África e FMI-GOVERNANTES africanos e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordaram em reforçar a parceria entre si, bem como em trabalhar em conjunto para responder às necessidades do Continente Africano. Esta intenção vem expressa na “Declaração de Maputo”, aprovada durante a Conferência Internacional “África em Ascensão”, que terminou na capital do país.
A declaração foi aprovada no encontro de dois dias organizado conjuntamente pelo Governo moçambicano e o FMI e que contou com a participação de numerosos políticos de África e de outras partes do mundo, do sector privado, da sociedade civil, académicos e fundações privadas, que se propunham discutir políticas que sustentem o actual crescimento e promovam a repartição dos benefícios com a população do continente.
A “Declaração de Maputo” refere ainda que o diálogo sobre políticase capacitação entre os países da África Subsahariana e o FMI irá reflectir a agenda ambiciosa tendo em vista a defesa da estabilidade macro-económica com ações políticas destinadas a promover a transformação estrutural e sustentar o crescimento forte e inclusivo.
A superação de situações de fragilidade; garantia de um financiamento adequado para o desenvolvimento de África; e o reforço das capacidades institucionais, incluindo os recursos humanos, são outras medidas previstas na declaração.
“As medidas a serem tomadas terão em conta as diferentes necessidades dos estados africanos membros do FMI, variando desde os países que enfrentam desafios de fragilidade e conflitos; os de renda média e as economias de mercado emergentes”, refere a declaração.
Numa conferência de imprensa que marcou o final da Conferência África em Ascensão, o Ministro das Finanças, Manuel Chang, afirmou que cada um dos países africanos tem o seu estágio de desenvolvimento e de relacionamento com o FMI, “mas aqui podemos ver entre nós aquilo que são as vantagens de um e do outro e trocarmos experiências”.
“Tivemos também a oportunidade de estar muito mais perto da direcção-geral do FMI. Para Moçambique tratou-se de uma oportunidade ímpar para o país continuar a estar muito perto do mundo e do sector financeiro mundial”, disse.
Por seu turno, a Directora-geral do FMI, Christine Lagarde, destacou o facto de o Continente Africano estar em ascensão, tendo enfatizado o facto de a generalidade dos países da África Subsahariana ter resistido à recente crise financeira global.
“Isso demonstra um sinal de força e energia. Agora é preciso garantir que esse crescimento seja mais sustentável e mais inclusivo, esses serão os desafios futuros”, disse. Lagarde disse ainda que embora haja sinais muito positivos, há riscos no horizonte que devem ser acautelados.