Maputo - A directora do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) em Moçambique, Anabela Rodrigues, considerou quarta-feira última que as redes criminosas que actuam sobre recursos ambientais ameaçam a indústria do Turismo e segurança dos Estados na África Austral.
Numa nota enviada à Lusa, a WWF refere que Moçambique perdeu, entre 2009 e 2012, mais de 2500 elefantes, a maioria dos quais mortos pelos caçadores furtivos dentro de áreas de conservação, nomeadamente em Niassa e Cabo Delgado, onde "pelo menos três elefantes são mortos diariamente".
Citada no comunicado, Anabela Rodrigues afirmou que "a par da ameaça directa à flora e fauna moçambicana, as redes criminosas que operam impunes na região da África Austral também ameaçam a segurança nacional destes Estados, o que afecta sobremaneira a indústria do Turismo na região".
A intensificação de respostas para estancar os crimes ambientais, em particular a caça furtiva do elefante e rinoceronte, foi uma das recomendações feitas num encontro de capacitação de técnicos de diversos ministérios, organizado pela Rede de Monitoria de Comércio de Espécies Protegidas (TRAFFIC), Direcção Nacional de Terras e Florestas e WWF de Moçambique.
O chefe do departamento de Fauna Bravia no Ministério da Agricultura, Marcelino Foloma, disse que "Moçambique reconhece as ameaças económicas e à segurança resultantes das redes criminosas transfronteiriças que desenvolvem estas actividades", pelo que "o país está comprometido a encontrar soluções para estes problemas".
A formação de técnicos dos ministérios da Agricultura, Turismo, Finanças, Interior, Ambiente e da Direcção Nacional das Alfândegas pretende estabelecer mecanismos formais de partilha de informação sobre a caça e comércio ilegal de produtos de fauna e flora, bem como tomar medidas para o fortalecimento da actual legislação.
Nos últimos meses, vários moçambicanos têm sido acusados de caça furtiva no Parque Nacional do Limpopo e no Kruger Park, na África do Sul. Fonte: Angolapress