quarta-feira, 20 de junho de 2012

António Guterres:"Crise Tem Impacto na Ajuda aos Refugiados"

António Guterres-As guerras, as catástrofes naturais e a fome, em vários pontos do globo, obrigam todos os anos dezenas de milhares de pessoas a procurar refúgio noutros países.

O problema dos refugiados ganhou uma nova dimensão,os recentes conflitos no mundo árabe, como o da Síria. O português António Guterres está a cumprir o segundo mandato como Alto Comissário da ONU para os Refugiados. A euronews falou com ele.

Michel Santos, euronews:

António Guterres, bem-vindo à euronews. Pelo quinto ano consecutivo, há mais de 42 milhões de refugiados no mundo. Que devemos depreender disto?

António Guterres:

Penso que é uma combinação de dois fatores. Por um lado, há uma multiplicação de novas crises. Desde o início de 2011, apareceram conflitos na Costa do Marfim, na Líbia, no Iémen, na Síria, no Corno de África, mais precisamente na Somália, e mais recentemente no Sudão e Sul do Sudão e no Mali.

Depois há conflitos que não desaparecem: no Afeganistão, na Somália ou na República Democrática do Congo. Mais de 70% dos refugiados mundiais são-no há mais de cinco anos.

Michel Santos, euronews:

A crise económica mundial está a afetar a ajuda aos refugiados?

António Guterres:

A crise económica mundial tem dois impactos: "Reduz a ajuda humanitária às populações necessitadas, mas é também um gatilho para a instabilidade e para o conflito em muitas situações. Por exemplo, há uma ligação clara entre os preços altos da comida e a instabilidade social nas cidades".

Michel Santos, euronews:

Há mais pedidos de assistência e menos dinheiro. Como é que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) está a lidar com isto?

António Guterres:

Neste momento, temos três grandes crises de refugiados: "A Síria, o Sudão e Sul do Sudão e o Mali. Tudo isto leva-nos a empregar um máximo de pessoas e a pedir um esforço adicional aos nossos parceiros. Os recursos financeiros são uma questão-chave. Estamos numa situação muito difícil para responder às necessidades de tanta gente em situações tão difíceis. Posso dizer que estamos a assistir ao sofrimento humano a uma escala épica".

Michel Santos, euronews:

Os refugiados sírios estão a chegar aos países vizinhos quase todos os dias. Pensa que o Conselho de Segurança da ONU deveria fazer mais para evitar isso?

António Guterres:

No ACNUR não podemos ter ação política, mas reconhecemos que não pode haver uma solução humanitária, a solução é sempre política. O problema é que, se olharmos para o que está a acontecer hoje no mundo, percebemos que a comunidade internacional tem uma capacidade limitada para prevenir os conflitos e resolvê-los a tempo.

Michel Santos, euronews:

O êxodo dos sírios está a pressionar os países vizinhos. Quem está a pagar a assistência aos refugiados?

António Guterres:

A situação é diferente de país para país. A Turquia assumiu a responsabilidade e está a dar proteção. No Líbano e na Jordânia há uma colaboração com o governo e com as autoridades locais, mas também com outras agências das Nações Unidas, com a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, tal como várias ONG, com o apoio dos doadores da comunidade internacional, para dar a estas pessoas a assistência de que precisam.

Penso que toda a gente está consciente dos problemas da Síria. No Mali, por exemplo, a situação é mais difícil. Em termos de deslocados, o número é duas vezes superior ao da Síria.

Michel Santos, euronews:

Em África, qual é a maior preocupação do ACNUR?

António Guterres:

Temos neste momento em África um grande número de crises, mas eu destaco quatro: "A do Sudão e Sul do Sudão é uma delas. O Sul do Sudão e a Etiópia acolhem neste momento 190 mil refugiados sudaneses. A Somália, com um milhão de refugiados no Quénia, no Djibuti, na Etiópia e no Iémen, constitui outra crise.

Há também a República Democrática do Congo – talvez as maiores violações dos direitos humanos, neste momento, estejam a acontecer no leste deste país. As mulheres são muitas vezes violadas e vivem uma situação extremamente dramática.

