FMI-Estudo do FMI prevê crescimento de 5,5% em 2013 e 2014 na África subsaariana.
A África subsaariana deve crescer 5,5% neste e no próximo ano, prevê um estudo divulgado pelo Fundo Monetário Internacional, no qual é abordado o contexto macro-económico, o panorama e os principais desafios do sistema financeiro dos 45 países África subsaariana.
No relatório, assinado por Montfort Mlachila, Seok Gil Park e Masafumi Yabara, explica-se que os bancos dos 45 países que compõem a região subsaariana, e nos quais se incluem Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, resistiram bem à crise financeira dos últimos anos porque "não estavam alavancados, tinham genericamente níveis de capitalização elevados, ampla liquidez, pouca dependência de financiamento externo e tinham pouca ou nenhuma exposição a ativos tóxicos".
No documento, também se abordam as razões que levaram a que estes países africanos não tenham sido sugados para uma recessão, ficando-se por um abrandamento no crescimento, que regista actualmente um aumento de riqueza anual na ordem dos 5,4%, em média, para estes países.
Os peritos sublinham a melhoria nas políticas económicas, as reformas comerciais e de regulamento, a que correspondeu um afastamento do Estado da economia, um aumento do desempenho do setor bancário e, claro, a diminuição dos conflitos armados, como algumas das razões para esta manutenção do crescimento da economia mesmo em tempos de crise económica global.
Os autores sublinham que os bancos têm vários desafios pela frente, nomeadamente o crescimento integrado em vários países, a grande informalidade que ainda é um traço caracterizador de África, a pouca literacia financeira dos clientes, a deficiente moldura judicial, normativa e regulatória, bem como a pequena dimensão dos mercados.
Os autores não fazem referência a países específicos de língua oficial portuguesa, mas deixam claro que as "pressões nos bancos portugueses podem ter um efeito adverso de contágio aos sistemas bancários nalguns países lusófonos", acrescentando, ainda assim, que "a dependência nas fontes de financiamento internas deve garantir uma proteção sólida para a maioria das subsidiárias".