segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Economist: Moeda angolana vai continuar a desvalorizar-se até 104,2 por Dólar em 2019

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Angola-A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que a moeda nacional angola se continue a desvalorizar até 1 dólar valer 104,2 kwanzas em 2019, mas alerta que uma nova descida nos preços do petróleo pode agravar a situação.
 
De acordo com uma nota enviada aos investidores pela unidade de análise económica da revista britânica The Economist, a que o Cirilo João Vieira teve acesso, os analistas da EIU consideram que "esperam que a moeda perca valor face ao dólar, não só pela tendência da balança corrente (que esperamos entre em défice a partir de 2015), mas também pelo fim dos estímulos à economia por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos, o que vai fortalecer o dólar".
 
Assim, concluem, "prevemos que o kwanza se vá depreciar de uma média de 99,1 para 1 dólar, no ano passado, para 104,2 por 1 dólar em 2019".
 
A nota aos investidores alerta, no entanto, que a situação pode agravar-se caso haja problemas na produção de petróleo em Angola, que representa mais de 75% das receitas fiscais e a esmagadora maioria das exportações do país, o que aliás já parece estar a acontecer: na sexta-feira, a taxa oficial do BNA era de 104,42 kwanzas para um dólar.
 
"Qualquer descida abrupta e sustentada nos preços do petróleo e nas receitas fiscais podem levar a uma depreciação súbita e mais agravada, bem como pressões inflacionárias", acrescenta o documento.
 
Para os analistas da EIU, a capacidade do Banco Nacional de Angola (BNA), sob a nova liderança de José Pedro de Morais Júnior, de sustentar a queda do kwanza "vai depender do nível de reservas em moeda estrangeira".
 
Nos últimos dias, as notícias sobre a falta de dólares nos bancos e as dificuldades em aceder à moeda de referência mundial saltaram para as páginas dos jornais, mas no final da semana passada o novo banqueiro central angolano rejeitou que tivessem sido dado ordens expressas aos bancos para limitarem o levantamento de dólares ou os câmbios.
 
Na sexta-feira, depois de ter sido empossado pelo Presidente da República enquanto governador do BNA, o antigo ministro das Finanças salientou que os "fundamentos macroeconómicos" do país "mantêm-se sólidos e sob controlo", mas reconheceu as dificuldades colocadas pela queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais, que caíram mais de 50% desde Junho, fazendo também com que se reduzam as divisas que entraram em Angola, o que fez a moeda nacional começar a desvalorizar-se em Novembro.
 
 "É verdade que o momento é particularmente difícil. O que tenho a dizer é que os fundamentos macroeconómicos do nosso país mantêm-se sólidos e sob controlo", mas "é evidente o momento de dificuldade", disse o governador, salientando a necessidade de encontrar "afinar instrumentos" para combater a provável recessão este ano.
 
"É justamente isso que o senhor Presidente da República tem vindo a fazer nas últimas semanas. Estamos todos confiantes e gostaria já de deixar uma recomendação a todos os agentes do sistema financeiro nacional para assumirem as suas responsabilidades e, com serenidade, tentarmos levar a cabo e ultrapassar o mais depressa possível este pequeno momento", declarou.
 
Na semana passada, as vendas de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA) aos bancos comerciais desceram para menos de metade, com a taxa de câmbio a renovar máximos de vários meses.
 
De acordo com o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, divulgado na segunda-feira pelo BNA, o banco central vendeu 159 milhões de dólares (137 milhões de euros) em divisas, entre 12 e 16 de Janeiro.
 
Estas vendas à banca comercial angolana foram realizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 103,995 kwanzas (87 cêntimos de euro) por cada dólar, que desde Novembro não para de subir.
 
Na semana anterior, as mesmas vendas tinham-se cifrado em 350 milhões de dólares (300 milhões de euros).

Grécia: Quem é o Parceiro de Direita do Governo de Extrema-esquerda?

Grécia-O que têm o Syriza e os Gregos Independentes em comum? Talvez apenas uma política anti-troika. Em tudo o resto parecem defender posições opostas.
 