No Mali, há uma rebelião no norte do país, em que os rebeldes e as armas vieram da Líbia, há vários grupos rebeldes, uns de origem laica, outros de natureza islâmica, como o Boko Haram, da Nigéria.

Penso que há o risco de a crise se tornar a mesma da Líbia à Nigéria e da Mauritânia à Somália. O impacto na paz e na segurança pode ser muito, muito dramático.

Michel Santos, euronews:

O mundo está a responder de forma apropriada à fome e à seca no Corno de África?

António Guterres:

Há uma resposta em massa, duas das nossas agências estão muito envolvidas – o Propgrama Alimentar Mundial e a UNICEF. Mas a dimensão do problema é tal que mesmo com esta resposta em massa vai ser difícil cumprir totalmente o desafio, sobretudo se a ajuda dos doadores falhar.

Michel Santos, euronews:

Há alguma região do globo onde a situação dos refugiados esteja a melhorar?

António Guterres:

Assim esperamos, no que diz respeito à Birmânia. Os recentes confrontos entre as comunidades budista e muçulmana são uma grande preocupação para nós. Mas foram assinados acordos de paz, ou pelo menos um cessar-fogo, com outras comunidades que tinham rebeliões no país. Esperamos que, num futuro próximo, os refugiados que estão na Tailândia, que são cerca de 50 mil, possam regressar a casa em segurança e com dignidade, assim que as condições estiverem asseguradas.

Michel Santos, euronews:

O número de refugiados relacionados com a mudança climática está a aumentar? O ACNUR está preparado para isso?

António Guterres:

Segundo a definição legal, refugiados são aqueles que fogem de conflitos ou perseguições. Mas a verdade é que estamos a assistir a novos desafios, a êxodos forçados motivados por outras razões. Provavelmente, a mudança climática é o principal acelerador, o fator mais importante.

Isso ou porque o ambiente está devastado e não há condições para a vida humana, ou porque esses fatores geram conflitos, insegurança e fazem as pessoas fugir.

Michel Santos, euronews:

Alguns campos de refugiados existem há várias décadas, como os campos palestinianos ou o de Dadaab, no Quénia. Há soluções ou estes campos tornaram-se permanentes?

António Guterres:

A solução é política. Posso garantir que, mesmo se trabalhamos bem e a assistência é dada corretamente, viver num campo de refugiados não deixa de ser uma coisa horrível.

Michel Santos, euronews:

Como português, tenho de lhe fazer esta pergunta: "Foi Primeiro-Ministro de Portugal, pensa regressar à política activa, estando a considerar eventualmente uma candidatura às presidenciais portuguesas"?

António Guterres:

A resposta é simples: não.

Egipto:Mantém-se Contradição Sobre Estado Clínico de Mubarak


Egipto-Mantém-se a informação contraditória sobre o estado clínico do ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Ao princípio da noite, fontes hospitalares garantiam que está clinicamente morto; que o coração parou de bater e não reagiu às diversas tentativas de reanimação.

Mas fontes da segurança vieram mais tarde desmentir e informar que está inconsciente, sob respiração assistida, mas não clinicamente morto.

Mubarak tem 84 anos, cumpria pena de prisão perpétua e foi transferido ontem à tarde para o Hospital Militar de Maady.

No Cairo, a notícia despertou curiosidade, sem grande emoção:
“Não precisamos de nada dele ou da família dele, só queremos que nos deixe em paz, estamos cansados dele, queremos alguém que nos possa governar. Não queremos nada da família dele, queremos segurança, uma vida decente, liberdade e recuperar a nossa dignidade”.

Alguns, preocupados, acorreram ao hospital:
“O que quer que aconteça, quero dizer que vivemos durante trinta anos sob o seu governo sem estarmos envolvidos em guerras ou batalhas internacionais. É verdade, no seu regime havia muita gente pobre, mas houve muita gente que fez coisas boas para o nosso país".

