quarta-feira, 30 de maio de 2012

Agenda Africana


Luanda - O Desk África da Redacção internacional prevê noticiar hoje (terça-feira) entre outros assuntos, os seguintes:

Etiópia

Addis Abeba - O Sudão e o Sudão do Sul deveriam retomar terça-feira, em Addis Abeba, as negociações interrompidas desde os combates que os poderiam conduzir à beira de um conflito generalizado desde princípio de Abril. (A hora para o início do encontro não foi comunicada).

Mali

Bamako - O projecto de fusão entre a rebelião tuareg e o grupo islamista Ansar Dine no norte do Mali, está bloqueado devido a desacordos de fundo, que têm haver com a aplicação da Lei islâmica.
Nigéria

Abuja - O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, assinala o primeiro aniversário da sua investidura, com um discurso a ser proferido às 7H00 locais. O dirigente faz face a enormes desafios, nomeadamente em matéria de segurança, da economia e da corrupção, após um ano ensanguentado por atentados islamistas.

Lesotho

Maseru - Publicação esperada dos resultados das eleições gerais no Lesotho, a mais disputadas nesse pequeno país desde que o Primeiro-ministro cessante, Pakalitha Mosisili, chegou ao poder em 1998.

Madagáscar

Antananarivo - Conferência de imprensa às 12H00 locais, durante a qual a comissão eleitoral deverá anunciar o calendário das eleições que deverão pôr fim ao período de transição aberta pela tomada do poder anti - constitucional no início de 2009, por Andry Rajoelina

Tunísia

Tunis - Acompanhamento da conferência de imprensa do partido islamista Hizb Ettahrir, que aguarda pela resposta das autoridades, com vista a sua legalização.

Somália

Paris - Acompanhamento do julgamento de seis somalis pelo seu presumível envolvimento na tomada de reféns do veleiro francês Le Ponan em Abril de 2008, no Oceano Índico. O veredicto é aguardado a 11 de Junho.







Directora do FMI Ganha 380 Mil Euros Por Ano e Alimenta Critica


As polémicas em torno da diretora do FMI ainda não terminaram. Depois das suas declarações sobre a Grécia, o cerne da crítica é o valor que Christine Lagarde aufere por ano: 380 mil euros livres de impostos.

Este valor está a suscitar uma forte contestação, já que, durante o fim de semana, a responsável do Fundo Monetário Internacional deu uma entrevista onde defendia que os gregos deveriam empenhar-se em ajudar o país, pagando os seus impostos. Mas Lagarde tem uma remuneração livre de impostos, já que usufrui de estatuto diplomático.

Numa entrevista publicada pelo Guardian, Lagarde disse estar mais preocupada com as crianças da África subsariana do que com os pobres da Grécia, porque elas «precisam mais de ajuda do que as pessoas em Atenas». «Também penso em todas aquelas pessoas na Grécia que estão a tentar fugir aos impostos», disse também.

As fortes declarações da responsável tiveram impacto na Grécia, tendo sido feitas várias críticas dirigidas a Lagarde, maioritariamente através do Facebook.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Chefe da Diplomacia Portuguesa Recusa Comentar Dclarações do Porta-Voz do Comando Militar da Guiné-Bissau


Lisboa - O Ministro dos Negócios Estrangeiros português recusou-se hoje (terça-feira) em Lisboa, a comentar as declarações do porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau, que na semana passada acusou Paulo Portas de fazer"declarações levianas" sobre o país, noticiou à Lusa.

"Portugal não entra em controvérsia com autoridades que não reconhece. A resposta é esta", disse Paulo Portas, que falava aos jornalistas à margem da inauguração das novas instalações da Embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa.

Daba na Walna, porta-voz do Comando Militar que tomou o poder em 12 de Abril na Guiné-Bissau, acusou Paulo Portas de fazer acusações levianas e de Portugal ter "uma interferência nociva" no país.

"Que fique bem claro, ele [Paulo Portas], está a servir o café da manhã e o jantar à noite a quem é o maior responsável pelo tráfico de droga", disse Daba na Walna, em conferência de imprensa, respondendo a Paulo Portas, que tinha apontado a questão do narcotráfico como um dos pontos-chave do golpe de Estado de 12 de Abril.

O golpe militar na Guiné-Bissau, ocorreu numa altura em que o país preparava a segunda volta das eleições presidenciais e levou ao afastamento do Presidente da República interino Raimundo Pereira e do Primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Júnior, que se encontram actualmente em Portugal.

Na sequência do golpe, foi nomeado com o apoio da Comunidade Económica de Estados das África Ocidental (CEDEAO), um Governo de transição que deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano, mas que não é reconhecido pela restante comunidade internacional, nomeadamente pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.










Guiné-Bissau:Estabilidade Compromete o Crescimento Económico-Projecções


Arusha, Tanzânia, 28 Maio (Lusa) - O flagelo da contínua instabilidade política compromete o crescimento da economia na Guiné-Bissau, quase totalmente dependente do preço do caju no mercado mundial, adverte uma projeção económica sobre o país, hoje divulgada.

Além dos efeitos da instabilidade política, de que o mais recente   retrato é o golpe militar de Abril passado, a economia do país deverá ressentir-se da provável baixa de preços do cajú no mercado mundial, em consequência da crise que atravessa a União Europeia.

"A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) irá abrandar em 2012 e em 2013 e o défice da conta corrente irá agravar-se", prevê o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, co-produzido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), hoje divulgado em Arusha.

Angola:O PIB Pode Crescer 8,2 Este Ano


O PIB de Angola pode crescer 8,2 por cento, empurrado pelo retorno das operações petrolíferas, segundo o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, que projeta uma queda da inflação de 13,5 para 10 por cento.

O relatório, produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi divulgado hoje no arranque da assembleia anual do BAD em Arusha, Tanzânia.

"Em 2011, o forte crescimento do setor não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações.

Mas espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça substancialmente, quando os campos petrolíferos estão a voltar às operações e novos projetos começam a produzir", refere o relatório.

De acordo com o documento, a inflação deverá cair de 13,5 para 10% em 2012 e para apenas um dígito em 2013.

Angola enfrenta a necessidade de melhorar o sistema cambial e a gestão financeira pública e "os pesados desafios de reduzir a pobreza e o desemprego", assinala o documento.

A maior parte do desemprego, que o relatório estima em 26% da população, afeta a mão-de-obra não qualificada mas surge agora um número crescente de jovens desempregados com competências que não estão à medida das necessidades do país", refere o relatório.

BAD:"Nestas Circunstâncias o Nosso Apoio á Guiné-Bissau não Terá Sucesso"


O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, justificou hoje a suspensão das operações da instituição na Guiné-Bissau com a impossibilidade de sucesso no apoio concedido ao país, nas actuais circunstâncias.

O BAD suspendeu a actividade na Guiné-Bissau, na sequência do golpe militar de Abril passado, que provocou o derrube do Governo eleito e o cancelamento da segunda volta das eleições presidenciais.

«Suspendemos o nosso apoio na Guiné-Bissau porque não estamos convencidos que, nestas circunstâncias, o nosso apoio possa ter sucesso», disse Kaberuka, respondendo a uma pergunta da agência Lusa sobre o actual estado das relações do BAD com aquele país lusófono.

«Não acreditamos que nestas circunstâncias o povo da Guiné-Bissau possa beneficiar do nosso apoio», insistiu o ruandês que preside ao BAD.

«Queremos voltar a apoiar o país a fazer a transição», declarou.
Donald Kaberuka associou a permanente instabilidade na Guiné-Bissau à situação no Mali, afirmando esperar que os dois países «possam estabilizar rapidamente».

O BAD está a realizar a sua assembleia anual na cidade tanzaniana, na qual, segundo fontes da organização, participa uma delegação da Guiné-Bissau, composta por três elementos, chefiada por um alto funcionário do Ministério da Economia, do Plano e da Integração Regional.

Na Guiné-Bissau, o BAD desenvolve vários projectos, como a construção de um porto de pesca na capital e o apoio a um hospital pediátrico e, em 2011, lançou a estratégia de redução da pobreza no país, em colaboração com o Governo deposto pelo golpe militar de Abril deste ano.

Em Janeiro, o BAD aprovou a concessão de ajuda ao alívio da dívida da Guiné-Bissau, no âmbito da iniciativa Países Pobres Fortemente Endividados, no valor 60,4 milhões de dólares (48,5 milhões de euros).

Primavera Árabe Acelera Economia em África


A economia africana deverá crescer este ano 4,5%, retomando da quebra de 5% para 3,4% registada em 2011 devido ao efeito da Primavera Árabe nas contas do continente, segundo uma projecção divulgada hoje em Arusha, Tanzânia.

No próximo ano, o continente africano deverá registar um crescimento de 4,8 por cento (%), aproximando-se dos 5% de 2010, de acordo com o relatório Perspectivas Económicas em África 2012 co-produzido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), OCDE e ONU.

No entanto, mantêm-se as preocupações sobre os efeitos da crise europeia na economia do continente, nomeadamente nos sectores exportador, de serviços e de turismo.

«Poderão também conhecer reduções a ajuda oficial externa, o investimento directo estrangeiro e as remessas enviadas pelos emigrantes», adverte o relatório, que assinala ainda «o perigo de contágio» da crise à banca africana.

O relatório Perspectivas Económicas em África 2012, marcado pelo optimismo «devido ao impressionante crescimento de África durante mais de uma década e a sua capacidade de resistir à profunda recessão global», chama a atenção para os países do Norte de África, bem como para o Sudão do Sul, como possíveis focos de tensões no continente.

No Norte, os governos são chamados a estabelecerem reformas e a melhorarem a situação económica e social das suas populações, enquanto permanecem as «preocupações» sobre o novo estado do Sudão do Sul e as suas relações com o Sudão