sexta-feira, 3 de maio de 2013

Pesquisa Aponta Diversidade de visão da Lei islâmica Pelos Muçulmanos

Os Muçulmanos do Mundo-A maioria dos muçulmanos do mundo quer instaurar a sharia, lei islâmica baseada no Alcorão, nos dizeres do profeta Maomé e nas normas dos religiosos, mesmo com opiniões divergentes sobre o que deve ser contemplado, indicou um estudo publicado nesta terça-feira.

A pesquisa, realizada pelo Pew Research Center, dos Estados Unidos, foi feito entre 2008 e 2012 e consultou 38.000 pessoas de 39 países. A pesquisa se concentrou no tema "Religião, Política e Sociedade" na grande comunidade muçulmana de 1,6 milhão de pessoas, a segunda maior religião do mundo depois do cristianismo.

A maioria dos muçulmanos, especialmente em Ásia, África e Oriente Médio, quer instaurar a sharia, com diferenças de acordo com a área geográfica - 8% no Azerbaijão contra 99% no Afeganistão -, afirma o instituto Pew, que atribui essas divergências à história dos países e à separação entre igreja e estado.

O estudo mostra que a aplicação da sharia é particularmente desejável no âmbito privado, para regular os negócios familiares ou de propriedade.

A execução dos muçulmanos convertidos a outra religião, o castigo com chibatadas e o corte das mãos por roubo recebem uma minoria de opiniões favoráveis, exceto por uma ampla maioria no Afeganistão e no Paquistão, e com pouco mais de uma em cada duas pessoas no Oriente Médio e no norte da África.

Também são maioria os que concordam com a liberdade de culto de outras religiões. No Paquistão, por exemplo, 84% quer ver a sharia instaurada como lei no país e 96% acredita que a liberdade religiosa é "algo bom".

Metade dos muçulmanos está preocupada com o extremismo religioso no país, sobretudo no Egito, na Tunísia e no Iraque.

Na maior parte dos países, uma maioria de mulheres e homens acredita que a mulher deve obedecer o marido, principalmente em Iraque, Marrocos, Tunísia, Indonésia, Afeganistão e Malásia, mas a maioria também acredita que uma mulher deva ser capaz de decidir sozinha se usa ou não o véu.

A maioria dos muçulmanos não sente tensão entre sua religião e a vida moderna, prefere um regime democrático, gosta de música e dos filmes ocidentais, mesmo que acreditem que a cultura ocidental seja moralmente nociva.

Uma grande maioria considera imorais a prostituição, a homossexualidade, o suicídio e o álcool, mas a opinião sobre a poligamia é divergente (4% considera moralmente aceitável na Bósnia-Herzegovina, contra 87% na Nigéria).

Só o Afeganistão e o Iraque dispensam majoritariamente os "crimes de honra".

A violência em nome do Islã é amplamente rechaçada, mas aprovada por significativas minorias em Bangladesh, Egito, Afeganistão e Palestina. Para 81% dos muçulmanos norte-americanos, este tipo de violência "nunca" é justificável, contra uma média de 72% no restante do mundo, revelou o estudo.