quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Grécia Continua Dentro e Sócrates Também

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Grécia-De um lado o juiz Carlos Alexandre. Do outro o ministro das finanças alemão Wolfgang Schäuble. Haverá alguma coisa que os aproxime? Há. O quê? O dia 24 de fevereiro de 2015. Porquê? Porque neste dia foram tomadas decisões que afetam o futuro próximo de Sócrates e da Grécia. O ex-primeiro-ministro ficou a saber que continua em Évora. E a Grécia que se mantém no Euro. Agora a pergunta é para ambos: até quando?

No caso da Grécia,
o editor de Economia da BBC escreve que Varoufakis, com as suas propostas, compra estabilidade económica e financeira mas arrisca, na frente interna, agitação política. Aliás o título deste artigo diz muito sobre a nova posição grega: “Syriza dumps Marx for Blair. “Dumps” significa deitar fora.

Nas muitas leituras que estão a ser feitas sobre as medidas gregas há uma palavra comum: recuo. Sobretudo quando se comparam com as promessas do programa de Tsipras. Para perceber melhor o plano apresentado é obrigatório consultar esta análise comentada do coordenador de Economia do Expresso, João Silvestre.

Para já Atenas consegue tempo para respirar. Mas a troika (agora diz-se as instituições internacionais), pela voz do FMI e do BCE, avisa que terá de haver
mais concessões. A discussão sobre a saída da Grécia da zona Euro continua na agenda. O ex homem forte do BCE, Jean-Claude Trichet, lembra que o “Grexit” será tão perigoso agora como o era no auge da crise das dívidas.

Passemos para a prisão preventiva de Sócrates. Carlos Alexandre manteve a medida de coação mais grave para o ex-primeiro-ministro e para o empresário Carlos Santos Silva. Mas o motorista João Perna deixou a prisão domiciliária.

O jornal I escreve que o juiz “está confiante de que a Relação vai manter Sócrates na prisão”. E que há um “silêncio ruidoso” no PS que não quis comentar o prolongamento da medida de coação.

No Público pode ler-se que
“novos factos poderão colocar em causa recurso de Sócrates na Relação”. Com os documentos apreendidos na casa do ex-PM em Lisboa, após as primeiras visitas dos investigadores, os desembargadores poderão considerar que o teor do recurso pode estar ultrapassado.

Joana Marques Vidal, Procuradora Geral da República,
nesta entrevista à RR e ao Público, admite que magistrados com contactos mais próximos com alguns jornalistas possam ter cometido alguns deslizes que conduziram a violações do segredo de justiça. Na mesma entrevista, a PGR diz ainda que o “Ministério Público atua de acordo com a lei. Não há timings políticos”


OUTRAS NOTÍCIAS

Processos disciplinares para quem andou a espreitar o IRS de Passos Coelho. O Negócios escreve que a Autoridade Tributária já instaurou 27 processos a funcionários das Finanças que acederam ao cadastro fiscal do PM. Mas o sindicato antecipa que os casos possam chegar a uma centena.

Quase dois meses depois dos ataques em Paris, o
Charlie Hebdo, o semanário satírico francês, regressa hoje aos quiosques.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos denunciou que o DAESH (o autodenominado Estado Islâmico)
raptou pelo menos 90 cristãos na Síria. Mas ativistas sírios já falam em pelo menos 150. Entretanto a polícia britânica acredita que já estão na Síria as três raparigas inglesas que fugiram para se juntar à organização terrorista. As autoridades avançam que as jovens entraram pela Turquia há quatro ou cinco dias.

Do Reino Unido chega também a notícia do
envio de militares britânicos para a Ucrânia para aconselhamento e treino das tropas locais. No mesmo dia em que Cameron avisou para as consequências desastrosas para toda a Europa se a UE não conseguir fazer frente ao presidente Russo. O PM britânico já fala em excluir a Rússia do sistema de transações bancárias SWIFT.

Alô Dilma! Depois da bronca das escutas dos americanos à ‘Presidenta’, os brasileiros decidiram desenvolver um telefone encriptado que não permitirá que registos de chamadas, mensagens ou dados armazenados fiquem desprotegidos. A história é contada pela
Bloomberg. Por falar em telemóveis, saiba que a Apple vai lançar (com a versão 8.3) o assistente de voz SIRI em português, no final do ano… mas num português do Brasil.

O assassino do
“Sniper Americano” foi condenado a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O antigo fuzileiro Eddie Roth foi considerado culpado pelos homicídios do atirador Chris Kyle e de Chad Littlefield em fevereiro de 2013

Num registo mais descontraído, deixe-me ainda voltar aos Óscares e às ‘mãozinhas’ de John Travolta. Este bem podia ser o título deste
artigo sobre a importância das distâncias. Tudo por causa das carícias a Idina Menzel e dos amassos a Scarlet Johansson durante a gala e que estão a dar muito falatório nas redes. A BBC questiona o estilo “touchy-feely” de Travolta e lembra outros casos em que houve proximidade a mais: numa cimeira do G8 Merkel não gostou quando George W Bush lhe tentou fazer uma massagem nas costas. Ou mais recentemente quando o vice-presidente do EUA, Joe Biden, agarrou a secretária da Defesa, tocando-lhe nos ombros ao mesmo tempo que lhe falava ao ouvido. Escândalos? Só mesmo na América!

FRASES

“Acho que o Governo português foi imprudente. A fotografia não foi a melhor, talvez fosse melhor termos seguido o exemplo da Irlanda”, António Vitorino, na SIC Notícias, sobre a atuação do Governo português na crise grega.

“A malta acha que o Syriza é simpático e por isso não gosta que se maltrate o Syriza. Penso que o primeiro-ministro [Passos Coelho] a certa altura percebeu isso. Agora pergunte se lá estivesse o António Costa o que é que ele faria?”. Pedro Santana Lopes,
na SIC Notícias, sobre o mesmo assunto.

