quinta-feira, 28 de março de 2013

François Bozizé, Um ex-rebelde Deposto Por Rebeldes na República Centro-Africana


República Centro Africana-Chegou ao poder pelas armas e foi apanhado pelas armas, que marcaram a sua vida: filho de um polícia, o presidente François Bozizé foi militar, rebelde e líder de uma República Centro-Africana insegura e violenta há décadas.

O guerreiro respeitado “Boz”, como é muitas vezes chamado, foi abandonado pelo seu exército, que nunca opôs verdadeira resistência à ofensiva iniciada em Dezembro pela coligação rebelde Seleka, indo de derrota em derrota.

Silencioso, François Bozizé é um orador pobre, mesmo sabendo mobilizar multidões, sobretudo quando fala em Sango, a língua nacional. Às palavras prefere os atos, repetiu nas últimas eleições em 2011, que mais uma vez o levaram ao poder, com 64% dos votos, apesar das críticas da oposição.

Nascido em Mouila, no Gabão, a 14 de outubro de 1946, François Bozizé abraçou a carreira militar e rapidamente subiu na hierarquia.
Tendo sido assessor do imperador Jean-Bedel Bokassa, Bozizé tornou-se no mais jovem general do exército, com 32 anos.

Com a queda de Bokassa em 1979, Bozizé perdeu influência, mas voltou ao jogo político em 1981, quando o general André Kolingba derrubou o sucessor de Bokassa.

Tornou-se ministro da Informação, mas, não contente, tentou dois anos depois derrubar Kolingba, em favor de Ange Félix Patassé, o ex-primeiro-ministro de Bokassa.

Após esta derrota, fugiu para o Benin, de onde foi extraditado em 1989. Preso durante dois anos, em 1990 conseguiu escapar por pouco de uma tentativa de assassinato na sua cela.

Apresentou-se às presidenciais de 1993, mas conseguiu pouco mais do que 1% dos votos e em 1997 reintegrou o exército, apoiando Patassé, e tornou-se chefe de gabinete.

Em outubro de 2001, falhou um golpe de Estado contra o presidente e trocou então Bangui pelo Chade e depois pela França, antes de voltar ao norte da República Centro-Africana para lançar a revolta dos “patriotas”.

Em Março de 2003, assumiu o controlo com um golpe e instalou um governo de transição, até que em 2005 foi eleito presidente.

Em 2010 um grupo de rebeldes lançou um ataque em Birao, forçando as tropas do Governo a recuar, mas Bozizé consegui manter-se no poder, graças à ajuda do seu aliado de longa data, o Chade, cujo exército lhe forneceu guarda-costas e o ajudou a livrar-se dos rebeldes.

“Boz” tentou a paz através do “diálogo político inclusivo”, que juntou à mesma mesa o poder a sociedade civil, a oposição e os rebeldes, e assinou um acordo de paz com os rebeldes em 2007 e 2012, que incluía a sua integração.Mas o seu regime, assolado pela corrupção, nunca cumpriu as promessas.

A República Centro-Africana, cuja capital, Bangui, foi hoje ocupada por rebeldes que exigem o cumprimento daqueles acordos, é um dos países mais pobres do mundo e é conhecido pela sua história de golpes e motins militares.

Esta antiga colónia francesa situa-se no coração da África Equatorial, faz fronteira com o Chade, o Sudão, o Congo, a República Democrática do Congo e os Camarões, tem cerca de 4,5 milhões de habitantes e duas línguas, o sango e o francês.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Rockets Sobre Israel Durante visita de Obama

Israel-Militantes palestinianos de Gaza lançaram rockets sobre o sul de Israel, no dia em que o presidente dos EUA manteve um encontro com o presidente da Autoridade Palestiniana para reforçar a importância de alcançar um acordo de paz entre israelitas e palestinianos.
 
Obama visitou o Museu Nacional de Israel e o West Bank para reafirmar aos plasetiniamos que a criação de um Estado da Palestina continua a ser uma prioridade do seu Executivo.
 
Obama não levou para o Médio Oriente um plano novo para relançar o diálogo de paz, mas no encontro com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana e num discurso a alunos israelitas ao final do dia, o presidente americano vai apelar a ambos os lados do conflito para que parem com acções unilaterais que dificultam o processo de paz.
 
Entre estas acções encontram-se o estabelecimento de bairros judeus em terrenos reivindicados pelos palestinianos e os repetidos esforços da Palestina para conquistar o reconhecimento da ONU, mesmo sem acordo de paz.
 
Os palestinianos afirmam que não podem negociar uma fronteira entre Israel e uma futura Palestina enquanto os israelitas estabelecerem essa fronteira de forma unilateral através da construção apressada de bairros.

Sarkozy Acusado por Abuso de Confiança no Âmbito do Caso Bettencourt

França-O antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy foi acusado por abuso de confiança no chamado caso Bettencourt após ter sido ouvido por um tribunal de Bordéus.
 
A informação foi dada à agência AFP pelo advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, que anunciou a intenção de recorrer “imediatamente” da decisão tomada pelo juiz de instrução Jean-Michel, após a acareação entre Sarkozy e o mordomo da multimilionária Liliane Bettencourt, herdeira do império L’Oréal.O advogado classificou ainda a decisão como "injusta e incoerente do ponto de vista jurídico".
 
O antigo Presidente estava a ser ouvido sob o estatuto de “testemunha assistente” do processo – na ordem jurídica francesa, corresponde a um meio-termo entre simples testemunha e arguido.A acareação com o mordomo e outros três funcionários da casa dos Bettencourt tinha o objectivo de esclarecer o número de vezes que Sarkozy visitou o casal Bettencourt na sua residência de Paris, no decurso da campanha.
 
O político conservador alega que se encontrou com a herdeira da L’Oréal uma única vez, mas vários funcionários de Bettencourt contrariaram essa informação em anteriores depoimentos. O marido de Bettencourt terá entregue vários envelopes de dinheiro para financiar – à margem da lei – a campanha eleitoral da UMP em 2007.
 
