segunda-feira, 31 de outubro de 2016

FBI entra na campanha nos Estados Unidos e baralha tudo

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Bom dia e boa segunda-feira.

A 9 dias das eleições nos EUA, volta a incerteza.
Aqui pode perceber tudo sobre o caso que está a baralhar as eleições na América, com a ajuda deste pequeno glossário (feito com base nas perguntas e respostas sobre o caso publicadas pelo NYT).

James Comey: diretor nacional do FBI que incendiou a campanha com a carta de 166 palavras enviada sexta-feira ao Congresso (e que pode ser lida aqui) dando conta da intenção de reabrir a investigação a Hillary que tinha sido concluída em julho. De ascendência irlandesa, mãos de lenhador e cabeça de procurador (a definição é da Veja), a atuação de Comey tinha sido até aqui muito elogiada pelos Democratas. Mas a quebra da regra instituída de não interferência nas campanhas eleitorais mudou tudo.

Anthony Weiner: congressista e ex-marido de uma assessora de Hillary Clinton no computador do qual foram agora encontrados os mails que podem comprometer a candidata. E como é que a polícia chegou ao computador de Weiner? Por estar a investigar alegações de que o congressista teria trocado mensagens de cariz sexual com uma menor. A investigação começou o mês passado e permitiu à justiça chegar ao iPad e portátil de Weiner, onde foram descobertos os mails que podem conter informação classificada. E de acordo com a legislação americana, o mau uso de informação classificada é crime.

Huma Abedin: personagem chave no caso, como a principal e mais próxima assessora de Hillary. Está há dois meses separada de Weiner, depois de alegações do New York Post de que este teria enviado online fotos do seu pénis a uma mulher, quando estava ao lado do filho de quatro anos do casal.

John Podesta: o diretor nacional de campanha de Hillary e autor de algumas das mais duras acusações contra o FBI por ter divulgado informação seletiva com um potencial político destruidor enorme. As acusações ao FBI prendem-se, além do facto óbvio de visarem Hillary, pelo facto de Comey ter dito que não sabia se a informação recolhida era ou não relevante nem quanto tempo levaria a investigar (os novos mails ainda não foram analisados).

FBI: a investigação aos mails de Hillary enquanto responsável pela diplomacia americana têm um ponto, que é o de perceber se a utilização de contas privadas e não seguras de correio eletrónico foi ou não feita com o propósito intencional de desviar informação dos canais normais. Aí pode residir o crime, no dolo com que a atuação foi feita. Neste caso, as revelações de Comey na última sexta-feira assumem particular gravidade dado tratar-se de uma atuação inédita tão perto de umas eleições presidenciais.

Vamos ao caso
O diretor nacional do FBI revelou na sexta-feira que foram descobertos novos emails de Hillary, relevantes para a investigação sobre a sua atuação enquanto Secretária de Estado e a forma como usou uma conta privada e não segura enquanto governante. A chuva de críticas e dúvidas perante a entrada de uma força policial na campanha é imensa. No FBI alega-se que se as novas revelações fossem, pelo contrário, abafadas, acabariam por ser acusados de parcialidade e de ter beneficiado Hillary.

O Guardian também olha para o assunto e o abalo que causa na campanha de Hillary, mas conclui que o tema não deverá ser suficiente para (credo) colocar Trump na Casa Branca.
Neste artigo de opinião publicado no New York Times explica-se porque é que Comey agiu mal e extravasou as suas funções de forma ilegítima. Também o experiente James Fallows afirma na Atlantic que Comey entrou de forma abusiva na campanha eleitoral.
Curioso este artigo, que tenta explicar como é que tanta gente tão comum e tão normal consegue estar do lado de Trump.

Perante tudo isto, pode o resultado eleitoral ser influenciado?
Nas últimas semanas, e depois dos três debates televisivos, o resultado de dia 8 parecia fechado. Agora, a mais recente sondagem divulgada (embora ainda não haja estudos com pesquisas feitas apenas depois das últimas divulgações) dão Hillary um ponto apenas à frente. 46 contra 45
Seja como for, the house is on fire. Um tema a seguir com toda a atenção nos próximos dias

 

OUTRAS NOTÍCIAS
 
Cá dentro
Assunto dos últimos dias, em boa medida empurrado pelas notícias do Observador, foi a demissão de dois elementos de gabinetes ministeriais, e pela mesma razão. A apresentação de currículos com mentiras, no caso licenciaturas que nunca existiram. O último dos casos, envolvendo o chefe de gabinete do ministro da Educação levou mesmo o CDS a pedir a cabeça do ministro Tiago Brandão Rodrigues, o primeiro-ministro a garantir que mantém total confiança no seu responsável pela Educação, e os aliados da geringonça a darem entretanto o caso por encerrado.