"Numa união a 28 não é possível prometer um resultado que depende de negociações com várias instituições, múltiplos governos, de orientações diversas".António Costa, líder do PS, na conferência da
Economist.

"TAP privada vai ser uma companhia bem melhor", Michael O’Leary, CEO da Ryanair, ao
Jornal de Negócios.

O QUE ANDO A LER

A presença do Daesh (o autodenominado Estado Islâmico) na Líbia levanta sérias questões à Europa. O país ganhou uma importância estratégica para os radicais. E por várias razões: “o caos, a abundância de armas e recursos naturais, mas sobretudo a sua posição no mapa”.

Neste site,
Jihad&Terrorism Treat Monitor, podem ler-se duas cartas publicadas online de Abu Irhim Al-Libi, um apoiante dos jihadistas, que descreve as vantagens da ocupação de território líbio. No primeiro texto Al-Libi lembra que o país faz fronteira com o Egipto e a Tunísia e, mais importante, sublinha que é uma porta de entrada estratégica para a Europa ("Libya: The Strategic Gateway For The Islamic State"): “é fácil para muitos ilegais chegarem ao sul da Europa e, com um cuidadoso planeamento, é possível tornar esses países (do sul da Europa) num ‘inferno’” escreve o apoiante.

Num segundo texto, com o título “A cruzada francesa na Líbia”, Al-Libi prevê que em breve os franceses vão lançar uma intervenção militar para proteger os seus interesses e para controlar os movimentos dos mujahideens. O artigo termina com uma ameaça: “Os muhahideens vão esperar-vos. O deserto no sul da Líbia vai tornar-se num cemitério para os vossos soldados” (Libya's southern desert will become a "graveyard for your [France's] soldiers and their body parts…")

Deixem-me ainda aconselhar-vos
este artigo, “What ISIS really wants” (de leitura mais demorada) da The Atlantic. Neste trabalho, Graeme Wood, o autor, fala de uma organização que continua a ser mal entendida pelo Ocidente e que não deve ser vista como um grupo de psicopatas. Wood diz que se trata de um grupo com crenças bem estruturadas e que entre elas está o apocalipse. O “End of Days” é aliás descrito como uma peça central para perceber o que os move, mas também para os conseguir parar.

Para concluir, um epílogo. Ou melhor um
“Épilogue”. Trata-se do disco de Samuel Lercher Trio (da Sintoma Records) com temas originais e arranjos de grandes clássicos do Jazz.

O som de
Samuel Lercher (que para ser totalmente transparente é meu cunhado) é sem dúvida um ótimo suplemento para arrancar o dia.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Grécia: Óscar Para Melhor Argumento Original ou Para Efeitos Especiais?

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Grécia-A noite dos Óscares conta-se depressa: este foi o ano de Birdman, do mexicano Alejandro González Iñárritu: melhor filme, melhor realizador, melhor argumento original e melhor fotografia. Birdman é tudo menos um filme óbvio, muito menos um produto típico de Holywood, mas a Academia rendeu-se. Pode ler aqui um excelente relato da noite (“Agora é fazer piadas sobre os quatro pássaros na mão”), feito pela malta mais nova, que agarrou a noite com o mesmo fervor com que saem à noite: só largaram a pista quando já não havia música a tocar. Para quem prefira o jornalismo mais clássico tem aqui a lista completa das estatuetas. A noite não foi das melhores da história, mas teve os seus momentos. Tem aqui um ótimo resumo desses momentos que fazem estas noites incontornáveis (“Oito momentos entre o estranho e o memorável”).

Não houve grande surpresas: Julianne Moore foi a melhor atriz, com Still Alice, o britânico Eddie Redmayne o melhor ator, em A Teoria de Tudo, J.K. Simmons o melhor ator secundário, por Whiplash e Patricia Arquette a melhor atriz secundária, com Boyhood, uma experiência absolutamente inovadora. Mas há um ponto importante a assinalar: o cinema independente está a tomar conta dos Óscares, deixando os grandes estúdios de fora. Desde 2009 que só um “melhor filme do ano” é que saiu de um grande estúdio: Argo. De resto, Estado de Guerra (2009), O Discurso do Rei (2010), O Artista (2011), 12 Anos Escravo (2013) e agora Birdman, são todos produções independentes. As melhores ideias, as mais arriscadas ou inovadoras já não moram em Hollywood.

Ideias não faltaram ao Syriza antes das eleições. Nas últimas semanas isso tem sido menos óbvio. E hoje é o momento da verdade: vamos poder perceber em detalhe quais são as medidas que o governo grego apresenta como garantia da extensão de um empréstimo da troika, perdão, das instituições (troika já não se usa). Depois das enormes dúvidas do fim de semana, hoje chega o tira teimas: Atenas merece o melhor argumento original ou só o de efeitos especiais? E atenção que já há sinais de divisão dentro do Syriza.

OUTRAS NOTÍCIAS


José Sócrates vem hoje a Lisboa para ser ouvido sobre as queixas de violação de segredo de Justiça. É a primeira vez que o ex-primeiro-ministro sai da prisão de Évora e isto poucos dias depois de se saber que o seu ex-patrão, Lalanda e Castro, também já é arguído no caso.

O célebre caso das secretas, que o Expresso investigou e divulgou em 2011, continua a fazer estragos. Agora é o ex-super espião Silva Carvalho a assuir na sua defesa que era normal aceder a listas de contactos telefónicos, apesar de isso ser absolutamente ilegal. O DN faz manchete com a história e deputados e constitucionalistas estão alarmados.

A Pordata faz hoje cinco anos e
merece ser visitada. Esta base de dados do Portugal contemporâneo mudou a nossa forma de olhar para as estatísticas e pô-las ao alcance de todos.

Quem não vê as coisas andar para a frente são os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, que se reuniram domingo em Leiria e prometem não desistir de reclamar uma solução que lhes permita reaver o dinheiro aplicado aos balcões do BES, numa guerra em que CMVM e Banco de Portugal não se entendem.