Os Gregos Independentes (ANEL) são um partido de direita, nacionalista e opositor às medidas impostas pela troika. Na semana passada, o seu líder, Panos Kammenos, defendeu que a dívida grega deve ser auditada e a parte "má" simplesmente considerada impagável, quer os credores gostem ou não. A Europa, acrescentou Kammenos, está a ser governada por "alemães neonazis".
 
Alguns membros do partido são eurocépticos, insistem nos temas da soberania nacional e exigem à Alemanha uma indemnização pela invasão e ocupação da Grécia durante a II Guerra Mundial.
 
O partido foi formado em 2012 por Panos Kammenos, até então deputado da dos conservadores Nova Democracia, mas que acabou por ser expulso do partido por se opor a algumas das suas políticas-chave.
 
Nas eleições de Junho de 2012, os Gregos Independentes conseguiram uma votação melhor do que a alcançada ontem: elegeram 20 deputados.
 
Panos Kammenos nasceu em Atenas em 1965, estudou Economia e Psicologia na Suíça. Chegou a ser vice-ministro de Marina Mercante no governo de Costas Karamanlis (Nova Democracia) entre Janeiro e Outubro de 2009.
 
"Quero dizer, basicamente, que a partir deste momento já há Governo. Os Gregos Independentes vão dar um voto de confiança ao primeiro-ministro Alexis Tsipras", afirmou Kammenos esta manhã, à saída da reunião com Tsipras. "O primeiro-ministro vai falar com o Presidente e o novo Governo deverá ser anunciado em breve. O objectivo para todos os gregos é embarcar num novo dia, uma nova realidade, com plena soberania.
 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Comprar Dívida Soberana é a Jogada Certa no Momento Certo?

Zona do Euro-É um dia histórico para a política monetária na zona euro. Pressionado pelos riscos de deflação e pela demora na retoma económica, o BCE prepara-se para avançar com o ‘quantitative easing'. A instituição liderada por Mario Draghi poderá injectar cerca de um bilião de euros no sistema financeiro nos próximos dois anos.
 
Os mercados têm antecipado o programa com grande expectativa, mas há também quem alerte para os riscos de não funcionar. O Cirilo João Vieira falou com seis economistas portugueses, de vários sectores, que aplaudem a medida, mas não acreditam em milagres.
 
"Não tenho dificuldade em aceitar que se diga que é a medida certa na altura certa", diz Daniel Bessa, director-geral da Cotec e ex-ministro da Economia. No entanto, avisa, é preciso "muita prudência no que se refere à eficácia destas medidas". "Podemos levar a água, leia-se o dinheiro, à boca do cavalo, mas não podemos obriga-lo a beber", sublinha.
 
É que, para estimular a economia real, é preciso que os bancos passem para os agentes económicos o dinheiro que vão receber das vendas ao BCE, algo que está longe de estar garantido. Samuel da Rocha Lopes, professor da Universidade Nova e antigo economista do BCE, diz que esse risco aumenta "se o programa for pequeno e pouco agressivo". Se assim for, frisa, o ‘quantitative easing' "vai apenas funcionar através dos mercados financeiros, sendo apenas uma medida de liquidez como todas as anteriores". Rocha Lopes concorda ainda que "é a medida certa", mas "a altura é tardia".
 
Paula Carvalho, economista do BPI, afirma que ser ou não a medida certa "depende dos montantes que o BCE vier a comprar e da forma como o mercado interpretar". E lembra que, apesar de o programa ter funcionado nos Estados Unidos, isso não é garantia que funcione na Europa, porque os sistemas financeiros são diferentes e "não se pode estabelecer paralelos" entre os dois.
 
