terça-feira, 29 de maio de 2012

Chefe da Diplomacia Portuguesa Recusa Comentar Dclarações do Porta-Voz do Comando Militar da Guiné-Bissau


Lisboa - O Ministro dos Negócios Estrangeiros português recusou-se hoje (terça-feira) em Lisboa, a comentar as declarações do porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau, que na semana passada acusou Paulo Portas de fazer"declarações levianas" sobre o país, noticiou à Lusa.

"Portugal não entra em controvérsia com autoridades que não reconhece. A resposta é esta", disse Paulo Portas, que falava aos jornalistas à margem da inauguração das novas instalações da Embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa.

Daba na Walna, porta-voz do Comando Militar que tomou o poder em 12 de Abril na Guiné-Bissau, acusou Paulo Portas de fazer acusações levianas e de Portugal ter "uma interferência nociva" no país.

"Que fique bem claro, ele [Paulo Portas], está a servir o café da manhã e o jantar à noite a quem é o maior responsável pelo tráfico de droga", disse Daba na Walna, em conferência de imprensa, respondendo a Paulo Portas, que tinha apontado a questão do narcotráfico como um dos pontos-chave do golpe de Estado de 12 de Abril.

O golpe militar na Guiné-Bissau, ocorreu numa altura em que o país preparava a segunda volta das eleições presidenciais e levou ao afastamento do Presidente da República interino Raimundo Pereira e do Primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Júnior, que se encontram actualmente em Portugal.

Na sequência do golpe, foi nomeado com o apoio da Comunidade Económica de Estados das África Ocidental (CEDEAO), um Governo de transição que deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano, mas que não é reconhecido pela restante comunidade internacional, nomeadamente pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.










Guiné-Bissau:Estabilidade Compromete o Crescimento Económico-Projecções


Arusha, Tanzânia, 28 Maio (Lusa) - O flagelo da contínua instabilidade política compromete o crescimento da economia na Guiné-Bissau, quase totalmente dependente do preço do caju no mercado mundial, adverte uma projeção económica sobre o país, hoje divulgada.

Além dos efeitos da instabilidade política, de que o mais recente   retrato é o golpe militar de Abril passado, a economia do país deverá ressentir-se da provável baixa de preços do cajú no mercado mundial, em consequência da crise que atravessa a União Europeia.

"A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) irá abrandar em 2012 e em 2013 e o défice da conta corrente irá agravar-se", prevê o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, co-produzido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), hoje divulgado em Arusha.

Angola:O PIB Pode Crescer 8,2 Este Ano


O PIB de Angola pode crescer 8,2 por cento, empurrado pelo retorno das operações petrolíferas, segundo o relatório Perspetivas Económicas em África 2012, que projeta uma queda da inflação de 13,5 para 10 por cento.

O relatório, produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi divulgado hoje no arranque da assembleia anual do BAD em Arusha, Tanzânia.

"Em 2011, o forte crescimento do setor não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações.

Mas espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça substancialmente, quando os campos petrolíferos estão a voltar às operações e novos projetos começam a produzir", refere o relatório.

De acordo com o documento, a inflação deverá cair de 13,5 para 10% em 2012 e para apenas um dígito em 2013.

Angola enfrenta a necessidade de melhorar o sistema cambial e a gestão financeira pública e "os pesados desafios de reduzir a pobreza e o desemprego", assinala o documento.

A maior parte do desemprego, que o relatório estima em 26% da população, afeta a mão-de-obra não qualificada mas surge agora um número crescente de jovens desempregados com competências que não estão à medida das necessidades do país", refere o relatório.

BAD:"Nestas Circunstâncias o Nosso Apoio á Guiné-Bissau não Terá Sucesso"


O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, justificou hoje a suspensão das operações da instituição na Guiné-Bissau com a impossibilidade de sucesso no apoio concedido ao país, nas actuais circunstâncias.

O BAD suspendeu a actividade na Guiné-Bissau, na sequência do golpe militar de Abril passado, que provocou o derrube do Governo eleito e o cancelamento da segunda volta das eleições presidenciais.

«Suspendemos o nosso apoio na Guiné-Bissau porque não estamos convencidos que, nestas circunstâncias, o nosso apoio possa ter sucesso», disse Kaberuka, respondendo a uma pergunta da agência Lusa sobre o actual estado das relações do BAD com aquele país lusófono.

«Não acreditamos que nestas circunstâncias o povo da Guiné-Bissau possa beneficiar do nosso apoio», insistiu o ruandês que preside ao BAD.

«Queremos voltar a apoiar o país a fazer a transição», declarou.
Donald Kaberuka associou a permanente instabilidade na Guiné-Bissau à situação no Mali, afirmando esperar que os dois países «possam estabilizar rapidamente».

O BAD está a realizar a sua assembleia anual na cidade tanzaniana, na qual, segundo fontes da organização, participa uma delegação da Guiné-Bissau, composta por três elementos, chefiada por um alto funcionário do Ministério da Economia, do Plano e da Integração Regional.

Na Guiné-Bissau, o BAD desenvolve vários projectos, como a construção de um porto de pesca na capital e o apoio a um hospital pediátrico e, em 2011, lançou a estratégia de redução da pobreza no país, em colaboração com o Governo deposto pelo golpe militar de Abril deste ano.

Em Janeiro, o BAD aprovou a concessão de ajuda ao alívio da dívida da Guiné-Bissau, no âmbito da iniciativa Países Pobres Fortemente Endividados, no valor 60,4 milhões de dólares (48,5 milhões de euros).