Relevante foi a proposta avançada por António Costa de permitir a liberdade de fixação de residência para cidadãos da CPLP. A ideia vai ser avançada pelo primeiro-ministro no encontro de Brasília dos responsáveis dos países lusófonos. “Uma comunidade de povos mais que uma comunidade de países”, defende Costa. O próprio Marcelo já a comentou, dizendo tratar-se de uma ideia muito difícil de concretizar, até por Portugal estar dentro do espaço aberto europeu.

A manchete do Público de hoje é uma notícia de economia: “Consumo de cerveja caiu 25% nos últimos dez anos em Portugal”. A crise, os gostos, os produtores, o IVA, etc, etc, etc. A mim impressiona-me sobretudo saber que, de acordo com estes números, há uma década bebia mais 75 imperiais por ano do que bebo agora.
Sai uma jola aqui para o escriba do canto…

Esta é uma pequena notícia. Pequena em tamanho mas que revela mais do que o número dos seus caracteres aparenta. A história é esta: Marcelo queria dar um sinal de frugalidade e decidiu não levar os partidos nas viagens ao estrangeiro. Estes não gostaram. Protestaram. E agora já vão com o chefe do Estado lá fora (como na última semana a Cuba).

Seis dezenas das 70 medidas dos acordos da esquerda já estão cumpridas. O que levanta a questão de perceber como vai a geringonça funcionar daqui em diante.

Em Portugal os doentes têm de esperar 16 meses para fazer uma ressonância magnética no SNS.

Morreu Bernardino Gomes, fundador do PS. O funeral é hoje.

O mau tempo perturbou os voos nos Açores e afetou a vida de centenas de pessoas.


Lá fora
Dias de verdadeiro sobressalto tem vivido a Itália. Em agosto foram 300 mortos no sismo de Amatrice. Na última semana mais dois abalos. E ontem novamente um sismo a afetar o centro do país, Roma e Florenca incluídos (pode ver o mapa da região afetada aqui). Mas desta vez, felizmente, sem vítimas mortais, apesar do abalo de 6,5 na escala de Richter. O Papa Francisco já veio exprimir a sua solidariedade para com as vítimas deste novo sismo em Itália, o mais violento em 36 anos, e que destruiu seis localidades medievais. O Governo italiano vai reunir-se hoje para decidir medidas e Renzi já disse que vai reconstruir tudo sem estar preocupado em olhar para o valor do défice.

Apesar do susto para os partidos tradicionais, e do grande aumento do Partido Pirata, o vencedor das eleições na Islândia foi um dos partidos no poder no país. Agora deve seguir-se um período de negociações para se acertar quem vai para o governo.

31 de outubro de 1517. Faz amanhã 500 anos que Martinho Lutero afixou as suas 95 teses na porta de uma capela a sul de Berlim, com isso mudando a história do cristianismo para sempre. Para assinalar a data, e com sentido ecuménico, o Papa Francisco vai estar amanhã na Suécia a assinalar a data da reforma protestante. Se se interessa pelo tema, leia o que o Guardian escreve.

O CETA, acordo comercial entre o Canadá e a União Europeia, foi finalmente assinado.

Imprescindível este artigo sobre a forma como a atuação das grandes empresas e corporações está a mudar e como cada vez mais um cada vez mais pequeno número de grandes grupos controla a economia mundial.

Em Espanha, Rajoy toma hoje posse como presidente do Governo, pondo formalmente termo a uma intensa crise política que durou praticamente um ano.

A nova forma de fazer a guerra e de uso da propaganda pelo Estado Islâmico: disparar, filmar, tweetar.

Na guerra no Iémen, ataques aéreos da coligação árabe fizeram 40 mortos este fim de semana.

Em 1969, John Lennon escreveu à Rainha de Inglaterra. Agora a carta foi divulgada.