A informação é pertinente para a investigação por financiamento partidário ilegal que corre desde que a antiga contabilista de Bettencourt, Claire Thibout, confirmou à polícia ter entregue vários envelopes com dinheiro a Patrice de Maistre, um homem de confiança da proprietária da L’Oréal. Segundo a contabilista, esse dinheiro destinava-se ao tesoureiro do partido de Sarkozy, Eric Woerth, que depois foi também ministro do Orçamento.
 
Os investigadores estimam que cerca de quatro milhões de euros tenham chegado por essa via à campanha de reeleição do Presidente Sarkozy, numa clara violação da lei que estabelece limites às contribuições financeiras para partidos políticos.
 
Além disso, os investigadores consideram que o caso configura um abuso de confiança de uma pessoa enfraquecida pela doença: desde 2006 que Liliane Bettencourt não está na posse de todas as suas faculdades.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Parlamento de Chipre Rejeita plano de Resgate

Chipre – O Parlamento Cipriota rejeitou o plano de resgate dos credores internacionais que previa a aplicação de um imposto sobre depósitos bancários superiores a 20 mil euros. O plano de resgate financeiro foi rejeitado com 36 votos e nenhum voto favorável ao plano. Foram 19 abstenções.

No início do debate, o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou, tinha já apelado aos deputados para votarem contra a “chantagem” do acordo negociado com a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

O desafio de Yiannakis Omirou teve uma imediata aceitação entre deputados de várias formações políticas, a insurgirem-se contra a sugestão de um imposto sobre os depósitos bancários, enquanto milhares de pessoas manifestavam no exterior do edifício pela rejeição do acordo anunciado no sábado pelos credores internacionais.

“Apenas existe uma resposta: não à chantagem”, considerou Omirou, do Partido Socialista Edek. “A nossa exigência é que este acordo deve ser renegociado. Se este imposto for aprovado, nenhum investidor estrangeiro manterá aqui o seu dinheiro”, avisou.

Os deputados do partido do presidente conservador Nicos Anastasiades, o Disy, decidiram por unanimidade não participar da votação, uma posição que “reforçará a posição da República de Chipre durante as negociações”, disse um representante do partido.

Milhares de pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento para exigir a rejeição do plano, e avisar que a sua aprovação poderá implicar a medidas idênticas a de outros países da zona do euro, como a Espanha e a Itália.

Após uma contestação generalizada e o adiamento por duas vezes do debate parlamentar, a mais recente proposta do plano de resgate prevê a aplicação de um imposto de 6,75% para os depósitos entre 20 mil e 100 mil euros, e de 9,9% acima desse montante, ficando os depósitos inferiores a 20 mil euros isentos de qualquer taxa.

Há quatro dias que os bancos permanecem fechados na República de Chipre (a parte grega da ilha mediterrânica, cerca de dois terços do território e reconhecida internacionalmente), enquanto a Bolsa de valores cipriota decidiu suspender até hoje as transações.

Guiné-Bissau Tem Regundo Regime Mais Autoritário do Mundo - Estudo

Guiné-Bissau tem segundo regime mais autoritário do mundo - estudo

Guiné-Bissau-A Guiné-Bissau tem o segundo regime mais autoritário do mundo, a seguir à Coreia do Norte, tendo em 2012 caído nove posições no índice da Democracia publicado pela revista norte-americana The Economist.

Na quinta edição do estudo, realizado pela Economist Intelligence Unit e divulgado, a Guiné-Bissau ocupa o 166º lugar entre 167 países e territórios analisados com a classificação de regime autoritário.
 
O índice avalia as democracias de 165 estados independentes e dois territórios, classificando-os como democracias plenas, democracias com falhas, regimes híbridos ou regimes autoritários.
 
Processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades cívicas são os critérios analisados.
 
Em 10 pontos possíveis, a Guiné-Bissau recolhe apenas 1,43, surgindo atrás de países como a Síria, o Chade ou o Turquemenistão.
 
Na edição de 2011 do índice, o país ocupava o 157º lugar com 1,99 pontos à frente da Síria, Irão, Chade e Guiné-Equatorial.
 
A Guiné-Bissau vive desde Maio do ano passado um período de transição na sequência de um golpe de Estado, em Abril, que derrubou os dirigentes eleitos. A maior parte da comunidade internacional não reconhece as autoridades de transição e cancelou os apoios
 
Moçambique e Timor-Leste são outros países lusófonos que no ano passado registaram retrocessos em matéria de democracia, tendo caído respetivamente dois e um lugares no índice.
 
Moçambique passou do 100º para 102º lugar, mantendo a classificação de regime híbrido, enquanto Timor-Leste passou do 42º para 43º lugar e continua classificado como democracia com falhas, a mesma categoria do Brasil que subiu uma posição, passado de 45º para 44º país mais democrático do mundo.Angola (133º) e Cabo Verde (26º) mantiveram as respetivas posições.
 
Angola surge classificado como regime autoritário, enquanto Cabo Verde é considerado uma democracia com falhas, mas muito próxima da fronteira para as democracias plenas.
 
Na mesma posição que Cabo Verde, aparece Portugal, que regressou ao 26º lugar, depois de no índice de 2011 ter caído uma posição.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Inauguração do Pontificado de Francisco Acompanhada Por Mais de 130 Delegações

Vaticano-A inauguração do pontificado do papa Francisco é acompanhada foi terça-feira, por mais de 130 delegações políticas e religiosas, entre as quais figurarão o presidente da República e o chefe da diplomacia portugueses, e outros dirigentes lusófonos.

No último balanço feito, na segunda-feira, pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, 132 países anunciaram presença na cerimónia, com delegações de diferente amplitude e dimensão.

"Não há convites. Todos os que querem vir são bem vindos.Ninguém é privilegiado nem rejeitado", esclareceu Lombardi, citado no portal de notícias do Vaticano, clarificando que "a ordem depende do protocolo e do nível da delegação".

Claro que, reconheceu, há delegações com mais destaque do que outras, nomeadamente as de Itália, em cuja capital se situa o Vaticano, e Argentina, país de origem do papa Francisco.

A presidente Cristina Kirchner encabeça a delegação argentina e já foi recebida pelo papa, em encontro privado, na segunda-feira.

