segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mais de Mil Refugiados Angolanos Regressam Semanalmente da RD Congo

Nova York - O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou ter duplicado os comboios para repatriar refugiados angolanos a partir da República Democrática do Congo, RD Congo, informa a rádio ONU.

Em nota, a agência refere que a medida, tomada em meados de Maio, permite que 1,2 mil pessoas retornem semanalmente a Angola.

Os grupos de refugiados partem de três pontos, incluindo a capital congolesa, Kinshasa, com destino à província do Uíge, local de origem da maioria das pessoas.

O Acnur refere ter apoiado o retorno de 11 mil pessoas da RD Congo somente neste mês. Durante o período, 13,7 mil angolanos voltaram do estrangeiro antes do fim do seu estatuto de refugiado a 30 de Junho.

A recomendação para a cessação do estatuto de refugiado aos angolanos foi avançada em Janeiro deste ano, devido a melhorias na situação do país. Grande parte dos 600 mil refugiados angolanos nos países vizinhos já voltou para casa, refere o Acnur.

A agência indica estar a investir em esforços adicionais para promover o repatriamento voluntário de angolanos provenientes de países africanos como a Namíbia, Zâmbia e Botswana. Em Maio, mais de 3 mil refugiados foram registados para regressar a Angola.

Para tal, o Acnur anunciou uma operação junto a governos para aumentar os meios terrestres e aéreos para transportar, particularmente, os retornados da RD Congo e da Zâmbia.

Que é Isso de "Democracia Partilhada"?


Baptista Bastos
Cada vez se percebe menos o significado exacto dos discursos do Dr. Pedro Passos Coelho. Agora, numa magna reunião qualquer, confessou uma doce esperança, na "democracia partilhada." Partilhada como, com quem e com quê? Com os bancos, com a troika, com a senhora Merkel, com aqueles cujo rosto desconhecemos? O português não precisa de ser medianamente letrado para recusar esta "partilha." E, apesar da propaganda do Governo, já não admite, acrítico e resignado, a falácia do que lhe é dito.

As coisas ainda não se moveram o suficiente para que extraiamos conclusões. Porém, as últimas sondagens são de molde a fazer reflectir alguns e a alimentar noutros uma réstia de esperança. Não podemos continuar a assistir ao vexame de o Primeiro-Ministro de Portugal se comportar como um subalterno abjecto da Chanceler alemã. Ao seguir-lhe o passo e ao apoiá-la, em decisões gravíssimas, como a rejeição das euro-obrigações, contrariando Hollande, Monti, Rajoy, Juncker e instituições respeitáveis, Passos Coelho pareceu um servil trintanário.

O homem anda muito mal avisado, e sugiro ao meu velho amigo Luís Fontoura, lido, reflectido e sábio, que lhe indique uns livros e o persuada a dar a volta, ao arrepio desses "conselheiros", certamente inimigos, que o empurram para a fossa. De contrário, estamos todos tramados.

De facto, Passos anda em maré de azar. O caso Relvas veio dar forte machadada na já debilitada credibilidade do Governo. Depois, é a contestação a todos os níveis: até os patrões já começam a dizer que "isto não vai bem." O País despovoa-se de juventude, sequestrada por uma política sem direcção nem sentido, e apenas obcecada pela norma neoliberal, que não é norma, mas sim a monstruosidade de uma ideologia predadora. Os fins hegemónicos da doutrina Merkel são da mesma passada, coagindo a Europa (desprovida de líderes fortes, ou sequazes ideológicos) a um papel de miserável vassalagem.

A própria exposição mediática de Pedro Passos Coelho tem-no desfavorecido. A falta de contenção e a ausência de estrutura cultural prejudicam-no; e as assessorias, notoriamente, não o ajudam. Ele não sabe dar resposta adequada aos que indicam a falência acentuada do seu Governo. Não pode, aliás. E a dar continuação a um projecto roto encaminha o País para um desastre cujas consequências são imprevisíveis.

O Governo quer realizar dinheiro a todo o custo. E a acção das Finanças converteu-se num desporto particularmente requintado. O Fisco é um confisco. Com lapsos e enganos gravíssimos. Fazem-se penhoras apressadamente; e, quando o erro é divulgado, o mal já está feito. A devolução das importâncias extorquidas só muito tarde é cumprida. A morosidade da máquina administrativa não se compadece com os problemas humanos. É assim e assim tem de ser.
Até nestas coisas se verifica a fragilidade da organização do Estado.

A esquizofrenia alastrou, associada ao medo. O Governo diz e decreta, mesmo (ou sobretudo) que sejam decisões injustas e iníquas. A Justiça causa mal-estar. O que se faz, neste campo, é feito com a leviandade apontada pelo bastonário Marinho e Pinto. O seu estilo é criticado porque o País foi anestesiado: não há polémica, não há debate, não há controvérsia. Estamos em pleno domínio do pensamento único, e as vozes discordantes, dissentes, antagónicas, são tidas como "excessivas" ou "arrebatadas." Marinho e Pinto enfrenta não só a beligerância de adversários, como o ódio de numerosos e cavilosos interesses instalados. Numa sociedade como a nossa, quem sacuda a apatia e grite que o rei vai nu, é quase apontado à execração popular.