Cristiano Ronaldo marcou três este fim de semana e ajudou, e de que maneira, o Real Madrid a vencer o Alaves por 4 a1 e a manter-se no topo da liga espanhola. Quem também tem razões para sorrir é o galês Gareth Bale que viu renovado o seu contrato com os merengues.

Mas o melhor texto de desporto que li este fim de semana foi mesmo este, sobre a tristeza e reclusão de José Mourinho em Manchester. “O inferno do diabo vermelho”. A prosa é magnífica, passe o exagero de comparar a situação de Mourinho à de Mandela em Robben Island.

Neste nosso cantinho, de cada vez que falamos de agentes de futebol, falamos de Jorge Mendes, como o dono e senhor do reino da bola. Mas pelos vistos há outros que reclamam o título de maior agente do planeta, como Mino Raiola, representante, entre outros, de Pogba e Ibrahimovic.

Lewis Hamilton venceu a prova de Fórmula 1 no México e ainda mantém acesas as esperanças de conquistar o título mundial.


FRASES
“Temos de discutir já as progressões na Função Pública”, Carlos Silva, líder da UGT, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, apontando um tema que deve ser dos mais quentes nas negociações à esquerda no próximo ano

“A lei das fundações não é clara. Há zonas cinzentas”, Rui Vilar, em entrevista ao Diário de Notícias

“Existe hoje uma tendência de neonacionalismo e xenofobia em todo o mundo”, Albrecht Koschorke, historiador literário alemão, autor de “O Mein Kampf de Adolf Hitler - uma leitura crítica”.

 
NÚMEROS

8.500.000.000

Oito mil e quinhentos mihões de euros. Uma verdadeira pipa de massa. Jerónimo de Sousa diz que este é o valor que pagamos anualmente só pelos juros da nossa dívida e que por isso mesmo é preciso renegociá-la.

15
Foi há quinze anos já que nasceu o primeiro iPod (quem nunca teve um que atire a primeira pedra). Ainda se lembra como era o primeiro? Pode ver aqui.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

António Guterres, um português no topo do mundo

 
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Tudo indica que hoje, em Nova Iorque, às 15 horas de Lisboa, António Guterres será aclamado secretário-geral das Nações Unidas. Nunca um português terá chegado tão longe. Nunca nenhum terá tido, nos últimos séculos, tamanha influência no mundo. Guterres era, provavelmente, o mais bem preparado de todos.

Apesar de todas as dúvidas que o atormentaram enquanto foi primeiro-ministro de Portugal. Mesmo que a sua eleição para secretário-geral das Nações Unidas tenha sido discutida até cortar a meta.

Ontem, depois de ter dominado as cinco votações anteriores para o mais alto cargo da Organização das Nações Unidas, recebeu 13 votos favoráveis dos 15 membros do Conselho de Segurança. Com o novo processo de eleição, que pugna pela transparência, ninguém votou pelo desencorajamento. Apenas dois membros escolheram a indecisão.

Pelo contrário, a mais temida adversária, Kristalina Georgieva, que surgiu à última hora e se apresentava como a maior rival pelos apoios que poderia obter, foi inapelavelmente batida, com oito votos de desencorajamento.

António Guterres ganhou e hoje, na derradeira votação, será o único candidato. O português chegará à liderança das Nações Unidas por aclamação.
Uma vitória cristalina, como descreve o “Público”.

O que falta para Guterres ser secretário-geral da ONU?

O Conselho de Segurança da ONU deu uma indicação clara, durante a sexta votação que ontem teve lugar, sobre quem deve ser o novo secretário-geral e então suceder a Ban-Ki Moon a partir de 1 de janeiro de 2017. Porém, cabe à Assembleia Geral, tomar a
decisão final, por maioria simples, hoje, às 15 horas.

Vitali Churkin, embaixador da Rússia, o país que atualmente preside ao Conselho de Segurança, anunciou ontem publicamente esperar “que seja indicado por aclamação”. Representando os 15 membros do Conselho de Segurança, acrescentou: “Desejamos ao senhor Guterres que tudo corra bem no desempenho das funções como secretário geral das Nações Unidas, nos próximos cinco anos.”

O novo secretário-geral da ONU será eleito pela Assembleia Geral, depois desta recomendação do Conselho de Segurança da ONU. Necessita de uma maioria simples dos 193 países
para que a decisão seja ratificada, numa votação que acontece à porta fechada. Também compete à Assembleia Geral estabelecer a duração do mandato, que tradicionalmente é de cinco anos.

