segunda-feira, 31 de março de 2014

EUA e a Rússia Sem Acordo Sobre à Ucrânia

Ucrânia-Os Estados Unidos e a Rússia continuam de candeias às avessas no que toca à crise ucraniana.
 
No encontro, em Paris, entre os dois chefes da diplomacia, John Kerry e Serguei Lavrov, foram poucos os pontos de concordância, a não ser o facto de que só a Ucrânia pode decidir sobre o futuro do país.
 
Kerry mostrou-se particularmente preocupado com a presença das tropas russas na fronteira ucraniana: “Qualquer progresso na Ucrânia tem de incluir uma retirada das forças russas que se junta, em massa, ao longo das fronteiras ucranianas. Dei conta ao ministro Lavrov da nossa forte preocupação. Penso que estas forças estão a criar um clima de medo e intimidação”
 
A acumulação de tropas russas junto à fronteira fez aumentar os medos de novas ambições territoriais de Putin, depois da anexação da Crimeia.

França: Os Eleitores Sancionam o partido Socialista

França-Eleitores franceses desferem um duro golpe ao governo socialista nas eleições municipais de domingo.
 
Seis municípios de mais de 100 mil habitantes passaram para as mãos da direita. O presidente da UMP, Jean-François Copé, congratula-se.
 
“Quero ver como o presidente François Hollande vai reagir a esta mensagem das urnas e quero saber como ele vai mudar esta política catastrófica.”
 
Líderes socialistas admitiram a derrota na conferência de imprensa. A votação foi vista como um referendo sobre a impopularidade do presidente François Hollande.
 
“Esta votação é uma derrota para o governo e o para amaioria “, disse o primeiro-ministro Jean -Marc Ayrault .
 
Espera-se uma remodelação do Governo num esforço para dar ao governo um impulso. Não ficou claro quando um novo governo pode ser anunciado , ou se Ayrault iria manter o seu trabalho.
 
Frente Nacional de Marine Le Pen  está afundar raízes locais em toda a França , tendo em vista a eleição presidencial 2017 e eleições parlamentares europeias de Maio .
 
Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional declarou: “A França não está bem e essa alternância entre a UMP (partido de direita) e PS (Partido Socialista) não muda nada.”
 
Os socialistas conseguiram conservar Paris, Lille, Estrasburgo e Dijon. A mais importante foi a vitória da atual vice-presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, que conquistou o assento.

Portugal: O Estado, a Barreira Burocrática e os Particulares ( Cidadãos ou empresas)

Portugal-O Governo promete facilitar a relação dos particulares com o Estado. O ministro da Administração Pública garante mesmo que a meta do Governo é reduzir em 30% a burocracia que existe na relação do Estado com particularesos cidadãos ou empresas).
 
Esta é uma área crucial para o desenvolvimento empresarial, sobretudo no que ao licenciamento diz respeito. São conhecidos inúmeros casos de projectos de investimento, muitos nacionais, mas também alguns estrangeiros, que acabaram por não avançar por demora excessiva no licenciamento. A questão é que, como diz o povo, "de boas intenções está o inferno cheio" e se não houver uma tradução prática destas intenções elas de nada servirão.
 
A Administração Pública digital veio melhorar muito algumas relações dos cidadãos e das empresas com o Estado, mas quando é necessário recorrer aos serviços físicos as coisas complicam-se muito, sobretudo se se tratar de licenciamentos empresariais ou de assuntos da área da Segurança Social. A teia burocrática é tal ordem que os cidadãos dificilmente conseguem ultrapassá-la.
 
A Segurança Social é um verdadeiro quebra-cabeças para quem tem de se relacionar com os serviços. No que à resolução de problemas diz respeito, as Lojas do Cidadão parecem estar desligadas dos serviços centrais e estes só atendem por marcação, regra geral, com meses de atraso. Os cidadãos, em geral, e os empresários, em particular, queixam-se do, cada vez maior, afastamento dos serviços do Estado. Por isso, as medidas agora anunciadas por Miguel Poiares Maduro têm de ser alvo de fiscalização sucessiva para serem verdadeiramente eficazes. Caso contrário, será mais um caso em que se fazem mudanças para que tudo fique na mesma.

