Europa- A recuperação econômica da Europa e especialmente a de Portugal - deve
passar pela atividade comercial com países emergentes. O recado foi dado a uma
plateia de empresários e políticos tanto pelo embaixador do Brasil em Portugal,
Mário Vilalva, quanto pelo comissário-geral para o Ano de Portugal no Brasil,
Miguel Horta e Costa, celebrado em 2012, e assim como pelo consultor do governo
português para privatizações, António Borges, e pelo ex-ministro brasileiro Luiz
Fernando Furlan.
"Portugal tem um enorme interesse pelas empresas brasileiras, que podem
entrar no país neste momento", disse Borges em referência ao atual momento de
privatizações que Portugal vive. "O investimento brasileiro em Portugal tem sido
notável, isso também nos dá muita confiança."
As exportações de Portugal ao Brasil cresceram 18,5% nos últimos 12 meses. No
mesmo período, as exportações para a China cresceram 144%, Angola teve alta de
34% e o Marrocos, de 35%. Os dados foram apresentados sábado pelo
secretário adjunto do Estado e dos Assuntos Europeus, Miguel Moraes Leitão, que
ressaltou que Brasil e Portugal têm diplomacia "muito antiga" e "prioritária".
"Há soluções (para a crise europeia) e elas passam pelo setor privado", disse
Furlan, que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do
Brasil entre Janeiro de 2003 a Março de 2007, referindo-se à "incapacidade" do
governo de atuar caso não exista o motor do setor privado. "As empresas
portuguesas podem aproveitar a oportunidade de países que precisam de
infra-estrutura, como os emergentes", disse Furlan ressaltando o fato positivo de
criar investimentos em países que também falam português.
Para Miguel Horta e Costa, comissário-geral para o Ano de Portugal no País,
as reservas de petróleo brasileiras e o crescente consumo interno formam
contexto positivo da economia brasileira para investimentos portugueses.
Segundo dados apresentados pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento
da América Latina (IPDAL), atualmente, 22 países são considerados mercados
emergentes, entre eles, os mais desenvolvidos são China, Brasil, República
Checa, Índia, África do Sul e outros; já os menos desenvolvidos passam por
Argentina, Colômbia, Peru, Egito, Indonésia, Malásia e outros. Os países
emergentes representam 50% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 80% da
população global vive nestes mercados. A entidade afirma ainda que o poder de
compra cresce, em média, nestes países a uma taxa de 15% ao ano.