Contribuições no G20 Ampliam Fundo de Resgate do FMI a US$ 456 Biliões


Los Cabos (México)- A ampliação de capital que o FMI promove para criar um fundo anticrise teve um respaldo definitivo na cúpula do Grupo do Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes) ao obter o apoio financeiro de 12 países, o que permitiu elevar o valor das contribuições a US$ 456 bilhões.

Em comunicado divulgado terça-feira passada, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que participa da cúpula do G20, agradece o respaldo desses países, que interpreta como um "apoio ao multilateralismo".

Entre as nações que se somaram a esse esforço está o influente bloco de potências emergentes que formam o chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ao qual se somaram Colômbia, Malásia, México, Nova Zelândia, Filipinas, Tailândia e Turquia.No total, são 37 os membros do FMI que participam dessa iniciativa.

O organismo dirigido por Christine Lagarde se comprometeu durante a assembleia de Abril a alcançar uma ampliação de capital de US$ 430 bilhões a fim de fortalecer o "guarda-chuva global" perante futuras crises e, especialmente, diante do agravamento da crise da dívida na Europa.

Algumas nações responderam rapidamente ao pedido de contribuição de Lagarde, que inicialmente só conseguiu obter o importe de US$ 340 bilhões. Agora, com as contribuições prometidas na cúpula de Los Cabos, o objetivo inicial se viu ultrapassado.

Os Brics haviam se mostrado reticentes a participar, sob o argumento de que o FMI poderia necessitar de mais fundos se a crise europeia se deteriorasse e se estendesse a outros países vulneráveis.

Mas, na segunda-feira passada, os dirigentes desses países se reuniram em Los Cabos e concordaram em respaldar as necessidades de financiamento do FMI.

"Todos os líderes dos Brics concordaram que a crise na zona do euro ameaça a estabilidade econômica e financeira global e que é necessário encontrar soluções cooperativas para resolver essa crise", asseguraram em comunicado.

Por isso, decidiram "aumentar os recursos disponíveis para o FMI, com o entendimento de que esses recursos só serão utilizados uma vez consumidos os fundos já disponíveis", explicaram.

Esses países deixaram claro, além disso, que o apoio é realizado como uma antecipação às reformas que o FMI implementará para dar mais poder de voto aos emergentes no organismo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

São Tomé Reafirma Condenação ao Golpe Militar e Exige Segunda Volta das Eleições

Bandeira de São Tomé e Príncipe
Bandeira de São Tomé e Príncipe

São Tomé - O Governo são-tomense reafirmou  (segunda-feira) a sua condenação ao golpe militar na Guiné-Bissau e a exigência do regresso à normalidade constitucional e da realização da segunda volta das eleições presidenciais.

Num comunicado de imprensa, o Governo do arquipélago reafirma que defende a materialização de "todas as resoluções da CPLP adoptadas nas suas reuniões ministeriais extraordinárias de Abril e Maio deste ano, em Lisboa" bem como da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 18 de Maio.

O executivo são-tomense defende ainda que a comunidade internacional deve agir para repor a normalidade constitucional na Guiné-Bissau, lembrando nomeadamente a tolerância zero a golpes de Estado, consignada no Acto Constitutivo da União Africana.

O comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios estrangeiros são-tomense marca o fim de quatro dias de visita do Primeiro-Ministro deposto guineense, Carlos Gomes Júnior, a São Tomé e saúda também a posição da União Europeia e do parlamento europeu contra o golpe de estado na Guiné-Bissau e que exigem a reposição imediata da ordem constitucional.

O Governo são-tomense presta ainda homenagem à missão militar angolana na Guiné-Bissau (Missang), que entretanto já abandonou o país, "pelo importante papel que desempenharam no quadro dos esforços que a comunidade internacional tem feito no sentido de ajudar a Guiné-Bissau a dispor de uma forças de defesa e segurança republicanas e modernas".

O comunicado refere ainda que Carlos Gomes Júnior denunciou que "a situação na Guiné Bissau é grave e perigosa".

"Tende a agravar-se devido à forma como alguns Estados da sub-região da África Ocidental vêm lidando com a situação, culminando na nomeação, contrariamente à decisão da comunidade internacional, de um Presidente da República e de um governo interinos", disse.