Economia da África Ocidental Deverá Crescer 7,1% em 2014


África Ocidental-A África Ocidental continuará a ser "a mais dinâmica" comunidade económica regional africana em 2014, com uma taxa de crescimento económico prevista para 7,1%, acima dos 6,3% em 2013, segundo um relatório da comissão da organização regional.
 
O documento foi apresentado na sexta-feira última pelo presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Kadré Desiré Ouedraogo, na cimeira de chefes de Estado e Governo, que terminou  em Yamoussoukro, na Costa do Marfim.
 
O relatório da Comissão da CEDEAO indica que, após um crescimento regional de 6,6% em 2012, seis dos 15 Estados-membros da comunidade alcançaram taxas de crescimento acima da média de 6,3% por cento em 2013, com Serra Leoa no topo da lista, com 14,6%.
 
Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Libéria e Nigéria são os outros cinco países que, em termos de crescimento económico, ficaram acima da média regional.
 
No relatório, Ouedraogo referiu que o crescimento da economia regional foi impulsionado pela "forte procura" por minerais, hidrocarbonetos, pela resiliência de produção agrícola e de serviços, bem como pelas reformas macro-económicas e sectoriais realizadas por alguns Estados-membros.
 
O documento refere também o acordo de financiamento de 56 milhões de euros assinado entre a Comissão da CEDEAO e a União Europeia (UE), no âmbito do 10.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), como parte da operacionalização da reserva regional de segurança alimentar, lançado em Setembro de 2013 para melhorar a disponibilidade de alimentos na região.
 
Por outro lado, Ouedraogo salientou que o "bom uso" que a Comissão da CEDEAO deu ao envelope de 600 milhões de euros para o Programa Indicativo Regional (PIR), também incluído no 10.º FED, incentivou a UE a dobrar o envelope para 1.200 milhões de euros, já no âmbito do 11.º FED.
 
A cimeira, que já terminou, discutiu ainda outras questões, incluindo a paz e segurança na região, os relatórios de algumas reuniões ministeriais e do Conselho de Ministros, bem como eleger um novo presidente da CEDEAO, que vai substituir o chefe de Estado marfinense, Alassane Ouattara.
 
Cabo Verde estará representado na cimeira pelo primeiro-ministro, José Maria Neves, que, após o fim do evento, efectua uma visita oficial de dois dias à Costa do Marfim.
 
CEDEAO é composta pelo Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Guiné-Bissau: Koumba Yala «Declara» Nuno Na Bian Presidente da República

Campanha Eleitoral de Nuno Na Bian -"Este é o Presidente da República da Guiné-Bissau, que eu trago para vos apresentar", anunciou Koumba Yala perante um grande número de apoiantes e simpatizantes do candidato Nuno Na Bian.
 
Num encontro popular com o seu eleitorado quarta-feira passada, 26 de Março, no Bairro de Lala Quema, em Bissau, o antigo Chefe de Estado disse também que a Guiné-Bissau precisa da paz para a estabilidade e o desenvolvimento. A nível internacional, Koumba Yalá falou das relações históricas entre a Guiné-Bissau e Portugal.
 
No encontro, Nuno Na Bian fez referência à falta da água potável no país, mostrando-se revoltado com esta realidade e tendo mesmo sugerido que alguém deva ser responsabilizado por tudo o que não aconteceu na Guiné-Bissau. O candidato às Presidenciais disse que é notável a corrupção generalizada no aparelho do Estado, onde se assiste a uma luta sem igual, por parte de todos, para ocuparem cargos ministeriais. A questão da Saúde mereceu igualmente a preocupação do candidato, dado que se assiste à morte de mulheres durante o parto. A necessidade de se apostar na agricultura e a falta de energia eléctrica foram outros aspectos destacados por Na Bian.
 
A questão da reforma nos sectores de Defesa e Segurança esteve também em destaque no discurso do candidato apoiado por Yala, que disse ser necessária uma reforma «condigna». Confiante na vitória, Nuno Na Bian garantiu aos seus apoiantes do Circulo Eleitoral 25 que vai vencer as eleições Presidenciais de 13 de Abril, logo na primeira volta. Este comício foi antecedido de uma visita do candidato, no período da manhã, à Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes.

Mais de 220 Milhões de Pessoas Desnutridas em África, Segundo FAO

África – Mais de 220 milhões de pessoas sofrem de desnutrição nos países africanos, revelou quinta-feira passada em Túnis o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano Da Sylva.
 
Falando com participantes na 28ª conferência regional da FAO em curso na capital tunisina, Da Sylva apelou aos países africanos para redobrarem de esforços na cooperação e porem termo aos conflitos a fim de realizar a segurança alimentar.
 
Sublinhou que a sua organização apoia a República Centro-Africano (RCA) e o Sudão que atravessam momentos difíceis. A 28ª conferência regional da FAO, iniciada segunda-feira última, sob o lema «A Juventude Africana, Agricultura e Desenvolvimento do Mundo Rural».

sexta-feira, 28 de março de 2014

Portugal: Ajustamentos nos Salários das Cotadas



Portugal-Os administradores das cotadas portuguesas estão a receber menos: em média, as remunerações pagas aos altos executivos dessas empresas caiu 8,4% em 2012 face ao ano anterior, como revelaa CMVM no seu Relatório Anual de Governo Societário.
 
Apesar da redução, não deixa de haver números curiosos: a parte variável das remunerações subiu de 23,8% para 27,8%, há 22 executivos no país a ganharem mais de um milhão de euros por ano e o mais bem pago nesse ano arrecadou 3,1 milhões de euros. Uns dirão que se trata de um ajustamento necessário (ainda que forçado pela crise), outros dirão que se trata de uma inevitável moralização (devido à larga discrepância salarial entre executivos de topo e quadros mais baixos).
 
Mas, se no primeiro caso as empresas estão nas mãos de factores externos (mercado, economia...), no segundo caso dependem unicamente de si e dos seus critérios de avaliação - e essa é a discussão que é importante manter. Mais do que os valores pagos aos administradores, são os critérios de definição desses salários que devem ser ponderados, afinados e contribuir para uma maior transparência e justeza das remunerações. Um passo importante já foi dado quando as cotadas acataram a recomendação do regulador e passaram a divulgar os salários das suas equipas de gestão. Mas é fundamental cumprir outros passos.
 
Como garantir que os critérios de definição de um salário atendam aos interesses de longo prazo da empresa, numa avaliação do desempenho dos gestores e do real crescimento que foi capaz de gerar para os accionistas e para a sustentabilidade do próprio negócio. Mais do que definir os tectos máximos de um salário (como pretende Bruxelas), é na sua base que deve começar o esforço de transparência.

Soldados Chineses Mortos na Guerra de Correia do Sul Regressam à China 60 Anos Depois

China-60 anos depois, estão de regresso à China os restos mortais de mais de quatro centenas de soldados falecidos durante a Guerra da Coreia.
 
A cerimónia de repatriação teve lugar no aeroporto internacional de Incheon, na Coreia do Sul, um momento histórico nas relações entre antigos inimigos, que foi tornado possível através de um tratado assinado entre Seul e Pequim, em Dezembro do ano passado, depois de uma visita à China da Presidente sul-coreana.
 
Trata-se do maior repatriamento de soldados chineses caídos durante a Guerra da Coreia, o conflito, entre 1950 e 1953, onde a China combateu ao lado da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul.
Dos cerca de um milhão e 300 mil soldados que Pequim enviou para a península, aproximadamente 135 mil morreram em combate.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Portugal: A Recuperação Económica Está a Chegar

Portugal-O Banco de Portugal divulgou ontem as suas previsões económicas mais recentes e, ao contrário do que foi habitual durante os últimos anos, apresentou boas notícias. As projecções foram revistas em alta.
 
Ou seja, a economia portuguesa não só regressou ao crescimento, como vai crescer acima do que era esperado antes. É verdade que a subida do PIB ainda ficará abaixo dos 2% mas, ainda assim, hoje temos uma tendência positiva, o oposto do passado recente.
 
A segunda boa notícia é que a economia está a recuperar com um modelo de crescimento mais equilibrado e saudável. Está a ocorrer uma recuperação do consumo das famílias, o que é positivo depois de anos de forte contracção, mas não está a ocorrer uma explosão do consumo privado.
 
As famílias regressaram ao consumo com equilíbrio, mantendo uma taxa de poupança aceitável. Isto nota-se nas importações, que também subiram em resultado da maior procura interna, mas sem colocarem em causa o excedente da balança das relações económicas com o exterior.
 
Desta vez, a economia está a crescer mas os portugueses não se estão a endividar junto do exterior porque o motor da recuperação está baseado nas exportações. Por fim, mais uma notícia positiva: o investimento vai recuperar. Desta forma, há condições para melhorar o potencial de crescimento da economia. Só falta que o desemprego comece a descer de forma mais acentuada e que esta recuperação chegue aos bolsos dos portugueses. Para já, as sementes estão lançadas e a germinar.

Visita de Presidente Chinês a França Vale Acordos de 18 Milhões de Euros


França -A visita oficial do presidente Chinês Xi Jinping a França por ocasião dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países já rendeu contratos económicos no valor de 18 mil milhões de euros.
 
Depois de Lyon, o chefe de Estado chinês viajou até Paris onde se encontrou com o homólogo francês François Hollande, no segundo de três dias de visita.
 
18 mil milhões de euros em contratos significam emprego, crescimentos e perspectiva de crescimento para os próximos anos”, declarou o presidente francês, François Hollande.
 
“A China e a França são duas nações com influência global. Decidimos reforçar a nossa cooperação nos assuntos internacionais e propor ideias e soluções para estabelecer uma nova ordem política internacional que seja mais justa e equilibrada”, afirmou o chefe de Estado chinês, Xi Jinping.
 
Agricultura, energia e transportes foram as principais áreas dos acordos, em particular no que diz respeito à venda de aviões Airbus e a entrada do fabricante chinês de automóveis DongFeng no capital da gaulesa PSA Peugeot Citroën.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Portugal: Uma Execução Orçamental Suportada pelos Contribuintes



Portugal-Os últimos dados da execução orçamental continuam a dar boas notícias ao Governo. De acordo com a síntese divulgada ontem pela Direcção Geral do Orçamento, as receitas fiscais chegaram ao final de Fevereiro com bons resultados:
Subiram 6,2%, para 7,2 mil milhões de euros, acima dos próprios objectivos traçados no Orçamento do Estado para este ano.
Os maiores contribuintes para este aumento? Um deles foi o IRS que, só em dois meses, rendeu ao Estado 2,3 mil milhões de euros (mais 17,7%) e o IVA, que somou 2,9 mil milhões de euros. E estes são apenas alguns dos indicadores.
Podem avançar-se muitas explicações para a boa performance fiscal. Como dizer que estes são os primeiros resultados das novas medidas de combate à evasão e à fraude fiscal, argumentam as Finanças. Ou que serão um sinal da melhoria das condições de mercado que permitem, por um lado, que as empresas criem mais emprego e, por outro, que gerem mais receitas.
Pode ainda ser por uma retoma de consumo que leva os portugueses a gastarem e a comprarem mais, o que dá um novo impulso à receita fiscal. Pode ser tudo isso e muito mais. Mas há uma justificação que, seguramente, está na origem desta boa performance: o colossal reforço da carga fiscal que famílias e empresas sofreram e estão a pagar. É uma factura que, a bem ou à força, está a sair directamente das carteiras dos contribuintes.

terça-feira, 25 de março de 2014

Portugal: O Perigoso Fenómeno dos Novos Pobres

Portugal-Os últimos dados sobre a pobreza em Portugal são preocupantes. É um dos efeitos mais claros da crise económica, financeira e social que afecta o país.
 
O risco da pobreza já atinge um quinto da população portuguesa. E, além disto, o fenómeno dos novo pobres chega a cerca de 500 mil famílias. São famílias que têm emprego, rendimentos, mas o que ganham não é suficiente para viverem acima do limiar da pobreza.
 
Ou seja, mesmo com emprego, precisam de ajuda. Estes fenómenos explodiram no ano passado, claramente em resultado da crise que retirou rendimentos aos portugueses. Por um lado, descidas nos salários líquidos por efeito do agravamento da carga fiscal.
 
Por outro lado, o corte generalizado nas prestações sociais - subsídio de desemprego, subsídio de doença, RSI... No passado, as prestações do Estado foram as medidas mais eficientes para retirar portugueses da pobreza. E agora? Esta é a questão difícil de responder. A fraca saúde das contas o Estado não permite que as prestações sociais voltem ao nível antes da crise.
 
Os credores vão manter a pressão para um forte controlo da despesa e uma redução do défice orçamental e da dívida pública. Portanto, resta apostar no crescimento económico, que continua a ser a melhor maneira de retirar pessoas da pobreza. Veja-se o exemplo dos países emergentes. E, além disto, reformar o Estado social para que o pouco dinheiro público chegue a quem realmente necessita.

Rússia Fora de G8: Não é Uma Granda Trazédia, Diz Kremlim

Holanda-Os líderes do G7 e da União Europeia (UE) decidiram segunda-feira última, na Holanda, não participar em mais encontros com a Rússia, no formato G8, até que o Kremlin “mude de rumo” em relação à Ucrânia.
 
Os responsáveis dos sete países mais industrializados do mundo e da UE surgiram muito sorridentes no seu encontro, aparentemente indiferentes à ameaça que o fracasso em garantir a integridade territorial da Ucrânia representa para o Tratado de Não-Proliferação nuclear e para a paz no mundo.
 
Moscovo não vê um grande problema na exclusão do G8. Segundo Serguei Lavrov, “o G8 é um clube informal. Ninguém entrega uma carta de membro e, por definição, ninguém pode correr com ninguém. Se os nossos parceiros ocidentais acham que este formato está gasto, que assim seja. Não estamos agarrados a este formato e não vemos uma grande tragédia se o G8 não se reunir. Podemos até fazer uma espécie de experiência: Esperar um ano, um ano e meio e ver como sobrevivemos sem ele”, pareceu ironizar o chefe da diplomacia russa.
 
À margem da Cimeira sobre Segurança Nuclear, em Haia, Moscovo e Kiev tiveram também, segunda-feira passada, a primeira reunião ao mais alto nível diplomático desde o início da crise na Ucrânia.
 
Segundo James Franey, “em 2009, foi o Presidente norte-americano que disse querer um novo começo nas relações com a Rússia. Agora, o mesmo homem, Barack Obama, conduziu as conversas para suspender a Rússia do G8. Uma nova Guerra Fria? Talvez não. Mas enquanto Washington tem falado do reforço da segurança na Ásia, é claro que as fronteiras da Europa se tornaram, de novo, no epicentro da geopolítica global”.

Primeiro Encontro Oficial Ucrânia-Rússia

Ucrânia -O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, encontrou-se  segunda-feira última com o seu homólogo ucraniano Andrii Dechtchitsa, pela primeira vez desde a crise diplomática provocada pela incursão russa na Crimeia.
 
O encontro teve lugar à margem da cimeira sobre segurança nuclear a decorrer em Haia. O ministro ucraniano sublinhou que o seu país não vai desistir da Crimeia:
 
“Acreditamos numa coexistência pacífica, mas a Ucrânia não desiste da Crimeia. Continuaremos a desenvolver esforços em conversas bilaterais e junto da comunidade internacional, para que a Crimeia regresse à Ucrânia”
 
A Ucrânia decidiu apresentar à Assembleia Geral das Nações Unidas um projecto de resolução que invalidaria o referendo de anexação da Crimeia à Federação Russa.
 
O texto, tornado público na segunda-feira passada, inspira-se no projecto de resolução que a Rússia bloqueou no Conselho de Segurança, usando do direito de veto.
 
