sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Opinião: Cúpula Reafirma Celac Como Força Coesiva na América Latina


Celac-Reunião em Havana enfatiza status conquistado pela comunidade em apenas três anos de existência. Apoio a Cuba foi sinal inequívoco para os EUA, mas Raúl Castro precisa arrumar a própria casa, opina Marc Koch.
 
No final da conferência de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) certamente ganhará lugar de honra no escritório de Raúl Castro: 32 chefes de Estado e a presidente eleita do Chile se reuniram em Havana para a ocasião. Algo que o presidente cubano tem todo o direito de considerar uma consagração diplomática.

Isso, embora ninguém possa afirmar que Castro tenha realizado qualquer feito notável durante seu um ano na presidência da Celac. Ele se concentrou mais em assuntos internos, trabalhando pela cautelosa abertura econômica do país. Agora, os cubanos podem alugar apartamentos, comprar imóveis e carros, e até mesmo trabalhar como autônomos.

Essas eram medidas para as quais não havia alternativa, em se tratando de pelo menos manter a desolada economia nacional em movimento – especialmente quando a expectativa é que os milhões de petrodólares da Venezuela, nação socialista irmã, vão deixar de fluir com tanta generosidade.

Do ponto de vista político, por outro lado, a mensagem é: nada de novo na ilha. O regime segue reprimindo qualquer esboço de oposição, qualquer sopro de democracia, toda expressão livre de opinião. Para poder celebrar sua cúpula sem ser perturbado, Castro mandou prender dezenas de dissidentes, sem mais delongas. Nem mesmo as Damas de Blanco – movimento das esposas e familiares de presos políticos – foram poupadas das medidas de repressão.

É escandaloso que ninguém, entre os políticos de ponta latino-americanos presentes, tenha sequer tentado chegar perto de uma organização oposicionista: nem os chefes de Estado mais conservadores, como o chileno e o mexicano, nem as presidentes esquerdistas do Brasil e da Argentina, procuraram esse diálogo – e muito menos interpelaram Castro quanto às violações dos direitos humanos de sua ditadura.

O facto é especialmente embaraçoso para a presidente argentina, Cristina Kirchner, que não se cansa de enfatizar como os direitos humanos são o fundamento da política externa de seu país. A ironia dessas afirmativas deve ter sido especialmente dolorosa para os oposicionistas cubanos. Pelo menos Costa Rica – próximo país a assumir a presidência rotativa da Celac – teve a piedade de conversar com alguns dissidentes, em nível diplomático baixo e na sala dos fundos de uma embaixada.

Entretanto, a forma de tratar com o regime cubano mostra quão importante a comunidade se tornou para a região, apenas três anos após sua fundação: aquilo que começou como uma das usuais ideias antiamericanas do irado Hugo Chávez é hoje talvez a maior força coesiva da América Latina.

O continente – cujas maiores potências se reuniram em duas coalizões econômicas opostas: o protecionista Mercosul e a Aliança do Pacífico, voltada para a economia de mercado – encontrou na Celac um fórum para a aproximação recíproca, para resolver problemas em conjunto e demonstrar sua autoconfiança perante a Europa e a América do Norte. Não é comum o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e a da Argentina partilharem uma opinião, mas ambos descrevem a Celac como um sonho tornado realidade.

Dessa postura faz parte, para os Estados latino-americanos, sinalizar que a política dos Estados Unidos fracassou fragorosamente, e que a comunidade não está disposta a continuar aceitando esse tratamento a um de seus parceiros. Para eles, o embargo que já dura mais de 50 anos é um anacronismo humilhante para toda uma região. Também por isso, todos foram a Cuba, como manifestação de apoio a Castro.

O sinal foi recebido. Ao declarar, agora, a comunidade como "zona de paz", onde conflitos se resolvem com diálogo e negociações, Raúl Castro, enquanto presidente da Celac em fim de mandato, deve cuidar para que actos acompanhem suas belas palavras. De preferência, a começar por sua própria casa.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ucrânia: O Parlamento Aprova Amnistia Com Condições


Ucrânia-O parlamento ucraniano aprovou quarta-feira última, a lei que amnistia os contestatários detidos durante as manifestações dos últimos meses.
 
A lei foi aprovada com os votos do partido do governo e a abstenção da oposição, pois o texto condiciona a amnistia à saída, no espaço de 15 dias, de todos os manifestantes dos edifícios administrativos ocupados.
 
“Podem manter-se nas praças Maidan, Khreshchatyk, com as tendas e na Casa dos Sindicatos. A única coisa que precisamos é das administrações para trabalhar, pois as cidades e as regiões precisam de vida para continuar”, adverte Yuri Miroshnichenko, do Partido das Regiões.
 
Várias horas após a votação o texto da lei foi publicado. De acordo com alguns analistas, o texto autoriza o governo de Viktor Ianukovitch a exigir o fim das barricadas caso considere que os protestos são violentos.
 
