malásia, a Coreia do Sul, Singapura, a África do Sul, o Sri Lanka, a Turquia e a Taiwan, em troca de uma "redução significativa" das suas importações de petróleo iraniano.

Acrescentam que, devido às sanções americanas, as exportações de petróleo iraniano já baixaram dos cerca de 2.5 milhões de barris diários de há um ano, para entre 1.2 e 1.8 milhões atualmente.

As sanções europeias e americanas procuram forçar o Irão a revelar o seu programa nuclear. Teerão garante que este tem objetivos pacíficos e energéticos, o Ocidente acusa o regime iraniano de estar a desenvolver armas atómicas.

Presidente da Islândia Reeleito para Quinto Mandato Consecutivo


Islandia-O presidente veterano da Islândia foi eleito para um quinto mandato consecutivo. Os primeiros resultados das eleições do sábado passado atribuem a vitória a Olafur Grimsson.

Segundo os dados oficiais avançados pela televisão pública, o chefe de Estado de 69 anos conquistou 52,5 por cento dos votos.Grimsson derrota assim a principal rival, Thora Arnorsdottir, que terá arrecadado 33,2 por cento dos sufrágios. A jornalista de 37 anos  animadora de programas televisivos e guia turística  apresentou-se à corrida presidencial sem afiliação política, mas era apoiada “na sombra” pela primeira-ministra islandesa.

O chefe de Estado capitalizou o apoio do eleitorado através da firme oposição à entrada do país na União Europeia e ao desafiar o Reino Unido e a Holanda durante a crise bancária de 2008. Grimsson vetou duas leis que previam o pagamento de enormes indemnizações aos clientes britânicos e holandeses do banco falido.