quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Crescimento Econômico da Namíbia Não Beneficia os Pobres, diz Relatora da ONU

Windhoek - A relatora das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos afirmou que a Namíbia continua sendo marcada por desigualdades 20 anos após a independência.
 
Margarida Sepúlveda fez a declaração durante o encerramento de sua primeira visita ao país, segunda-feira (8 de Outubro). Segundo ela, a pobreza namibiana tem uma "cara feminina".
 
De acordo com a relatora, as mulheres continuam sem acesso à terra, economicamente marginalizadas e mais afetadas pelo desemprego e pelo HIV/Aids, que os homens. As namibianas também são vítimas da violência de gênero e de altos índices de mortalidade materna.
 
Sepúlveda contou que os níveis de desigualdade de gênero, raça e classes entre outros são inaceitáveis. Em comunicado, ela afirmou que embora compreenda o que chamou de "legado prejudicial da colonização", o progresso ainda não está ocorrendo da forma necessária.
 
A relatora lembrou que o país, do sudoeste da África, é rico em recursos naturais e tem um Produto Interno Bruto, que o coloca na lista de nações de renda média.
 
Mas de acordo com Sepúlveda, o crescimento econômico não está beneficiando os pobres, e a Namíbia figura entre um dos países mais desiguais do mundo.
 
Para resolver os desafios que tem, Margarida Sepúlveda recomenda à Namíbia investir em capacitação institucional e promover o processo de descentralização do país.
 
A relatora viajou a várias cidades e regiões do país africano, onde se reuniu com representantes do governo e da sociedade civil.
 
O relatório da visita à Namíbia deve ser entregue ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Junho de 2013.