O escândalo Swiss Leaks não para e agora atingiu em cheio o líder do HSBC que, curiosamente, deve apresentar hoje as suas contas anuais. Vai ser um mau dia para Suart Gulliver, que vai ter dificuldade em explicar às autoridades, aos acionistas e aos clientes  porque
escondeu 5 milhões de libras num offshore do Panamá.

O dia de António Horta Osório vai correr bem melhor. O banqueiro português, que lidera o Lloyds, vai poder distribuir dividendos pela primeira vez em seis anos, para alívio dos acionistas e dos contribuintes britânicos que ajudaram a salvar o banco. Horta Hosório vai
receber ações no valor de 7 milhões de libras (sim, leu bem) por ter dado a volta ao banco.

Na Venezuela, as contas são outras, com o regime a prender os principais dirigentes da oposição, sem qualquer acusação formada. Depois da incrível detenção do presidente da Câmara de Cascais
só uma líder do movimento que enfrenta Nicólas Maduro é que continua em liberdade. Até quando?


FRASES

A ideia de que existe aqui um grupo de países na Europa que quer que a Grécia passe mal é um absurdo”. Pedro Passos Coelho a desmentir que Portugal tenha dificultado a vida a Atenas

"No fundo Portas é um mini-Varoufakis. É um sabidão". Marcelo Rebelo de Sousa no seu comentário semanal na TVI em que defendeu que, em matéria de comunicação, o governo “
não acerta uma

 “São coisas minhas, que ninguém sabe”. Nani, a explicar
porque chorou depois de marcar o melhor golo da jornada


O QUE EU ANDO A LER
 
Em tempos de absoluta intolerância religiosa, vale a pena regressar ao princípio. Os Versículos Satânicos não são o princípio – essa coisa de matar ou mandar matar por algo que se escreveu, filmou, pintou, etc é muito mais antiga – mas são “um” princípio do que agora (re)vivemos. Os Versículos de Salman Rushdie são de 1988 (estão muito bem traduzidos na Dom Quixote), um livro arriscado e difícil, em que o escritor – já então famoso com o Booker Prize dos Filhos da Meia Noite – entra pelo Islão adentro num enredo fabuloso com atores indianos a caírem a pique de um avião que explode sobre Londres e um profeta (Maomé, aqui Mahound) a ouvir o Demónio em vez de Deus e a vacilar no politeísmo e na idolatria.
 
O ayatollah Khomeini não gostou e lançou uma fatwa sobre Rushdie e quem o traduzisse ou publicasse. E isso levou-me agora a Joseph Anton, a biografia dos anos de fuga do escritor, que foi capa do Expresso em setembro de 2012. Joseph (de Conrad) Anton (de Tchékov) foi o nome que o escritor escolheu quando a polícia o passou à clandestinidade. Tudo começa no dia dos namorados de 1989, quando Rushdie se preparava para ir ao funeral de um dos seus melhores amigos, o escritor Bruce Chatwin, onde, numa cena de filme, Rushdie e a mulher (quase ex, porque o casamento se estava a despedaçar) se sentam ao lado de Martin Amis, com Paul Theroux na fila atrás. E é ali, na missa ortodoxa do maravilhoso viajante Chatwin, que o melhor dos escritores de viagem, Theroux, dispara: “Creio bem que para a semana vamos estar aqui por ti, Salman”. Enganou-se, Rushdie acabaria por fazer o funeral a Anton sem nunca ceder na escrita e fazer esta duríssima biografia da clandestinidade.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Grécia: Entre a Espada e a Espada

Grécia-Nas últimas semanas o mundo tem estado em constante sobressalto entre a Grécia e a Ucrânia.
 
Hoje é apenas mais um dia decisivo para o futuro da Grécia. Responsáveis dos 19 membros da Zona Euro reúnem-se em Bruxelas para avaliar o pedido de prolongamento do programa de ajuda de 172 mil milhões de euros. O documento com as condições da Grécia será entregue e avaliado esta manhã. Se for considerado um avanço pode existir uma nova reunião dos ministros das Finanças na sexta-feira. Será desta que há fumo branco?

Na guerra de palavras a Grécia diz que não é um prolongamento do atual programa mas apenas do financiamento. Os países do Euro dizem que é a mesma coisa. Pelo caminho a Grécia parece cada vez mais encurralada na sua própria armadilha.

O BCE prolongou a linha de emergência de liquidez aos bancos gregos em mais 3,3 mil milhões, por 15 dias. Mas o banco central grego queria 10 mil milhões. Um sinal de que a situação dos bancos gregos está cada vez mais difícil. A JP Morgan estima que os bancos estejam a perder cerca de 2 mil milhões de euros por semana em depósitos.

Esta parece se a grande questão neste momento: com as previsões económicas em queda (
Fitch cortou, outra vez, perspetivas de crescimento para 1,5%) já começam as especulações em quanto tempo vai a Grécia ficar sem dinheiro?

E ontem os EUA vieram fazer pressão para que houvesse um acordo. O secretário de Tesouro norte americano avisou o ministro das Finanças grego que a Grécia (e também a Europa segundo Varoufakis) tinha muito a perder sem um entendimento.

Entretanto Alexis Tsipras triunfou onde o seu antecessor tinha falhado e conseguiu eleger um novo presidente grego. Prokopis Pavlopoulos, ex-ministro num governo do partido Nova Democracia, começa a sua presidência envolto em
polémica ao ser acusado de ter arranjado emprego na administração pública para milhares de amigos e simpatizantes do seu partido entre 2004 e 2009.

OUTRAS NOTÍCIAS
Cessar-fogo? Que cessar fogo? Na Ucrânia o dia ficou marcado pela retirada das tropas ucranianas da cidade de Debaltseve. Num claro desrespeito pelo cessar-fogo, acordado a partir de sábado, as tropas russas terão tomado a cidade. Os relatos mostram como uma cidade praticamente desconhecida é hoje mais um símbolo de toda uma guerra. Leia aqui ou aqui as histórias da retirada e porque é tão importante e estratégica esta cidade ucraniana.