Entre as presenças confirmadas contam-se seis reis, três príncipes herdeiros, meia centena de chefes de Estado e de Governo, líderes de organizações internacionais, como a União Europeia, vários ministros, deputados e embaixadores.

África Com Menos Pessoas na Classe Média

África-A África subsariana (incluindo Angola) vai continuar a ter a proporção mais baixa da classe média, nos próximos 15 anos, depois da América Central e do Sul que, até 2030, terá 10 por cento mundial desta estrutura social.

De acordo com o Relatório do PNUD sobre o Índice de Desenvolvimento Humano, a Ásia-Pacífico responderá por mais de 75 por cento da classe média mundial, acontecendo o mesmo com a sua quota-parte no consumo total.

Estima-se ainda que, até 2025, o consumo anual nas economias dos mercados emergentes aumente dos 12 mil milhões de dólares, em 2010, para cerca de 30 mil milhões de dólares, e que três quintos dos mil milhões de famílias que ganham mais de 20 mil dólares por ano vivam nos países em desenvolvimento. O PNUD acredita que o crescimento contínuo da classe média venha a ter um impacto profundo na economia mundial.

Os extraordinários números da população desses países – milhares de milhões de consumidores e cidadãos – multiplicam, a nível mundial, as consequências para o desenvolvimento humano das medidas tomadas por governos, empresas e instituições internacionais, de acordo com o estudo, que reconhece que o Hemisfério Sul emerge, hoje, ao lado do Norte, como terreno fértil para a inovação tecnológica e o empreendedorismo criativo. O estudo do PNUD diz que a escolarização está igualmente a aumentar em todo o Mundo. Prevê-se que o número de pessoas com mais de 15 anos sem educação formal diminua de 12 por cento para três por cento da população mundial e que a percentagem da população com ensino secundário ou terciário seja de 64 por cento, em 2050, contra 44 por cento em 2010.

Equilíbrio mundial

O Hemisfério Sul (que compreende os países em desenvolvimento) é responsável, no seu conjunto, por cerca de metade do produto mundial, contra cerca de um terço em 1990. Os PIB combinados de oito dos grandes países em desenvolvimento - Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, África do Sul e Turquia - equivalem ao Produto Interno Bruto dos Estados Unidos, que continua a ser, de longe, a maior economia nacional a nível mundial.

Ainda em 2005, o peso económico combinado dessas oito nações praticamente não atingia metade do dos Estados Unidos.Até 2050, segundo as projecções do PNUD, o Brasil, a China e a Índia em conjunto serão responsáveis por 40 por cento do produto mundial, contra 10 por cento em 1950.

No entanto, ressalta o relatório sobre o ìndice de Desenvolvimento Humano 2013, este aumento da sua quota-parte no produto económico pouco significaria em termos de desenvolvimento humano, se não tivesse sido acompanhado por uma redução na privação e um alargamento sem precedentes nas capacidades humanas.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Guiné-Bissau: Pansau Ntchama Acusado de «Crime de Traição à Pátria»


Bissau - Cerca de duas dezenas de pessoas, acusadas de envolvimentos no acontecimento de 21 de Outubro, compareceram, terça-feira, 12 de Março, para efeitos de audiência, discussão e julgamento, perante os juízes do Tribunal Militar Regional de Bissau.Entre os presentes destacaram-se o Capitão Pansau Ntchama, tido como líder do acontecimento, bem como o então vice-Chefe do Estado-maior da Armada guineense, Jorge Sambu.Ambos são acusados, pela justiça militar, de um alegado «atentado contra a segurança do Estado e traição à Pátria».

Trata-se de um total de 17 pessoas, que contam com uma defesa composta por 16 advogados, integrada pelo actual Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins. Alguns magistrados foram nomeados apenas um dia antes, pela Ordem de Advogados. O colectivo de juízes militares é formado por cinco elementos.

Pouco depois da leitura da acusação, os advogados levantaram as suas preocupações relativamente à falta de contacto com os seus constituintes, bem como ao não permitido acesso ao texto de acusação, dias antes do início da sessão do julgamento.

A leitura de referido documento foi presenciada pela chefia do Estado-maior General das Forças Armadas, na ausência de António Indjai, que se encontra fora do país.

Perante familiares, amigos e conhecidos, o Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) esteve representado, nesta primeira sessão, que deverá ainda decorrer durante toda a semana.

No primeiro dia do julgamento, apenas Jorge Sambu foi ouvido pelos juízes, sobre a denúncia de que é alvo no processo em causa.

Papa Francisco: "Foram Quase Até ao Fim do Mundo Para Me Buscar"

Vaticano-O novo Papa foi eleito quarta-feira. O fumo branco saiu às 18h06 da chaminé da Capela Sistina, indicando que um nome recolheu os votos de dois terços dos cardeais. Uma hora depois, Francisco falou pela primeira vez como Papa: "Vocês sabem que o dever do conclave era dar um bispo a Roma. Parece que os meus irmãos cardeais foram quase até ao fim do mundo para me buscar. Mas aqui estamos." O resumo do dia, minuto a minuto.

O Papa Francisco não gosta de viajar. Quem o conta é o bispo auxiliar de Buenos Aires, Eduardo Garcia. “Não o vejo como como um Papa viajante. Na verdade Bergoglio não gosta de viajar”, declarou García à cadeia de Todo Noticias. García disse ainda que a escolha de Bergoglio é um reconhecimento do trabalho feito na região. “Na América Latina, trabalhamos de forma muito intensa na nossa missão e na evangelização.”
 
A Argentina é um país de católicos, mas também de futebol. E surge a curiosidade de o clube de futebol San Lorenzo se congratular pelo facto de o novo Papa ser seu adepto. “É um orgulho para a instituição saber que o primeiro Papa seja sul-americano e sócio do San Lorenzo”, disse o clube, numa mensagem na rede social Twitter. Na mensagem, o San Lorenzo publicou uma foto do cartão de sócio de Bergoglio, com o número 88.235.Os argentinos festejam a eleição do primeiro Papa sul-americano.
 
Francisco e não Francisco I. Depois de inicialmente até mesmo o site do Vaticano se referir ao novo Papa como Francisco I, o porta-voz do Vaticano pediu para que o novo Papa seja tratado apenas como Francisco. "Será Francisco I depois de termos um Francisco II”, disse Federico Lombardi, citado pela AP.
 
