Putin-A Rússia diz que as novas sanções adoptadas pelos Estados Unidos para castigar a posição do Kremlin na crise ucraniana podem fazer retroceder as relações bilaterais para os tempos da Guerra Fria. A posição, expressa pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev, reforça a condenação feita pelo presidente russo.
Em visita ao Brasil, Vladimir Putin defendeu que as sanções “têm um efeito de bumerangue e vão, sem dúvida, empurrar as relações entre os Estados Unidos e a Rússia para um beco sem saída, provocando danos bastante severos. E também vão prejudicar, a longo prazo, os interesses estratégicos do governo(Administração) e do povo norte-americano”.
A administração Obama adoptou pela primeira vez medidas que visam directamente as principais empresas públicas russas que reforçam a base do poder de Putin, nomeadamente a petrolífera Rosneft.
O diretor-executivo da empresa, Igor Sechin, afirmou que “como a Rosneft é uma empresa geradora de recursos para a Rússia, essas sanções não a visam como companhia. Têm como objetivo prejudicar as políticas soberanas da Rússia e tentar agravar o bem-estar económico dos seus cidadãos”.
Em termos imediatos, as sanções privam de financiamentos em dólares, a médio ou longo prazo, não só a Rosneft como o gigante do gaz Novatek e o Gazprombank, terceiro banco do país. Estes três grupos são dirigidos por aliados do Kremlin. As medidas afectam ainda o banco público VEB e oito empresas do sector da Defesa.