Depois, há ainda o problema de o BCE não poder fazer tudo sozinho. A zona euro, os Estados-membros e a outras instituições como a Comissão Europeia têm de fazer a sua parte para superar a crise. É esse o alerta de Nuno de Sousa Pereira, presidente da Porto Business School, que admite que o ‘quantitative easing' "é a única medida de política monetária que ainda por ter algum impacto", mas não terá sucesso sozinha. "É também necessário alterar as expectativas dos agentes quanto à evolução futura da procura e da solidez do projecto europeu". É que "uma Europa sem estratégia para o investimento" e isso "não está nas mãos do BCE".
 
"Precisamos reconstruir o mercado de trabalho, revalorizar o trabalho e criar confiança na economia", concretiza José Reis, economista da Universidade de Coimbra, para quem o programa do BCE não será suficiente "para resolver uma crise de procura" como se vive no euro. Ainda menos se, para satisfazer a Alemanha, Mario Draghi obrigar cada banco central nacional a assumir o risco dos títulos soberanos do respectivo Estado-membro. Nesse caso, garante, "vai ser um balde de água fria".
 
De qualquer forma, nota Francisco Veloso, director da Faculdade de Economia da Católica, no que diz respeito a combater a ameaça de deflação que paira sobre a zona euro - que arrisca agravar a crise de dívida, tornando-a mais difícil que seja paga -, o ‘quantitative easing' "parece mesmo ser uma das únicas medidas potencialmente eficazes no actual contexto".

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

'FT': Colapso da Economia Venezuelana se Deve em Parte à China

Venezuela-O jornal Financial Times  publicou  um artigo onde analisa a crise venezuelana e atribui uma parcela de culpa às relações pouco transparentes com a China. “Toda catástrofe econômica traz um exame de consciência. Quando a Argentina entrou em colapso no final de 2001, O Fundo Monetário Internacional se viu forçado a fazer uma avaliação crítica de seu envolvimento no país. Processos parecidos foram desencadeados no Banco Mundial depois de projetos de desenvolvimento mal sucedidos na África. A implosão da economia venezuelana, que se aproxima, deverá motivar uma introspecção parecida — não no FMI, que esteve ausente desde sua ‘expulsão’ feita pelo presidente Hugo Chávez em 2007, mas na China”, diz a matéria escrita por Ricardo Hausmann, que é diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional na Universidade de Harvard.  
 
Ele prossegue: “É difícil exagerar a magnitude do colapso venezuelano. As pessoas estão fazer filas por horas para comprar comida, lojas estão vazias, e o país está numa profunda recessão. A Venezuela tem a inflação mais acelerada do mundo, enquanto a dívida de seu governo é a mais cara para garantir contra o calote. 
Como chegamos aqui? A Venezuela usou o período de alta dos dólares para quadruplicar sua dívida pública externa, com o objetivo de abastecer um boom do consumo interno. Por volta de 2012, quando o petróleo venezuelano valia em torno de US$ 103, o país estava gastar como se o preço estivesse em US$ 194, produzindo  um déficit fiscal de 17,5% do PIB. Essa é o motivo pelo qual a economia mergulhou numa crise no início de 2014, quando o preço do petróleo ainda era de US$ 100. A queda recente conseguiu piorar uma situação irremediável. Quem deu ao país a corda para se enforcar? Principalmente a China”. 
 
"A China começou a fazer enormes empréstimos à Venezuela em 2007. Desde então, emprestou mais do que US$ 45 bilhões, dos quais cerca de US$ 20 bilhões ainda são pendentes. Depois da visita a Pequim no dia 8 de janeiro, o presidente Nicolás Maduro disse que ganhou mais 'investimento'. 
 
O que torna a China inusitada não é só a soma que está querer emprestar mas a forma como está emprestar. Em primeiro lugar, Pequim escolheu ser obscura: não sabemos nem os termos dos empréstimos nem o uso do dinheiro. A dívida é reembolsada em petróleo, fazendo os detentores de bônus de Wall Street irem para a China. 
 
O público venezuelano tem pouca informação sobre onde o dinheiro está sendo gasto. Ferrovias foram  anunciadas mas abandonadas, fábricas nunca foram além da cerimônia de inauguração. Existem acusações de corrupção: em 2013, oito pessoas na Venezuela foram presas por se apropriarem de US$ 84 milhões do fundo da parceria China-Venezuela. 
 
