segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Acordo Com a Troika Torna a Vida dos Portugueses Ainda Mais Difícil

Portugal-o PSD foi punido nas autárquicas com um dos piores resultados de sempre. O PS venceu, mas também perdeu alguns municípios importantes como Évora, Beja e Loures para os comunistas ou ainda o feudo de Braga e a Guarda para o centro-direita.
 
Pedro Passos Coelho promete não mudar de rumo: “Quero reiterar, como presidente do PSD e como primeiro-ministro me continuarei a bater pelo caminho que temos vindo a percorrer, que é um caminho indispensável à recuperação da crise económica, recuperação da confiança e do crescimento para Portugal”.
 
“Sabemos evidentemente que há sempre um preço a pagar pela forma como estamos na política. O facto de esta campanha ter mostrado que as candidaturas que suportávamos não cediam ao populismo e, antes pelo contrário, se mantinham com os pés bem assentes na terra acaba sempre por trazer consequências eleitorais, não tenho dúvida”, afirmou na sede nacional dos sociais-democratas.
 
O PSD perdeu, entre outros, o Porto, Gaia, Sintra e foi humilhado em Lisboa (22,37%) e menos de metade dos votos do que em 2009, onde o socialista António Costa conseguiu o melhor resultado de sempre de um partido na capital, (50,91%).
 
Na Invicta, um independente chega pela primeira vez à liderança da autarquia: Rui Moreira (39,25%) venceu Luís Filipe Menezes (21,06%), o ex-autarca de Gaia acabou em terceiro, atrás do PS (22,68%).
 
O Partido Socialista obtém, apesar de tudo, o melhor resultado de sempre nas autárquicas e reconquista a presidência da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, o que já não acontecia desde 2001.
 
O CDS sai reforçado das autárquicas passando a liderar cinco câmaras contra apenas uma há quatro anos e ainda pode orgulhar-se do apoio dado a Moreira no Porto.
 
O PCP recupera grandes municípios enquanto o Bloco de Esquerda praticamente desaparece do mapa autárquico perdendo Salvaterra de Magos e não conseguindo eleger vereadores nem em Lisboa, nem no Porto.

Guiné-Bissau Espera Ajuda do Brasil Para a Realização de Eleiçoes de Novembro

Nova York-O presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, disse que seu país conta com a ajuda do Brasil para realizar as eleições gerais, marcadas para dia 24 de Novembro.
 
Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, pouco antes de discursar na Assembleia Geral, Nhamadjo elogiou o apoio dado pelo Brasil há vários anos, mas disse que receia mudanças por causa da situação política gerada com o golpe de 12 de Abril na Guiné.
 
A respeito da possível ajuda do sistema de urnas eletrônicas do Brasil, o presidente avalia que seria um óptimo auxílio. Mas, ponderou: "O ex-presidente Ramos Horta, o representante da ONU na Guiné-Bissau esteve lá, eu não sei o que é que se evoluiu".
 
"Acredito que dentro da comunidade CPLP, da posição que tem em relação aos acontecimentos de 12 de Abril, poderá contribuir para esse recuo na participação do Brasil. Não sei, não sei...".
 
O Brasil lidera a estratégia de paz para a Guiné-Bissau na Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas. O País também realiza ações de apoio ao desenvolvimento no contexto da Cooperação Sul-Sul.
 
Apesar dos receios de Nhamadjo, ele reconhece a boa relação com outras nações lusófonas dentro da CPLP. "Cabo Verde é um país de relações históricas muito sólidas, não são esses pequenos incidentes que vão criar problemas ou que vão pôr em causa essa nossa relação histórica, e com São Tomé a mesma coisa", avalia.
 
E ele continua: "Falando de São Tomé, fala-se de Angola e de Moçambique. São todos países irmãos e nós temos uma cumplicidade histórica, que é impensável dizer que teremos problemas de maior. Há um incidente, que deve ser analisado e situado no seu momento, no seu contexto, para que depois das eleições, o país se reencontre com todos esses países irmãos, para o desenvolvimento que todos desejamos".
 
Ao retornar à tribuna da Assembleia Geral, após dois anos sem discursar na casa, o presidente da Guiné-Bissau pediu o apoio de todos os países da ONU para restaurar a ordem constitucional no País. "Aguarda o apoio internacional para que possamos iniciar o recenseamento, sem o qual as eleições não poderão ter lugar", solicitou.
 
O Escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Uniogbis, que é liderado pelo ex-presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, está trabalhando junto com autoridades guineenses no apoio da realização das eleições.
 
Segundo Ramos Horta, vários doadores internacionais estão à espera de um protocolo claro sobre a realização do pleito para que possam fazer suas promessas de doação financeira.

Guiné Vai às Urnas para Superar Anos de "Caos"


Guiné-Konacry-Os guineenses de Guiné-Konacry foram às urnas sábado último para as primeiras eleições parlamentares em mais de 10 anos, em um clima de tensão após os actos de violência pré-eleitoral.
 
"Espero que o povo da Guiné-Konacry vote esmagadoramente e em paz. Tudo vai ficar bem. A Guiné irá avançar", declarou o presidente Alpha Condé, depois de votar no centro da cidade sob forte esquema de segurança.
 
"A partir de agora, o Estado vai exercer as suas responsabilidades e o país será tranquilo", assegurou Condé que, um dia antes, considerou que a eleição permitirá a seu país "deixar uma transição (...) caótica".
 
A votação, prevista para acontecer das 8h00 às 18h00 local, iniciou com antecedência em partes da capital, Conakry.
 
As assembleias de voto abriram suas portas, em geral, no horário previsto nas províncias de Kankan (leste), Pita, Labe (norte), Siguiri (nordeste) e Forécariah (sul), indicaram testemunhas e funcionários eleitorais.
 