Francisco deverá escolher um novo secretário de Estado. Alguém em “quem ele confie”, disse o porta-voz do Vaticano. "Auguro que o caminho que hoje começamos será frutífero para a Igreja". Esta foi uma das promessas deixadas pelo novo Papa.
 
Maria Cecília é colombiana mas vive há dois anos em Roma e trabalha como guia no Museu do Vaticano. “Vivi este conclave muito de perto e tinha todas as esperanças… Agora, posso acreditar que Deus existe e que a justiça existe. Porque havia muitas coisas que não iam bem, eu sei isso, porque trabalho ali dentro”, disse.
 
“Com este Papa as minhas esperanças de mudança podem tornar-se reais. A justiça existe e acredito que hoje tenha começado uma mudança importante para toda a humanidade.”Cavaco Silva foi um dos primeiros chefes de Estado a reagir e mostra esperança nas boas relações com o novo Papa.

Sofia Lorena, em Roma "Podes imaginar o que é que estou a sentir? O que é que significa para mim o Papa ser argentino?Perguntou-nos Susana, uma católica da Argentina que teve a sorte de estar no Vaticano no momento em que o mundo ficava a saber que o próximo Papa se chama Francisco e é o primeiro latino-americano eleito Sumo Pontífice.Não, respondemos com sinceridade".

Sofia Lorena, em Roma Católicos de todo o mundo estavam na Praça de São Pedro quando saiu fumo branco e ali continuaram à espera até conhecerem o novo Papa. Nem todos o reconheceram de imediato, quando surgiu à varanda, às 20h13 (19h13 em Portugal), mas nem um minuto tinha passado e já se ouviam muitos gritos em espanhol, com uma pronúncia particular. “Deus, Deus, Deus”, exclamava Susana. “Deus, meu Deus”, respondeu-lhe Maria Cecília, que é colombiana, mas explicou que se sente como se fosse argentina, ou como se o novo Papa fosse colombiano. “E a bandeira?”, perguntou a Susana. “Não sei, não trouxemos”, respondeu-lhe a argentina, enquanto pulava e gritava e aplaudia, tudo ao mesmo tempo. E a seguir, já com lágrimas a saltarem-lhe do rosto: "Deus, é argentino. Não posso acreditar."
 
Vaticano confirma que a primeira missa celebrada por Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco será realizada na próxima terça-feira (19 de Março). Após a sua eleição, Jorge Mario Bergoglio telefonou ao Papa emérito Bento XVI. Segundo o Vaticano, Francisco I irá visitar o seu antecessor “muito em breve”.                      
 
Começam a surgir as primeiras reacções à escolha do primeiro Papa sul-americano. "Recebemos o Papa Francisco, o primeiro Papa latino-americano", congratulou-se Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia. A escolha de Francisco foi uma das mais rápidas do último séculoOpõe-se ao aborto e à eutanásia, mantém a posição da igreja relativamente à homossexualidade e condenou fortemente a legislação para permitir o casamento gay na Argentina, introduzida em 2010, mas sublinha a importância de respeitar as escolhas individuais.

Jorge Mario Bergoglio é um teólogo conservador que se distanciou do movimento da Teologia da Libertação da América Latina. Em 2004, um advogado e activista dos direitos humanos apresentou uma queixa contra o cardeal – sem apresentar provas - acusando-o de ter conspirado com a junta militar em 1976 para permitir o rapto de dois padres jesuítas a quem ele, como superior da Companhia de Jesus da Argentina, tinha ordenado que deixassem de fazer o seu trabalho pastoral, por entrar em conflito com a ditadura militar. Um porta-voz do Bergoglio negou as acusações.O novo Papa Francisco desempenhou vários cargos administrativos na Cúria, enquanto cardeal, mas não estava entre os favoritos por causa da sua idade (76 anos). Diz-se que no conclave de 2005 foi um rival de Ratzinger na votação.
 
Além de ser o primeiro Papa sul-americano, Francisco é também o primeiro jesuíta a chegar a Sumo Pontífice. A primeira oração de Francisco foi em homenagem a Bento XVI. O novo Papa apelou à fraternidade na Igreja. Falou em italiano e despediu-se dizendo que vai rezar à virgem Maria amanhã e desejando boa noite e bom repouso a todos.
 
O novo Papa fez um discurso bem-humorado, dizendo que os cardeais tanto escolheram que o foram buscar ao outro lado do mundo. Francisco já fala aos peregrinos: "Rezem por mim para que seja abençoado". Bergoglio nasceu em Buenos Aires, a 17 deDezembrode 1936, filho de um ferroviário. Tornou-se padre em 1969 e era arcebispo de Buenos Aires.O novo Papa tem 76 anos e será o primeiro sul-americano a sentar-se na cadeira de Pedro.Jorge Maria Bergoglio, ordenado cardeal em 2001 por João Paulo II, é jesuíta. O novo Papa é o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que adoptará o nome de Francisco I.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Troika Dá Mais Um Ano a Portugal Para Cumprir défice


Portugal-A troika decidiu dar mais um ano a Portugal para cumprir o défice, avança a Reuters.O país terá assim até 2015 (e não até 2014) para colocar o défice abaixo dos 3 por cento, avança a agência que cita fontes próximas da avaliação.

«Há um grande esforço de ajustamento, que está a ser reconhecido.Há um consenso (entre os credores) que a envolvente externa piorou e que Portugal precisa de mais um ano para reduzir o défice abaixo dos três por cento», disse uma das fontes.

Durão Barroso já tinha levantado o véu. Reuters vem agora avançar que país terá mesmo meta aliviada até 2015 «A recessão na Europa é um dado importante e é por isso que a troika está a ser flexível», disse outra fonte, assinalando que as contas externas de Portugal se ajustaram mais rápido do que o previsto.

Já no fim-de-semana, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso,
tinha levantado o véu: «Confirmo que a Comissão Europeia vai propor ao Conselho Europeu que o prazo para a correção do défice excessivo seja estendido», disse ao semanário «Expresso».

Barroso defende que a extensão do prazo permitirá reforçar as condições para o crescimento do país e o combate ao desemprego.