Sessão Parlamentar de Um mês Começa Dia 29 do Corrente Mês

Bandeira da Guiné - Bissau
Bandeira da Guiné - Bissau

Bissau - Os deputados guineenses voltam a reunir-se a partir de 29 de Junho, aquela que é a quarta sessão ordinária do ano legislativo, foi (segunda-feira) anunciado.



Segundo a convocatória do presidente em interino da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Ibraima Sori Djaló, a quarta sessão ordinária, da oitava legislatura, decorrerá até 27 de Julho.

A sessão de Maio passado ficou marcada pelo boicote dos deputados do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde). O PAIGC tem 67 dos 100 deputados que compõem a Assembleia Nacional Popular e a sua não comparência inviabilizou várias sessões.

A sessão, de 14 a 29 de Maio, tinha sido marcada pelo então presidente interino da Assembleia Nacional Popular, Serifo Nhamadjo, que agora assume as funções de Presidente da República de transição.

A 22 de Maio, os trabalhos parlamentares foram cancelados até à formação de um novo governo, porque havia projectos de lei que necessitavam de explicações dos membros do executivo, justificou na altura Ibraima Sory Djaló.

O PAIGC estava no governo até 12 de Abril, quando um golpe de Estado protagonizado pelos militares afastou o Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira. Com o apoio da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) foi nomeado um Presidente e um Governo de transição.

Onda de Violência na Nigéria Deixa ao Menos 36 Mortos

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Trinta e seis pessoas morreram e cerca de cem ficaram feridas em atentados praticado domingo passado contra cinco igrejas do estado de Kaduna (norte da Nigéria) e em violentas manifestações de cristãos realizadas depois do ataque, indicou uma autoridade da Agência Nacional de Situações de Emergência (NEMA).

Segundo a polícia, 16 pessoas foram mortas em explosões em três igrejas. Além disso, um membro da Cruz Vermelha na cidade de Kaduna indicou que os serviços de emergência tinham conseguido "recuperar até o momento os corpos de 20 pessoas" mortas em tumultos, em grande parte queimadas.

Cinco atentados a bomba, incluindo um suicida, atingiram domingo de manhã igrejas cristãs de Zaria e em Kaduna, as duas principais cidades do estado de Kaduna, em uma região regularmente sacudida pela violência atribuída ao grupo islamita Boko Haram. Um cessar-fogo de 24 horas foi imediatamente decretado no estado pelas autoridades locais.

"Atentados suicidas atingiram igrejas nos bairros de Wusasa e Sabongari, de Zaria, assim como o bairro de Trikania, em Kaduna", indicou um porta-voz da polícia do Estado, Aminu Lawan.

Outros dois ataques atingiram em seguida duas igrejas de Kaduna, nos bairros de Nassarawa e Barnawa, no sul da cidade, segundo um nigeriano, Aliyu Mohammed.

Em Zaria, as explosões atingiram a catedral católica de Cristo Rei e a igreja evangélica da Boa Nova. Em Kaduna, a igreja de Sharon ficou bastante danificada, nas áreas do sul desta cidade de maioria cristã.

Esses ataques não foram reivindicados, mas o grupo islamita Boko Haram, autor de diversos atentados tendo como alvo os cristãos, havia declarado recentemente que manteria os ataques a igrejas.

Um fiel do bairro de Wusasa, em Zaria, disse que "muitas pessoas na igreja tinham ficado feridas".

Em Sabongari, na mesma cidade, um morador indicou que a igreja tinha ficado seriamente danificada.

Um outro morador afirmou que viu de longe "corpos aparentemente sem vida sendo retirados da igreja".

Multidões de cristãos revoltados saíram às ruas para se vingar dos muçulmanos em uma área majoritariamente cristã da cidade de Kaduna, capital do estado de mesmo nome.

Compostos essencialmente de jovens cristãos, os grupos montaram barricadas em uma grande estrada em direção à capital federal Abuja, principalmente nas localidades de Trijania, Gonin Gora e Sabon Tasha, parando carros e separando os muçulmanos.