Em segundo lugar, a dívida nunca foi autorizada pelo parlamento venezuelano devido ao argumento ilusório de que não era dívida, mas “finanças”, porque não deveria ser paga em dólares mas em petróleo. Como consequência, gastar dinheiro nunca fez parte do orçamento nacional,  escapando assim de todas as formas de controle e ignorando regras de partilha das receitas do petróleo, que  transfeririam parte dos rendimentos a governos estaduais e municipais de oposição", escreve Hausmann.  
 
Em terceiro lugar, foi pedido à PDVSA — a companhia nacional de petróleo — para que pague uma dívida de um empréstimo que não fez. Como não conseguiu pagar para forgo o rendimento no petróleo que mandou para a  China, acabou pedindo emprestado o equivalente a dezenas de bilhões de dólares do banco central, potencializando o problema da inflação na Venezuela. 
 
China ignorou as lições que muitos credores oficiais aprenderam da pior maneira. Há razões que explicam por que esses credores delegam ao FMI a taxação macroeconômica de mutuários: emprestar para políticas insustentáveis apenas antecipa o dia da prestação de contas. 
 
Se a China tivesse sido prudente, teria garantido que o dinheiro que forneceu foi investido em projetos que poderiam ser pagos por eles mesmos. Em vez disso, os empréstimos só podem ser reembolsados através de uma futura austeridade. 
 
“Outros bancos oficiais de desenvolvimento aprenderam que pontos políticos ganharam quando empréstimos podem evaporar rapidamente quando é hora de recolher de empréstimos antigos. A China pode ser um novo player em um mundo de financiamento de desenvolvimento internacional, mas tem se comportado, ao menos na Venezuela, como uma versão exagerada do que há de pior do velho financiamento de desenvolvimento”, conclui o artigo do Financial Times.

Portugal Consegue Taxas Mínimas para se Financiar e Antecipa Reembolso ao FMI

Portugal-Depois de ter conseguido angariar 5,5 mil milhões de euros na semana em obrigações a dez e a 30 anos, Portugal voltou ao mercado para emitir dívida de curto prazo. As taxas pedidas pelos investidores bateram mínimos históricos, colocando em evidência os benefícios que Portugal terá para antecipar o reembolso dos empréstimos do FMI.
 
O Estado pagou 0,108% para colocar 300 milhões de euros a seis meses e 0,22% para se financiar em 940 milhões de euros através de Bilhetes do Tesouro a 12 meses. Estes dados juntam-se aos passos significativos que Portugal fez nos mercados de dívida nos últimos tempos. Em 2011 Portugal chegou a pagar mais de 5% em várias operações a seis meses.
 
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, destacou a importância da emissão a 30 anos feita na semana passada. "Está feita a reconstituição da curva de rendimentos", afirmou. Este factor e as "reservas de liquidez muito significativas" que o Estado detém levaram Maria Luís Albuquerque a revelar, no Parlamento, que "o Governo vai iniciar os procedimentos necessários para o reembolso do empréstimo do FMI".
 
No âmbito do programa de assistência, o FMI emprestou a Portugal 26,9 mil milhões de euros, com uma taxa de 3,7% e uma maturidade média de sete anos. O País segue assim os passos da Irlanda. Em Agosto do ano passado, Dublin propôs antecipar o pagamento de 15 mil milhões dos 25 mil milhões emprestados pelo FMI, a serem pagos num prazo de 18 a 24 meses.
 
"Estas taxas tão baixas são um incentivo ao pagamento antecipado do empréstimo da troika. Faz sentido, como tem sido discutido publicamente, o país financiar-se no mercado a taxas historicamente baixas para amortizar antecipadamente a ajuda externa".
 

Tirar aos Ricos Para Dar à Classe Média

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Barack Obama-Barack Obama inaugurou uma nova forma de divulgar o seu discurso anual do Estado da Nação. O texto integral foi disponibilizado online para que todos pudessem seguir as palavras do presidente dos EUA. Um discurso marcado pela euforia momentânea em torno do desempenho economia. E não é para menos. Os EUA estão a criar empregos ao ritmo mais rápido desde 1999. Ainda esta semana o FMI reviu em alta o crescimento para este ano que deverá ficar nos 3,6%. Obama defendeu o conceito de economia da classe média, suportado na ideia que “this country does best when everyone gets their fair shot”. Para o conseguir prometeu gastar 235 mil milhões de dólares que serão em grande parte suportados por um aumento de impostos dos mais ricos (mais 320 mil milhões ao longo de 10 anos, incluindo um novo imposto sucessório). Um dos pontos altos do discurso foi o pedido ao Congresso para levantar o embargo a Cuba, ao mesmo tempo voltou a falar sobre o fecho da prisão de Guantânamo. Também a ameaça do Est ado Islâmico esteve presente com Obama a pedir ao congresso que aprovasse as operações militares contra a suas forças militares.

O Estado Islâmico voltou a divulgar um 
vídeo onde pede um regaste de 200 milhões de dólares por dois prisioneiros japoneses, aproveitando a deslocação do primeiro ministro japonês Shinzo Abe ao médio oriente.

Enquanto isso em Davos os líderes mundiais continuam reunidos no 
World Economic Forum. Na  reunião, que se realiza há 45 anos na Suíça, o otimismo parece ter-se evaporado.  Um inquérito feito anualmente pela PwC mostra que apenas 37% dos executivos espera uma melhoria das condições económicas munidas (no ano passado este número era de 44%).

Por cá, afinal sabiam. José Alves, partner da PwC foi ontem à Comissão de Inquérito do BES confirmar a 
notícia que o Expresso publicou a 13 de setembro. A auditora detetou falhas no BES em 2002 e comunicou-as ao Banco de Portugal e à CMVM. O líder da PwC disse também que aPT SGPS não quis que o relatório de auditoria incorporasse a análise sobre as responsabilidades individuais de cada membro dos órgãos sociais da PT pelo investimento de €897 milhões na Rioforte.

Em Espanha a fiança do ex tesoureiro do PP, Luis Barcenas, foi fixada em €200 mil. Barcenas estava em prisão preventiva há 19 meses na 
sequência do caso Gürtel que abalou a política espanhola. E todos os dias no país vizinho são detidos novos responsáveis por suspeita de corrupção. Umas das responsáveis pela Fundação Palau de Les Arts Reina Sofía, Helga Schmidt, é suspeita de cobrar comissões ilegais na operação da ópera de Valência.

Escândalos sucessivos que têm ajudado novas forças politicas a aparecerem como alternativa. Para o economista chefe do FMI, Olivier Blanchard “o desemprego está demasiado elevado e em Espanha, como outros países, isso está a levar à subida de partidos que nem sequer queriam ser parte do euro, que adotam posições populistas. É algo sobre o qual temos de nos preocupar”.

Na Grécia as previsões continua a dar uma vitória por 4 a 6,5 pontos ao Syriza nas eleições do próximo domingo. O seu líder Alexis Tsipras defendeu num texto de opinião publicado no Financial Times o fim da austeridade antes que ela acabe com a democracia grega. O texto que começa com a frase “A Grécia muda no dia 25 de Janeiro” defende que o s eu partido oferece uma solução para a Grécia que é a única capaz de fortalecer a zona euro. E deixa um aviso: “we must end austerity so as not to let fear kill democracy. Unless the forces of progress and democracy change Europe, it will be Marine Le Pen and her far-right allies that change it for us.

Os mercados continuam à espera do “Super Mário”. Com grande probabilidade Draghi deverá anunciar amanhã um programa alargado de compra de dívida pública dos países do euro - conhecido por quantitative easing (QE) – Angela Merkel fez saber na segunda à noite que a Alemanha não está confortável com estas medidas.  Palavras que foram entendidas por 
Athanasios Orphanides, ex- governador do banco central de Chipre, como uma tentativa de condicionar o BCE.