Do Técnico para o Mundo

António Manuel de Oliveira Guterres nasceu em Lisboa em 1949. Terminou a licenciatura em Engenharia Electrotécnica em 1971, sendo considerado um dos melhores alunos de sempre do Técnico, a mais reputada escola de engenharia portuguesa.

Entrou para o PS em 1973 e já secretário-geral ganhou as eleições legislativas de 1995. Presidiu a dois governos, sendo primeiro-ministro entre 1995 e 2001. Depois de uma derrota do PS nas eleições autárquicas, demitiu-se do cargo, para evitar o “pântano político”, cedendo o lugar a Durão Barroso. Barroso também abandonaria também o cargo para ser presidente da Comissão Europeia.

Em 2005, António Guterres seria nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, cargo em que se manteve até 2015. A sua candidatura à presidência da República, em 2016, seria ventilada inúmeras vezes. Ao não se concretizar, abriu o caminho à vitória de Marcelo Rebelo de Sousa.

Como ele chegou lá

O novo processo de eleição do secretário-geral das Nações Unidas pretendia-se transparente mas foi perturbado pela candidatura, na passada semana, por proposta da Alemanha, de Kristalina Georgieva, comissária europeia do Orçamento e Recursos Humanos.

A candidatura de Guterres teria começado
há mais de dois anos, quando um diplomata norueguês terá indagado da disponibilidade do português para ocupar o cargo. A candidatura só seria formalizada mais tarde mas desde o passado mês de julho, António Guterres venceu claramente todas as seis eleições entre os membros do Conselho de Segurança, eliminando sucessivamente os candidatos patrocinados por Jean Claude Juncker, atual presidente da Comissão Europeia, ou pela chanceler Angela Merkel.

As dúvidas quanto ao sentido de voto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, dissolveram-se ontem, 5 de outubro. Um resultado que se apresenta como uma clara vitória da diplomacia portuguesa.

FRASES

“António Guterres era e é, claramente, o melhor para o cargo. Pelas suas qualidades pessoais, pelo seu currículo na própria ONU, pela capacidade de visão e de equação dos principais problemas universais”. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal

“Foi um grande trabalho da nossa diplomacia, um grande esforço que todos temos feito, todos os órgãos de soberania, todos os partidos”. António Costa, primeiro-ministro de Portugal

“António Guterres tem a capacidade de estabelecer pontes. Ele vai ser um secretário-geral que representa a voz das Nações Unidas como tal, de todas as nações, de todos os 193 países que fazem parte das Nações Unidas”, Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros

“Triunfou uma forma participada, contra manobras de última hora”, Jorge Sampaio, presidente de Portugal

“Que a sua sensatez e o respeito que a sua voz inspira no mundo possam fazer a diferença”. Cavaco Silva, presidente de Portugal

“É histórico para Portugal, é a primeira vez que um português terá este lugar tão relevante”. Passos Coelho, líder do PSD

As Nações Unidas mostraram-se imunes a “manobras mais ou menos estranhas”. Catarina Martins, líder do BE

Uma vitória pessoal e da diplomacia portuguesa que “honra muito Portugal”. Assunção Cristas, líder do CDS

É necessário contrariar a “linha de instrumentalização” da ONU. Ângelo Alves, dirigente do PCP

“Uma boa notícia para a ONU e para Espanha”. Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha

“Um bom amigo, um homem de visão, coração e ação. A cooperação entre a União Europeia e as Nações Unidas vai tornar-se mais forte”. Federica Mogherini, Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança

Visto de fora

A imprensa internacional destaca a capacidade de diálogo de António Guterres, o facto de se ter imposto aos candidatos femininos ou a surpreendente união do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O editorial do “New York Times”, “uma nova voz para um mundo complicado”, começa logo por dizer que Guterres é
“uma excelente escolha para suceder a Ban-Ki Moon”.

O “Observador” fez um
apanhado do que foi dito “lá fora”. O “DN” recolhe vários depoimentos que contestam a provável eleição de um homem, quando seria expectável a nomeação de uma mulher enquanto secretária-geral da ONU. O “Economist” saúda Guterres até porque considera os dois mandatos de Ban-Ki Moon um “flop” mas cita o seu antecessor: “um homem de princípios mas também um pragmático”. A BBC pergunta (e responde): “quem é António Guterres?”