Em Kankan, as eleições foram, no entanto, perturbadas por tempestades. Em Siguiri, muitos eleitores tiveram dificuldades para encontrar os locais onde foram registrados.
 
Problemas foram relatados em alguns locais em Conakry, como a falta de tinta e cartões eleitorais não encontrados.
 
Depois de depositar seu voto em Conakry, Lamine Camara, uma professora de 57 anos, declarou que espera a "vitória de seu candidato e a aceitação dos resultados pelos partidos políticos". Mais de cinco milhões de eleitores estão aptos a votar nessas eleições legislativas, as primeiras desde 2002.
 
Elas deveriam ter sido realizadas seis meses após a posse, em Dezembro de 2010, de Alpha Condé, que se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, após dois anos de uma transição agitada por um golpe militar. As eleições foram adiadas várias vezes devido à falta de consenso entre governo e a oposição, especialmente quanto ao registo eleitoral.
 
Cerca de 1.800 candidatos disputam 114 assentos. Apesar do grande números de candidatos, a batalha nas urnas se resume essencialmente a um confronto entre duas coalizões: a União do Povo da Guiné (RPG, tendências socialistas) do presidente Condé, e a União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, liberal) do principal opositor Diallo, ex-primeiro-ministro.
 
Durante vários meses, o processo eleitoral foi tomado por um impasse entre governo e a oposição, que foi resolvido por um acordo assinado em Julho entre os dois lados, sob os auspícios da comunidade internacional.
 
Um dos pontos fundamentais de discordância era o registo eleitoral. A oposição suspeita de estar "inflado" em favor do poder em áreas consideradas pró-Condé e "reduzido" em áreas consideradas redutos da oposição.
 
Nos últimos meses, várias manifestações degeneraram em confrontos neste país de língua francesa de 11 milhões de habitantes, cuja história é marcada pela violência política, militar e étnica desde a sua independência da França em 1958.
 
Os recentes confrontos entre partidários do poder e da oposição, em 22 e 23 de Setembro (um morto e mais 70 feridos) elevou os temores de mais violência.
 
As eleições são supervisionados por mais de mil observadores nacionais e mais de 100 observadores da União Europeia e da União Africana. Os resultados preliminares devem ser anunciados pela comissão eleitoral no prazo de 72 horas após as eleições.

Islamitas Aceitam Plano para Deixar Poder na Tunísia

 Tunísia-O governo islamita da Tunísia aceitou renunciar depois de negociações que podem começar na próxima semana com a oposição secular para formar um Governo interino e preparar o país para eleições, disse no sábado uma importante autoridade do partido governista.
 
As negociações visam encerrar semanas de crise envolvendo a coalizão governista liderara pelos islamitas e os partidos de oposição secular que ameaça implodir a transição para a democracia no país do norte da África, onde a chamada Primavera Árabe começou em 2011.
 
A poderosa central sindical do país UGTT, mediando entre os dois lados, propôs que o partido governista islamita Ennahda participe de três semanas de negociações, depois das quais ele deixaria o governo para que um Governo interino  assuma e defina uma data para eleições.
 
"O diálogo começará na segunda ou terça-feira", disse Lotfi Zitoun, uma autoridade do partido. "O Ennahda aceitou o plano sem condições, para tirar o país da crise política."
 
A central sindical confirmou o acordo e pediu que os dois lados definam um momento para começar as negociações na próxima semanas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Em 15 Países Mulheres Ainda Precisam de Autorização do Marido para Trabalhar, diz Banco Mundial

Washington - Apesar dos progressos conquistados em relação aos direitos das mulheres e a igualdade de gênero, elas ainda precisam ter autorização do marido para trabalhar em pelo menos 15 países.
 
O dado faz parte de um estudo apresentado pelo Banco Mundial, o qual aponta para a necessidade de legislações mais firmes e eficazes sobre a violência dentro de casa.
 
Na Guiné-Bissau, por exemplo, há uma particularidade já que a mulher tem opção de anular a decisão do marido, por meio de recurso na justiça, alegando a defesa do interesse da família.
 
Na Rússia, por sua vez, o que se vê é uma lista com mais de 450 profisões - como a de motorista de caminhão, bombeito e controlador de trem - que são proibidas para o sexo feminino.
 
Outras nações onde ainda ocorrem essa relação de domínio e posse por parte do marido incluem Bolívia, Irã e Síria.
 
Os dados do estudo do Banco Mundial ainda apontam que em 29 países (como Senegal, Arábia Saudita e Honduras), o poder legislativo é dominado pelos homens, esses que são chefes de família e que têm o poder de decisão dentro de casa.
 
Entre as decisões importantes que ficam nas mãos deles estão, a escolha da residência, obtenção de documentos oficiais, como passaporte e carteira de identidade, e a abertura de uma conta no banco.
 
O estudo ainda lembra que países do Ocidente também demoraram a tratar suas mulheres de forma igualitária perante a lei, caso da Espanha, que o fez apenas em 1981, e a Suíça, em 1984.
 
Ainda em relação às recentes mudanças, o Banco Mundial aponta que 48 alterações de textos legislativos feitos em 44 países ao longo de dois anos fizeram com que aumentasse a igualdade entre os gêneros.
 
É o caso da Costa do Marfim, que apenas em 2013 deixou de ter autorização do marido para que a mulher pudesse ingressar o mercado de trabalho.
 
No entanto, na avaliação da instituição financeira, tratam-se de mudanças ainda frágeis. No Egito, por exemplo, a nova Constituição elaborada após a eleição do já deposto presidente Mohamed Mursi, integrante da Irmandade Muçulmana, suprimiu justamente a não-discriminação de gênero.
 