Para tirar todas as dúvidas sobre o QE pode sempre reler o que os jornalistas do Expresso João Silvestre e Jorge Nascimento Rodrigues publicaram no último sábado – 
O QE isto?


 OUTRAS NOTÍCIAS

 

Quando a China espirra o mundo adoece. Pela primeira vez em 24 anos o crescimento chinês caiu para 7,4%. E para este ano o Fundo Monetário internacional (FMI) espera que o PIB não suba mais do que 6,8%. As autoridades chinesas reagiram com aparente calma mas já estão a tentar procurar novas formas de fazer a economia crescer e as grandes multinacionais pensam já em planos B.

Da China deverá vir um novo acionista do Atlético de Madrid. Wang Jianlin, o segundo homem mais rico da China acordou pagar até €45 milhões de euros por 20% do atual campeão espanhol. O 
acordo deverá ser anunciado esta quarta-feira em Pequim. Wang, de acordo com a Forbes, tem uma fortuna avaliada em 13,2 mil milhões de dólares.

Ontem o The Guardian publicou um trabalho que não pode perder. O diário de Guantánamo de 
Mohamedou Ould Slahi Ould Slahi foi finalmente publicado depois de anos de batalhas legais. São 466 páginas manuscritas escritas da sua cela individual em Campo Echo, da qual saíram em 2005. Mohamedou está preso há 12 anos.

Parece que desta foi de vez. No Iémen os rebeldes Houthi da minoria xiita lançaram um golpe de Estado conta o presidente Hadi. Os
rebeldes invadiram o palácio presidencial na capital Sanaa e pilharam um depósito de armas. Os houthis já controlavam a cidade desde setembro optando por deixar o presidente no poder. O assalto ao palácio presidencial segue-se ao rapto, no sábado, de Ahmed Awad bin Mubarak, chefe do gabinete presidencial e um dos autores do projecto de nova Constituição, que os houthis contestam.

O dia de amanha será marcado pela Assembleia Geral da PT que poderá ditar a venda da PT Portugal à Altice. Mas nesta altura todos os cenários são ainda possíveis. Há quem tente a todo o custo reverter a fusão com a Oi. Mas para isso é necessário adiar mais uma vez a Assembleia Geral. A CMVM enviou ao presidente da AG, Menezes Cordeiro, uma 
lista de informações que o supervisor acha que ainda precisam de ser clarificas. O que não para de descer são as ações da PT SGPS. Desde 5 de maio, dia em que se formalizou a fusão com a Oi, a capitalização bolsista da empresa recuou 80%. Em maio de 2014 valia €2.816 milh&otild e;es de euros, agora vale €545 milhões.

Em Angola o nome de José de Lima Massano, ex-governador do Banco Nacional de Angola que saiu do cargo na semana passada é agora apontado como
possível número um da petrolífera Sonangol. Massano é uma figura altamente respeitada em Angola pelo trabalho que fez enquanto governador do banco central.

 
O QUE CONTAM OS NÚMEROS 


Uma breve análise aos números do Índice de Preços no Consumidor do INE:

O serviço cujo preço mais subiu entre 2012 e 214 foram os serviços postais. U
m aumento de 29,7%.
O ra nking dos 7 que mais desceram é
seguinte:

1- Equipamento fotográfico, cinematográfico e instrumentos de ótica: -19,7%
2- Equipamentos para campismo, desporto: -19,1%
3- Equipamento de processamento de dados: -17,4%
4- Equipamento para recepção, registo e reprodução de som e imagem: -15,5%
5- Carpetes e outros revestimentos para pavimentos  -9,7%
6- Seguros relacionados com transportes: -8,9%
7- Combustíveis e lubrificantes para equipamento de transporte pessoal : -8,5%

FRASES
"Veio, entretanto, a ser eleito Aníbal Cavaco Silva, membro do Partido de Sá Carneiro, depois de ter sido salazarista convicto no tempo da ditadura". Mário Soares em artigo de opinião publicado na terça-feira no DN e que continua a causar polémica.

