Bruxelas- O prazo fixado pela União Europeia (UE) para a Rússia apoiar o plano de paz do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e tomar medidas que diminuam a tensão no leste deste país termina segunda-feira última, e se Moscovo não avançar nada neste sentido, novas sanções podem ser impostos pelo bloco.
"O Conselho Europeu avaliará a situação e tomará as medidas necessárias", disse a porta-voz comunitária de Relações Exteriores, Maja Kocijancic.
A UE "está pronta para implementar uma terceira fase de sanções", acrescentou, sem dar detalhes sobre quais seriam. Espera-se que as novas sanções tenham um caráter econômico, depois das já impostas a um grupo de pessoas da Rússia, Crimeia e Ucrânia.
A Rússia admitiu ontem que a repercussão econômica das novas sanções seria negativa. "Certamente o crescimento econômico cairia profundamente", disse o ministro russo de Economia, Alexei Uliukayev.
Por enquanto, a UE aplica uma série de medidas restritivas que incluem o congelamento de bens e a proibição de viajar para território comunitário a uma lista de russos e ucranianos envolvidos na crise.
"Estamos em contacto regular com os Estados-membros e com a Ucrânia e a Rússia", afirmou a porta-voz comunitária ao ser perguntada pela conferência telefônica de entre os líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França.
"As conclusões da cúpula (de sexta-feira passada em Bruxelas) são muito claras", a UE quer "ver quatro passos concretos".
Maja Kocijancic afirmou que neste momento a UE "pede a todas as partes que dêem os passos necessários para diminuir as tensões no leste da Ucrânia".
Os chefes de Estado e do governo da UE pediram a Moscovo na sexta passada quatro medidas: em primeiro lugar, a abertura de negociações sobre a aplicação do plano de paz do presidente ucraniano.
Em segundo lugar, um acordo sobre o mecanismo de verificação -supervisado pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE)- do cessar-fogo e do controle efectivo das fronteiras.
A terceira exigência foi o retorno ao controle das autoridades ucranianas de três pontos da fronteira com a Rússia (Izvarino, Dolzhanski e Krasnopartizansk) e, por último, que se liberte os reféns, incluídos os observadores da OSCE que continuam detidos.