Já em relação à renegociação dos prazos e condições para pagamento do empréstimo, lembrou apenas que Bruxelas tem apoiado os países que se esforçam.

Esta cedência da troika surge numa altura em que os técnicos do FMI, BCE e Comissão Europeia estão em Portugal a concluir a sétima avaliação ao programa de ajustamento.

Segundo noticia hoje o jornal «i», o Governo «bateu o pé» à troika no que toca ao subsídio de desemprego, indemnizações por despedimento e cortes de salários da função pública.

Tudo indica que o Executivo só dê a conhecer as
medidas concretas do lado da despesa, no valor de quatro mil milhões de euros, quando sair a decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado para este ano.

Por agora, o único alívio, ainda não oficial, é de que o país terá mais tempo para cumprir as metas do défice. «Esta meta (3%) será atingida em 2015. A recessão este ano vai ser maior, em torno de 2%, o que torna a execução orçamental mais difícil», fez notar a primeira fonte à Reuters.

O défice de 2012 ficou nos 5%, 604 milhões abaixo do limite, mas a queda da receita fiscal e os gastos com subsídios de desemprego (dada a subida galopante da taxa) têm, de facto,
complicado as contas e previsões do Governo. Em Janeiro, a receita com impostos cresceu apenas 2,4%, muito abaixo da despesa.

terça-feira, 12 de março de 2013

Referendo Nas Malvinas decide Soberania Das Ilhas

Malvinas-A população das Malvinas foi convocada para ir às urnas no domingo (10) e na segunda-feira última (8) para um referendo de autodeterminação que vai decidir o seu vínculo com a coroa britânica, iniciativa que a Argentina não reconhece em meio a tensões com o Reino Unido pela soberania das ilhas.

Ninguém duvida da vitória do 'Sim' nesta consulta que as autoridades das ilhas, chamadas também de Falklands, esperam reafirmar diante da comunidade internacional seu direito à autodeterminação e, inclusive, mudar a opinião de alguns governos em relação à disputa territorial que já provocou uma guerra relâmpago entre os dois países em 1982.

"O referendo mostrará que a maioria das pessoas está muito contente por ser Território Ultramarino Britânico", declarou à AFP Jan Cheek, membro da assembleia legislativa do arquipélago do Atlântico Sul. "Estaríamos enganados se pensássemos que a Argentina vai mudar (de atitude) da noite para o dia, mas esperamos que seja uma mensagem forte para eles e para outros", acrescentou uma moradora da ilha de sexta geração.

O governo britânico, que controla o arquipélago desde 1833 e recusa qualquer diálogo com o país sul-americano sobre o tema da soberania, apoia o referendo. "Os habitantes das Falkland têm direito a ser ouvidos e a determinar o futuro que querem para eles e para as próximas gerações", declarou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores. "Esperamos que o resultado demonstre, além de qualquer dúvida, a opinião da população".

A Argentina, que reivindica historicamente estas ilhas situadas a 400 quilômetros de sua costa, já anunciou, no entanto, que ignorará o resultado de uma consulta que qualifica de ilegal ao considerar que seus habitantes são população "implantada" pelo Reino Unido e, como tal, não têm direito à autodeterminação.

"Este referendo carece de base legal. Não está aprovado nem será reconhecido pelas Nações Unidas ou pela comunidade internacional", disse nesta semana a embaixadora argentina no Reino Unido, Alicia Castro. A diplomata, em um encontro com jornalistas, qualificou esta votação de "pouco mais que um exercício de relações públicas".

A votação será realizada em dois dias para que os 1.672 eleitores tenham a possibilidade de participar. Apesar de a maioria viver na capital, o governo das ilhas irá montar colégios eleitorais móveis para chegar aos lugares mais remotos do arquipélago cuja população total é de cerca de 2.500 pessoas, aos que se somam 1.300 militares britânicos. Sua organização custará às Malvinas cerca de 73.000 libras (110.000 dólares ou 84.000 euros), e os resultados foram divulgados na noite de segunda-feira última, poucas horas depois do fim da votação às 18H00 locais e também horário de Brasília.

Em caso de uma inesperada vitória do 'Não' à pergunta "Deseja que as Ilhas Falkland mantenham seu atual estatuto político de Território Ultramarino do Reino Unido?", se organizaria outro referendo para determinar o futuro status político do arquipélago. Para dar garantias ao processo, a votação será realizada sob a supervisão de uma equipe de observadores internacionais que não foi anunciada oficialmente, mas entre os observadores, segundo a imprensa britânica, deve haver representantes do Uruguai e do Peru, mas nenhum da Argentina.

O governo da presidente Cristina Kirchner insiste em que a disputa territorial deve se resolver mediante negociações bilaterais entre Londres e Buenos Aires, como pedem as Nações Unidas desde 1965, sem interferência dos habitantes das ilhas.Porém, o Reino Unido sempre recusou esta opção, alegando que os habitantes das ilhas são os únicos que devem decidir seu futuro.

"Somos razoáveis, estamos abertos ao diálogo em várias coisas", disse à AFP Dick Sawle, outro representante da assembleia das ilhas. "O que não vamos falar é de soberania porque a gente não quer", emendou. A tensão entre os dois países pelas Malvinas aumentou com a retomada de uma campanha de prospecção de petróleo britânica, no início de 2010, nas ilhas que antes viviam da criação de quase meio milhão de ovelhas e hoje das licenças pesqueiras.

Contudo, os ânimos esquentaram ainda mais no ano passado coincidindo com o 30º aniversário da guerra que deixou 649 soldados argentinos e 255 britânicos mortos.

Henrique Capriles Confirma Que Será Candidato à Presidência da Venezuela

Venezuela-O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, anunciou na noite domingo último que vai enfrentar o presidente interino Nicolás Maduro nas urnas no próximo dia 14 de Abril, quando acontecem as eleições presidenciais na Venezuela. Em coletiva de imprensa, o principal opositor não poupou críticas ao governo e ao candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv).