Os muçulmanos são tão europeus como os ciganos, os homossexuais , os intelectuais, os agricultores e os trabalhadores fabris. Estamos na Europa há séculos e os políticos e a imprensa têm de parar de agir como se tivéssemos chegado ontem. Estamos aqui para ficar”. Abdelkader Benali, jornalista e escritor holandês (DN)

Se tivesse calado e fosse a uma parede bem áspera e coçasse lá os cotovelos faria melhor... o que vale é que o cr7 tá protegido do olho grande (…) e quem não se sente não é filho de boa gente... pronto e é isto…”, Kat ia Aveiro, irmã de Cristiano Ronaldo em resposta a Luis Figo que afirmou na segunda-feira que “tive a felicidade de jogar no meu tempo com grandes, jogadores tanto na minha equipa como contra, possivelmente melhores do que Cristiano e Messi”


 

O QUE EU ANDO A LER

O shale e o jogo Saudita – Desde julho os preços do petróleo caíram 60%. Esqueçam a OPEC e as expectativas de menor procura mundial. O culpado é o shale. No dia 11 de Abril de 2011 a revista Time colocou uma pedra na capa e por cima o título: “THIS ROCK COULD POWER THE WORLD”. Desde então processou-se uma revolução silenciosa na energia encabeçada pelos Estados Unidos. Mas a resposta dos países produtores de petróleo foi dura. Uma queda abrupta do preço pode inviabilizar esta produção. A revista The Economist tem dedicado páginas e páginas ao tema. Inclusive dando conta de novas formas mais baratas, mais eficientes e mais amigas do ambiente de retirar o petróleo da rocha.

Ficam aqui duas mais duas sugestões de leitura para perceber a intricada novela à volta desta pedra cinzenta e o jogo da Arábia Saudita:
The Spectator; Foreign Affairs

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo Esgota em Portugal Antes de Chegar às Bancas

Charlie Hebdo-Os exemplares do jornal satírico francês, que vão chegar a Portugal na sexta-feira, já estão todos reservados. Bancas de jornais chegam a ter 200 pedidos.
 
Os 500 exemplares de última edição do Charlie Hebdo que vão chegar a Portugal serão poucos para as encomendas. Nos locais que habitualmente vendem imprensa estrangeira há listas com pedidos de reserva que chegam aos 200.
 
"Vamos receber dez ou 11. Temos 20 reservas, porque achávamos que íamos receber mais. Mas se estivesse a aceitar todos os pedidos já eram perto de 200", conta Carlos Oliveira, proprietário da Tabacaria Mónaco, no Rossio.
 
Na Sunrisepress, situada na Avenida da Liberdade, o número de pedidos também é elevado. São 140 reservas, contabiliza Vítor Túlio, admitindo que muitas não poderão ser satisfeitas.
 
As receitas da venda desta edição revertem na totalidade para o editor do Charlie Hebdo, uma vez que a International News Portugal (INP), importadora do jornal para Portugal, e a distribuidora de publicações VASP abdicaram das suas margens de comercialização.
 
A edição que começou ontem a chegar às bancas tem cinco milhões de exemplares (face à tiragem habitual de 60 mil) e chegará a mais de 20 países, com versões em cinco línguas, incluindo o árabe e o turco.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Regling: "Grécia Vai Claramente Ficar na zona euro"

Grécia-O presidente do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) diz que toda a gente quer a Grécia no euro e que os gregos também querem ficar na moeda única.
 
"A Grécia vai claramente ficar, a zona euro não prevê a saída de um estado-membro, todos os rumores que têm sido espalhados nas últimas semanas vieram de notícias da imprensa, não de declarações de governos. Os governos do euro não mudaram as suas visões". Quem o diz é Klaus Regling, presidente do MEE.
 
No entanto, Regling reconhece que Atenas, que antecipou legislativas para 25 de Janeiro, tem de continuar a fazer o seu trabalho, mantendo-se no caminho do ajustamento. É que os governos que querem a Grécia no euro "também querem que todos os países que têm problemas e que recebem assistência financeira façam o seu trabalho de casa, para melhorar a sua situação económica através de reformas e de consolidação orçamental, quando necessário".
 