Na Suíça as autoridades parecem finalmente ter acordado para o caso HSBC. Dez dias depois de tornadas públicas várias listas de pessoas que usavam a sucursal do banco inglês na Suíça para esconder dinheiro e fugir aos impostos, o procurador suíço realizou buscas nos escritórios com base em
suspeitas de que estaria envolvido em operações de lavagem de dinheiro. Esta terá sido a primeira vez que uma investigação deste tipo foi tornada pública. Mesmo as buscas a bancos são algo muito raro naquele país.

Por cá, Portugal voltou aos mercados para uma nova colocação de dívida onde
novos recordes foram batidos. Algo que terá contribuído também para os elogios de Schäuble a Portugal.

Ainda na senda das boas notícias, ficámos a saber que a conta do gás deverá ficar mais pequena a partir de julho. Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente, foi ao parlamento dizer que vai obrigar a Galp a devolver 150 milhões de euros em três anos, referentes a ganhos obtidos por aquela empresa entre os anos de 2008 e 2014. Essa devolução irá acabar por ter
um efeito de descida da fatura do gás entre 3% a 5%,

Sobre a Oferta pública do CaixaBank ao BPI, Edgar Ferreira (família Violas), e um dos principais acionistas do BPI,
afirmou em declarações ao Expresso que ainda não sabe se vai vender : "Sim, nos negócios o preço é sempre essencial. Mas sempre estivemos alinhados com um projeto de caráter português. Há fatores emocionais que terão influência. Teremos de aguardar". Uma OPA que aguarda também uma tomada de posição de Isabel do Santos. A empresária angolana, para já, não quer comentar.

Os hospitais vão ter de decidir o tratamento dos doentes com hepatite C em 5 dias. A notícia, que faz manchete do 
Público, dá conta que esta regra faz parte da estratégia de eliminação da doença em Portugal.

Ainda na saúde, o DN destaca uma nova demissão de um director clínico, desta vez em Santa Maria. Oliveira e Silva 
estará de saída apenas três meses depois de ocupar o lugar. Já são tantas as demissões em hospitais que se arriscam a deixar de ser notícia. Por exemplo, no Amadora Sintra os médicos ficam em média 12 meses no cargo.

Nas jornadas europeias comecemos pelo pior que o futebol tem. Um vídeo, que mostra apoiantes do Chelsea a entoarem cânticos com comentários racistas e a impedirem um homem negro de entrar no metro de Paris, volta a
manchar o desporto rei. Os responsáveis do clube já condenaram o sucedido e prometem agir contra os envolvidos.

O Porto empatou na Suíça num jogo onde só havia um português, o treinador do Basileia, Paulo Sousa. A 
crónica do jogo de Pedro Marta Candeias explica tudo.

Quem voltou aos golos foi Ronaldo, na vitória do Real Madrid por dois golos frente ao Schalke. Ronaldo que não marcava, imagine-se, há três jogos, conta já com 290 golos em 280 jogos com a camisa do clube espanhol.

Olhemos agora para algumas excentricidades. Shane Smith, um dos fundadores e líder do grupo Vice Media, é conhecido pelo seu gosto por festas. Agora é de novo notícia por gastar 300 mil dólares numa única refeição que ofereceu a mais de 30 empregados e parceiros de negócio no Casino Bellagio em Las Vegas. 
A refeição, que contou com garrafas de vinho com um preço de 15 mil dólares cada, aconteceu depois de Shane ter ganho perto de 1 milhão de dólares a jogar no casino. A história foi revelada pela Bloomberg.

 
FRASES
 
"Pecámos contra a dignidade dos cidadãos na Grécia, Portugal e muitas vezes na Irlanda também", Jean-Claude Juncker.

"Portugal é a melhor prova", Wolfgang Schäuble sobre os efeitos positivos dos programas de ajustamento.

"Não estamos em guerra com o Islão, estamos em guerra com as pessoas que perverteram o Islão", Barack Obama.

O QUE DIZEM OS NÚMEROS?

Uma olhadela à síntese económica de conjuntura divulgada
ontem pelo INE e ficamos a saber que o indicador de atividade económica subiu quando comparado com o ano anterior (2,8%). Para a subida só contribuíram positivamente a indústria (pouco) e o turismo (muito).
Olhemos por isso para a
atividade dos estabelecimentos hoteleiros em Portugal:
16,092 milhões de hóspedes em 2014 (quase mais 2 milhões do que em 2013)

46,148 milhões de dormidas (quase mais 5 milhões do que em 2013)


Ranking por dormidas em Portugal

1-Algarve (16,4 milhões)
2-Lisboa (11,5milhões)
3-Madeira (6,3 milhões)
4-Norte (5,4 milhões)
Ranking por proveitos totais1-Algarve 694 milhões de euros
2-Lisboa 678 milhões de euros
3-Madeira 297 milhões de euros
4-Norte 250 milhões de euros

O QUE EU ANDO A LER?

Macropolis. Uma página com notícias e análise política, económica e social sobre a Grécia. Este sítio na internet foi lançado em 2013 para contribuir com a imagem o mais correta possível, fiável e independente sobre a situação grega. Um manancial de informação sobre como funciona um país por vez demasiado difícil de compreender.

Alguma da informação está só disponível para assinantes mas vale a pena se procura uma fronte credível sobre a atualidade grega.
A não perder.

Deixo-vos com um gráfico que explica
onde foi utilizado o dinheiro emprestado à Grécia pelo troika, ou como se diz agora “TIFKATT” The Institutions Formally Known As The Troika!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Podemos Ver o Mundo Sem Ser Através da Grécia?

