São Tomé e Príncipe-O Primeiro-Ministro deposto da Guiné-Bissau disse terça-feira, 12, em São Tomé e Príncipe que a posição da CEDEAO sobre o seu país "é um insulto para África e para o povo da Guiné-Bissau". Carlos Gomes Júnior tem agendada para breve uma ida a Cabo -Verde .
"Não se pode permitir que em pleno século 21 um partido como o PAIGC ganhe eleições com 67 mandatos sobre 100 e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) se permita dar posse a um Presidente da República. Isso é um insulto para África, é um insulto para o povo da Guiné-Bissau", disse Carlos Gomes Júnior à sua chegada à capital são-tomense.
O Primeiro-Ministro deposto chegou a São Tomé acompanhado do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Mamadu Djaló Pires, na primeira etapa de um périplo que o trará, em breve, a Cabo-Verde, mas também o lexará a Angola, Gâmbia e Moçambique.
Carlos Gomes Júnior disse não saber ainda por quanto tempo permanecerá na capital são-tomense, onde manterá encontros com o PR Manuel Pinto da Costa, e com o Primeiro-Ministro, Patrice Trovoada.
A visita de Carlos Gomes Júnior acontece a menos de um mês da realização da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a ter lugar em Moçambique, onde garante marcar presença.
"Enquanto governo legítimo da Guiné-Bissau estaremos presentes neste fórum, não só para agradecer o apoio de todos os países membros mas também para continuar a pedir a sua solidariedade para que seja respeitada a legalidade constitucional na Guiné-Bissau", acrescentou.
O governante guineense disse que se deslocou a São Tomé e Príncipe para "agradecer ao povo, Presidente da República e Primeiro-Ministro pela solidariedade que têm patenteado ao governo legítimo da Guiné-Bissau".
Recorde-se que Carlos Gomes Júnior foi deposto em 12 de Abril por um golpe de Estado protagonizado pelo auto-intitulado Comando Militar, liderado pelo chefe das forças armadas guineenses, António Indjai.
Um governo de transição, negociado com a CEDEAO foi nomeado e deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano.
No entanto, as autoridades de transição – lideradas pelo Presidente Serifo Nhamadjo e pelo Primeiro-Ministro Rui Duarte de Barros - não são reconhecidas pela restante comunidade internacional, nomeadamente pela CPLP.