O presidente do MEE considera que a Europa já ajudou muito Atenas com todas as melhorias concedidas ao empréstimo ao país - houve extensão de prazos do empréstimo e reduções de juros -, mas até admite mais algum alívio, desde que o governo grego cumpra a sua parte. "Não acho que seja preciso muito mais além disso [do alívio já concedido], muitas coisas já aconteceram, mas estou certo que o Eurogrupo vai olhar novamente para o assunto se as reformas continuarem".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Petróleo Barato Torna Dívida Pública de Angola Mais Cara

Angola-O 'think-tank' norte-americano Brookings Institution considera que Angola vai ter mais dificuldade em pagar os juros da dívida pública devido à descida dos preços do petróleo, identificando mais cinco tendências de risco resultantes da crise petrolífera.
 
Num ensaio sobre os efeitos negativos da descida dos preços do petróleo nos países da África subsariana, entre os quais se encontra o segundo maior produtor desta região, Angola, os analistas do Instituto Brookings afirmam que "países como Angola, Gabão e Nigéria vão ter mais dificuldades em pagar a dívida à medida que as suas receitas petrolíferas caem e que a depreciação das suas moedas torna o valor da dívida, nominalmente em dólares, mais caro".
 
No artigo disponível no site de um dos mais reputados think-tanks norte-americanos, explica-se que existem mais tendências nestes países: para além dos riscos na colocação de dívida no mercado, são identificados riscos políticos, benefícios para os países africanos importadores de petróleo, volatilidade nos mercados dos países exportadores de petróleo e riscos para o futuro da economia destes países.
 
"Os efeitos económicos da descida dos preços do petróleo podem aumentar o risco político, especialmente em países em conflito", escrevem os analistas, exemplificando com o Sudão do Sul e com a Nigéria, a braços com a possibilidade de os investidores ficarem ainda mais nervosos com as notícias negativas, ignorando os esforços dos governos para melhorar a situação e reagir à perda de receitas petrolíferas.
 
Por outro lado, continuam, alguns países dependentes do petróleo para equilibrar o orçamento, como é o caso de Angola e da Nigéria, entre outros, não têm almofadas orçamentais suficientes para acomodar a descida do preço, por isso "vão ser obrigados a ajustar a despesa ou desvalorizar a moeda, o que pode levar ao aumento da inflação".
 
O problema, sublinham, é que "cortes na despesa pública e aumento da inflação podem impulsionar agitação social, especialmente quando afetam setores da população que são rápidos a mostrar o seu descontentamento, como os estudantes ou os sindicatos".
 
Ao contrário, os países africanos importadores de petróleo são os mais beneficiados, e a agência de notação financeira Fitch, citada no texto, prevê mesmo que a descida nos preços do crude possa impulsionar o crescimento da região para 4,5% em 2014 e 5% este ano.
 
As últimas duas tendências identificadas nesta análise do Brookings Institution são a volatilidade dos mercados cambiais e perigos para o futuro da economia nos países exportadores: na Nigéria, a moeda local caiu 10% desde meio de junho até final de 2014, o que torna ainda mais difícil para os investidores retirarem os seus lucros do país.
 
Por último, o futuro das próprias economias africanas assentes na exportação de petróleo: "apesar de os países importadores, como o Quénia ou o Uganda, estarem a beneficiar da queda atual dos preços, eles devem tornar-se exportadores de petróleo, talvez já em 2017, e por isso a descida nos preços atuais pode afetar o lucro estimado para os investimentos nesse setor".
 
O preço do barril de crude nos mercados de referência caiu mais de 50% desde meados de junho, tendo descido abaixo da barreira psicológica dos 50 dólares já no princípio deste ano, desequilibrando as contas públicas dos países que dependem da exportação de petróleo para equilibrar os seus orçamentos, e obrigando a medidas de correção para evitar o descontrolo nos orçamentos.