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O Mundo-Já várias pessoas informadas alertaram que verdadeiramente importante neste momento, no mundo, é o que se passa na Ucrânia. Eu acrescentaria, como Federica Morgherini, a Alta Comissária da União Europeia fez, a Síria e o Norte de África. Na Líbia, como se sabe, foram decapitados 21 cristãos egípcios, o que levou o Egipto a bombardear naquela zona as posições do auto-denominado Estado Islâmico, a quem alguém já chamou espécie de Ku Klux Klan muçulmano. Mas, afinal, o que querem estes radicais extremistas que desprezam a vida humana? Eis o que a revista The Atlantic pretende responder neste excelente artigo. Não nos esqueçamos, a propósito do que aqui é dito acerca do ISIS, que também durante o auge das guerras religiosas na Europa (séc. XVI e XVII) os turcos estavam às portas de Viena e o Apocalipse era esperado pelos cristãos a qualquer momento.

Na Ucrânia, embora o cessar-fogo esteja a ser mais ou menos cumprido, há resistências no aeroporto de Donetsk e na cidade de Debaltseve (importante nó ferroviário), além de que os 
rebeldes falharam o prazo para retirar as armas pesadas. Ontem eram apontadas 129 violações do cessar-fogo que tinha começado dois dias antes (a fonte é o Exército Ucraniano). Hoje serão mais, apesar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação Europeia) andar a vigiar o segundo acordo de Minsk (Bielorrússia), onde Putin, Merkel e Holande tentaram pôr fim à guerra. Putin, entretanto, foi ontem recebido calorosamente, na Hungria, onde Viktor Orban conduz uma política hostil à tradição europeia, incluindo no campo das liberdades. O gás natural é o motivo próximo e assim, com a Grécia (que tem um governo de sinal político contrário), já são dois países da UE a ter atenções excessivas com o déspota do Kremlin, apesar das condenações europeias à invasão da Ucrânia e dos avisos dos EUA às violações do acordode cessar-fogo.

Mas lá chegamos à Grécia, onde um porta-voz afirma que nem com 
uma pistola apontada à cabeça o país pode aceitar a extensão do resgate que assinou. A irredutibilidade grega face ao conjunto dos restantes 18 países do Eurogrupo é acompanhada de frases que não fazem parte da mais feliz diplomacia. Imaginem a metáfora da pistola dita por Marine Le Pen e terão uma ideia do sururu que criaria. De qualquer modo, até sexta-feira os gregos têm uma espécie de ultimato para dizerem o que querem. Esperemos para ver se é um jogo de bluffs de que pode ainda resultar um acordo de última hora (algo comum na Europa), ou se a frase da pistola indicia uma guerra mais séria, como aposta o Financial Times. Para já, dois dados que podem ser positivos: 1) Atenas pediu a extensão do financiamento, embora não do resgate, o que pressupõe contrapartidas; 2) A opção de Tsipras por um candidato presidencial que foi ministro da Nova Democracia (recorde-se que as eleições que deram a vitória ao Syriza ficaram a dever-se à falta de consenso no Parlamento grego sobre o nome do candidato presidencial) parece indicar uma vontade de evitar mais uma crise.
OUTRAS NOTÍCIAS
Por cá, a grande notícia foi o La Caixa (CaixaBank) principal acionista do BPI querer comprar os 100% do banco dirigido por Fernando Ulrich. A ideia da compra do Novo Banco (parte boa do BES) mantém-se. Mas veremos como evoluem os sempre intrincados caminhos destas iniciativas. Para já, o diretor-adjunto do Expresso João Vieira Pereira explica aqui o que é possível saber.

Hoje no Parlamento haverá um consenso para o endurecimento das leis anticorrupção. Não é possível saber se o país precisa de mais leis ou mais meios ou mais ação. De qualquer modo,há que ressaltar o aspeto positivo da iniciativa. 
Aqui tem o resumo do que será hoje aprovado.

Volta o FC Porto às competições europeias, às 20:45 contra o Basileia, na Suíça, para os oitavos de final da Liga dos Campeões (TVI) enquanto o Real Madrid vai à Alemanha defrontar o Shalke 04. 
Ontem, em dois jogos, dois empates. Mourinho e o seu Chelsea podem dar-se por felizes face ao que se passou em Paris, contra o PSG. O Shaktar Donestsk, da Ucrânia, também empatou com o Bayern de Munique. Amanhã entra o Sporting na Liga Europa contra o Wolfsburgo, equipa sensação do campeonato alemão.

A reação 
de milhares de pessoas ao atentado de Copenhaga em que os radicais islâmicos fizeram mais vítimas, foi impressionante. Uma manifestação – mais uma –  contra o medo.

Em França, 
a revolta da ala esquerda do PSF contra mais reformas decretadas pelo Governo do próprio partido está a criar problemas ao primeiro-ministro e ao Presidente Holande. Aquele que foi a esperança da esquerda é hoje seu alvo.

Para quem pensa que é só a economia que está a decrescer, eis uma notícia verdadeiramente surpreendente: o obelisco, monumento central da capital dos EUA, Washington, encolheu, tem afinal menos 25 centímetros do que se pensava. Não é pouco. 
Veja-se aqui.

O diário The Guardian traz-nos uma intrigante e mal conhecida questão: 
qual a cidade mais antiga do mundo? Em linguagem moderna chamar-se-ia Crocodilopolis, em homenagem ao crocodilo e fica na margem do Nilo, a sudoeste de Menfis. Existia há cerca de cerca de 6000 anos. Uma bonita idade.

Em Nova Iorque deu-se o 
grande acontecimento da temporadao concurso de cães em Westminster. Um cão de água português – parente do inquilino da Casa Branca, raça que se espalhou a partir do Algarve para o mundo -, este de nome Matisse, foi, até agora, a grande vedeta.