"Eu vou lutar junto com todos vocês. Nicolás, eu não vou deixar o caminho livre para você. Você vai ter que me derrotar com votos.Eu vou lutar por esse país, custe o que custar!", disse Capriles. Ele também fez um apelo pelo apoio dos demais partidos de oposição. "O que eu posso oferecer é uma pátria unida. Nicolás não é Chávez. E vocês sabem", provocou.

"Vocês usam o corpo do presidente para fazer campanha", acusou.Capriles voltou a criticar o governo venezuelano e acusou o presidente interino, Nicolás Maduro, de ter mentido sobre a saúde de Hugo Chávez. "Vocês sabem que o presidente Chávez não assinou nenhum decreto! Vocês sabem que o presidente Chávez nunca se recuperou", afirmou.

O opositor voltou a ler trechos da Constituição para criticar a autorização dada pelo Supremo Tribunal de Justiça para que Maduro seja presidente interino e candidato ao mesmo tempo. Ele informou que fará o registro de sua candidatura segunda-feira à tarde. Capriles ainda pediu desculpas aos companheiros de partido por eventuais erros que tenha cometido na campanha passada.
 
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela convocou novas eleições para o dia 14 de Abril. De acordo com a Constituição, em caso de falta absoluta do presidente - como foi o caso com a morte de Hugo Chávez - um novo pleito directo deve escolher que comandará o país até o final do mandato.

Na eleições presidencial de 7 de Outubro, Capriles teve 6.591.304 votos, 1,6 milhão a menos que Chávez. Ele representou a Mesa da Unidade Democrática (Mud), que realizou primárias e uniu vários grupos de oposição em um único candidato.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Guiné-Bissau: Organizações Juvenis Congratulam as Manifestações dos Estudantes

Bissau - As três maiores organizações guineenses da juventude congratularam os alunos das escolas públicas do país, afectados pela greve em curso há mais de três semanas, no sector da Educação.
 
«Congratulamos plenamente as manifestações pacíficas que estão a ser protagonizadas pelos alunos, em reivindicação dos seus direitos de escolaridade», comunicaram as organizações, em nota de imprensa.

A posição do Conselho Nacional da Juventude, do Fórum Nacional da Juventude e População e da Rede Nacional de Associações Estudantis, surge na sequência da vigília levada a cabo por parte dos alunos, a 7 de Março, junto da Presidência da República, exigindo a reabertura das aulas nas escolas públicas.

Durante a vigília, os alunos foram recebidos por um dos Conselheiros do Presidente de transição, Arsene Djibril Balde, que era secretário-geral do Ministério da Educação.

Na ocasião, o responsável disse que as preocupações dos alunos vão ser entregues ao Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo.

«Antes de chegarem aqui já tínhamos a vossa mensagem. Depois deste acto vamos convocar os ministros da Educação e das Finanças para analisarmos as modalidades de pagamento dos salários aos professores contratados», referiu Arsene Balde.

Os dois sindicatos do sector do Ensino da Guiné-Bissau, nomeadamente o Sindicato Nacional de Professores e o Sindicato Democrático dos Professores, anunciaram uma greve entre 18 de Fevereiro e 29 de Março, na qual reclamam o pagamento de salários aos professores contratados, de entre outras exigências.

Para inverter a situação, as organizações da juventude guineense apelaram a negociações céleres e francas que conduzam a resultados duráveis e satisfatórios, como forma de salvar o presente ano lectivo, chamando o Governo de transição a assumir as responsabilidades, o que passa pela procura de soluções que possam melhorar a situação do ensino no país.

Guiné-Bissau: JOMAV Define «Felicidade do Povo» Como Razão da Sua Candidatura ao PAIGC

Bissau - José Mário Vaz, «JOMAV», ex-ministro das Finanças, defendeu que o objectivo da sua candidatura à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), visa «dar felicidade» ao povo guineense.
 
«Sou feliz, vivo feliz, porque é que não posso partilhar esta felicidade com outras pessoas? Gostaria que fosse mesmo extensível a todos», referiu o candidato à liderança do PAIGC.

Em conferência de imprensa, realizada a 7 de Março, em Bissau, José Mário Vaz anunciou publicamente a sua intenção de se candidatar a Presidente da maior formação política do país. Na ocasião, disse acreditar nos seus apoiantes e, consequentemente, na sua eleição.

O antigo ministro manifestou a sua vontade de continuar ao serviço da Guiné-Bissau, reconhecendo o desafio que espera pela frente na disputa com outros candidatos, tendo sublinhado que existem grandes desafios, nomeadamente a organização interna do partido e o crescimento da economia da Guiné-Bissau, bem como o combate ao desemprego nas camadas jovens.

«Se não houver reconciliação na família PAIGC, vamos ter problemas sérios. Cada um de nós deve contribuir para esta reconciliação», apelou o candidato.

José Mário Vaz mencionou também algumas situações que deverão ser resolvidas para a afirmação do PAIGC, que passam pela reconciliação da base do partido com os responsáveis máximos, pela situação financeira e pelo consequente desenvolvimento do país: «A base e o topo não falam a mesma linguagem».

A situação económica do país, a sua passagem pela Presidência da Câmara Municipal de Bissau e pelo Ministério das Finanças, mereceram igualmente destaque por parte de JOMAV.

Relativamente ao funcionamento da Administração Pública, JOMAV classificou o Estado guineense como «atrevido», que desconhece a sua área de actuação.

«O Estado da Guiné-Bissau não conhece o seu lugar, é desorganizado e incompetente», referiu.

No mesmo encontro com a imprensa JOMAV afirmou que, em caso de derrota, vai aceitar os resultados da votação, tendo lembrado que as situações de género têm gerado polémica em ocasiões semelhantes.

União Africana Pressiona Guiné-Bissau Para Fixar Data de Eleições Gerais

Guiné-Bissau- - O representante especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Ovídio M.B Pequeno, exortou quinta-feira em Paris as autoridades de transição deste país a fixarem a data das eleições gerais, prometendo o apoio da comunidade internacional para a sua organização.
 
"Até ao momento, não há nenhuma data exata para a realização destas eleições. Ouve-se aqui e acolá que existem problemas para a sua organização. É preciso informarem-nos destas dificuldades", afirmou o responsável da UA durante uma entrevista à PANA.
 
O presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, declarou recentemente que "é impossível realizar as eleições gerais em Maio próximo, como prevê o calendário da transição".
 
"Para nós, o mais importante é encontrar uma data consensual. Um prazo aceite pela classe política e pela sociedade civil. Tratar-se-á depois de informar a comunidade internacional que vai financiar estas eleições", indicou o representante especial da UA na Guiné-Bissau.
 
"O essencial continua a ser, para nós, encontrar um verdadeiro consenso para que o país possa progredir e enfrentar os desafios de segurança e de desenvolvimento", insistiu.
 
Uma transição de 12 meses foi instaurada na Guiné-Bissau em Maio de 2012 pouco após o golpe de Estado militar de 12 de Abril, perpetrado entre a primeira e a segunda voltas das eleições presidenciais, organizadas após a morte em Paris do então presidente da República, Malam Bacai Sanha.

Sociedade Civil Guineense Promove Encontros Com Militares

Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau
Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau
Guiné-Bissau-A partir de agora e até 15 de Março o Movimento da sociedade civil da Guiné-Bissau organiza reuniões para promover o diálogo na sociedade guineense, nomeadamente com os militares.

O Movimento da sociedade civil guineense, que conta com mais de cem organizações, promove desde agora reuniões que vão juntar na mesma sala, militares, políticos, líderes religiosos e tradicionais, a juventude e as mulheres.Os encontros vão realizar-se até 15 de Março nas cidades de Buba, Mansoa, Bafatá e Bissau.

Governo da Guiné-Bissau Diz Que Empresa Angolana "Não Fez Nada" na Exploração de Bauxite

Bissau- O ministro dos Recursos Naturais do Governo de transição da Guiné-Bissau acusou a empresa angolana que devia explorar bauxite no leste do país de nada ter feito desde que assinou o contrato de exploração, há sete anos.
 
Entrevistado pela televisão pública, Daniel Gomes disse, nomeadamente, que a empresa Bauxite Angola não apresentou estudos de impacto ambiental e de viabilidade económica.
 
A posição do governante surge na mesma altura em que Ministério Público guineense considerou que o contrato assinado entre o Governo de Bissau e a empresa Bauxite Angola, em 2007, não está conforme as leis do país e que podia ser rescindido.
 
Daniel Gomes acusa ainda a administração da Bauxite Angola (uma empresa de capitais públicos angolanos) de ainda não ter respondido às solicitações que lhe fez, em Agosto passado, para que apresentasse "o rasto" de 13 milhões de dólares (9,9 milhões de euros) que deveriam ser pagos no momento da assinatura do contrato com o Estado guineense.
 
"Disse pessoalmente ao presidente do Conselho de Administração da Bauxite Angola, no encontro que mantive com ele, que me mostre as peças justificativas dessa suposta transferência, mas ele não me deu nada", disse Daniel Gomes, salientando ter informações de que esse dinheiro não deu entrada nos cofres da Guiné-Bissau.
 
O ministro disse também que a Bauxite Angola ainda não deu nenhuma resposta sobre a proposta da parte guineense no sentido da reformulação das quotas, passando a Guiné-Bissau a ter 85 por cento, envés dos atuais 10, e Angola 15 (atualmente detêm 90 por cento).
 
Daniel Gomes afirma ainda que a Bauxite Angola não delimitou a zona de exploração: "Os jazigos deviam ser balizados, porque estão numa zona fronteiriça com a Guiné-Conacri, mas nada disso também foi feito. Fizemos um cronograma de ações que a empresa devia fazer em 120 dias. Essa data expirou em Dezembro passado sem que nada fosse outra vez feito".

Água e Eletricidade Chegam a Aldeias Isoladas na Guiné-Bissau

Guné-Bissau, energia solar, aldeias isoladas
Guiné-Bissau-A 120 quilómetros de Bissau, em aldeias quase inacessíveis, decorre uma revolução silenciosa que está a mudar a vida de 15 mil pessoas. Energia solar leva luz a quem nunca teve, leva água perto a quem a tinha longe.

São tabancas (pequenas aldeias) como as de Culcunhe ou Unfarim, como Sansabato ou Maque, perto de Bissorã, região de Oio, que estão a beneficiar de um projeto concebido pela organização não governamental ADPP (Ajuda ao Desenvolvimento do Povo para Povo), financiado pela União Europeia e concretizado pela Impar, uma empresa da área da energia.
 
Uma união de esforços que começou em Novembro passado e que em quatro anos vai dar qualidade de vida a 24 aldeias de Oio, iluminando pouco a pouco escolas, centros de saúde e centros comunitários, e trazendo água para consumo e para rega através de furos, bombas e torres com depósitos.
 
É um pequeno painel solar a mudar a vida de pessoas como nenhuma mudança política em Bissau mudará, dando luz para aulas noturnas, para partos à noite, para bombear água, para ver televisão ou carregar telemóveis (para muitos o principal benefício).
 
É por isso que na tabanca de Sansabato o imã Quimo Safé não se cansa de agradecer. "Ficamos contentes com a vossa presença, os mais velhos viram o que vocês trouxeram e não temos palavras para agradecer". Fala para a ADPP, fala para a Impar.
 
"Os homens e as mulheres da tabanca vão sempre recebê-los de braços abertos. Os homens da tabanca não tinham forças para fazer este furo. Se vissem onde as nossas mulheres iam buscar água antes iam ter pena", diz o imã ao lado da torre de água no centro da aldeia onde já só falta montar os painéis solares que vão servir a bomba.
 
A mesquita já lá tem um e o benefício é visível mas também audível. "Antes gritávamos e ninguém ouvia, agora com o microfone as pessoas já podem ouvir as rezas".
 
E à entrada da aldeia, junto da escola, Braima Camará, responsável de tabanca, diz que o painel permite ter aulas à noite e acabar com o analfabetismo. Todas as noites 20 mulheres e 10 homens têm aulas, das 20:00 às 23:00.
 
"Estamos muito contentes porque antigamente não tínhamos luz mas neste momento a tabanca está feliz, toda a área, a mesquita, o centro de saúde, a escola, todos têm luz", diz Baima Camará.
 
