sexta-feira, 1 de junho de 2012

Guiné-Bissau:União Europeia Reforça Sanções Contra o Comando Militar

Bruxelas - A lista de sanções da União Europeia contra os responsáveis pelo golpe de Estado na Guiné-Bissau passa a contar com mais 15 membros do comando militar, cujos nomes foram divulgados (sexta-feira) de manhã no Jornal Oficial da UE.

O general Saya Braia Na Nhapka, os coronéis Tomás Djassi, Cranha Danfá e Celestino de Carvalho, o capitão (naval) Sanhá Clussé, os tenentes-coronéis Júlio Nhate, Tchipa Na Bidon e Tcham Na Man ("Naman"), os majores Samuel Fernandes e Idrissa Djaló, os comandantes (navais) Bion Na Tchongo ("Nan Tchongo") e Agostinho Sousa Cordeiro, o capitão Paulo Sunsai, e os tenentes Lassana Camará e Júlio Na Man são os novos alvos das acções restritivas da UE, que decidiu na quinta-feira reforçar as sanções.

Estes 15 militares ampliam então para 21 o número de indivíduos proibidos de viajar para qualquer Estado-membro da União Europeia e cujos bens passam a ser alvo de congelamento do espaço comunitário, depois de uma primeira lista de seis responsáveis pelo golpe de 12 de Abril passado, que a UE entende ameaçarem a paz, a segurança e a estabilidade no país.

A primeira lista, adoptada a 04 de Maio, e agora "actualizada", era encabeçada pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai, e incluía ainda os generais Mamadu Ture "N'Krumah", Augusto Mário Có, Estêvão na Mena, Ibraima ("Papa") Camará e o tenente-coronel Daba na Walna.

Na edição de hoje do Jornal Oficial da UE, é apontado que todos os novos 15 indivíduos alvo de sanções pertencem reconhecidamente ao comando militar que assumiu responsabilidade pelo golpe de Estado de 12 de Abril, sendo feitas algumas apreciações mais detalhadas em relação a alguns dos elementos.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bens de Consumo Puxam Queda da Indústria Brasileira em Abril


Rio de Janeiro -As quedas de 1,4% na produção de bens de consumo semi e não duráveis e de 0,5% na de bens de consumo duráveis foram os principais responsáveis pela queda de 0,2% da indústria brasileira em Abril deste ano, em relação ao mês anterior.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as atividades industriais, as maiores quedas ficaram com os setores de alimentos (-3,7%), indústria farmacêutica (-8,5%), equipamentos médicos e hospitalares (-11,5%) e bebidas (-1,6%).

Por outro lado, a queda da indústria foi freada com o crescimento de 1,9% na produção de bens de capital. Os bens intermediários mantiveram a mesma produção do mês anterior.

Entre as 14 atividades industriais com alta, os principais impactos positivos ficaram com edição e impressão (6,7%), veículos automotores (2,4%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (5,9%).

Na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês do ano passado, a indústria registrou queda de 2,9% - a oitava consecutiva nesse tipo de comparação.

Todas as categorias industriais registraram decréscimo: bens de consumo duráveis (-6,1%), bens de capital (-4,1%), bens intermediários (-2,0%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%).

Oferta da Camargo Correâ Sobre a Cimpor Irá Até 19 de Junho

Lisboa -A oferta pública de aquisição (OPA) da brasileira Camargo Corrêa sobre a portuguesa Cimpor já foi registrada e vai decorrer entre quarta-feira, 30 de Maio, e o dia 19 de junho, de acordo com os documentos publicados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A contrapartida permanece nos 5,5 euros por acção referidos no anúncio preliminar, um valor que desagradou a alguns investidores, embora a Camargo Corrêa, através da subsidiária Intercement, tenha defendido a justiça desse valor notando que representava um prémio de 10% face à cotação das acções da Cimpor.

A OPA, que a Camargo chegou a classificar como voluntária, assume o carácter de obrigatória, por determinação da CMVM. Uma imposição que decorre de o regulador do mercado de capitais luso ter considerado que a Intercement (Camargo Corrêa) estará concertada com a Votorantim e também com a portuguesa Caixa Geral de Depósitos. As três empresas, que já são accionistas da Cimpor, detêm juntas mais de 64% dos direitos de voto na Cimpor.

A legislação determina que quando um accionista ultrapasse os 50% de direitos de voto numa sociedade cotada portuguesa terá de lançar obrigatoriamente uma oferta sobre o restante capital.

A associação entre a Camargo (33,2% da Cimpor) e a Votorantim (21,4%) não foi assumida oficialmente pelas duas empresas brasileiras, mas nas últimas semanas a Intercement deu indicações ao mercado de que a Votorantim aceitaria no futuro um acordo de permuta de activos da cimenteira portuguesa.

Portuguesa Glintt Irá Procurar Oportunidades de Negócio no Brasil e em África

Lisboa -A empresa portuguesa de tecnologia Glintt, cotada na bolsa de Lisboa, tem nos seus planos uma "prospecção selectiva de oportunidades" que inclui, entre outros, os mercados do Brasil e de Moçambique.

Além destes dois mercados, a Glintt irá procurar oportunidades de negócio no México, Colômbia, África do Sul e Magrebe, revelou a empresa lusa no seu relatório do primeiro trimestre.

No documento publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Glintt também refere que o seu processo de internacionalização passa pela "consolidação da actividade de consultoria em Angola", bem como pela dinamização dos escritórios abertos na Espanha e na Polónia e pela expansão em países do centro da Europa.