O Carnaval este ano foi com chuva no Rio de Janeiro. Aqui 
ficam sete destaques para quem não viu nada (o meu caso). Por cá em Torres Vedras afirma-se que o negócio vale 10 milhões de euros e Ovar, Mealhada e Loulé e muitos outros locais no Continente e Ilhas continuam a disputar a Torres a primazia dos momos, mas não a das matrafonas. Como dizia o outro, hoje estamos todos contentes. Uns porque se divertiram no Carnaval, outros porque o Carnaval acabou. Embora, segundo a tradição, sábado ainda haja o Baile da Pinhata. Na estrada, o balanço foi menos mau do que em anos anteriores - 3 mortos de 265 feridos.

FRASES
“Não sucumbiremos à chantagem psicológica”Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia, ao convocar para sexta-feira, data em que haverá nova reunião do Eurogrupo, uma sessão do Parlamento destinada a aprovar medidas não previstas nos acordos firmados com o BCE, a UE e o FMI. Um exemplo de serenidade e espírito de conciliação.

“Sinto muito pelos gregos, elegeram um governo que se porta de forma irresponsável”, Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão – um exemplo de diplomacia e espírito de convivência.

“Nada nos fará recuar na defesa dos interesses franceses”, Manuel Valls, primeiro-ministro francês, explicando aos deputados do seu partido por que motivo leis económicas consideradas duras não seriam discutidas no Parlamento, mas sim aprovadas de acordo com o artigo 49-3 da Constituição que permite ao Governo contornar a Assembleia (e depois de saber que alguns deputados do PSF votariam contra as leis).
O QUE EU ANDO A LER
 
O dicionário etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, numa edição em cinco volumes que comprei por grosso na Feira do Livro de Braga, há uns anos largos (Edição dos Livros Horizonte, 8ª Edição já é de 2003). Aí se sabe que carnaval vem de carne levare, ou seja de se pode comer carne à vontade. Hoje, quarta-feira de cinzas (o sinal de luto tradicional era colocar cinzas sobre a cabeça) entra-se na Quaresma, 40 dias (de onde a palavra quaresma vem) até à Páscoa durante os quais a tradição – igrejas cristãs Católica, Ortodoxa, Anglicana e Luterana – apela à abstinência da carne e dos folguedos (o link da Rádio Renascença dá-lhe pormenores desta época). Tempo de tristeza, que na antiguidade correspondia aos tempos da fome – tendiam a acabar os mantimentos das colheitas e faltava tempo para as novas colheita primaveris - Março era, por isso, o mês de Marte, deus da guerra. Aquele em que se tentava pilhar quem tinha reservas. Como se vê, a etimologia explica-nos muita coisa.

Somos Todos Judeus!

Europa-Um mês depois dos terríveis atentados de Paris, o terrorismo islamita volta a atormentar a Europa.
Em Copenhaga, novamente um ataque contra a liberdade de expressão e novamente um ataque contra alvos judeus.
De acordo com as últimas informações, Omar el-Hussein, um jovem de 22 anos natural da Dinamarca, com um longo cadastro criminal, foi o responsável pelos atentados do fim de semana que “copiaram” os ataques de janeiro em Paris.
O ataque a um debate sobre arte e a blasfémia, organizado pelo movimento de apoio ao cartoonista sueco Lars Vilk, perseguido pela sua obra, e a uma sinagoga, causou dois mortos e cinco feridos.
A vítima mortal do ataque ao debate foi o realizador dinamarquês Finn Norgaard.
Impressionante o relato na primeira pessoa do embaixador francês em Copenhaga, que estava no debate e relatou o que viu e o que passou.

O receio de uma vaga anti semita e de novos atentados contra os judeus cresce pela Europa depois dos ataques de Copenhaga. A primeira-ministra da Dinamarca multiplicou-se em declarações, garantindo que este não é um
conflito entre muçulmanos e não muçulmanos.

Ao mesmo tempo, e com o receio de novos ataques, um corso carnavalesco na Alemanha foi cancelado.

Se as reações de consternação se multiplicaram um pouco por todo o lado,
a de Benjamin Netanyahu é a que merece maior reflexão.
O primeiro-ministro de Israel apelou ao regresso dos judeus a Israel, dizendo que seriam muito bem recebidos no seu país. Ora, uma tal reação já tinha sucedido em janeiro depois dos ataques ao Charlie Hebdo e a um supermercado kosher em Paris.
A verdade é que o número de imigrantes judeus a afluírem a Israel está a crescer, atingindo já o valor mais elevado da última década.
E o Governo de Israel já adotou um plano de encorajamento de acolhimento de imigrantes judeus vindos de países como a França, a Bélgica e a Ucrânia.
Mas o convite ao abandono dos judeus da Europa é umadeclaração que em si mesma pode encerrar uma vitória do terror sobre a democracia e a convivência multiétnica, multicultural e multi-religiosa.
O Rabi Jair Melchior, da comunidade judaica em Copenhaga, criticou as palavras do chefe do governo israelita : “o terror não é uma razão para se fugir para Israel”.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, respondeu dizendo que o local para os judeus franceses… é França.
Eis desde já uma vitória do terror: o medo.
Por cá a comunidade judaíca é pequena mas em países como o Reino Unido já surgiram avisos e alertas para que a segurança seja reforçada em torno dos judeus. O nível de alerta eleva-se em toda a Europa, titula o El Pais.

Como se não bastassem estes acontecimentos, o Estado Islâmico
divulgou um vídeo em que se mostra a execução de pelo menos uma dezena de cristãos coptas egípcios que tinham sido raptados na Líbia.

O
Público traça o retrato de Djamel Beghal, um dos homens por trás dos atentados de Paris.

Ainda sobre o Estado Islâmico, esta história lida no
El Mundo mostra até que ponto pode ir a infiltração policial e dos serviços secretos na tentativa de travar o alastrar do terror. Uma agente infiltrada manteve um caso com Denis Cuspert, cuja missão passava por recrutar jihadistas no interior da Alemanha. Afinal, a ficção relatada pela agente Carrie Mathison, na aclamada série televisiva Segurança Nacional não estaria assim tão longe da realidade.