O documento declara que o referendo de 16 de Março, que abriu caminho à anexação da península, “não é válido e não pode servir de base a uma alteração do estatuto da República Autónoma da Crimeia ou da cidade de Sebastopol”.
 
Entretanto, as tropas ucranianas começam a abandonar a Crimeia, depois de as forças russas terem conseguido tomar de assalto as bases militares da região.
 
Não foi, porém, dado a todos voltar – um militar disse que o comandante ficou para trás, pois foi raptado:
“Durante o último mês, todos nós e principalmente o nosso comandante, que infelizmente continua retido na Crimeia, estivemos encurralados numa enorme tensão. Agora espero que possamos finalmente descontrair”.
 
Os soldados deixam a Crimeia com as suas famílias, Kiev aposta agora na diplomacia.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Portugal: Estado ganha com apoios à banca

Portugal-O Governo é acusado de proteger os interesses do sistema financeiro em geral e da banca em particular, crítica suportada na linha de capitalização de 12 mil milhões criada no âmbito do acordo com a ‘troika'.
 
A história destes quase três anos já é suficientemente reveladora da importância do apoio à banca, que impediu que o País fosse mesmo abaixo, mas não só: o Estado está mesmo a fazer um bom negócio. É claro que no momento em que há cortes de apoios sociais ou aumentos de impostos, a ideia de apoiar o sistema financeiro está longe de ser pacífica.
 
Porque a banca também tem responsabilidades no estado de endividamento a que o País chegou, porque os casos de polícia que voltaram a ser notícia, agora, por causa das prescrições, permitem as generalizações fáceis e demagógicas, porque a profissão de banqueiro passou a ser a mais mal-afamada do mundo.
 
Por tudo isto, quando o Governo anterior negociou a linha de 12 mil milhões para recapitalizar o sistema financeiro, foi pelo caminho mais difícil, mas as condições desses empréstimos, na verdade, são leoninas e acabam até por beneficiar os contribuintes. Além da retórica política, há essa coisa dos números, e a sua análise: o BPI fez um anúncio de página inteira que está a sair na imprensa no qual revela que o Estado já cerca de 94 milhões de euros com o empréstimo de 1.500 milhões que fez ao banco.
 
Ulrich explica que o BPI já reembolsou 1.080 milhões de euros do total, o que custou ao banco 154 milhões de euros de juros com as CoCo (um tipo de obrigações) e, como o Estado financiou-se, para esta linha, a uma taxa média de 3,3%, registou uma margem de 5,25 pontos, ou seja, 93 milhões de euros. O BPI, como o BCP, não querem reembolsar o empréstimo do Estado tão cedo quanto o possível apenas por causa dos juros, a prestação de contas e a partilha de poder com a ministra das Finanças são dispensáveis, mas o custo deste empréstimo é brutal, afecta a capacidade de concessão de crédito e, claro, os resultados dos bancos.

África: CONTINENTE COM MAIS DE DOIS MIL MILHÕES DE PESSOAS

África-O continente africano continua a ser o que regista um maior índice de crescimento populacional, fruto da inexistência de profundas preocupações relacionadas com uma situação que começa a ganhar contornos preocupantes por afectar todas as actuais estruturas criadas para proporcionar bem-estar às populações.
Em 2050 calcula-se que vão existir mais de 2.2 mil milhões de africanos, o que diz bem do elevado índice de fertilidade e de natalidade registada a nível de todo o continente, embora haja algumas poucas excepções.

De acordo com um estudo do Banco Mundial que teve em linha de conta estudos efectuados em países de diferentes regiões de África assiste-se, na generalidade, a um continuado aumento do número de filhos por casal, embora os números e as percentagens variem de forma bastante acentuada.

Dados de 2011 revelam que em todo o mundo cada mulher tem em média dois filhos. No caso concreto da região subsahariana de África as estatísticas indicam que cada mulher tinha nessa mesma altura uma média de cinco filhos.