 

UE: "África Terá Prioridade na Ajuda ao Desenvolvimento até 2020"

Nova Iorque-Em declarações, em Nova Iorque, Durão Barroso falou da necessidade da vontade política a nível global para erradicar a pobreza extrema. O responsável participa numa reunião de alto nível à margem da Assembleia Geral.
 
"Em termos relativos, África vai ter uma prioridade em relação a outras regiões do mundo que já atingiram o nível de rendimento médio. (Com a crise) as coisas estão difíceis acho que, se formos justos, verificamos que houve progressos na luta pelos Objectivos do Milénio. Há mais crianças, mais rapazes e raparigas que vão à escola, mais água potável, mais partos assistidos e menos mortes de mães durante o nascimento. Portanto, houve progressos, mas ainda podemos evitar qualquer sentimento de auto-satisfação", explicou.
 
Barroso disse crer na possibilidade de erradicar a pobreza global, tal como sucedeu com fenómenos como a escravatura, e fez alusão a soluções técnicas e tecnológicas para que sucessos sejam alcançados numa geração.
 
"Fiz aqui um grande apelo no sentido de responsabilidade e solidariedade globais. Aliás, citei um provérbio africano que diz que "uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas". Acho, pois que há aqui um imperativo moral. Para além disso, é também de interesse económico promover o crescimento sustentável. Fiz uma ligação muito clara entre a luta contra a pobreza e a luta pela sustentabilidade, nomeadamente, pelas políticas de ambiente e a luta contra as mudanças climáticas, são duas faces da mesma moeda», disse.

O comissário Europeu apelou para que seja feito «ainda mais para reduzir a pobreza extrema», durante o pronunciamento feito no evento «Em direcção ao alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio».
 
Segundo destacou, em termos gerais foram mantidos os níveis de compromisso para a ajuda ao desenvolvimento para os próximos sete anos.

Lisboa é a Pior Cidade Para se Perder a Carteira

 
Carteiras Devolvidas-Lisboa é a cidade menos indicada para perder a sua carteira, a avaliar pela experiência feita pela revista mensal "Selecções Reader’s Digest”. Já se for passear pela capital finlandesa e perder a carteira com documentos e dinheiro, tem grande probabilidade de voltar a vê-la.

A experiência foi feita em 19 grandes cidades da Europa, Ásia e América, com o objectivo de pôr à prova o civismo dos seus habitantes.

Em cada uma das cidades, foram abandonadas 12 carteiras em parques de estacionamento, centros comercias e também na via pública. Cada uma estava devidamente identificada com o nome e número de telefone do seu dono, uma fotografia, cupões de desconto e dinheiro na moeda de cada país, no valor de 50 dólares.

Feita a experiência, em Helsínquia, foram devolvidas 11 das 12 carteiras, colocando assim, a capital finlandesa no topo da tabela, logo seguida de Bombaim, na Índia, onde foram devolvidas nove carteiras.

Se olharmos para o fim da lista publicada pelas "
Selecções", está Lisboa, com 11 carteiras que ficaram nas mãos de quem as encontrou. Só uma foi devolvida.

Os nossos vizinhos, em Madrid, devolveram duas das carteiras que tinham sido estrategicamente perdidas.

Se perder a carteira, já sabe com o que pode contar, e se for aqui por Lisboa, não deverá ter boas noticias.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Europa: " Será Principal Destino de Brasileiros, Diz Investigação de Jurista Cirilo João Vieira"

Investigação-Em minha última investigação mundial de acomodações e viajantes, o TripAdvisor identificou que nos próximos dois anos a Europa será o principal destino dos brasileiros (78%), seguido da América do Norte (15%). Por outro lado, os Estados Unidos é o país que mais receberá turistas do Brasil (19%).

Já entre os estrangeiros que pretendem visitar o Brasil, os europeus representam a maioria (35%), seguidos dos asiáticos (25%). Pensando por país, os argentinos (10%) e os indianos (8%) serão os turistas mais populares no país até 2015.

O estudo revela as principais tendências da indústria de viagens e hospitalidade, de acordo com mais de 19 mil passageiros e mais de 10 mil hoteleiros em todo o mundo. No Brasil, 890 consumidores e 211 hoteleiros participaram nesta pesquisa.

Confira abaixo a tabela
Destinos preferidos dos brasileiros para os próximos dois anos

Continente:
Europa 78%
América do Norte 15%
Ásia 24%
América Latina 16%
Oceania 12%

País:
Estados Unidos 19%
França 16%
Itália 15%
Alemanha 12%
Argentina 10%
Espanha 10%
Canadá 9%
Reino Unido 9%
Austrália 7%
Malásia 6%
México 6%
Egito 6%
Grécia 6%
Japão 6%
Rússia 5%
Turquia 5%
Tailândia 5%
Nova Zelândia 5%
Índia 4%
Indonésia 4%
África do Sul 4%


Estrangeiros interessados em visitar o Brasil nos próximos dois anos

Continente:

Europa 35%
Ásia 25%

América Latina 16%
África 10%
Oceania 5%
América do Norte 2%

País:
Argentina 10%
Índia 8%
Malásia 6%
México 6%
Egito 6%
Grécia 6%
Indonésia 5%
Rússia 5%
França 5%
Turquia 5%
Tailândia 4%
Espanha 4%
Alemanha 4%
Itália 4%
África do Sul 4%
Austrália 3%
Estados Unidos 3%
Canadá 2%
Japão 2%
Nova Zelândia 2%
Reino Unido 2%

Quénia: " Dezenas permaneceram Desaparecidas após Ataque em Nairóbi"

Quénia-Mais de 70 pessoas permanecem desaparecidas sob os escombros do centro comercial Westgate em Nairóbi.
 
Dois dias depois do exército ter neutralizado um comando islamita dentro do edifício, várias perguntas permanecem sem resposta, sobre a origem das explosões , o número de reféns e mesmo a quantidade de atacantes.
 
Dezenas de pessoas continuam à espera dos corpos dos familiares, na morgue de Nairobi.
 
O responsável da instalação, Jacob Nyongesa, explica: "já entregámos 33 corpos e estamos a analisar mais quatro que serão entregues às famílias após a autópsia. Este processo poderia ser mais rápido se todos os médicos legistas não tivessem sido chamados para participar na remoção dos cadáveres no centro comercial de Westgate".
 
Oficialmente 61 civis, 6 militares e cinco atacantes morreram no centro comercial e 10 guerrilheiros foram detidos.
 
O número de desaparecidos poderia aproximar-se das centenas quando o governo rejeita dar mais informações sobre o destino das pessoas que teriam sido sequestradas pelo comando islamita.
 
As autoridades não se pronunciaram igualmente sobre a origem da explosão que destruiu três pisos do centro comercial, tendo veículado versões contraditórias sobre o incêndio registado no interior do edifício durante os quatro dias do ataque.
 
O líder do movimento Shebab, que reivindicara o ataque, ameaçou ontem o Quénia com um “banho de sangue”, se o país não retirar as suas tropas da Somália.

Vinte e Nove mortos em Protesto no Sudão

Sudão-"Sete manifestantes foram mortos, quarta-feira passada, quando as forças de segurança tentavam dispersar os populares na capital do Sudão, Cartum, e em Oumdurmanno.
 
Foi o terceiro dia de protesto contra o governo, mais uma jornada que paralisou a capital e acabou por transformar-se num motim.
 
Desde segunda-feira, morreram vinte e nove pessoas nestas manifestações que acontecem na sequência da decisão do governo acabar com as subvenções sobre os preços dos combustíveis.
 
Na sequência dos protestos, as autoridades sudanesas anunciaram o encerramento das escolas em Cartum até 30 de Setembro.
 
Também as ligações à internet, na capital, estão cortadas, não se sabe se devido a uma falha ou a uma ação deliberada das autoridades, já que os protestos contra o governo têm sido anunciados nas redes sociais.
 
Este é um dos acontecimentos mais marcantes no país desde a chegada ao poder do general Omar al-Bashir, em 1989".

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

John Kerry e EUA Dão Parabéns à Guiné-Bissau pelos 40 anos de Independência

EUA-O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, endereçou uma mensagem de parabéns aos cidadãos da Guiné-Bissau, por ocasião da celebração do 40.º aniversário da independência do país, em 24 de Setembro.
 
Kerry, que se expressava em nome do Presidente Barack Obama e do povo dos Estados Unidos, disse que a Guiné-Bissau “tem a oportunidade de dar um importante passo em frente, ao realizar eleições credíveis e em tempo, no final deste ano.
 
O povo da Guiné-Bissau, acrescentou o chefe da diplomacia dos EUA, merece um Governo democrático e à altura das suas maiores aspirações e dos seus maiores ideais.
 
Mas, avisou Kerry, as eleições são apenas o início de um longo caminho, apelando ao Governo transitório para que abrace e aplique uma agenda robusta de reconciliação nacional, governança, transparência orçamental e reformas económicas.
 
Os líderes e candidatos políticos têm de ter a confiança pública dos cidadãos da Guiné-Bissau, considerou Kerry.
 
Os EUA estão prontos para vos apoiar neste processo e pretendemos uma relação de longo prazo, garantiu o secretário de Estado, que termina a missiva a desejar “paz e prosperidade” para todo o povo da Guiné-Bissau, “neste dia especial dia”.

Empresários Têm medo pela imagem da Quénia

 Quénia-O atentado terrorista contra o mais luxuoso centro comercial de Nairobi é o mais recente golpe para a maior economia da África Oriental.
 
Nairobi é a cidade preferida de muitas multinacionais e organizações sem fins lucrativos que fazem negócios em todo o continente africano, e o centro comercial Westgate era um ponto de encontro dos estrangeiros na cidade.
 
É também um local para turistas a caminho das praias e parques de safari, que trazem poder de compra e moeda estrangeira cruciais para o país.
 
Na conversa que tenho com um empresário queniano, que preferiu manter o anonimato, sobre as consequências deste atentado para as empresas e para o setor do turismo no país:
 
"Eles deveriam apoiar-nos. Ao governo e às pessoas em particular que vêm conhecer o Quénia. Devem fazer o seu melhor para proteger os estrangeiros. A comunidade internacional deve apoiar o governo e o povo queniano. As pessoas devem tentar proteger a indústria e o turismo ao votarem. Estamos a abrir as portas aos terroristas porque é isso que eles querem. Os quenianos são um povo muito resistente e já passamos por isso no passado várias vezes. Sabemos como nos ajudar uns aos outros. Eu realmente espero que as pessoas em todo o mundo saibam que temos que nos apoiar uns aos outros a uma escala global, para que nos compreendam quando nos visitam".

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Alemanha: " Angela Merkel Mais Forte e Mais Dependente"


Alemanha-A chanceler Angela Merkel conseguiu uma vitória histórica. O partido da União Cristã Democrata e os seus aliados bávaros obtiveram o melhor resultado desde a reunificação da Alemanha, em 1990. É um triunfo pessoal de Merkel. 
 
Esta vitória não foi coroada por uma maioria absoluta. A derrota dos liberais, parceiros históricos da CDU, deixa a chanceler numa situação paradoxal. Merkel está mais forte do que nunca, mas também mais dependente:
 
"Para a chanceler, foi um grande triunfo pessoal, mas as próximas semanas podem ser difíceis, pois o possível parceiro de coligação, o SPD, tem más recordações da última grande coligação, de modo que vai negociar com mão de ferro".
 
No domingo à noite, o candidato do SPD, Peer Steinbrück, reconheceu que os resultados eram insuficientes, mas não esperou muito para salientar a fragilidade de Merkel: "A bola está no campo de Merkel é a chanceler que deve procurar uma maioria".
 
Steinbruck também estabeleceu regras mínimas para negociar com Merkel. Nada de joguinhos nem negociações estratégicas: "o SPD sabe o que quer para as pessoas, sabe o que quer para a política europeia e para a política externa do país. O que queremos para a Alemanha são políticas que sejam socialmente justas e economicamente razoáveis. Estes são os nossos valores, a base de tudo".
 
Antigo ministro das Finanças da Grande Coligação, entre 2005 e 2009, Steinbruck está, desta vez, mais inclinado para a esquerda, nomeadamente quando defende a necessidade de impôr um salário mínimo na Alemanha, o que, até agora, nunca foi criado.
 
Mas o SPD também pode exigir a pasta das Finanças, o que equivale a Merkel ter de prescindir de Wolfgang Schäuble, o respeitado ministro das Finanças do governo cessante.
 
O triunfo pessoal da chanceler é o que ressalta agora, mas o resultado da eleição é o espelho da campanha eleitoral da CDU, totalmente focalizada na sua pessoa e, claramente, não em questões políticas…
 
Evitar as temáticas é uma velha estratégia de campanha, mas o que importa são outras coisas. Os fatores importantes são os clássicos: "a boa situação da economia e a dificuldade de fazer campanha a partir dos pontos de vista da oposição. Isto foi o factor principal, comparado com outros casos na Europa, por exemplo, os níveis de desemprego na Alemanha.
 
As pessoas não sentem a crise, as pessoas sentem-se bem e não têm vontade de mudar. Este é o primeiro ponto. O segundo é que a chanceler é vista -mesmo pelas pessoas que não gostam dela – como alguém que não se tem saído mal e que merece confiança. Este sentimento que ela criou faz as pessoas sentirem-se bem e ela incarna esse sentimento.
 
A chanceler abriu o flanco e criou vulnerabilidades sobre a política europeia. Por um lado, porque quando se pensa de uma forma clássica na economia liberal, a maior parte do que foi acordado para ultrapassar a crise e aquilo que foi maioritariamente aprovado na Alemanha é o inferno. Isso é o que os economistas liberais clássicos não gostam e não aprovam. Este é um dos seus pontos fracos, o outro é que, ela própria, durante a batalha contra a crise, foi afirmando que queria uma maior integração económica e agora diz que não quer nem a união política que, supostamente deveria seguir. Agora ela criou uma nova clivagem entre o que é economicamente necessário, mas politicamente não praticável. Isto é um ponto de fragilidade para a Europa e, a longo prazo, também para o partido de Merkel.

 Angela Merkel ganhou a eleição praticamente sozinha, mas não pode governar só. Precisa de uma coligação e o mais provável é uma grande coligação CDU/SPD. Mas em que condições vão os dois partidos iniciar as negociações?

 É psicologicamente muito interessante que isto aconteça neste momento. A CDU está numa posição de força, mas na verdade está a suplicar apoio porque precisa de mais alguém para constituir uma maioria. O SPD vai tentar negociar o melhor possível. O SPD tem um óptimo instrumento no Bundesrat, que está solidamente nas mãos dos sociais democratas e através do qual pode complicar a vida da chanceler. Mas provavelmente o SPD não vai ter capacidade de resistência e aceita a grande coligação”.

 Muitos europeus, especialmente no sul da Europa esperam que nesta coligação o SPD consiga levar a Alemanha a posições mais flexíveis com respeito à crise que, peça menos programas de austeridade.

 Poderão alcançar qualquer coisa mas, em princípio, a posição alemã não vai mudar. Não nos podemos esquecer que a chanceler não está sozinha nas suas posições. Salvo algumas exceções esta posição é comum em toda a Alemanha. O SPD não tem alternativas revolucionárias na bagagem e a chanceler não está sozinha nas suas posições sobre a Europa. Ela tem aliados poderosos na União, como os holandeses e os austríacos, a maioria dos escandinavos e também os polacos. Isto nunca foi apenas o espetáculo Merkel: "a questão da austeridade e etc., sempre teve consenso no norte da Europa. O princípio de nós damo-nos vos garantias, mas em troca vocês têm que fazer reformas. Isto não vai mudar".

Moçambique é um dos Países de Topo Exportadores de Cereais na África

Moçambique está no Top 5 dos países exportadores de cereais na África

Exportação de cereais em África-Moçambique exporta em média anual cerca de 62 mil toneladas de cereais para o mercado externo, o que coloca o país no grupo de cinco maiores exportadores deste produto em África.

Zâmbia, Uganda, Tanzânia e Quénia são os restantes países africanos deste grupo, segundo o estudo divulgado na capital moçambicana Maputo.
 
De modo geral, estima-se que África exporta anualmente perto de 3,6 milhões de toneladas por 14 países africanos tidos como maiores produtores de cereais do continente.
 
Segundo uma outra notícia de Moçambique, o governo deste país encomendou a uma empresa na França a construção de 30 navios com um custo de 300 milhões de euros. A encomenda engloba 24 traineiras, três barcos-patrulha de 32 metros e outros três de 42 metros.
 
O Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas de Angola assinou dois protocolos com o Governo Regional dos Açores visando o apoio à formação dos quadros para a produção de bovinos de leite no Planalto do Uíge, em Angola.
 
Os protocolos estão a reactivar um sector de economia que era sempre importante na província de Uíge bem conhecida essencialmente pela produção agrícola.
 
António Assis, presidente do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas de Angola, disse que os protocolos dão corpo "a uma relação de irmandade que já vem de há muito tempo", destacando "a grande experiência que os açorianos têm em matéria de produção de leite".
 