Notícia seguramente forte do dia de hoje é a reunião do Eurogrupo. A Zona Euro tenta arranjar uma saída grega para a a crise.
As conversações técnicas continuaram durante o fim de semana e hoje devemos todos ter novas luzes sobre o caminho que se vai seguir (e em que a rutura que se temia parece cada vez mais afastada).
Enquanto Alexis Tsipras se manifesta “confiante” num sucesso negocial que permita a Atenas virar a página da austeridade dos últimos anos, surgem os
primeiros sinais de desconforto interno na Grécia, e dentro do Syriza, quanto ao suavizar do discurso anti-austeridade pelos novo governantes gregos.
O jornal grego Ekathimerini (tem uma versão inglesa que merece ser seguida) tem aqui uma interessante análise sobre a necessidade de um acordo.
Fora dos gabinetes, este fim de semana ficou marcado por um conjunto de manifestações (inclusive em Lisboa) de apoio ao Governo grego, e contra a austeridade.
Recupero ainda dois artigos deste fim de semana, mas que pela profundidade bem valem a pena um olhar neste início de semana, sobretudo se o seu radar os deixou passar.
No Público de ontem, a sempre imprescindível análise de Jorge Almeida Fernandes, que pode ver aqui sobre o caminho e o futuro da Grécia. E, contra-corrente, José Manuel Fernandes, antigo diretor do Público, escreveu no Observador curioso artigo contra o “choradinho” grego.
OUTRAS NOTÍCIAS CÁ DENTRO
 
“Mais bares apanhados a vender álcool a menores”, afirma o DN, dizendo que entre 2012 e 2014 houve mais 70% de infrações e mais 170% de processos a comerciantes.

“Número de fármacos inovadores em hospitais duplicou em cinco anos”, titula o Público num, artigo que procura dar resposta à questão ‘Há limites para os gastos?’

Este fim de semana ficámos ainda a saber que o
Governo alargou o prazo para a validação de faturas do ano passado para efeitos de IRS. O novo prazo vai até ao final do mês.

Se este domingo foi ao supermercado, então já notou as mudanças nos sacos de plástico, que devido à fiscalidade verde passam a custar 10 cêntimos cada. Nos próximos dias já devem surgir os primeiros números dos efeitos da medida do Governo.

No futebol, depois de um fim de semana em que Benfica e Porto ganharam e o Sporting escorregou em Belém, os próximos dias assistem ao regresso das competições europeias.
OUTRAS NOTÍCIAS LÁ FORA
Este fim de semana foi fim de semana de All Star na NBA. O jogo das estrelas do basket norte-americano ficou marcado por dois… espanhóis. Os manos Gazol não só marcaram a estreia de dois irmãos nos cinco iniciais das equipas de Leste e Oeste, como, mais que isso, deixaram um fotografia que fica para a história do desporto, ao serem protagonistas do salto de abertura da partida.

Este foi fim de semana de jogo das estrelas no basket norte-americano.

Se o nome Nutella lhe diz alguma coisa, não deve ficar indiferente a saber que morreu Michele Ferrero, o fundador da Nutella, uma espécie de
Willy Wonka dos chocolateiros como lhe chamou o FT. Ferrero era o homem mais rico de Itália, com uma fortuna avaliada em mais de 23 mil milhões de dólares.

Um dos atores da moda em Hollywood, Benedict Cumberbatch está oficialmente
“fora do mercado”: Casou no sábado com Sophie Hunter.
Depois de gadgets icónicos com o iPod, iPad, iPhone, a Apple está a trabalhar no que pode tornar-se o maior (literalmente) gadget da companhia: um carro.
Um dos mais famosos programas televisivos de humor nos Estados Unidos, o Saturday Night Live, está a fazer 40 anos e vale a pena lembrar alguns dos melhores momentos de sempre.

O tão excêntrico como bom futebolista sueco
Zlatan Ibrahimovic voltou a surpreender. Marcou um golo acrobático (nada de novo) tirou a camisola para festejar (nada de novo) e apareceu todo tatuado (já tinha várias tatuagens mas agora apareceu com o tronco coberto de inscrições. Mas a surpresa não acaba mesmo aqui: trata-se de uma ação humanitária. Sim, isso mesmo, uma ação do PAM (Programa Alimentar Mundial), das Nações Unidas.
PS: aparentemente, as tatuagens são temporárias
FRASES
Destaco três frases de três protagonistas de três entrevistas que hoje ocupam as páginas (com destaque nas respetivas capas) dos nossos diários.

“Opinião pública considera que o nível de desigualdade social é aceitável”, afirmaAlfredo Bruto da Costa ao Diário Económico, explicando porque é difícil reduzir-se as desigualdades sociais em Portugal. E acrescenta que “O Presidente da República devia ter mais poderes”

“Nos meses mais recentes algumas reformas foram suspensas”, é o alerta do membro da comissão executiva do BCE Peter Praet ao Jornal de Negócios, mostrando desconforto com o comportamento do Governo em ano de eleições

“Não gosto de pessoas que dizem não ser políticos quando estão na política”,afirma finalmente Miguel Poiares Maduro ao i, numa entrevista de quatro páginas. Em que, ao ser perguntado sobre se convidava Varoufakis ou Schauble para jantar, responde: “Gosto de jantar com mais do que uma pessoa, se calhar convidava os dois. Acho que seria um jantar particularmente interessante. Não sei qual seria a língua. Faria moussaka de entrada e um schnitzel como prato principal”