O discurso político é quase inexistente. Já sabemos o que deseja
Pedro Passos Coelho, nas linhas gerais do seu pensamento: a destruição do Estado Social, uma das maiores conquistas civilizacionais e morais saídas do século XX. Todavia, que faz o PS para enfrentar e combater com êxito esse projecto? Vagas declarações de princípio, desprezando, isso sim, as forças, sobretudo as sindicais, que se têm oposto, com coragem e denodo ao sombrio propósito ideológico.

Se a doutrina do PSD é conhecida, a do PS esboroa-se em contradições de toda a monta. Se Passos Coelho não é um doutrinador (ele repete o que ouve dizer a Angela Merkel), António José Seguro apresenta limitações culturais e políticas verdadeiramente devastadoras. Claro que ele é um líder de passagem. Mas se assim não for? Se, de um momento para o outro, circunstâncias extraordinárias o posicionam à frente do País?

As interrogações aqui ficam consignadas. Mas não é preciso ser futurologista, ou desses "politólogos" de televisão, para se saber que as coisas estão negras, muito negras.

Presidente de São Tomé e Príncipe Declara Apoio a Dlamini-Zuma para Presidir à CUA

São Tomé - Numa decisão que se poderá tornar controversa, o presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa declarou o apoio do seu país à condidatura da sul-africana Nkosasana Dlamini Zuma, para presidente da Comissão da União Africana, informou sexta-feira (9 de Junho) a rádio Voz da América (VoA).

Pinto da Costa fez essa declaração em Luanda onde efectuou uma curta visita de 24 horas, para se encontrar com o presidente angolano José Eduardo dos Santos.

O chefe de Estado são tomense tinha-se anteriormente deslocado à Africa do Sul. Pinto da Costa disse, em Luanda, que esta decisão não era nova. "Já tivemos ocasião de públicamente falar disto," disse ele.

Segundo a estação de rádio estatal Voz da América, o presidente anunciou o apoio a Dlamini Zuma sem consultar o governo. A VoA diz também que o Primeiro-Ministro Patrice Trovada afirmou recentemente numa entrevista a jornais portugueses que o seu país ainda não tinha uma posição sobre a questão.

Os paises da África Ocidental e Central têm apoiado a candidatura de Jean Ping do Gabão enquanto os países da Africa Austral querem a sul-africana no cargo.

Angola Completa Retirada de Tropas na Guiné-Bissau

Luanda - O Governo angolano anunciou, sábado (9 de Junho), em Luanda, que concluiu a retirada integral e completa das forças da Missang do território da Guiné Bissau.

Segundo um comunicado do Governo angolano, o processo incluiu a retirada completa por via marítima e aérea de todos os efectivos militares, assim como todo o equipamento militar da Missang.

De acordo com o documento, a retirada, concluída às 12h de 9 de Junho, foi o culminar da decisão unilateral tomada pelo Governo angolano, na eminência de previsíveis alterações político-constitucionais que se consumaram com o golpe de estado militar a 12 de Abril de 2012 na Guiné Bissau.

"Apesar de não ter sido concluído o programa previsto no acordo e no protocolo, por razões alheias à sua vontade, o governo angolano retirou a Missang com a firme e inequívoca convicção de dever cumprido."

Com efeito, ao manifestar o gesto de amizade e solidariedade de prestar a ajuda solicitada por um país irmão em dificuldade, Angola assumiu sempre e em todas as circunstâncias uma postura de estrito respeito pela independência, soberania, integridade territorial e não ingerência nos assuntos internos da Guiné Bissau.

O documento acrescenta que a Missang soube preservar a atitude de equidistância em relação a todas as partes e de não ingerência nos assuntos internos da Guiné Bissau, mantendo a frieza necessária, mesmo perante as provocações inusitadas daqueles que pretendiam justificar a ilicitude dos seus actos.

Assim sendo, o Executivo angolano louva a chefia, os efectivos e o pessoal administrativo da Missang, a quem exprime o seu reconhecimento pela dedicação e espírito de missão com que cumpriu exemplarmente o seu dever.

O governo angolano agradece ao povo guineense pelo acolhimento fraterno e hospitalidade que reservou à Missang durante a sua estadia na Guiné Bissau.

A Missang foi estabelecida ao abrigo de um protocolo assinado entre os ministros da Defesa dos dois países, complementar a um acordo governamental ratificado pelas Assembleias Nacionais de Angola e da Guiné Bissau, no âmbito da ajuda de Angola ao Programa de Reforma das Forças Armadas Guineenses.