Os trabalhos de Guterres


Enquanto todo o país e (grande parte do) mundo rejubilam com a vitória de guerra, já se apontam alguns dos desafios que o novo secretário-geral das Nações Unidas terá de enfrentar. A guerra na Síria, a questão dos refugiados, a desigualdade, a Coreia do Norte ou a Rússia são apenas uma parte dos problemas com que Guterres se irá defrontar.
O “Diário de Notícias” já descobriu dez.

Vencidos
 
Se Guterres é o grande vencedor, Kristalina Georgieva e Angela Merkel são os maiores perdedores desta eleição. A chanceler defendeu, à última hora e com o apoio de países como a Hungria a candidatura Kristalina. Ambas perderam e o seu futuro parece cada vez mais comprometido. Georgieva terá que abandonar o seu cargo de comissária europeia?
 
                           OUTRAS NOTÍCIAS

FMI diz que as coisas vão piorar. Num relatório ontem publicado, o FMI diz que Portugal não irá cumprir as metas orçamentais em 2017. Que este ano não ficará abaixo dos 3%.
E que em 2021 terá o pior défice em toda a zona euro.

Marcelo pediu “princípios” aos políticos portugueses. O Presidente da República, durante o seu discurso do 5 de Outubro, pediu aos políticos portugueses que dessem o exemplo. Até porque, há “casos a mais de princípios vividos a menos”.

Vem aí o Orçamento do Estado para 2017. Rosa Pedroso Lima, Helena Pereira e Adriano Nobre desenharam por isso um guia, em 18 pontos, para sabermos o que mais nos irá acontecer.
Saiba aqui o que está em causa e os impostos que podem recair sobre o vinho.

Novo Banco resolvido até final deste mês? A intenção do Banco de Portugal é fechar a venda do Novo Banco, que poderá ir para os chineses do Minsheng Bank, até ao fim de outubro.
A data é, porém, flexível e tem sido constantemente adiada.

Mais de 15 mil na inauguração do MAAT. O novo museu da Fundação EDP foi visitado, entre as 12h e as 19h, por mais de 15 mil pessoas. O afluxo foi tanto que obrigou, por razões de segurança, ao fecho da passagem pedonal que liga aquela área à beira-rio ao Museu dos Coches.

Donald Trump cai nas sondagens. Várias sondagens publicadas nos últimos dias também como certa uma derrapagem na campanha eleitoral do candidato republicano. Nas vésperas do segundo debate, a acontecer na madrugada de domingo para segunda-feira, os republicanos vêem-se na eminência de
perder estados como a Pensilvânia, Florida e Carolina do Norte sendo obrigados a rever a sua estratégia.
                         O QUE ANDO A LER
 
 
“Para mim, comemos todos a mesma maçã. Adão, Eva, o rebelde Jesus, em toda a sua glória, e Satanás fazem todos parte do plano de Deus para fazer de nós homens e mulheres, para nos oferecer as dádivas preciosas da terra, da sujidade, do suor, do sangue, do sexo, do pecado, da bondade, da liberdade, do cativeiro, do amor, do medo, da vida e da morte… da nossa humanidade e de um mundo só nosso”.

Poderia ter sido António Guterres a escrever estas palavras, logo que fez parte da Juventude Católica durante a sua juventude ou mesmo já muito depois disso. Mas não. Elas saíram da pena de alguém de um rocker marcado por uma educação católica.

Alguém que também está habituado aos grandes palcos deste mundo. Chama-se Bruce Springsteen e acaba de publicar a sua autobiografia, “Born To Run”. O volume, com mais de 560 páginas, já conheceu tradução para português (Elsinore) e é um relato em tom confessional do percurso de um músico americano de Nova Jérsia capaz de atrair dezenas de milhar de espectadores aos seus concertos como se provou ainda este ano, no Rock in Rio.

A sua canção mais representativa é, muito provavelmente, a que dá título ao livro e onde canta “trumps like us, baby we were born to run”. Já o livro, que só agora comecei a ler, acaba assim: “o caminho está livre: acelero a fundo e a velocidade regressa a casa nos meus braços”.
 
Parabéns António Guterres.


Tenha um bom dia!
 

 
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