Até aqui nada de substancialmente novo, uma vez que essa diferença mostra a tendência que já se esperava de ser o continente africano aquele que apresenta uma maior taxa de crescimento populacional quando comparado com o que se passa em todo o mundo.

Porém, o que é novo é a verificação de que essa taxa de crescimento populacional ameaça tornar-se num factor promotor de um desenvolvimento desigual entre países do mesmo continente.

Países como o Níger e o Sudão, por exemplo, apresentam taxas de fertilidade substancialmente altas enquanto no Gana e na Tanzânia se assiste a uma drástica diminuição na média de nascimentos.

Uma das consequências desse facto assenta na necessidade do gradual aumento da idade de reforma nos países com um índice de fertilidade baixo, fruto do envelhecimento da população, enquanto os outros renovarão a sua força de trabalho e terão maiores possibilidades de ter um desenvolvimento mais acelerado e sustentado.Calcula-se que em 1970 existiam cerca de 360 milhões de africanos e que até 2050 esse número sobe para 2.2 mil milhões, cerca de um quarto do total da população de todo o mundo.

Em 2010 existiam em todo o continente cerca de 411 milhões de jovens até aos 14 anos e prevê-se que em 2050 esse número ultrapasse os 800 milhões, o que obriga os diferentes governos a esforços redobrados para poderem responder ao desafio de educar e formar tantas pessoas.

Estes dados, porém, estão já ultrapassados pelo facto de a quase generalidade dos países da região a sul do Sahara estarem a “afectar” as previsões estabelecidas em 1970 apresentando índices de fertilidade bastante superiores.

Grandes cidades como Lagos, com os seus 40 milhões de habitantes, vão tornar-se quase ingovernáveis, visto a Nigéria ser dos países africanos com uma mais elevada taxa de natalidade.

Contrariamente ao que sucedeu no continente asiático onde os países adoptaram medidas restritivas ao aumento desenfreado do índice de natalidade, em África continua a prevalecer a ideia de que o nascimento de um filho é sinal de abastança e de garantia da continuidade das famílias. Mas nem todos pensam assim.

No Uganda e na Tanzânia, por exemplo, os respectivos governos promoveram intensas campanhas de sensibilização da população criando incentivos para casais que não tenham mais de dois filhos e financiou a distribuição gratuita de contraceptivos.Tudo isto com a introdução de disciplinas escolares sobre a educação sexual.Serão estes dois países as duas grandes excepções em relação à região subsahariana do continente africano o que se revela manifestamente insuficiente para travar a tendência de um desmesurado crescimento populacional. Por esta razão há países que começam já a traçar planos no sentido de promover o desenvolvimento habitacional como forma de responder e antecipar as necessidades das populações vindouras. De acordo com dados de 2010, Lagos é a cidade mais populosa de África com 40 milhões de habitantes, seguida de Kinshasa, 30 milhões, Cairo, 22 milhões, Dar es Salaam, 20 milhões, e Luanda com cerca de 12 milhões.

Fora do continente africano este problema está a ser encarado com muita seriedade pois temem um aumento muito substancial do número de emigrantes com os inerentes problemas sociais que isso representa face aos desafios internos com que o Ocidente e a Ásia se debatem.

Por essa razão o Banco Mundial colocou como prioridade o financiamento de campanhas desenvolvidas pelos países africanos interessados em arranjar meios de travar o crescimento acelerado e, sobretudo, não programado do número de nascimentos.Para esse programa, que segundo responsáveis da organização abrange mulheres entre os 15 e os 49 anos de idade, vai ser disponibilizada uma verba anual de 1.5 mil milhões de dólares para a distribuição gratuita de meios anti-concepcionais e para a instalação de postos para consultas de planeamento familiar.  Um grupo de peritos dessa organização planeia seguir o exemplo do que foi feito em países como a Coreia do Sul, México e Bangladesh, onde conseguiram que cerca de 60 por cento das mulheres e 30 por cento dos homens tenham acesso gratuito a modernos contraceptivos. Actualmente apenas 20 por cento das mulheres africanas usa habitualmente um método contraceptivo, enquanto nos homens essa media ronda insignificantes três por cento.