segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Recuperação Econômica de Portugal Passa por Mercados Emergentes

António Borges durante a sessão de abertura do Fórum Empresarial do Algarve
Europa- A recuperação econômica da Europa e especialmente a de Portugal - deve passar pela atividade comercial com países emergentes. O recado foi dado a uma plateia de empresários e políticos tanto pelo embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, quanto pelo comissário-geral para o Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa, celebrado em 2012, e assim como pelo consultor do governo português para privatizações, António Borges, e pelo ex-ministro brasileiro Luiz Fernando Furlan.

"Portugal tem um enorme interesse pelas empresas brasileiras, que podem entrar no país neste momento", disse Borges em referência ao atual momento de privatizações que Portugal vive. "O investimento brasileiro em Portugal tem sido notável, isso também nos dá muita confiança."

As exportações de Portugal ao Brasil cresceram 18,5% nos últimos 12 meses. No mesmo período, as exportações para a China cresceram 144%, Angola teve alta de 34% e o Marrocos, de 35%. Os dados foram apresentados sábado pelo secretário adjunto do Estado e dos Assuntos Europeus, Miguel Moraes Leitão, que ressaltou que Brasil e Portugal têm diplomacia "muito antiga" e "prioritária".

"Há soluções (para a crise europeia) e elas passam pelo setor privado", disse Furlan, que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil entre Janeiro de 2003 a Março de 2007, referindo-se à "incapacidade" do governo de atuar caso não exista o motor do setor privado. "As empresas portuguesas podem aproveitar a oportunidade de países que precisam de infra-estrutura, como os emergentes", disse Furlan ressaltando o fato positivo de criar investimentos em países que também falam português.

Para Miguel Horta e Costa, comissário-geral para o Ano de Portugal no País, as reservas de petróleo brasileiras e o crescente consumo interno formam contexto positivo da economia brasileira para investimentos portugueses.

Segundo dados apresentados pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), atualmente, 22 países são considerados mercados emergentes, entre eles, os mais desenvolvidos são China, Brasil, República Checa, Índia, África do Sul e outros; já os menos desenvolvidos passam por Argentina, Colômbia, Peru, Egito, Indonésia, Malásia e outros. Os países emergentes representam 50% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 80% da população global vive nestes mercados. A entidade afirma ainda que o poder de compra cresce, em média, nestes países a uma taxa de 15% ao ano.