A oposição ucraniana vai mais longe e exige uma revisão constitucional, como afirma Arseny Yatsenyuk: “Se resolvermos outra questão crucial, relacionada com as emendas constitucionais.
 
O fator chave dessas emendas é mudar de uma república Presidencial para uma a república parlamentar-presidencial. Isso poderia, mesmo, acalmar a situação na Ucrânia”.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ONU Aprova Intervenção da União Europeia na República Centro-Africana


República Centro-africana-O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade terça-feira, em Nova Iorque, o envio de militares da União Europeia (UE) para reforçar a segurança na República Centro-Africana, onde um conflito de caráter religioso e étnico se arrasta com graves consequências há largos meses.
 
Na linha da decisão tomada há cerca de uma semana pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, entre eles o português Rui Machete, o reforço agora aprovado pela ONU prevê o envio para a Bangui de até mil militares da UE. Estes vão juntar-se aos 1600 franceses já no local desde meados de Dezembro e aos cerca de 4,4 mil homens da força disponibilizada pela União Africana, a Misca, que também vai aumentar o contingente para 6 mil.
 
O reforço vai permitir alargar o perímetro de ação das forças de paz, que até agora se tem revelado insuficiente para evitar os confrontos entre as fações rivais. O embaixador francês na ONU mostrou-se agradado pelo voto favorável do Conselho de Segurança. “Nós, realmente, precisamos deste reforço pelas forças europeias. O actual contingente militar que temos em Bangui está limitado à proteção das cerca de cem mil pessoas que se refugiaram no aeroporto”, afirmou Gérard Araud, em Nova Iorque.
 
A força europeia destacada para a Republica Centro-Africana, a primeira desta envergadura da UE desde há seis anos, vai ser liderada pelo major-general francês Philippe Ponties. A operação vai agora começar a ser planeada e tem um prazo de duração previsto de seis meses, desconhecendo-se para já quais os países que vão disponibilizar militares para a executar.
 
Na República Centro-Africana foram vistos, entretanto, rebeldes do grupo islâmico Séléka a abandonar uma base de operações que detinham no sul da capital Bangui. Casas que pertenciam a famílias muçulmanas foram saqueadas e algumas até destruídas por apoiantes das milícias cristãs. Para trás, as forças rebeldes islâmicas deixaram variado armamento pesado.
 
Um dos principais problemas que não dá tréguas neste conflito e tende, aliás, a agravar-se é o humanitário. Nomeadamente no aeroporto, para onde fugiram cerca de 100 mil pessoas que ali se mantém sob proteção do grosso do contingente militar francês em Bangui. As condições de vida estão a deteriorar-se no local e isso acentua as preocupações da ONU.
 
Desde que o conflito na República Centro-Africana estalou em Março do ano passado, quando um golpe de Estado conduzido pelo movimento islâmico Séléka substituiu o presidente François Bozizé por Michel Djotodia, cerca de mil pessoas foram mortas e quase um milhão viram-se obrigadas a fugir das respetivas casas.
 
No início de Dezembro, os confrontos na República Centro-Africana agravaram-se. Uma consequente e progressiva pressão internacional, nomeadamente dos países vizinhos, acabou por levar Djotodia, o primeiro presidente islâmico naquele país maioritariamente cristão, a retirar-se do poder a 10 de Janeiro. Um governo de transição foi, por fim, nomeado com Catherine Samba-Panza a ser eleita como presidente interina deste pequeno país africano com cerca de 4,5 milhões de habitantes.

Ucrânia: REVOGAÇÃO DE LEIS ANTI-MANIFESTAÇOES E DEMISSÃO DE AZAROV ABRE ESPAÇO PARA O COMPROMISSO

Ucrânia-Dia de tensão política na Ucrânia. A Rada Suprema (parlamento da Ucrânia) revogou, por maioria, as leis anti-manifestação que tinham sido aprovadas a 16 de Janeiro e que agravaram a contestação e os confrontos no país. Os deputados adiaram a votação da amnistia dos manifestantes detidos em confrontos com a polícia, mas as negociações vão continuar.
 
De acordo com fontes parlamentares, o partido de Ianukovitch exige que os protestos terminem e as ruas sejam limpas nos próximos 15 dias. Mas a oposição só aceita esta imposição caso a amnistia seja aprovada.
 
Durante a manhã o primeiro-ministro Mykola Azarov e todo o governo pediram a demissão. O chefe do executivo de Kiev explicou que esta decisão foi tomada para criar condições para uma solução pacífica para o país. Azarov disse mesmo que “a decisão tomada pelo parlamento e a minha, em conjunto criam condições para um compromisso. Quero dirigir-me ao povo do nosso país, dizendo que o mais importante é manter a unidade, a integridade do país e um desenvolvimento de sucesso. As ambições são secundárias.”
 
O presidente da Ucrânia já aceitou o pedido de demissão. Mas o executivo vai manter-se em funções até ser eleito um novo governo. Só o primeiro-ministro vai ser substituido por Serhiy Arbuzov, antigo diretor do Banco Central da Ucrânia e amigo pessoal de Viktor Yanukovich.
 
Recorde-se que as manifestações começaram há mais de dois meses, depois do governo se ter recusado a assinar um acordo de parceria com a União Europeia e agravaram-se depois da aprovação das medidas anti-manifestação. Os violentos confrontos já provocaram três mortos, segundo as autoridades, e seis segundo a oposição, além de centenas de feridos.

Guiné-Bissau: ABUDU MANÉ DESVIOU 23 MIL EUROS DO TESOURO PÚBLICO- Valor resultou de uma apreensão


Guiné-Bissau-O Procurador-Geral da República, Abudu Mané, desviou 23.135 euros do Tesouro Público guineense, valor que o Ministério do Interior restituiu junto do Ministério das Finanças a 4 de Abril de 2013.

Conforme revelou à fonte do Ministério das Finanças, o valor em causa é resultante de uma apreensão efectuada no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira pelas autoridades policiais da Guiné-Bissau, que estava na posse de um cidadão oriundo da Guiné-Conacry.

Neste sentido, o Gabinete do Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga, procedeu à entrega desta soma junto da Direcção Central de Administração, Finanças e Património do Ministério do Interior, com data de 18 de Março de 2013. Esta instituição encaminhou, por sua vez, o dinheiro para o Ministério das Finanças em Abril do mesmo ano, enquanto única entidade do Estado com competências para o efeito.

Depois de todo o procedimento, conforme avançou a mesma fonte, Abudu Mané teria ordenado que a soma fosse depositada em conta do Ministério Público no Banco da África Ocidental, cujo talão de depósito foi consultado.

«De forma a dar cumprimento à vossa solicitação, conforme os Ofícios n.º 386/2013 e 392/2013, a Secretaria de Estado de Tesouro, Assuntos Fiscais e Contas Públicas serve-se do presente para informar ao Procurador-Geral da República que este departamento do Estado procedeu ao depósito do montante em questão para a conta da Procuradoria-Geral da República, conforme a vossa solicitação», lê-se na carta da Secretaria de Estado de Tesouro, Assuntos Fiscais e Contas Públicas, datada de 5 de Junho de 2013, que esta instituição enviou a Abudu Mané.

A Secretaria de Estado de Tesouro notificou Abudu Mané a informar sobre o destino final do valor apreendido pelos agentes da Polícia de Ordem Pública, de forma a inscrever este montante nas receitas extraordinárias do Estado, caso venha a ser declarado como perdido a favor do Estado da Guiné-Bissau.

«Nós, na qualidade de única entidade do Estado com competências para arrecadar fundos públicos, sejam de que natureza forem, e de gestor do património do Estado, viemos rogar ao Procurador no sentido do nos informar sobre o desfecho final deste processo, com vista a inscrever o dinheiro ora em crise nas receitas extraordinárias do Estado, caso venha a ser declarado perdido a favor do tesouro público», refere a carta enviada em Junho de 2013 ao Procurador-Geral da República.

O valor foi transportado para Bissau no estômago do cidadão da Guiné-Conacry, através de ingestão, onde constavam 43 notas de 500 euros, três notas de 200 euros, oito notas de 100 euros, quatro notas de 50 euros, uma nota de 20 euros, uma nota de 10 euros e uma nota de cinco euros, totalizando 23.135 euros.

Em relação aos 40% desta soma dos quais o Ministério do Interior devia beneficiar, a fonte informou que a instituição não recebeu qualquer valor até à data.

O comportamento de Abudu Mané é do conhecimento do Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, que ainda não se pronunciou sobre a matéria em litígio entre o Ministério das Finanças, o Ministério do Interior e a Procuradoria-Geral da República.

Contactada, a fonte da direcção financeira do Ministério Público disse optar por não falar sobre o assunto, por enquanto.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Síria: o Governo de Trasição em Cima Mesa de Negociação em Genebra

 
 
 
Lakhdar Brahimi (enviado da ONU e Liga Árabe), John Kerry (EUA), Ban Ki-moon (ONU) e Sergey Lavrov (Rússia), em Montreux.
Lakhdar Brahimi (enviado da ONU e Liga Árabe), John Kerry (EUA), Ban Ki-moon (ONU) e Sergey Lavrov (Rússia), em Montreux.
 
Genebra-Esta segunda-feira, a cimeira Genebra II, entra no terceiro dia. Mediadas pela ONU, as negociações de paz entram no difícil terreno da instauração de um governo de transição para a Síria. A oposição exige a saída de Bashar al-Assad, uma possibilidade contestada pelo regime.
 
O segundo dia de conversações terminou com a delegação do regime de Bashar al-Assad a autorizar a saída de mulheres e crianças da cidade de Homs, bastião dos contestatários do regime.
 
O vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal al-Mikdad, assegura que “se os terroristas, na cidade de Homs, permitirem que essas crianças e mulheres se desloquem, se os deixarem sair da cidade antiga de Homs, nós permitimos-lhes todos os acessos e não só. Vamos dar-lhes abrigo, medicamentos e tudo aquilo que precisarem para a vida do dia-a-dia.”
 
A Coligação Nacional Síria acusa o regime de atrasar as negociações: “Vamos começar a falar sobre a transição da ditadura para a democracia. Claro que o regime não está entusiasmado para falar sobre isso e, por isso, estão a empatar… Estão a tentar táticas para atrasar tudo, tentando entrar em detalhes sobre informações que não podem ser verificadas,” afirma Louay Safi.
 
A cidade de Homs, quase reduzida a escombros, retrata a dura realidade da guerra civil na Síria. Bastião dos rebeldes, há mais de um ano que as forças do regime tentam recuperar o controlo. Os contestatários afirmam que na cidade estão cerca de 800 famílias sem acesso a comida, medicamentos ou bens básicos de sobrevivência.

Egipto Dividido Com Antecipação das Eleições Presidenciais

Egipto-O Egito vai eleger um novo presidente no prazo de três meses e antes de escolher o futuro Parlamento, anunciou este domingo Adly Mansour, o presidente interino.
 
No atual cenário político, o general Abdel Fattah al-Sisi é o mais forte candidato à presidência. Chefe do exército, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, al-Sisi é o atual “faraó” do Egito.
 
A população está dividida com decisão de alterar o calendário político, acordado depois do golpe militar que derrubou o islamita Mohamed Morsi.
 
Há quem considere que o “país precisa mais de um presidente forte do que de um Parlamento” e os que classificam a decisão de “inaceitável” porque, afirmam, será o “regresso à ditadura e à angústia” em que o país vive atualmente.
 
Como quase sempre nos últimos 60 anos, o Egito prepara-se para voltar a ter um militar à frente do Estado, uma tradição só interrompida pela breve passagem da Irmandade Muçulmana pelo poder.
 
O fim de semana ficou marcado pela violência durante as comemorações do 3.º aniversário do arranque da revolução que colocou um ponto final nos 30 anos da ditadura de Hosni Mubarak. Os confrontos de sábado fizeram pelo menos 49 mortos e mais de duas centenas de feridos.

África do Sul Prepara-se Para Enviar Primeiro «Afronauta» Para o Espaço

África do Sul-Ninguém da família de Mandla Maseko pôs os pés fora da África do Sul, mas o jovem DJ prepara-se para viajar para o espaço em 2015. Originário do distrito de Mabopane, perto de Pretória, Maseko, de 25 anos, conquistou um lugar disputado para fazer uma jornada de 103 quilómetros rumo ao espaço, após vencer uma competição organizada por uma academia sediada nos EUA.
 
O jovem derrotou um milhão de outros concorrentes de 75 países e foi seleccionado entre as 23 pessoas que farão uma viagem suborbital de uma hora a bordo da nave Lynx Mark II.
 
O ex-estudante de engenharia civil, obrigado a suspender os seus estudos por não conseguir financiá-los, vivenciará a gravidade zero e uma viagem que normalmente custa 100 mil dólares.
 
A menos que um abonado turista espacial negro africano compre uma passagem antes do ano que vem, Maseko tornar-se-á o primeiro africano negro a viajar para o espaço.
 
O jovem, que ainda vive na casa dos pais com quatro irmãos, recebeu a notícia de que estava entre os vencedores a 5 de Dezembro do ano passado, algumas horas apenas depois da morte do primeiro presidente negro do país, Nelson Mandela.
 
Exultante, imaginou uma conversa com Mandela. «Eu disputei a corrida e concluí a prova, aqui está a tocha», ter-lhe-ia dito Madiba. «Continue a corrida e aqui está o título que a acompanha, ser o primeiro sul-africano negro a viajar para o espaço», contou.
 
Filho de uma auxiliar de uma escola e de um fabricante de ferramentas para automóveis em Soshanguve, perto de Pretória, Maseko fez a alegria dos vizinhos ao colocar um distrito sul-africano no «mapa da galáxia».
 
Os seus planos de longo prazo são estudar engenharia aeronáutica e qualificar-se como um especialista de missão. O seu sonho é colocar a bandeira sul-africana na Lua.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

África Subsaariana Cada vez Mais Atrativa para Investidores: estudo



África Subsaariana-A África Subsaariana está se tornando cada vez mais atraente para investidores estrangeiros, mesmo que a falta de infra-estrutura e outros fatores dificultem o crescimento na região, mostrou um estudo do Commerzbank quinta-feira última.
O persistentemente baixo crescimento econômico global não afetou muito a África Subsaariana até agora", escreveu o banco alemão no estudo.
"A crise financeira internacional mal afetou a região. Com o crescimento econômico real de 5% em 2013 e previsão de 6% em 2014, a região é a segunda depois da Ásia" entre as regiões mais dinâmicas do mundo, disse o Commerzbank.
Os países da região, ricos em matérias-primas, estão se beneficiando com os altos preços das commodities e estão se tornando mercados lucrativos que despertam o interesse internacional.
"Mesmo que ainda haja déficits em alguns países quanto à democratização e à eficiência de instituições políticas, a estabilidade político e econômica cresceu", apontou o estudo.
Rainer Schaefer, chefe de análise de risco país do Commerzbank, disse que a melhora e a ampliação da infra-estrutura são chave para aumentar o dinamismo econômico e estimular as exportações da região.
Para atender sua rápida necessidade de crescimento energético, a África Subsaariana pode tornar um importante player no setor de energia verde e tecnologia, sugeriu Florian Witt, chefe do departamento de África do Commerzbank.
"Há muitas oportunidades para os investimentos estrangeiros com o know-how correspondente nas áreas de tecnologia solar e eólica e até biogás", disse Witt.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Nova Presidente Centro-Africana

República Centro-Africana-Empresária, Samba-Panza tem reputação de lutadora e tornou-se prefeita de Bangui em 2011 e foi eleita no segundo turno de votações no parlamento, derrotando Desire Kolingba ─ filho de um ex-presidente do país. Em seu discurso da vitória, a nova presidente pediu para que as milícias cristãs e muçulmanas ponham fim ao conflito religioso que duram meses.
 
Ela assume o lugar Michel Djotodia que tornou-se presidente  interino após o grupo rebelde Seleka tomar o poder do país em 2013, tornando-se o primeiro presidente muçulmano em um país de maioria cristã. Djotodia pediu renuncia do cargo no último dia 10, após pressão internacional.
 
“Mostre seu apoio a minha nomeação dando um sinal forte: abaixe suas armas”, disse a nova presidente, apelando para os grupos de conflito.  Samba-Panza é cristã, mas não fez campanha com base religiosa. “Começando hoje, eu sou a presidente de todos os centro-africanos, sem exclusões”, afirmou.
 
Em paralelo, a comunidade internacional prometeu US$ 496 milhões em ajuda para a República Centro-Africana em 2014, informaram União Europeia e Nações Unidas (ONU), na conferência de países doadores organizada em Bruxelas (Bélgica) com o objetivo de pôr fim à grave crise humanitária.
 
Os ministros das relações Exteriores da União Europeia também aprovaram segunda-feira passada uma operação militar sob a bandeira do bloco europeu na CAR, em apoio às tropas francesas e africanas.
 
Com isso, o número de soldados pode chegar a 500 e a missão deles será garantir a segurança no aeroporto de Bangui e de seus arredores, onde se estima que possam estar mais de 100 mil pessoas refugiadas. As primeiras tropas devem chegar no final de Fevereiro e somente a Estônia anunciou o envio de soldados com pelo menos 55 homens.
 
Atualmente o país conta com 1,6 mil soldados franceses e com as forças da Missão Internacional de Suporte a República Centro-Africana (MISCA), da União Africana, com 4,4 mil homens.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Síria: A ONU Retira o Convite ao Irão Para Participar na Conferência de Paz

Síria-As Nações Unidas retiraram segunda-feira o convite ao Irão para participar na conferência sobre a paz na Síria, devido à recusa de Teerão apoiar os apelos a um governo de transição.
 
No domingo, Ban Ki-moon tinha convidado oficialmente o Irão para a conferência sobre o futuro da Síria.
 
“O secretário-geral está profundamente desapontado com as declarações públicas do Irão feitas que não são de forma alguma consentâneas com o comunicado adotado.
 
Continua, no entanto, a inisistir para que o Irão se junte ao consenso global do comunicado de Genebra. Ele decidiu que o encontro de um dia em Montreux vai realizar-se sem a participação do Irão”, disse o porta-voz de Ban Ki-moon.
 
Em resultado da retirada do convite ao Irão, a oposição síria já comunicou a sua vontade de participar na conferência.
 
“O Irão não satisfez os requisitos mínimos para esse convite. Agradecemos ao secretário-geral ter aceitado a carta enviada pelo líder da Coligação Nacional, Ahmed al-Jerba, a esse respeito”, sublinhou Anas Abda, da Coligação Nacional Síria.
 
O Irão, aliado do regime de Damasco, já tinha declarado que não aceitaria condições para a sua participação nas conversações de Montreux.
 
“A crise síria não pode ser resolvida sem a interferência de todos os intervenientes. O Irão é um dos principais intervenientes nesta crise, quer se goste ou não. Isso é um facto”, referiu o analista político Paul Morcos.
 
As expectativas de um acordo para pôr fim ao conflito que já fez mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados, surgem, para já, num cenário bastante cinzento.

Cinco Cidadãos Sírios Detidos em Cabo Verde Reconduzidos ao Senegal

Cabo Verde-Cinco cidadãos sírios detidos, sábado último, no aeroporto internacional da Cidade da Praia, em Cabo Verde, com passaportes falsos, foram reconduzidos para Dacar (Senegal), donde vinham num voo da companhia aérea senegalesa Air Senegal.
 
A notícia, divulgada em primeira mão pela Rádio de Cabo Verde (RCV), dava conta que os cinco Sírios, com idade compreendida entre os 35 e os 45 anos, pretendiam embarcar, a partir da capital cabo-verdiana, para as ilhas Canárias para, depois, seguirem para um outro destino na Europa.
 
No entanto, os serviços da Direcção de Estrangeiros e Fronteiras no aeroporto internacional Nelson Mandela, notaram que os mesmos eram portadores de passaportes falsos. Três deles pretendiam passar como cidadãos suecos, ao passo que um como francês e outro como lituano, de acordo com a Direcção de Estrangeiros e Fronteiras.
 
Os viajantes foram retidos nas próprias instalações do aeroporto para a sua posterior recondução ao ponto de partida donde viajaram para a capital cabo-verdiana. A rádio pública cabo-verdiana, que cita fontes oficiais, revelou também que este não foi o primeiro caso de cidadãos sírios desejosos de ir para a Europa com escala em Cabo Verde, aludindo a uma família síria que conseguiu chegar a Lisboa via Cidade da Praia e que, depois, pediu asilo às autoridades portuguesas.
 
O caso mais mediático de tentativa de cidadãos da Síria, país que vive actualmente uma situação de guerra civil que já provocou vários milhares de mortos e de refugiados, aconteceu a 10 de Dezembro de 2013, na Guiné-Bissau.
 
Naquela ocasião, a companhia aérea portuguesa TAP foi obrigada, pelas autoridades dos serviços de fronteira local, a embarcar, num voo da capital da Guiné-Bissau para Lisboa, 74 passageiros sírios, detentores de passaportes turcos falsificados.
 
Os viajantes acabaram por ser detidos ao chegarem à fronteira, na capital portuguesa, e colocados sob custódia das autoridades enquanto aguardam pelo desfecho do processo relativo ao pedido de concessão de estatuto de refugiado político por parte de Portugal.
 
Na sequência do incidente, a TAP deixou de voar para a Guiné-Bissau, uma decisão que foi interpretada pelo Governo português como uma grave falha de segurança no aeroporto internacional de Bissau.

África:Um Continente Muito Exigente


África-Para construir um negócio em África com as mesmas dimensões do que foi conseguido na China ou na Índia, ou outros mercados emergentes para onde as empresas se voltaram há décadas demorará mais tempo, isto porque “África é um lugar exigente para fazer negócios, exigindo mais das empresas do que outros mercados”, conclui um estudo elaborado pela empresa de consultoria global The Bonston Consulting Group (BCG).
 
Para vencer nesse mercado, adianta a BCG, “é preciso fazer os investimentos certos, no momento certo, e com a abordagem certa”. Ou seja, as empresas que querem vencer em África têm que ter em conta cinco realidades próprias desse continente.
 
Primeiro, ter em conta que o ambiente de negócios atual é desafiador e significa que hoje há menos concorrência do que noutros mercados, mas “isso não vai durar”, por isso, “o tempo para entrar em África é agora, mas para ter sucesso as empresas terão que garantir que os seus altos executivos estão completamente empenhados na operação, com deslocações a esses mercados”.
 
As empresas devem ter em conta que precisam de abordar a diversidade africana, isto é, o continente é uma coleção de diferentes mercados. Clusters de países africanos partilham língua, cultura, fronteiras e acordos de comércio e financeiros, mas “todos eles exigem diferentes abordagens para a estratégia, organização e negócios”.
 
Os empresários que querem apostar em África devem pensar em construir agora os recursos para 2020, isto porque os riscos políticos e económicos permanecem em muitos mercados.
 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ministro guineense Fernando Vaz candidato a primeiro-ministro pelo Fórum Guiné-Bissau

Guiné-Bissau-O ministro de Estado e porta-voz do Governo de transição na Guiné-Bissau, Fernando Vaz, é o escolhido pelo grupo de 23 partidos agrupados no Fórum Guiné-Bissau para candidato a primeiro-ministro nas eleições gerais de 16 de Março.
Foi o próprio Fernando Vaz quem o revelou na sequência de uma reunião do Fórum Guiné-Bissau, realizada no domingo em Bissau, na qual ficou também decidido que Afonso Té será o candidato do grupo para a Presidência da República.
 
Líder da União Patriótica Guineense (UPG), Fernando Vaz disse que a meta do Fórum é atingir o poder e trabalhar para mudar a imagem interna e externa da Guiné-Bissau.
 
"A nossa grande aposta é tirar a Guiné-Bissau do buraco em que se encontra, melhorar a imagem interior e exterior do país, dos políticos e fazermos aquilo que é o normal em toda parte do mundo, isto é: levar a cabo políticas que conduzam a um crescimento económico e bem-estar de todos", afirmou Fernando Vaz.
 
O candidato disse acreditar que não será difícil "mudar a Guiné-Bissau" estando o Fórum Guiné-Bissau no poder a partir das eleições gerais de 16 de Março.
 
"Queremos promover uma forma diferente de governar o país, o que não é difícil, pois passados 40 anos desde a independência estamos a marcar o passo no mesmo sítio", observou Vaz.
 