"Para 2012, a expectativa da Glintt é obter um volume de negócios e um EBITDA em linha com os valores de 2011, mas com um maior contributo da componente internacional", informou a empresa portuguesa.

A Glintt fechou o primeiro trimestre com uma descida de 2% do volume de negócios, para 23,1 milhões de euros. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu de 1,6 para 1,9 milhões de euros. E o lucro da empresa avançou 1%, para 268 mil euros.

Governo Moçambicano Cria Zona Económica Especial em Sofala


Maputo - O Governo moçambicano aprovou, terça-feira, a criação da Zona Económica Especial da Manga-Mungassa, na província central de Sofala, que compreende, entre vários empreendimentos, a construção de um centro de logística internacional com vista à maximização das potencialidades do Corredor da Beira.

O projecto compreende ainda a construção de unidades hoteleiras e vilas residenciais de apoio a serviços, bem como de uma área industrial em regime de Zona Franca Industrial que irá receber investidores nacionais e estrangeiros para a implementação de indústrias transformadoras.

A Zona Económica Especial da Manga-Mungassa, cuja criação foi aprovada durante a 18ª Sessão do Conselho de Ministros, conta com uma área de 217 hectares.

Segundo o porta-voz da sessão e Ministro das Pescas, Victor Borges, a Zona Económica Especial da Manga-Mungassa vai ser gerida pelo sector privado.

PALOP Lideram Preferências de Expansão das Empresas Portuguesas

Empresas lusas querem voar para mercados de maior crescimento que o português.

Lisboa -Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) são os mercados internacionais de eleição em 2012 para as empresas portuguesas sondadas numa pesquisa da Primavera e da IDC: 13,2% das empresas pretendem iniciar o seu processo de internacionalização para estes países ainda este ano.

Das 32,7% empresas portuguesas inquiridas que já marcam presença no mercado internacional, as do sector da indústria são as que estão em maior número, com 49,5% de internacionalizações, seguindo-se as dos serviços, com 38,2%, da construção, com 36,9%, e da distribuição e retalho, com 35,2%.

Para a maioria (58,2%) das empresas que não apostam na internacionalização do seu negócio, como medida de combate à crise, o principal motivo apontado prende-se com a inadaptação dos produtos ou serviços a outros mercados (30%). 19,6% afirma ainda não ter analisado a hipótese de internacionalização, e apenas 4,6% refere não ter capacidade financeira para este projeto.

De acordo com Gabriel Coimbra, director geral da IDC Portugal, "num momento de crise económica, onde grande parte do tecido empresarial português está focado na redução de custos, só é possível através da modernização e automatização de processos, verificámos que um conjunto significativo de empresas nacionais está a apostar no aumento das exportações como forma de contornar a crise e fazer crescer o negócio".

Lula Diz que Europa "Deve Gastar Menos Dinheiro para Livrar a Cara dos Banqueiros"

Brasília - O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva disse, quarta-feira (30 de Maio), que os países europeus estão "tentando transformar uma crise política em crise econômica". Segundo ele, falta decisão política para resolver a crise, que poderia ser solucionada se os países ricos investissem no desenvolvimento social e no consumo de suas sociedades.

"É a primeira vez que temos uma crise em que fazemos os pobres serem menos pobres. [Os países da Europa devem] gastar menos dinheiro para livrar a cara dos banqueiros e ajudar os pobres. Em vez de cuidar do banco, a gente tem de cuidar do povo", disse Lula.

O desenvolvimento sustentável também foi lembrado por Lula. Para ele, os países ricos devem pagar pela manutenção das florestas dos países da América Latina e da África. "Vai ter a Rio +20 [Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável]. Queremos ser levados em conta em relação àquilo que a gente está propondo [na área ambiental]".

O ex-presidente discursou no dia 30 de Maio no Fórum Ministerial de Desenvolvimento, em Brasília, evento cujo debate é focado em temas econômicos e sociais.

Essa é a primeira vez que o Brasil sedia o evento. Lula elogiou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) pela produção do evento. Segundo ele, antes não havia espaço para discutir experiências sociais bem sucedidas.

"O sucesso das coisas que aconteceram foi exatamente a gente priorizar o que era tratado de forma secundária. No mundo inteiro, pobre era tratado como estatística e não como ser humano. Pobre é muito reconhecido em época de eleição", disse o ex-presidente.

Lula destacou os programas sociais que desenvolveu durante seu governo, como o Fome Zero e o Bolsa Família. "O Brasil tem algumas experiências que podem contribuir para isso, incluir o pobre como cidadão da história e não como coadjuvante.

Poderia orgulhosamente dizer que tiramos 28 milhões da pobreza extrema. Quem ousasse cuidar de pobre era chamado de populista, assistencialista e demagogo".

Ele também elogiou a presidente Dilma Rousseff ao dizer que ela deveria servir de exemplo para os países ricos. "Ao assumir o governo teve o papel de manter com a sensibilidade de mãe. Ela será sempre justa e é com essa convicção que vejo a presidente governar o país".

Lula também criticou as pessoas que não acreditavam na eleição de Dilma. "Diziam que a Dilma era um poste, que nunca foi político, nunca foi vereadora, prefeita, que ela é muito dura. Dura quando o necessário, mas meiga 90% do dia".

O ex-presidente destacou ainda o programa Brasil sem Miséria, lançado há um ano. "[O programa] vai procurar os pobres que não foram colocados no Bolsa Família. São mais de 800 mil pessoas localizadas, mais 800 mil consumidores nesse país. É o pobre comprando o que comer".