O programa, que foi interrompido, inclui a reparação de quartéis militares e esquadras policiais, a reorganização administrativa, a formação técnica e adestramento militar, bem como a formação de efectivos em instituições de ensino militar e policial em Angola.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Presidentes de Angola e São Tomé e Príncipe Abordam Cooperação


Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebe homólogo de São Tomé
Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebe homólogo de São Tomé
Luanda - O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebeu em audiência quinta-feira, em Luanda, o seu homólogo de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, chegado quarta-feira, à capital angolana, para permanêcia de 24 horas.

No final, não foram prestadas declarações, mas presume-se que as relações bilaterais e a conjuntura internacional, com particular ênfase na região africana, terão dominado a conversação.

Trata-se da segunda vinda de Manuel Pinto da Costa a Angola, durante o ano em curso, tendo a primeira ocorrido entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro últimos.

São Tomé e Príncipe é um Estado insular, localizado no Golfo da Guiné, constituído por duas ilhas principais (São Tomé e Ilha do Príncipe) e várias ilhotas, num total de 1001quilómetros quadrados, com cerca de 160 mil habitantes.

Situa-se relativamente próximo às costas da Guiné-Equatorial, Gabão, Camarões e Nigéria.

Angola e São Tomé e Principe, saliente-se, integram organizações regionais comuns, como a de Paises Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a Comunidade de Paises de Lingua Portuguesa (CPLP), a Comissão do Golfo Guiné e a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

Boa Notícia Para o Mundo:O Avião Solar Uniu Europa a África Sem Combustível

Avião solar uniu Europa a África sem combustível
O Solar Impulse, avião experimental movido a energia solar, aterrou esta madrugada na capital de Marrocos, Rabat, depois de uma viagem de 20 horas que teve início em Madrid. Trata-se do primeiro voo transcontinental efetuado no mundo por um aparelho deste tipo sem recurso a uma única gota de combustível.
 
"Foi, provavelmente, o voo mais bonito da minha vida. Sonhava voar sem utilizar combustível desde que era uma criança", disse aos jornalistas o piloto Bertrand Piccard logo depois de abandonar a aeronave, com a satisfação estampada no rosto.

O avião, que tem uma envergadura idêntica à de "monstros" da aviação como o Boeing 777 e o Airbus A340 e cujas asas estão cobertas por 12.000 células solares, tinha chegado a Madrid em Maio após ter cumprido a primeira fase do percurso, que arrancou na Suíça.

Porém, a continuação da viagem foi atrasada por vários dias de mau tempo, que o impediram de seguir até Marrocos na data prevista, já que a aeronave só pode sair da pista quando a meteorologia está a seu favor. Ontem, o objetivo foi finalmente alcançado e o Solar Impulse cumpriu um total de 2.500 quilómetros alimentado pela energia do Sol.

De acordo com Piccard, a escolha daquele país africano como destino deve-se aos planos ambiciosos do seu governo quanto à aposta na energia solar: Marrocos prepara-se para construir uma enorme central solar com para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e até, eventualmente, exportar parte da energia produzida para a Europa.
 
"Viemos a Rabat devido à nossa admiração pelo programa pioneiro de Marrocos na área da energia solar", adiantou o piloto, acrescentando que "toda a tecnologia do avião pode ser usada na vida quotidiana".

Próximo objetivo é dar a volta ao mundo

Embora apenas consiga viajar com tempo soalheiro, o Solar Impulse apresenta uma vantagem face a outros modelos semelhantes graças a um sistema que lhe permite voar de dia e de noite através de baterias que são carregadas quando há sol e armazenam a energia para mais tarde.

Durante o percurso agora efetuado, a aeronave atingiu os 28.000 pés e alcançou velocidades máximas de mais de 120 quilómetros por hora, mais de metade da sua velocidade de cruzeiro habitual.

Esta missão é considerada o "ensaio geral" para uma volta ao mundo que será efetuada pela equipa do Solar Impulse em 2014 com um avião melhorado e que efetuará paragens em cinco locais diferentes do planeta.

Brasil Financia Aeroporto Milionário na África

Brasil-Por aqui está devagar, quase parando, mas Gana, na África, que não sediará Copa do Mundo ou Olimpíadas, ganhou financiamento de 174 milhões de dólares (R$ 350 milhões) do contribuinte brasileiro, através do BNDES, para construir o aeroporto internacional de Tamale, ao norte da capital, Acra. A construtora Queiroz Galvão tocará a obra, sob a responsabilidade da administração portuária estatal Ghana Airport.

Situação crítica – No Brasil, 17 dos 20 principais aeroportos estão em “situação critica”, segundo o Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Está feia a coisa – O estudo do Ipea atestou também que os investimentos nos aeroportos do Brasil “foram inferiores à necessidade”.

Decadência – Obsoletos e com instalações arcaicas, doze dos nossos principais aeroportos operam acima do limite de sua capacidade, aponta o Ipea.

Nossa grana – O Brasil deu US$ 250 mil cash para a criação de uma rede de apoio aos refugiados do Afeganistão, através da ONU em Genebra, Suíça.