Candidato à presidência do país, Afonso Té, líder do Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), afirmou que o Fórum Guiné-Bissau pretende assumir o poder por via democrática e desta forma desencorajar golpes de Estado no país.
 
"Para nós, do Fórum, queremos que este seja o ultimo golpe de Estado" na Guiné-Bissau, disse Afonso Té, referindo-se ao levantamento militar de Abril de 2012 do qual resultou o atual Governo de transição, em que é conselheiro do primeiro-ministro para a área da Defesa e Segurança.
 
O grosso de partidos agrupados no Fórum Guiné-Bissau é constituído por apoiantes desde a primeira hora do golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012, que destituiu os órgãos eleitos.
 
"Sabemos que o ambiente não é propício, mas vamos trabalhar para acabar com a bipolarização do poder na Guiné-Bissau, que tem sido muito nociva para a democracia e para o próprio país", observou Té, aludindo ao PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e ao PRS (Partido da Renovação Social).
 
Juntas, as duas forças políticas representam cerca de 95 por cento de assentos na Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento guineense).

Egipto Diz Sim a Nova Constituição da República

Egipto-Referendo no Egipto dá vitória à nova constituição. O “Sim” venceu, amplamente, mas o número de votantes ficou nos cerca de 38% dos eleitores. Ainda assim, este resultado ultrapassa o conseguido no referendo constitucional de 2012, ainda com Mohamed Morsi. 98% dos votantes deram, assim, o seu aval ao novo documento.
 
Os jovens foram aqueles que decidiram não participar neste referendo. O governo justifica o fenómeno com o facto de se estar a passar por um período de exames escolares. Contas feitas o resultado é, de todas as formas, positivo:
 
“A maioria das pessoas votou “sim” porque está cansada e muitos acreditam que a nova constituição vai melhorar os padrões de vida. Alguns votaram “não” e temem a Irmandade Muçulmana”, explica o diretor da Rede Árabe para a Informação dos Direitos do Homem, Gamal Eid.
 
Para a representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o resultado desta votação demonstra o apoio da população ao processo em curso no país.

Sudão do Sul: O Exército Recupera o Controlo de Bor

Sudão do Sul-O governo do Sudão do Sul autorizou os jornalistas a viajar até à cidade de Bor, cujo controlo foi recuperado sábado pelas tropas governamentais.
 
Apesar de continuar a enfrentar os rebeldes em Malakal, o exército regular assumiu o controlo de Bor, capital do estado petrolífero de Jonglei, duas semanas depois de ter lançado uma ofensiva contra as forças rebeldes fiéis ao antigo vice-presidente Riek Machar.
 
Desde o início do conflito no território sul-sudanês, em meados de dezembro último, a cidade de Bor, a 200 quilómetros a norte da capital Juba, tem sido controlada alternadamente pelas forças governamentais e pelos rebeldes e é um dos principais cenários dos confrontos.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ctalunha Aprova Data Para Referendo Sobre à Independência


Espanha-O chefe do governo regional da Catalunha está determinado a convocar o referendo sobre a independência da região.
 
Após mais de um ano de conflito aberto com o governo central de Madrid, o governador Artur Mas fixou, com o apoio da maioria no parlamento regional, a data de 09 de novembro de 2014 para a consulta.
 
Decidido a defender o projeto no exterior, Artur Mas enviou uma carta aos líderes dos países da União Europeia, na qual defende que a consulta poderia ser organizada de acordo com a Constituição, desde que Madrid mostre alguma vontade política.
 
O que pensa o presidente da Comissão Europeia:
“Se há um território de um país que pretende sair desse país é um outro Estado. E teria que pedir, se o desejasse, a adesão à União Europeia e outros países teriam que aceitá-lo para que ele seja membro”.
 
No entanto, o líder do governo espanhol conservador, Mariano Rajoy, respondeu imediatamente de Madrid que o voto é inconstitucional e não deverá acontecer.
 
A Catalunha, uma das mais ricas das 17 regiões autónomas de Espanha com uma forte cultura linguística entre os seus 7,5 milhões de habitantes, tem manifestado um forte impulso para a independência em grande parte como resultado da crise económica que tem alimentado o ressentimento contra o governo central.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Europa Dá Mais 165 Milhões à Síria


Síria-A Conferência Internacional de Doadores, que se realiza no Kuwait, esta quarta-feira, 15 de Janeiro, vai dar uma resposta à crise humanitária que se vive na Síria, com o anúncio de ajudas adicionais por parte da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos da América (EUA). A Comissão Europeia promete um reforço de 165 milhões de euros e os norte-americanos doarão mais 278 milhões.

Com este novo financiamento, o executivo comunitário eleva para 1,1 mil milhões de euros o total de ajudas desde o início da guerra civil, mas esta verba ultrapassa os dois mil milhões se forem somadas as contribuições dos Estados membros, entre 2011 e 2013.
 