“Hoje estou numa atitude de protesto e de solidariedade. Trouxe um chapéu grego para exprimir a minha solidariedade com o Syriza, por isso, levanto a minha voz: não pagamos, não pagamos!” Alberto João Jardim falando aos jornalistas no último desfile de Carnaval da Madeira a que assistiu como chefe do Governo regional.
O QUE EU ANDO A LER
As armas calaram-se, de “uma forma geral”, desde o início do cessar-fogo, este domingo, refere hoje o Público. Este é mesmo o jornal que dá maior destaque ao tema na edição de hoje, com uma foto a rasgar a primeira página que mostra soldados do exército ucraniano jogando à bola numa pausa do conflito. A situação mais dramática por estes dias é em Debaltseve, onde o exército ucraniano tenta resistir ao ataque dos separatistas pró-russos.
Ora, o início do cessar fogo no leste da Ucrânia, este fim de semana, espicaçou-me a curiosidade.
Fui à estante e abri “A Mística de Putin”, de Anna Arutunyan, jornalista russa, editado por cá pela Queixal e uma compra das últimas semanas. Arutunyan “relata as mais importantes histórias de Putin na última década, apresentando uma perspectiva por dentro do poder de um homem, cujas acções são completamente dissonantes dos padrões da democracia europeia, mas que estão em perfeita consonância com a tradição da autocracia russa”.
Putin é hoje uma personagem central da política mundial e compreender as motivações deste antigo funcionário do KGB é indispensável para se perceber muito do que acontece na Europa e no Mundo nesta altura.

Neste início de semana, quero ainda chamar a atenção para a estreia em televisão por cá do fenómeno do humor brasileiro Porta dos Fundos (de Porchat e companhia). É já amanhã à noite, na FOX.

Neste dia, em 1986, Mário Soares era eleito presidente da República em Portugal.

Hoje é início de semana, mas um início de semana a meio gás, ou não fosse amanhã terça-feira de Carnaval.

Logo, ao final da tarde, pelas 18.00, temos Expresso Diário para si (se comprou a edição semanal em papel não esqueça de ir buscar o código que está na capa da Revista E e de o validar em
leitor.expresso.pt para aceder aos Expressos Diários desta semana).

Faltam 318 dias para acabar o ano.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

"Sanções Fizeram a Rússia Rever posição Sobre a Ucrânia"

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Rússia -A representação da Ucrânia em Portugal acredita que o impacto das sanções ocidentais sobre Moscovo foi decisivo para alcançar em Minsk o acordo de cessar-fogo anunciado esta madrugada pelo presidente russo Vladimir Putin.
 
"Parece que a actual situação económica débil e as sanções fizeram com que a Rússia revisse toda a sua posição", disse  Leonid Tretiak , o encarregado de negócios na Embaixada da Ucrânia em Portugal.
 
Ao fim de 17 horas de negociações na capital bielorrussa - desencadeadas depois do envolvimento pessoal de Angela Merkel e de François Hollande, Rússia e Ucrânia acordaram  tréguas com efeitos a partir de domingo, que passam pela retirada do armamento pesado pelos rebeldes pró-russos no território do leste da Ucrânia.
 
Concretizada a retirada, Leonid Tretiak espera que se inicie a troca de reféns e prisioneiros e que, até ao final do ano, Kiev recupere o controlo das fronteiras. E possa depois passar à questão da Crimeia, território integrado na Rússia depois de um referendo popular não reconhecido pela comunidade ocidental.
 
Tretiak, que acredita numa "elevada probabilidade" de tudo voltar ao normal se a Federação Russa cumprir com o acordado, considera o que foi alcançado em Minsk como "uma das últimas possibilidades para resolver os problemas de uma forma diplomática e pacífica, travando a ameaça de um novo conflito armado mundial".
 
"Portugal tem dado um dos maiores apoios políticos nas organizações internacionais. Quero expressar a minha grande gratidão ao povo português que expressou o seu apoio à Ucrânia. Não pararei de repetir: obrigado, obrigado, obrigado, obrigado", sublinhou o diplomata.

Guiné-Bissau: Comunidade Muçulmana Guineense Contra o Uso do Véu Islâmico (Perigo Islâmico)

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Guiné-Bissau – O Conselho Nacional Islâmico da Guiné-Bissau (CNI) disse discordar do uso do véu islâmico, que nos últimos tempos tem adquirido dimensões ao nível desta comunidade do país.
Aladje Siradjo Bari, Presidente do Conselho Consultivo e porta-voz do CNI, adiantou que esta prática não existe na profissão da fé islâmica, classificando a iniciativa pessoal de certos indivíduos que usam indevidamente o nome da religião para esta prática.

O responsável informou que a única coisa que é mesmo admitida prende-se com o uso do véu, em que o rosto, as mãos e os pés podem ficar descobertos, dependendo das cores das roupas que a pessoa pretender.

«Já tínhamos aconselhado os nossos colegas, em tempos, dizendo que devemos abandonar esta prática porque não faz parte do Islão», referiu.

Por outro lado, Siradjo Bari admitiu que o uso do véu islâmico na Guiné-Bissau, desde há alguns anos, não é a tradicional entre os guineenses, tendo apelado igualmente ao cumprimento das leis por parte das autoridades nacionais, de forma a conter e controlar a situação, que considera não abonar a favor do nome do Islão.

«Respeitem todas as religiões, mas devem tomar medidas para que a Guiné-Bissau possa continuar a ser um país estável», apelou.

Com a atenção virada para o fenómeno islâmico que ameaça o mundo, o líder religioso advertiu sobre a situação de grupos islâmicos que operam no Mali.

«Estamos com medo, é bom informar que estamos com medo, o mundo, e o Ocidente, está inquieto, e também a nossa sub-região, vimos o que se passa nos países de África, como é o caso do Mali. Esta situação foi-nos advertida pelo Governo da Guiné-Bissau, estamos preocupados que alguém nos transmita uma prática que não é nossa, infiltrando-se no nosso país em nome de um crente muçulmano», chamou a atenção.

Siradjo Bari explicou que, desde os tempos passados as mulheres muçulmanas não são obrigadas a usar véu islâmico, tendo denunciado, em certas situações, práticas contra o princípio do Alcorão.

De recordar que um líder religioso nacional denunciou, nos órgãos de comunicação social do país, o alegado envolvimento de muçulmanos na prática de tráfico de órgãos humanos na Guiné-Bissau.