No mês de Outubro o parlamento cabo-verdiano deverá pronunciar-se sobre a proposta da nova lei de nacionalidade. A nova lei prevê que, conforme a proposta, os estrangeiros nascidos em Cabo-Verde poderão adquirir a nacionalidade e os descendentes de cabo-verdianos nascidos na diáspora poderão ser registados nos consulados para adquirirem a nacionalidade cabo-verdiana.
 
De acordo com Jorge Tolentino, porta-voz do Conselho de ministros e ministro da Defesa Nacional, o executivo cabo-verdiano na sua política da nacionalidade leva em consideração o facto de Cabo-Verde ser uma nação de emigrantes.
 
Uma outra situação acautelada por esta lei tem que ver com a possibilidade de aquisição de nacionalidade por opção, aquele que sendo filho de estrangeiros, todavia tenha nascido em Cabo-Verde e os seus pais residam legalmente em Cabo Verde, há pelo menos 5 anos.
 
E aqui é importante referir que a nova lei passa a funcionar com o conceito de residência legal em vez do conceito até agora utilizado de residência habitual.
 
As eleições na Guiné-Bissau marcadas para o mês de Novembro próximo continuam a dominar a actualidade politica neste país na África Ocidental. Para convencer a comunidade internacional dar apoio ao processo eleitoral, inclusive o apoio financeiro, o primeiro-ministro de Transição Rui de Barros começou um périplo por vários países africanos.
 
O chefe do executivo guineense fez-se acompanhar por José Ramos-Horta, representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau. Ao falar da perspetiva das eleições na Guiné-Bissau, o antigo presidente de Timor Leste e Prémio Nobel da Paz, Ramos-Horta declarou:
 
"Condições políticas existem, condições em termos de recenseamento são muito atrasadas, porque na Guiné-Bissau para tomar decisões leva sempre muito tempo. Em outros países algumas decisões levam 24 horas, na Guiné-Bissau as vezes leva 24 meses para tomar uma decisão por razões de política. Muitos partidos, muitas opiniões"… "Temos aqui um Governo de Transição que não tem muito poder, tem que ouvir, tem que consultar" … "Devido a essas demoras e o facto de o orçamento das eleições ser muito elevado é difícil convencer os países ricos, como os da União Europeia, para financiarem as eleições. Mas estamos a fazer o esforço"!
 
Palavras do José Ramos-Horta, antigo presidente de Timor Leste e atualmente representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau.

 

 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Maior Feiticeiro da África Diz que já Ajudou Espiritualmente Mais de 1700 Pastores

Wikileaks da África-Criado em 2011, o Sahara TV é um canal televisivo totalmente online. Considerado inovador para a realidade do continente africano, é chamado de o “Wikileaks da África”, por suas matérias reveladoras.
 
Seu programa sobre religião tradicional africana, que foi ao ar, reacendeu uma antiga polêmica. Por que os cristãos de muitas nações africanas continuam recorrendo à magia negra e os deuses de seus antepassados? O foco da discussão foi centrado nas declarações de Nana Kwaku Bonsam. Considerado o maior feiticeiro da África Ocidental, ele recentemente passou um ano nos Estados Unidos, onde começou um projeto para modernizar os ensinamentos da religião tradicional africana, passando a divulgá-los pela internet para qualquer pessoa interessada.
 
Seu projeto foi mostrado em uma longa matéria no jornal New York Times, onde voltou a repetir uma de suas declarações bombásticas: mais de 1700 pastores já o procuraram buscando “ajuda espiritual”. Como conciliar isso com o ensinamento bíblico? Afinal, seu apelido “Bonsam”, significa literalmente “demônio” na língua Twi.
 
Em Gana, seu país natal, Nana Kwaku, 39 anos, é uma celebridade. Casado pela terceira vez, já tem 14 filhos (nove deles são adotados). Coordena um verdadeiro império religioso, formado por uma rede de templos e uma escola de feiticeiros, além de casas, carros e uma fazenda de gado em seu nome. Ele aparece regularmente em programas televisivos em seu país e vários de seus eventos reúnem uma multidão de pessoas que procuram pela “benção”. Já fez suas cerimônias em vários países do mundo, especialmente onde há imigrantes ganeses.
 
Kwaku Bonsam afirma ser capaz de resolver qualquer tipo de problema, desde maldições até os mais graves problemas de saúde. Atualmente, dedica-se para modernizar a religião tradicional, opondo-se abertamente aos pastores e missionários cristãos. Desde 1992, quando a nova constituição de Gana foi aprovada oferecendo maior liberdade religiosa, começou uma verdadeira guerra espiritual no país. Pastores, especialmente os pentecostais, passaram a usar televisão, rádio e Internet para criticar quem usa os rituais tradicionais, classificando-os como feitiçaria e adoração ao diabo.
 
A maioria dos feiticeiros de Gana preferiu não reagir. Mas Bonsam se tornou uma espécie de “porta voz” dos sacerdotes fetichistas, como são chamados. Seu nome de nascimento é Stephen Osei Mensah e era membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na pequena aldeia de Afrancho. Sua vida mudou após um acidente em 1992, quando tinha 19 anos. Certa noite, voltava para casa segurando uma lanterna quando acidentalmente passou sobre um encanamento de gás defeituoso. A eletricidade da lanterna foi suficiente para provocar uma explosão que queimou a maior parte do seu corpo.
 
Após se recuperar, ele afirma ter recebido seus poderes sobrenaturais após o “presente mágico”, que recebeu de um homem. Era um fetiche, feito com pelos trançados da cauda de um cavalo, que lhe permitiriam ajudar outras pessoas. A partir de então disse ter recebido visita dos deuses dos seus antepassados e começou a fazer “consultas” na sala da casa de sua mãe. Sua fama se espalhou e logo ele construiu um santuário na cidade. Foi nessa época que assumiu o apelido “Bonsam” dizendo ser uma resposta às contínuas acusações de fazer a “obra do demônio”, como afirmavam os pastores.
 
Em Gana, 71% dos 25 milhões de habitantes se identificam como cristãos, enquanto apenas 5% dizem seguir a religião tradicional, indica o Censo de 2010. Contudo, Kwabena Asamoah-Gyadu, professor do Cristianismo Africano no Trinity Theological Seminary, de Acra, capital de Gana, disse que esses números não correspondem à verdade, pois a maioria das pessoas tem vergonha de admitirem que recorrem regularmente à feitiçaria.
 
Durante sua estada em Nova York, Nana Kwaku Bonsam fez várias cirurgias plásticas para tentar melhorar a aparência de seu rosto, ainda coberto pelas cicatrizes do acidente de 20 anos atrás. Aproveitou para recrutar pessoas que o ajudam a montar e divulgar, com o auxílio das redes sociais, uma espécie de “consultório virtual”, onde as pessoas podem ser aconselhadas por ele por escrito ou em conferências via Skype.
 
Sobre as críticas dos pastores, ele é enfático “Diga para as pessoas lerem Jeremias 23:16.” A passagem bíblica adverte: “Não ouçam o que os profetas estão profetizando para vocês; eles os enchem de falsas esperanças”. Também dispara “Ouça como eles pregam em suas igrejas… Por que eles andam de carro importado enquanto alguns membros da igreja passam fome? A própria Bíblia diz que todos nós devemos vender nossos pertences e partilhar com os pobres e necessitados. Alguns pastores hoje em dia estão praticamente sendo adorados pelos membros da igreja, enquanto o próprio Jesus era um pessoa humilde”.
 
Bonsam afirma estar farto de ser atacado publicamente por muitas pessoas que o procuraram em segredo. Segundo ele, já “ajudou” mais de 1700 pastores africanos com feitiços para que suas igrejas crescessem. Em 2 de Abril de 2008, em um famoso episódio que chamou a atenção da mídia em Gana, Nana Kwaku invadiu a igreja de Collins Agyei Yeboah, um conhecido pastor pentecostal da cidade de Kato. Acompanhado por policiais e repórteres, ele acusou o pastor de pedir ajuda dos deuses, mas não pagar pelo serviço. Yeboah foi constrangido diante dos fieis a devolver um ídolo que lhe fora dado pelo feiticeiro. No vídeo gravado na ocasião, é possível ver o pastor se defendendo, mas acaba sendo levado pela polícia. Aparece dizendo que realmente tinha consultado Bonsam, mas nunca recebeu os poderes que lhe foram prometidos. No final, acaba devolvendo o ídolo.

Eleições Alemães Torna-se Pré- canpanha do Partido Anti-euro para Eleições Europeias

Alemanha-"Um novo movimento anti-euro, criado na primavera deste ano surpreende e fez tremer os partidos tradicionais.
A Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 4,7% dos votos, muito perto dos 5% necessários para entrar no parlamento.
 
Os responsáveis pelo partido, que defendem que a moeda única é a responsável pela crise da Europa, acreditam que este é um momento importante para o país. Bernd Lucke, um dos líderes do AfD, garantiu que “os partidos já perceberam que não podem fazer tudo, nem tudo é permitido. Agora sabem que existe oposição no seio da sociedade. Vai haver oposição se os partidos estiverem convencidos que podem fazer tudo.”
 
Os apoiantes do partido acreditam que agora começa uma nova fase. Um desses militantes afirmava que “este é um dia positivo para a Alemanha porque foi revelado o porquê da crise da zona euro e vão ser dadas as verdadeiras respostas e a qualidade da discussão vai aumentar.” Um outro apoiante dizia também que “o Euro tornou-se anti-europeu. Significa que aquilo que era considerado cimento tornou-se explosivo para o ideal europeu.”
 
Na sede do AfD há quem chame o partido Alternativa para a Alemanha, o partido anti-euro. E há quem ache surpreendente que, especialmente na Alemanha, haja eleitores que duvidam do papel estabilizador da moeda única.
 
Dentro do partido domina a sensação de que agora começa uma nova etapa e o próximo objetivo do Alternativa para a Alemanha são as próximas eleições europeias".

Assad: "o inimigo da França e dos EUA"

Síria-"O regime sírio acusa os Estados Unidos e a França de estarem a querer combater “um inimigo imaginário”, afirmando “não estar preocupado” com uma resolução da ONU que preveja a possibilidade de um ataque contra o país.
 
As afirmações foram feitas por Bashar Al-Assad, numa entrevista ao canal público chinês CCTV, em que afirma que o principal obstáculo ao desarmamento do seu arsenal químico, continua a ser a actividade dos grupos “terroristas” no país.
 
“Não vejo qualquer problema para que consigamos cumprir o acordado, mas como disse estes terroristas que obedecem às ordens de alguns países poderiam impedir os inspetores da ONU de fazerem o seu trabalho para depois acusarem a Síria”, afirmou Assad.
 
As declarações coincidem com a oferta de Moscovo de enviar militares para proteger os inspetores no terreno. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou os países ocidentais de estarem a tentar utilizar o acordo para o desmantelamento de armas químicas como um pretexto para aprovar uma resolução da ONU que preveja o uso da força contra o regime sírio.
 
Se Damasco aceitou desmantelar o seu arsenal químico depois do ataque de Agosto passado na capital, já Assad sublinhou a “necessidade” de reforçar o seu armamento, para fazer face ao que chama de “ataques repetidos de Israel”.
 