Primavera Árabe Acelera Economia em África


A economia africana deverá crescer este ano 4,5%, retomando da quebra de 5% para 3,4% registada em 2011 devido ao efeito da Primavera Árabe nas contas do continente, segundo uma projecção divulgada hoje em Arusha, Tanzânia.

No próximo ano, o continente africano deverá registar um crescimento de 4,8 por cento (%), aproximando-se dos 5% de 2010, de acordo com o relatório Perspectivas Económicas em África 2012 co-produzido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), OCDE e ONU.

No entanto, mantêm-se as preocupações sobre os efeitos da crise europeia na economia do continente, nomeadamente nos sectores exportador, de serviços e de turismo.

«Poderão também conhecer reduções a ajuda oficial externa, o investimento directo estrangeiro e as remessas enviadas pelos emigrantes», adverte o relatório, que assinala ainda «o perigo de contágio» da crise à banca africana.

O relatório Perspectivas Económicas em África 2012, marcado pelo optimismo «devido ao impressionante crescimento de África durante mais de uma década e a sua capacidade de resistir à profunda recessão global», chama a atenção para os países do Norte de África, bem como para o Sudão do Sul, como possíveis focos de tensões no continente.

No Norte, os governos são chamados a estabelecerem reformas e a melhorarem a situação económica e social das suas populações, enquanto permanecem as «preocupações» sobre o novo estado do Sudão do Sul e as suas relações com o Sudão

segunda-feira, 28 de maio de 2012

África: Novo Estado Islâmico no Norte do Mali Será Menos Radical

Moussa Ag Assarid, presidente do MNLA na Europa

O Movimento Nacional para a Libertação de Azawed (MNLA) assegura que o novo Estado islâmico, na região do norte de Mali sob controle dos rebeldes tuaregue, será "menos radical" na aplicação da sharia (lei islâmica), conforme declarou à Agência Efe Atayer Ag Mohammed, um dos porta-vozes do grupo.
 
Este grupo, da mesma forma que a organização islamita Ancar Eddine (os guerrilheiros da religião), anunciou no sábado a união das duas organizações e a proclamação do Estado islâmico de Azawed, com um território de 850 mil Km² no norte de Mali.
 
O acordo, que estabelece que o Islã será a religião do estado e o Corão e a Sunna (recomendações do profeta Maomé) as fontes do direito, anuncia o começo de um Conselho de Transição.
 
"Esta República que se estende pelas três regiões de Kidal, Gao e Tumbuctu é o resultado de 50 anos de combates", afirmou Ag Mohammed. Por sua vez, Oumar Ould, responsável de operações em Gao do Ansar Dine, rejeitou fazer comentários ao anúncio da criação do novo Estado e se limitou a assinalar que esperam a reação da Al Qaeda para o Magrebe Islâmico (AQMI), organização muito ativa na região do Sael .
 
Um dos pontos do acordo de integração de ambas as organizações islâmicas para a criação do novo estado é a luta comum contra as brigadas da AQMI. O anúncio complica ainda mais o convulso cenário malinês, país sob um regime golpista militar que aprofunda a divisão política extremamente profunda na região norte do país, agora em mãos dos independentistas tuaregues.
 
Os partidários da Junta Militar, liderada pelo capitão Amadou Haye Sanogo, que governa em Bamaco acusaram a Comunidade Econômica de Estados do África Ocidental (CEDEAO) de ser causa da degradação da situação interna do país e reivindicaram a saída do presidente interino, Dioncounda Traoré.
 
O dirigente provisório do país, nomeado após um acordo entre a CEDEAO e os golpistas, se recupera em Paris dos ferimentos sofridos no ataque na segunda-feira passada ao palácio presidencial.

A Frente para a salvaguarda da Democracia e a República (FDR), que reúne as forças opostas aos golpistas, convocou uma manifestação na próxima terça-feira para exigir uma transição democrática e a exclusão dos golpistas.

Cimeira da SADC Discute Integração


Luanda acolhe, a partir de amanhã e até 1 de Junho, a cimeira extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O Director para as questões de Políticas Defesa e Segurança do Ministério das Relações Exteriores, Sandro de Oliveira, disse em declarações ao Jornal de Angola que durante dois dias a organização vai abordar questões relacionadas com o processo de integração regional.

A agenda da cimeira prevê reuniões da Troika (Angola, Moçambique e Namíbia), do conselho de ministros da SADC e do Órgão para a Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança, com o presidente da SADC, José Eduardo dos Santos. 

Amanhã tem lugar a reunião do conselho de ministros da SADC que vai abordar as questões relacionadas com o processo de integração regional. Ainda no mesmo dia acontece a cimeira da Troika, do Órgão de Defesa e Segurança com o Presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Neste encontro, de acordo com o Director para Política, Defesa e Segurança do Ministério das Relações Exteriores, Sandro de Oliveira, vão ser abordadas questões políticas como a crise de Madagáscar e vai ser analisado o relatório da Troika sobre a campanha da SADC à presidência da Comissão da União Africana. 

Angola assumiu a presidência da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Agosto de 2011. A SADC é constituída por Angola, África do Sul, Botswana, Namíbia, Tanzânia, República Democrática do Congo, Ilhas Maurícias, Ilhas Seychelles, Malawi, Swazilândia, Leshoto, Zimbabwe, Madagáscar, Moçambique e Zâmbia. O país preside desde Agosto do ano passado a comunidade de desenvolvimento.