Antes do encontro, a comissária de Ajuda Humanitária da UE, Kristalina Georgieva, manifestou-se esperançada no anúncio de mais doações, «a única forma de evitar a deterioração desta crise humanitária massiva».

Georgieva, citada pelas agências internacionais, recordou que o número de refugiados e deslocados multiplicou-se por «quatro ou cinco vezes nos últimos 12 meses» e que «as pessoas que permaneceram na Síria, onde a violência e a morte são uma realidade diária, travam uma luta constante pela sobrevivência».

Segundo dados da ONU, o número de pessoas a precisar de ajuda dentro da Síria aumentou cerca de 230 por cento, no último ano, atingindo agora os 9,3 milhões. A quantidade de deslocados internos subiu 540 por cento, até aos 6,5 milhões, e o número de refugiados nos países vizinhos – Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque, Egito e nações do Norte de África – eleva-se para 2,3 milhões, o que representa um aumento de 460 por cento num ano.
 

Tribuna Internacional Julga Presumíveis Assassinos de Rafik Hariri


Haia-Em Haia, Holanda, o julgamento à revelia dos presumíveis autores do assassínio do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri é considerado “sem precedentes”.
 
Quatro suspeitos do movimento libanês Hezbollah, aliado do regime sírio vão ser julgados à revelia a partir desta quinta-feira, pelo atentado que provocou a morte ao chefe do governo e de outras 22 pessoas, no dia 14 de Fevereiro de 2004 em Beirute.
 
Esta especialista em Justiça internacional e direitos humanos refere: “ Sabemos há muitas pessoas prontas a cometer assassinatos políticos, com objetivos políticos. É por isso que eu não acho que este tipo de crime vá desaparecer no Líbano porque fizemos este julgamento em tribunal”
 
Apesar do longo inquérito do Tribunal Especial para o Líbano e da ausência dos acusados o processo é considerado indispensável para o apuramento da verdade.
 
O Hezbollah já acusou o tribunal especial de ser um “instrumento político” dos Estados Unidos e de Israel e recusa entregar os elementos alegadamente envolvidos no atentado.
 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

França: Hollande Mete o Socialismo na Gaveta

França-O fim das quotizações familiares das empresas, a redução dos custos do trabalho, simplificação da burocracia e do sistema fiscal, cortes profundos na despesa pública, tudo até 2017: François Hollande não só meteu o socialismo na gaveta, como declarou ser “social-democrata”, mas os chefes de redação queriam era saber das alegadas infidelidades do presidente francês.
 
“Os assuntos privados tratam-se em privado”, respondeu o presidente à primeira pergunta que lhe foi colocada por um dos cerca de 600 jornalistas presentes no Eliseu para a tradicional conferência de imprensa do ano novo. François promete esclarecimentos sobre a situação conjugal “dolorosa” que atravessa antes da visita aos Estados Unidos, já em Fevereiro.
 
De regresso à economia, Hollande recordou que “em 2014, o que está em jogo não é simplesmente que a França recupere o crescimento (…) mas que o crescimento seja o mais vigoroso possível” e isso só irá acontecer “com a mobilização de todos e nomeadamente das empresas”.
 
Já este ano, o presidente francês promete poupar às empresas 15 mil milhões de euros para participar na redução dos custos do trabalho. Até 2017, são 50 mil milhões de euros que vão ser cortados na despesa pública. Em troca, Hollande exige a criação de empregos.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Bruxelas Não Quer Guiné-Bissau na Cimeira UE-África

Cimeira UE-África-A União Europeia não convidou a "Guiné-Bissau, Madagáscar e a República Centro-Africana para participarem na Cimeira União Europeia - África, que se realiza em Bruxelas, a 2 e 3 de Abril, porque estes países estão suspensos pela União Africana. Além disso Bruxelas não reconhece" os Governos que actualmente estão no poder, disse ao Expresso fonte da União Europeia.
 
"Se daqui até à data da cimeira a situação destes países evoluir de forma positiva, poderão vir a ser convidados", para a reunião de 2 e 3 de Abril.
 
Na Cimeira UE-África têm assento todos os 28 Estados-membros da União Europeia e mais de cinquenta países da União Africana, à exceção da República Saharaui, que Bruxelas não reconhece como Estado independente.
 
Na cimeira ao nível de chefes de Estado ou de Governo participam como observadores países que tenham relações com África - como é o caso dos EUA, China e Japão, entre outros - e organizações como as Nações Unidas, o Banco Europeu de Desenvolvimento e o Banco Africano de Desenvolvimento.
 
A primeira cimeira União Europeia/África teve lugar em Portugal como um dos principais promotores e realizou-se em 2000, no Cairo, altura em que as duas partes expressaram o empenho em criar as condições para dar uma nova dimensão às relações entre os dois continentes.
 
A segunda realizou-se em Lisboa, em 2007, e permitiu equilibrar as relações entre África e Europa, avançando-se das tradicionais doações para um sistema de parceria económica, de forma a enfrentar os novos desafios e as novas oportunidades geradas pela globalização da economia.