Em paralelo aos esforços ocidentais para tentar convencer Rússia e China a apoiarem uma nova resolução da ONU, a oposição síria mostra-se pronta para retomar as negociações, em Genebra, sobre uma transição política no país, segundo fontes diplomáticas".

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Documentário Reclama Oficialização do Crioulo na Guiné-Bissau

 
Apesar de ser falado "por 70 a 80 por cento da população", o crioulo ainda não está totalmente normalizado e a única língua oficial da Guiné-Bissau é o português, destaca Gorka.
 
Em diversas entrevistas a figuras das artes e letras e a residentes em diferentes pontos da Guiné-Bissau, o documentário capta um desejo comum.
 
"O desejo de muita gente é que, para além do português, o crioulo seja uma língua oficial para dignificar a cultura guineense", de modo a que a identidade nacional "tenha uma expressão institucionalizada ao nível do Estado", explica o realizador.
 
"A verdadeira independência, além de política e militar, tem que ser cultural, tem que ser pela defesa e dignificação da cultura do país e pela sua partilha em igualdade com outras culturas", acrescenta.
 
Gorka acredita que, apesar dos 40 anos de existência como Estado, ainda falta à Guiné-Bissau contrapor em definitivo a lei da cidadania guineense, de 1946, na era colonial portuguesa, "segundo a qual era indígena aquele que não falava ou não escrevia em português". Embora no quadro da lei da recepção, a lei nº1/73, a lei da cidadania colonial já se encontra revogada. 
 
Pelo contrário, o documentário rodado no início do ano em vários pontos da Guiné-Bissau, encontrou poemas e músicas que mostram como o crioulo é a massa que "agrega as diferentes culturas milenares" da guiné.
 
Foi a língua que sempre serviu "para intermediar o diálogo" entre comunidades de diferentes crenças.
 
O músico Aliu Bari, que faleceu este ano em Lisboa, o escritor Abdulai Silai ou o cantor e escritor Ernesto Dabó, são algumas das figuras ouvidas no filme que conta com a colaboração da artista Karina Gomes.
 
O documentário deverá ter 70 minutos de duração, está em fase de montagem e prevê-se que esteja pronto a exibir em Dezembro.
 
Deverá ter como título a palavra crioula "lantanda", que significa "pegar em algo que cai, no mesmo sentido em que se apanha a água que escorre", descreve Gorka.
 
A palavra para título foi escolhida por alguns entrevistados aos quais a equipa do documentário pediu que escolhessem uma palavra ou provérbio com o qual mais se identificassem.
"
Disseram-nos que escolheram esta pelo significado e pela metáfora que representa em relação à situação atual da Guiné-Bissau", refere o realizador.
 
Gorka Gamarra, basco, é funcionário do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Guiné-Bissau.
 
Fazem parte da equipa do documentário outros dois bascos, três guineenses e dois portugueses, todos interessados na cultura do país em que vivem.
 
Apesar de estar prestes a ver a luz do dia numa altura em que o país celebra o 40.º aniversário, o documentário deixa de lado qualquer ambição de fazer um balanço do percurso de independência até hoje.
 
"Só tentamos compreender o que é a identidade guineense", realça o realizador. E se essa identidade ainda não está totalmente plasmada na lei e no que se ensina, "é porque é preciso dignificar e trabalhar mais sobre essa identidade", conclui.

Plano de Urgência para Guiné-Bissau Custará 24,7 Milhões de euros


Bissau - Elaborado por uma comissão estratégica, o Plano de Urgência para a Guiné-Bissau foi orçado em 24,7 milhões de euros, sendo que metade dessa quantia precisa de financiamento estrangeiro.
 
A proposta foi entregue na última semana ao Governo de transição para discussão e aprovação. Depois dessa etapa, o Plano ainda será "avaliado e auditado por um gabinete internacional".
 
O documento estipula 20 medidas para acudir as principais carências do país, de modo que as eleições gerais, marcadas para 24 de Novembro, possam ocorrer sem sobressaltos.
 
Entre as prioridades, estariam as medidas para "mitigar a ameaça de fome derivada de uma má campanha agrícola, combater a epidemia de cólera, garantir transfusão de sangue 100% segura e sanear o clima de tensão sócio laboral reinante nos sectores da educação e da saúde".
 
Medidas
 
No caso da volta à normalidade e a paz em escolas públicas, hospitais e centros sanitários, está prevista a criação de um fundo no valor de 5,8 milhões de euros, para pagar ordenados em atraso aos professores, aos médicos e aos enfermeiros.
 
Quase a mesma quantia, de 5,6 milhões de euros, será destinada a equipar os cinco blocos construídos através de um projecto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no Hospital Simão Mendes, "numa perspectiva de urgência humanitária".
 
Para ajudar a alimentar a população, será reservado 12 milhões de euros (metade do Plano de Urgência). As ações serão definidas após o inquérito que é realizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
 
Outro montante de 297 mil euros será destinado ao combate à cólera, "evitando que a doença se alastre ao resto do país e que aumente a mortalidade devida à epidemia".
 
 
Plano de Urgência
 
O plano foi preparado por uma Comissão Nacional de Planejamento e Coordenação Estratégica, apresentada em Julho. Ela foi escolhida pelas autoridades de transição da Guiné-Bissau, em articulação com parceiros internacionais e com o apoio da ONU.
 
De acordo com a proposta elaborada pela Comissão, sua execução "é da responsabilidade do Governo, através dos departamentos competentes, em estreita colaboração com as organizações da sociedade civil, o setor privado e os parceiros de desenvolvimento".
 
Também são sugeridas diferentes reuniões regulares e grupos de acompanhamento, assim como uma gestão assegurada por terceiros, escolhidos em consenso pelo Governo de transição e parceiros de desenvolvimento.