Um correspondente da AFP(agencia de notícia) viu dois corpos de pessoas linchadas.

No domingo passado, atentados reivindicados pelos islamitas do Boko Haram tinham atingido duas igrejas do centro e do nordeste da Nigéria, deixando quatro mortos, incluindo um terrorista suicida, e cerca de cinquenta feridos.

Um porta-voz dos islamitas havia declarado que esses ataques tinham como objetivo mostrar que o grupo permanece ativo, apesar das operações de repressão das forças de segurança.

"O Estado nigeriano e os cristãos são nossos inimigos e lançaremos ataques contra o Estado e seu aparato de segurança, assim como contra as igrejas até que atinjamos o nosso objetivo de formar um Estado islâmico no lugar do Estado laico", disse.

O Boko Haram intensifica desde meados de 2009 os atentados, principalmente nas cidades do norte, de maioria muçulmana, que deixaram mais mil mortos. Esses ataques têm como alvo principalmente membros das forças de segurança, autoridades do governo e locais de culto cristãos.

A Nigéria, país do populoso da África com cerca de 160 milhões de habitantes, está dividido entre um norte majoritariamente muçulmano e um sul cristão mais rico, graças ao petróleo.

Nairobi Desmente que Tropas Americanas Actuem a Partir do Território

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Combate dos que ameaçam a segurança regional e a estabilidade em África

Nairobi-Responsáveis militares quenianos desmentiram que os Estados Unidos estejam a utilizar o território, ou o espaço aéreo, para efectuar missões regionais de vigilância.

O artigo descrevia a expansão das operações norte-americanas de recolha de informação em África.

O artigo do Washington Post incluía o Quénia numa lista de países do leste Africano onde os Estados Unidos têm estado a efectuar operações de fiscalização aérea, ao lado da Etiópia, do Djibouti, do Uganda e das Seychelles.

Um porta-voz do sector militar queniano, o Coronel Cyrus Oguna, indicou à Voz da América não ter conhecimento de um tal programa no seu país.

“No que nos diz respeito, os Estados Unidos não estão a utilizar o espaço aéreo queniano ou quaisquer bases que possam lançar unidades de observação. No entanto, sabia-se que há acordos bilaterais no domínio da partilha de informação para combate ao terrorismo”.

O sector militar dos Estados Unidos mantem uma pequena presença – cerca de 120 militares – estacionados na base naval da Baia de Manda, no Quénia.

O Post referia que comandos da Marinha dos Estados unidos tem utilizado a base para desencadear operações contra os piratas somalis e os militantes da al-Shabab.
 
O comando militar norte-americano para África, o AFRICOM, não confirmou a natureza ou localização exacta das operações de fiscalização em África.

No entanto numa declaração, o AFRICOM indicou que “os Estados Unidos trabalham rotineiramente com as nações africanas parceiras no combate daqueles que ameaça a segurança regional e a estabilidade em África”.

Destacou ainda que os Estados Unidos utilizam equipamento de vigilância e reconhecimento tendo por “base as ameaças de segurança de preocupação mútua”.

O general Carter Ham, da AFRICOM solicitou o ano passado ao Congresso apoio para a expansão das capacidades de recolha de informação a fim de acompanhar as ameaças terroristas no continente Africano.

Aquele oficial general indicou que os principais alvos são a al-Shabab na Somália, o Exercito da Resistência do Senhor na região central de áfrica, e a al-Qaeda do Magreb Islâmico no ocidente.
 
O artigo do Washington Post indicava que os programas de fiscalização originados a partir do Uganda e do Burkina Faso estão a utilizar pequenos aparelhos pilotados por elementos contratados pelo governo dos Estados Unidos.

A AFRICOM confirmara anteriormente estar a usar uma pequena base na Etiópia para lançar aparelhos não tripulados desarmados para fiscalização sobre a Somália.

Um programa idêntico no arquipélago das Seychelles, no Oceano Indico, atraiu as atenções quando aparelhos não tripulados que descolaram daquela base se despenharam em Abril e em Dezembro passado.

O sector militar desde então suspendeu os voos a partir das Seychelles.