A distância entre tabancas não é grande mas demora-se horas a percorre-la, por caminhos que na época das chuvas são ribeiros, quando o isolamento é maior. Ao lado de Sansabato, na aldeia de Maqué a ADPP (na Guiné-Bissau há 30 anos) e a Impar estão a montar bombas para tirar água e fazer um sistema de rega gota a gota, tudo no âmbito do mesmo projeto, chamado "Clube de Agricultores".
 
Félix Fresnadillo, responsável pela área de energia solar e água da ADPP, explica à Lusa, no meio da horta, que o projeto compreende a eletrificação de 11 escolas, nove mesquitas e sete centros de saúde, além de 48 fontes com bombas alimentas a energia solar, 24 de água para consumo e outras tantas de água para rega.
 
Paralelamente é ensinado aos agricultores novas técnicas de cultivo e a melhor forma de aproveitar a água. E a ADPP, diz Félix, vai também fazer sete centros de produção, para que alguns alimentos sejam processados (descasque de arroz, óleo de palma e de amendoim) e comercializados.
 
E Félix lembra ainda outra valência do projeto: "nos centros comunitários, local de encontro para jovens e para reuniões, vamos pôr televisões grandes, para que as pessoas possam ver o que se está a passar no mundo".
 
É um novo mundo "servido" por Patrício Ribeiro, um português diretor da Impar que há 25 anos instala painéis fotovoltaicos na Guiné-Bissau, mais de 600 instalações até hoje, em aldeias perdidas no país na maior parte dos casos. Deverá ser quem melhor conhece o interior da Guiné-Bissau, arquipélago dos Bijagós incluído.
 
Em Cawal, junto de uma escola onde o professor Ângelo Gomes agora dá aulas noturnas a 45 alunos, Patrício Ribeiro frisa à Lusa que nas tabancas não havia nenhuma energia e que agora têm lâmpadas que ficam acesas toda a noite e que as mulheres e meninas podem aprender a ler (porque de dia têm de trabalhar).
 
O pequeno painel não precisa de manutenção e permite três horas de aulas por dia. No caso de Cawal está previsto também montar uma televisão com leitor de CD para cursos de alfabetização, explica.
 
Boné na cabeça e muitos papeis nas mãos, Patrício Ribeiro percorre tabanca a tabanca por caminhos inexistentes, mede terrenos, dá indicações. "Procuramos sempre comprar materiais fabricados na União Europeia e os fabricantes dão 20 anos de garantia", diz.
 
"A Impar já deu luz a muitos milhares de pessoas, estamos em mais de 100 centros de saúde e hospitais, em sítios onde ninguém chega a não ser as populações", garante.
 
Nas tabancas de Oio, entre Bissorã e Mansabá, é ele, com Félix Fresnadillo, a face visível de uma revolução que só não é mais silenciosa porque dá luz aos microfones das mesquitas. Quimo Safé reza por eles todos os dias.

Nelson Mandela é Hospitalizado na África do Sul

África do Sul-O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela foi hospitalizado para um exame médico de rotina, segundo autoridades do país.

Segundo um porta-voz do presidente Jacob Zuma, os médicos tratam Mandela de doenças preexistentes.

O ex-presidente tem 94 anos e passou 18 dias internado em Dezembro de 2012 recebendo tratamento nos pulmões e devido a cálculos biliares.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Carne de Cavalo: Análises Sobre Presença de Anti-inflamatório Estão Prontas Dentro de Semanas


Portugal-As análises pedidas pela DECO sobre a presença do anti-inflamatório fenilbutazona nos produtos detectados com vestígios de cavalo deverão estar prontas dentro de duas a três semanas, disse uma dos responsáveis da associação.
 
A associação portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO) foi ouvida na comissão de Agricultura e Mar, no parlamento, no âmbito de um requerimento do grupo parlamentar do PCP, aprovado por unanimidade.
 
Durante a audição, a DECO apontou o estudo, divulgado na segunda-feira, onde foram detectados três produtos com ADN de cavalo.
 
"Detectámos vestígios inferiores a 1% em hambúrgueres da Auchan e almôndegas do Polegar. Já na lasanha do El Corte Inglês a presença de ADN era superior: entre 1% e 5%", refere o estudo da DECO.
 
"Foram trinta amostras só na região de Lisboa. O problema é saber se podemos sossegar em termos de saúde pública", afirmou a responsável da DECO Sílvia Machado, durante a audição.
 
"Ainda não temos os resultados do anti-inflamatório que é dado aos cavalos de desporto, teremos resultados dentro de duas a três semanas", adiantou.
 
No final da audição, Sílvia Machado esclareceu que as "análises de detecção do ADN [de cavalo] foi feito em Portugal", mas as de fenilbutazona estão a ser feitos fora do país, mas a responsável escusou-se a adiantar o local.
 
"A escolha do laboratório é critério da DECO" e as análises, que visam identificar presença daquele anti-inflamatório, não estão a ser feitas em Portugal "porque não identificámos nenhum laboratório que o fizesse", acrescentou.
 
Sílvia Machado apenas confirmou que o laboratório fica na União Europeia.A responsável da DECO explicou que comer carne de cavalo até "é nutritivo", mas resta saber "que cavalo entrou neste circuito": "se for normal seguiu as inspecções normais", tal como acontece com os bovinos ou suínos, caso tenha sido um animal de corridas, pode haver a presença de anti-inflamatórios.
 
Caso não se detecte vestígios de fenilbutazona, é sinal que se trata apenas de fraude económica, caso contrário, poderá tratar-se de um caso de saúde pública, pelo que a responsável disse que o melhor é aguardar os resultados.
 
Questionada sobre se a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a fazer o mesmo tipo de análises, Sílvia Machado disse achar que sim.
 
"Acho que [a ASAE] está a fazer detecção do ADN do cavalo e também o controlo de fenilbutazona. O importante é que depois de estar na posse dos dados os transmita de forma transparente, que é isso que os consumidores neste querem".
 
Defendeu ainda que a ASAE deveria ser mais proactiva na comunicação, no âmbito do caso da carne de equídeo em produtos rotulados como sendo de bovino, considerando que esta deveria divulgar as marcas e as entidades fiscalizadas, em vez de avançar com dados vagos.