Guiné-Bissau-O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau e ex-presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, afastou a hipótese de ser candidato nas próximas eleições, numa carta dirigida ao partido.
"Me despeço breve, aguardando melhor altura e condições para voltar a servir com honra e abnegação o meu país", referiu Cadogo, nome pelo qual é conhecido no país.
Deposto pelo golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012, depois de vencer a primeira volta das eleições presidenciais e antes de se realizar a segunda, Carlos Gomes Júnior tinha anunciado em dezembro que ia voltar à Guiné-Bissau para se candidatar à presidência nas próximas eleições - marcadas para 13 de abril.
Como consequência, em janeiro, militares e pessoal das forças de segurança guineenses montaram operações de busca, revistaram viaturas diplomáticas e ameaçaram invadir um escritório das Nações Unidas no Sul para tentar prender Cadogo.
Mas o ex-líder afinal não tinha regressado ao país, ausência que levou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) a rejeitar, no último fim de semana, o seu pedido de apoio para se candidatar às presidenciais.
"Jamais violarei a disciplina partidária, contrariando as decisões dos órgãos superiores do partido e tão pouco irei servir de instrumento para a divisão e enfraquecimento do nosso partido e da nossa pátria", escreveu Carlos Gomes Júnior.
"Acatarei com espírito de profunda militância as diretivas do partido", acrescentou.
Cadogo disse que não quer ser "a desculpa para o contínuo sofrimento" do povo guineense.
O PAIGC escolheu como candidato presidencial um ministro do Governo deposto de Cadogo, o ex-titular da pasta das Finanças da Guiné-Bissau José Mário Vaz.
O presidente do partido, Domingos Simões Pereira, ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai ser o cabeça de lista às eleições legislativas, que se realizam também a 13 de abril.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.