Abuja-A Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), reunida na capital nigeriana, Abuja, aprovou o envio de uma força internacional de 3300 soldados, com um mandato de um ano, para o Mali.
O anúncio foi feito pelo Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, após a cimeira da CEDEAO, que juntou os 15 países da região e contou ainda com representantes de África do Sul, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Argélia e Chade, para tomar decisões face ao controlo do Norte do Mali por extremistas islâmicos.
Os militares a serem enviados terão como origem principal as nações que integram a CEDEAO – tendo o Presidente da Costa do Marfim nomeado, em concreto, Nigéria, Senegal, Níger, Burkina Faso, Gana e Togo.
Mas é possível que outros países participem na operação. “O Chade pode também participar. Tivemos contactos com outros países, Mauritânia e África do Sul”, indicou.
O plano militar deverá agora ser enviado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que estabeleceu, a 12 de Outubro, um prazo de 45 dias para receber um documento sobre a intervenção.
Ouattara disse espera que a aprovação do Conselho de Segurança aconteça até ao final do mês ou início de Dezembro, sendo que a força poderá ser colocada no terreno uns dias depois.
O Mali, que foi uma das democracias mais estáveis da região, implodiu rapidamente depois de um golpe de Estado, em Março, ter redundado no controlo da vasta região desértica do Norte pelos rebeldes tuaregues, que há décadas lutam pela independência, com o apoio de combatentes islamitas.
Os rebeldes independentistas rapidamente foram marginalizados pelos islamitas, pouco sensíveis às suas reivindicações de independência, que aplicaram uma versão estrita da lei islâmica na região que passaram a controlar.
Várias potências ocidentais receiam que a Al-Qaeda do Magrebe Islâmico instale na região bases de treino de terroristas e a transforme numa fonte de instabilidade internacional.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico