sexta-feira, 29 de junho de 2012

Crises na Guiné-Bissau e no Mali Dominam 41ª Cimeira da CEDEAO

Guiné- Bissau está em discussão na cimeira da CEDEAO

Abidjan - A situação política na Guiné-Bissau e a crise político-militar no Mali vão dominar as discussões durante a 41ª Cimeira Ordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorre nesta sexta-feira em Yamoussoukro, na Côte d´Ivoire, indicou a Comissão da organização sub-regional num comunicado.

A Comissão declarou que durante esta cimeira os chefes de Estado serão informados sobre o estado atual da mediação na crise maliana pelo Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, medianeiro designado pelos líderes regionais após o golpe de Estado de 22 de Março que destituiu o Presidente Amadou Toumani Touré.

Os dirigentes serão igualmente informados pelo presidente do Grupo de Contacto Regional sobre a Guiné-Bissau sobre os desenvolvimentos neste país, onde os soldados frustaram o processo democrático ao tomar o poder pelas armas a 12 de Abril.

Os dirigentes oeste-africanos que participam na cimeira vão abordar igualmente, entre outros, os relatórios do presidente da Comissão da CEDEAO, Kadré Ouédraogo Desiré, sobre a situação no Mali e na Guiné Bissau.

Na agenda da cimeira figura igualmente a tomada de posse de Kadré Ouédraogo, que iniciou a sua função como presidente da Comissão da CEDEAO em março passado.

Presidente Nigeriano Analisa em Bruxelas a Situação na Guiné-Bissau e no Mali

Bruxelas - O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, é esperado ontem (quinta-feira) em Bruxelas para uma visita de trabalho durante a qual será recebido pela alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e Segurança Comum, Cathérine Ashton, e pelo comissário europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs.

Segundo um comunicado oficial, as reuniões abordarão os últimos desenvolvimento da situação política na região oeste-africana, nomeadamente na Guiné-Bissau e no Mali, bem como a cooperação entre a UE e a Nigéria.

Os responsáveis europeus vão aproveitar a ocasião para se inteirar sobre a situação política interna na Nigéria onde terroristas que reclamam pertencer ao grupo extremista muçulmano Boko Haram levam a cabo ataques mortíferos contra as igrejas católicas.

O presidente nigeriano vai ainda encontrar-se com chefes de Estado ou de Governo da União Europeia reunidos em cimeira quinta-feira na capital belga.

GNR Apreendeu Viatura de alta Cilindrada no Crato Alegadamente Roubada em Espanha


A GNR anunciou hoje ter apreendido, na vila do Crato, uma viatura de “alta cilindrada e elevado valor”, que constava na base de dados “Schengen”, como tendo sido furtada em Girona (Espanha).


De acordo com a GNR, a viatura circulava com matrícula e documentação da Republica da Guiné-Bissau.A mesma fonte adiantou que o individuo que estava na posse da viatura apreendida, um cidadão de nacionalidade portuguesa, foi constituído arguido e sujeito a Termo de Identidade e Residência.


Guiné-Bissau: 17 Prisioneiros em Fuga da Esquadra da Polícia de Ordem Pública


Bissau - 17 prisioneiros estão em fugas, desde 26 de Junho, das instalações prisionais da 2ª Esquadra da Polícia de Ordem Pública, em Bissau.

Os referidos presidiários pertenciam ao grupo de jovens denominado «Os como é que é». Nos últimos tempos este bando tem provocado ondas de assaltos e agressões com armas de fogo e armas brancas, nos diferentes bairros de Bissau.

As informações foram avançadas à PNN(agencia de noticia) por uma fonte do Comissariado Nacional de Ordem Pública.

De acordo com a mesma fonte, ao todo, foram 35 jovens detidos nas últimas duas semanas pelas autoridades policiais, de entre os quais 17 se encontram em fuga desde início desta semana.

Segundo ainda a fonte, o acto de mudança de cela destes reclusos não foi do conhecimento dos responsáveis directos do centro de detenção nem do Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública.

Em consequência desta situação, dois agentes da Polícia já foram detidos, enquanto o director deste serviço foi exonerado.

Os restantes 18 prisioneiros foram transferidos para a cela de outra esquadra, no Bairro Militar, nos arredores da capital.

Presidente de ´Transição da Guiné-Bissau na Costa de Marfim para Cimeira da CEDEAO

Serifo Nhamadjo, Presidente de transição da Guiné-Bissau
Serifo Nhamadjo, Presidente de transição da Guiné-Bissau
Serifo Nhamadjo, Presidente de transição Guineense, deslocou-se esta quinta-feira para a Costa de Marfim onde decorre amanhã a Cimeira de Chefes de Estado da CEDEAO, Comunidade de Estados da África Ocidental. Durante esta conferência, os participantes deverão debruçar-se sobre a crise do Mali e igualmente analisar a situação da Guiné-Bissau.

Antes de viajar, o Presidente de transição declarou à imprensa que pretende agradecer o apoio dado ao seu país pela CEDEAO, mas igualmente esboçar um balanço dos acontecimentos na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

Ao tecer um alerta sobre a necessidade de se levantarem as sanções internacionais que pesam sobre o seu país, Serifo Nhamadjo referiu, por outro lado, que a Guiné-Bissau vai continuar a precisar do apoio prestado pela CEDEAO durante a vigência do período de transição e durante os preparativos das eleições gerais previstas para o ano que vem.

Ainda antes de partir rumo à Costa de Marfim, o Presidente de transição não deixou de sublinhar a importância do factor económico para a normalização da situação no país e, ao fazer o balanço da acção do seu executivo, realçou nomeadamente o pagamento de alguns salários em atraso bem como a retoma das aulas na Guiné-Bissau.

Estados Unidos Concede Novo Financiamento à Etiópia



Addis-Abeba - Os Estados Unidos assinaram um novo acordo de financiamento com a Etiópia para fornecer 675 milhões de dólares a título de uma nova estratégia quinquenal de desenvolvimento, visando ajudar este país do Corno de África a acelerar o seu crescimento económico, anunciou a Embaixada americana em Addis Abeba.

O documento foi assinado recentemente pelo diretor da missão da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) na Etiópia, Thomas Staal, e pelo Ministro de Estado etíope das Finanças Ahmed Shide, durante uma cerimónia assistida pelo embaixador dos Estados Unidos na Etiópia, Donald Booth.

A Etiópia é um dos raros países africanos que aumenta as suas atividades, os seus vínculos económicos e políticos com os Estados Unidos e é muitas vezes considerada como o maior parceiro na área da segurança regional no Corno de África onde o seu Mrimeiro-Ministro, Meles Zenawi, continua profundamente influente.

A USAID indicou num comunicado que os fundos serão canalizados para o desenvolvimento e a ajuda humanitária durante o primeiro ano no âmbito da nova estratégia quinquenal de cooperação com os países em desenvolvimento.

A Etiópia implementa um dos programas de trabalho contra alimento mais sofisticados da região, visando ajudar as pessoas que vivem nas zonas afastadas a acederem ao alimento em troca do trabalho cumprido mediante um projeto patrocinado pelo Governo.

No entanto, as agências de ajuda internacionais e os grupos de defesa dos direitos humanos acusaram a Etiópia, no passado, de usar o programa para comprar a lealdade política, coisa que o Governo refuta com veemência.

No quadro do orçamento da ajuda atual, as prestações vão permitir assistir a Etiópia para relançar a agricultura, lutar contra os efeitos da mudança climática e oferecer uma assistência humanitária às populações desfavorecidas.

Os fundos são destinados a estimular o crescimento do setor privado e o desenvolvimento e encorajar os investimentos na Etiópia.Este país da África Oriental é atualmente o mais maior beneficiário da ajuda dos Estados Unidos em África, com 350 milhões de dólares americanos de ajuda de urgência só em 2010.

A USAID indica que, apesar de ela continuar a assistir a Etiópia, os ganhos no plano da democracia que surgiram com a chegada de Meles ao poder de Meles parecem ter sido perdidos e os incidentes de regulamentação excessiva e o controlo estrito da economia pelo Governo parecem ser desafios maiores.

A USAID indica no seu relatório mais recente que a crise na África do Norte que culminou nas mudanças de regime não parece ter sido notada na Etiópia, onde a democracia e a obrigação de prestar contas ainda existem

Eslovénia Pode Pedir Resgate em Julho

Janez Jansa, o Primeiro-Ministro da Eslovénia disse em entrevista à rádio Ognjisce que o governo poderá pedir ajuda financeira a Bruxelas já em Junho se o Parlamento não aprovar a "regra de ouro" que impõe limites ao défice orçamental e à dívida pública, divulgou a Bloomberg. A concretizar-se o vaticínio será o 6º país da zona euro a fazê-lo, no mês seguinte a Espanha e Chipre o solicitarem. A Eslovénia aderiu ao euro em 2007 e o seu PIB é menos de um terço do português.

UE Estudava Compra de 750 Mil milhões de Dívida Italiana e Espanhola

A União Europeia estava a estudar a aquisição de 750 mil milhões de euros de dívida pública italiana e espanhola, para tentar baixar as taxas de juro que os dois países pagam para se financiarem.

De acordo com uma proposta do Primeiro-Ministro italiano, que os parceiros europeus estão a estudar, o dinheiro viria do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Seria o primeiro caso de utilização das duas estruturas de resgate europeias em simultâneo.

De acordo com o «Daily Telegraph», que cita o comunicado apresentado no final da cimeira que juntou os 20 países mais ricos do mundo, em Los Cabos, México, o objetivo é recorrer aos dois mecanismos para obter o valor recorde de resgate.

Para os líderes presentes na cimeira, o MEE deve contribuir com 500.000 milhões de euros e o FEEF com 250.000 milhões de euros.

O plano pretende aliviar os juros que os dois países pagam pela sua dívida, sem recorrer a um tradicional processo de resgate, como aconteceu com Portugal, Grécia e Irlanda. A ajuda compra tempo aos dois países para que implementem as reformas necessárias e reequilibrem as suas contas, antes de serem «empurrados» para um pedido de auxílio, que esgotaria os recursos europeus em dois tempos. A Espanha e a Itália são a terceira e a quarta economias da Zona Euro e, se precisassem de um resgate tradicional, com um plano de ajuda a três anos, seria praticamente impossível financiá-lo.

Segundo o mesmo jornal, a proposta partiu do primeiro-ministro italiano, Mario Monti e estava a ser estudada pelos parceiros europeus. Este devia ser um dos tópicos abordados na mini-cimeira marcada para sexta-feira em Roma, que reuniu os líderes francês, alemão, italiano e espanhol, e que volta à mesa das negociações na cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, a 28 e 29 de Junho.

«A Itália lançou uma ideia que vale a pena analisar» disse o presidente francês, François Hollande, em Los Cabos, citado pelo jornal britânico. «Estamos a ver formas de usar o ESM para isso. Por enquanto é só uma ideia, não é uma decisão. É parte da discussão», concluiu.

Certo é que os juros da dívida tanto de Espanha como de Itália estavam a aliviar com esta notícia. As Obrigações do Tesouro a 10 anos espanholas saíram do patamar crítico dos 7% e negoceiam agora nos 6,888%.

Também os juros italianos na mesma maturidade, que estavam quase colados aos 6%, descem para os 5,815%.

Bruxelas diz não saber de nada

Apesar da confirmação do presidente francês, a Comissão Europeia disse entretanto desconhecer a existência de negociações para um resgate às economias da Espanha e Itália.

«Não temos conhecimento de qualquer plano nesse sentido», disse o porta-voz dos Assuntos Económicos, Amadeu Altafaj Tardio, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, citado pela Lusa.

«Não existiram negociações no G20 sobre a compra de obrigações» de Espanha e Itália, garantiu o porta-voz de Olli Rehn.

América Latina Pode Ser Motor de Crescimento Mundial, mas Ainda Sofre Riscos

Santander (Espanha), 28 Junho (EFE)-América Latina 'está bem posicionada' para actuar como motor do crescimento da economia mundial, em parte por já ter feito os deveres que devem agora estar a cargo da Europa, mas a região ainda deve enfrentar 'situações complicadas' em um momento de 'mudança de época'.

Essa análise foi compartilhada quinta-feira(28 de Junho) por muitos dos economistas e representantes empresariais e institucionais que participaram do 11º Encontro Santander-América Latina, encerrado quinta-feira pelo secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias.

Para o ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o mundo está 'em uma mudança de época', já que após 30 ou 40 anos 'de grande estabilidade', 'entramos em um período de imprevisibilidade, e isso complica o panorama'.

'Seguimos em direção a uma nova realidade que implica uma nova economia, um novo sistema de relações internacionais e uma transferência do poder', disse o secretário-geral ibero-americano durante o encontro, organizado pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo (UIMP) e o grupo bancário Santander.

No mesmo sentido, o economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Juan José Ruiz, destacou que 'estamos em um mundo diferente', no qual essa divisão 'de 50%' entre países emergentes e países desenvolvidos 'não vai se manter' e 'pode se transformar em muito pouco tempo em uma relação de 60 a 40, ou 70 a 30' a favor dos primeiros.

Ao longo do encontro, os conferentes destacaram as boas perspectivas que se apresentam para uma América Latina que, segundo Iglesias, 'tem todas as possibilidades de fazer desta década uma década de crescimento'.

'Mas isso não é de graça', advertiu, já que 'mais do que nunca', é necessário que a região mantenha sua estabilidade macroeconômica.

O ex-presidente do Banco Central do Chile Vittorio Cobo destacou que a força da América Latina vem de ter conseguido 'sistemas bancários mais flexíveis', implantado 'disciplinas fiscais', acumulado reservas internacionais e diversificado suas exportações.'A América Latina tem sistemas financeiros considerados dos mais robustos do mundo', afirmou.

Mas esta situação, advertiu, esteve favorecida por 'um superciclo' de matérias-primas, e o desafio agora é 'administrá-lo bem'.Para o economista-chefe do Banco do México, Alberto Torres, os desafios enfrentados pela região são 'a volatilidade nos mercados financeiros internacionais' e 'a desaceleração' de outras economias, que podem afetar as exportações latino-americanas.

Por sua parte, Iglesias destacou entre 'as sombras' da região a desigualdade, ao tempo que refletiu sobre a necessidade de fomentar um maior mercado regional.

Tanto o economista-chefe do BID como o ex-presidente do Banco Central do Chile descartaram, como um cenário 'de baixa probabilidade', uma eventual quebra do euro.'Não é o momento de imaginar catástrofes, mas de ter precaução e ter a caixa de ferramentas bem ordenada', afirmou Ruiz.

Chipre Oficializa Pedido de Ajuda Financeira da União Europeia

Banco do Chipre, maior instituição bancária da ilha, perdeu um bilhão de euros em 2011.
Banco do Chipre, maior instituição bancária da ilha, perdeu um bilhão de euros em 2011.

O Chipre apresentou segunda-feira passada uma solicitação de ajuda financeira à zona do euro, tornando-se assim o quinto país da União Europeia a procurar a ajuda de seus parceiros. Pela manhã, Madri oficializou um pedido de recursos para recapitalizar o sistema bancário espanhol.

A ajuda, que será desembolsada através de fundos de resgate europeu, busca "conter os riscos existentes sobre a economia do país”, explica o comunicado do governo cipriota. Esses riscos, acrescenta o documento, são “provenientes do setor financeiro, muito exposto à economia grega”.

Após a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, que também depositou um pedido formal de ajuda aos bancos  segunda-feira passada, o Chipre é o quinto país da união monetária a recorrer a uma assistência financeira.
Há dias que os membros da zona do euro esperavam um pedido formal do Chipre para conseguir pagar dívidas que vencem no dia 30 de Junho.

Na segunda, a agência Fitch rebaixou a nota atribuída à ilha, passando de BBB- a BB+, com perspectiva negativa. As duas outras maiores agências do mercado financeiro, a Standard and Poor's e a Moody’s, já haviam feito a redução em Janeiro e em 13 de Junho, respectivamente. "A redução da nota soberana de Chipre reflete um aumento das necessidades de capital dos bancos do país", justificou a Fitch, em um comunicado.

Segundo a agência, os três principais bancos do país - que é parte da zona do euro e assume a presidência semestral da União Europeia em 1º de Julho - estão muito expostos à crise da dívida grega. Tratam-se do Bank of Cyprus, Cyprus Popular Bank (CPB) e Hellenic Bank.

Além dos 1,8 bilhões de euros necessários para a recapitalização do CPB, a Fitch estima que as necessidades totais dos bancos do país poderiam elevar-se a 4 bilhões de euros, 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Primeiro Comício do PAIGC Depois do Golpe de Estado na Guiné-Bissau

Sede do PAIGC em Bissau
Cerca de cem militantes do partido que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de Abril participaram esta quarta-feira em Bissau no primeiro comício organizado pelo PAIGC desde a queda do governo de Carlos Gomes Júnior.

Até agora, todas as manifestações de condenação ao golpe de Estado decorriam dentro da sede do partido, todavia, esta quarta-feira, cerca de uma centena de militantes do PAIGC decidiram sair à rua. Inicialmente, os militantes pretendiam realizar uma marcha pacífica até à sede da CEDEAO em Bissau, para perguntar aos representantes dessa organização o motivo do não-cumprimento das orientações das Nações Unidas para a resolução da crise na Guiné-Bissau. Contudo, a manifestação não foi autorizada pela Câmara Municipal de Bissau, pelo que os militantes não passaram da porta da sede do PAIGC.

Durante o comício, vários militantes teceram duras críticas à atitude da CEDEAO que a seu ver pretende fazer voltar atrás a democracia na Guiné-Bissau. Pelo contrário, para os manifestantes, a CPLP, a União Africana, a União Europeia bem como as Nações Unidas são entidades "amigas da Guiné-Bissau".

Durante esta concentração na qual não foi visível a presença de agentes da polícia ou militares, não foram registados quaisquer incidentes. O PAIGC promete, entretanto, realizar daqui por diante outras acções de luta política contra as autoridades de transição que continuam a não reconhecer.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Síria: NATO Considera Abate de Avião Turco «Ato Inaceitável»

A NATO condenou o abate de um avião turco pela Síria e manifestou o seu «forte apoio e solidariedade» com a Turquia, no final da reunião de emergência do Conselho do Atlântico Norte.

«Os aliados manifestaram o seu forte apoio e solidariedade à Turquia. Vamos manter-nos atentos», acrescentou.Rasmussen falou à imprensa depois de o Conselho do Atlântico Norte se ter reunido para consultas sobre o abate de um caça-bombardeiro "Phantom 4" turco, na sexta-feira passada, pelas defesas anti-aéreas sírias. Os dois pilotos continuam desaparecidos.

«É mais um exemplo do desrespeito das autoridades sírias pelas regras internacionais, pela paz, pela segurança e pela vida humana», disse Rassmussen.«Continuaremos a acompanhar a situação de perto e com grande preocupação», acrescentou.

«Consideramos este ato inaceitável e condenamo-lo nos termos mais fortes», declarou o secretário-geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rassmussen.

A Visita à República da Irlanda que a Rainha Isabel II , a Primeira de um Monarca do País Vizinho em 100 Anos, é Considerado Um Sinal de Pacificação Entre os Dois Países

 Isabel II à saída da catedral de Saint Macartin's, em Enniskillen
Primeiro-Ministro irlandês, Enda Kenny, descreveu o momento à BBC  como o "início de uma nova era entre os dois países baseado no respeito  e amizade e o reconhecimento mútuo de dois países que normalizaram relações".

Sky News, afirmou simbolizar "o sanar do passado", referindo-se ao  processo de independência da Irlanda, que resultou em muitos mortos e um  conflito entre republicanos e protestantes na Irlanda do Norte que demorou  a pacificar. 

A rainha Isabel II foi a primeira monarca britânica a pisar o solo  irlandês desde a independência, formalizada em 1922, e desde que o seu avô,  Jorge V, visitou o país, em 1911. 

Acompanhada pelo marido, o príncipe Filipe,foi recebida pela presidente  da República, Mary McAleese, de quem partiu o convite formal para a visita  de quatro dias.  

 A visita começou com uma cerimónia em que foi plantada uma árvore  na áras an Uachtaráin, a residência oficial da chefe de Estado irlandesa,  antes usada pelo governador britânico na Irlanda. 

Foi depois depositada uma coroa no Jardim da Memória, que lembra aqueles  que morreram pela liberdade do país, e visitada a universidade Trinity College,  onde está depositado o Livro de Kells, um manuscrito ilustrado por monges  celtas dos quatro evangelhos do Novo Testamento. 

Na quarta feira houve uma visita aos produtores da cerveja Guinness,  ao Primeiro-Ministro irlandês e a Croke Park, estádio na capital Dublin,  onde em 1920, durante luta pela independência, as forças britânicas dispararam  sobre o público e mataram 14 pessoas. 

O dia terminará com um banquete oficial no castelo de Dublin, antiga  sede das autoridades britânicas na Irlanda, onde deverá realizar um discurso  para mais de dois mil convidados.  

Nos dias seguintes viajou ainda até à Coudelaria Nacional, em Kildare,  e uma viagem à cidade de Cork, no sul.

A visita da rainha à Irlanda está a ser rodeada de fortes medidas de  segurança, especialmente após uma alegada ameaça de bomba em Londres perto  do palácio de Buckingham por dissidentes do grupo terrorista IRA.  
 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Golpe Militar Preocupa Gabinete Anti-Narcotráfico da ONU


Nova Iorque - O gabinete anti-narcotráfico da ONU (UNODC), está "preocupado" com o golpe de Estado de 12 de Abril na Guiné-Bissau e a tentar determinar o impacto no tráfico de droga no país, disse terça-feira o director do organismo.   

"A UNODC pode apenas lamentar que isto tenha acontecido porque a Guiné-Bissau é um dos mais problemáticos países da África Ocidental, em termos de abertura das suas fronteiras ao abastecimento de droga ilícito da América do Sul, para a África Ocidental e também a União Europeia", afirmou o director do organismo, Yuri Fedotov.    

"Politicamente falando, (o golpe de Estado) é um evento preocupante, um motivo de preocupação que só pode prejudicar a situação", adiantou.

Fedotov, afirma ser "cedo" para perceber com precisão se o tráfico aumentou após o golpe militar, cujos protagonistas incluem oficiais acusados pelo governo de ligação ao narcotráfico internacional.  

Promete respostas "num futuro próximo", quando estiver concluído um relatório de "avaliação de ameaças" na África Ocidental, em que a Guiné-Bissau será incluída.   

Na apresentação do relatório anual da UNODC, em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou para o facto de o tráfico de droga estar a aumentar na África Ocidental e Central e a "minar severamente" Estados da região.   

"A governação na África Ocidental e Central está a ser severamente minada pelo crescente tráfico de drogas nestas regiões", adiantou Ban Ki-moon.   

"Não podemos ceder terreno aqueles que se alimentam da falta de lei e que usam países como caminho para a entrega de drogas ilícitas", prosseguiu.   

O relatório anual refere que as "afinidades linguísticas com o Brasil e alguns países africanos", fizeram com que Portugal tenha sido importante no transbordo de cocaína, sobretudo entre 2004 e 2007, perdendo de aí em diante a importância, como "porta de entrada" para o tráfico de droga sul-americana, através de países da África Ocidental. 



Médio Oriente: Abbas Pede Ajuda a Putin


 Presidente da Autoridade Palestiniana pediu ajuda ao chefe de Estado russo para desbloquear o processo de paz com Israel e organizar uma conferência internacional em Moscovo. No segundo dia de visita ao Médio Oriente, Vladimir Putin deslocou-se à Cisjordânia e reuniu-se em Belém com Mahmoud Abbas. O processo de paz israelo-palestiniano está bloqueado há dois anos.

Para o presidente russo só uma solução negociada pode trazer a paz e deixou o aviso:
“Qualquer ação unilateral por parte de Israel ou da Autoridade Palestiniana será contraprodutiva. É preciso contenção e honrar os compromissos assumidos pelos dois campos.”

Vladimir Putin viajou em seguida para a Jordânia. No primeiro dia de visita à região, o presidente russo esteve em Israel. Putin pretende com esta viagem defender a posição russa relativamente às crises na região e em particular no conflito sírio.

Putin Visita Israel para Reforçar Papel da Rússia no Oriente Médio

Desde que começou a Primavera Árabe, a Rússia se esforça para convencer seus parceiros de que "as mudanças democráticas precisam ser implementadas de forma civilizada", declarou Putin, durante entrevista coletiva ao lado do Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Para o chefe de governo israelense, é "necessário encontrar o modo de acabar com as matanças e com o terrível sofrimento do povo sírio e de promover (...) a paz, a segurança e a estabilidade na região".

Netanyahu também pediu o reforço das sanções contra o Irã, país acusado pelas potências ocidentais e por Israel de tentar fabricar a bomba atômica, o que Teerã nega.Anteriormente, o presidente israelense, Shimon Peres, havia declarado que "a Rússia pode aportar uma contribuição decisiva para a paz no Oriente Médio".


Pouco depois de chegar a Israel, o chefe de Estado russo inaugurou em Netanya, ao norte de Tel Aviv, um monumento erguido em memória dos soldados do Exército russo que contribuíram para a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Este monumento "nos lembra que o mundo continua sendo frágil e que devemos fazer o possível para que as criminosas doutrinas nazistas (...) continuem reclusas no passado", disse Putin na cerimônia.Em seguida, Putin se reuniu com Netanyahu.

Na terça-feira passada, o presidente russo esteve reunido com o colega palestino, Mahmud Abbas, na Cisjordânia.Depois viajou para a Jordânia, onde foi recebido pelo rei Abdullah II.A visita de Putin é marcada pela crise na Síria.

"O tema sírio e a situação em torno do Irã" serão objeto de debate, informou domingo passado o principal conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov. A visita de Putin permite destacar "a importância desta região", na qual a Rússia quer "reforçar sua posição", acrescentou.

A Rússia está em claro desacordo com os países ocidentais sobre a crise síria e se opõe a qualquer intervenção externa ou a sanções contra Damasco, um aliado desde a época soviética.Os confrontos na Síria deixaram 150 mil mortos em 15 meses de rebelião, segundo o opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.

Moscovo, que parecia ter se distanciado nos últimos dias do presidente sírio, Bashar al-Assad, negou qualquer mudança de posição e continua se recusando a apoiar um plano que preveja a renúncia do presidente sírio.

No entanto, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou na sexta-feira passada ter advertido ao colega sírio, Walid Moualem, que Damasco deve fazer "muitos mais" esforços para aplicar o plano do emissário internacional Kofi Annan, durante encontro do Fórum Econômico em São Petersburgo.Em Israel - formalmente em estado de guerra com a Síria - o chefe de Estado-maior, general Beny Gantz, se disse preocupado pela instabilidade das Colinas de Golã, em consequência do enfraquecimento do regime de Damasco.

Líderes das Quatro Maiores Economias da UE Pregam Maior Integração


Da esq. para a dir.: Mariano Rajoy, François Hollande, Mario Monti e Angela Merkel, reunidos em Roma, 22 de junho de 2012
A solução para a crise da dívida na União Europeia é "mais Europa, não menos", disse Angela Merkel. "Devemos dar um sinal e nos aproximar em uma união política. Queremos trabalhar sobre uma união política mais importante". Ao lado dos primeiros ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Itália, Mario Monti, além do presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã definiu o espírito de união que os líderes das quatro maiores economias da Zona do Euro devem levar para a cúpula da União Europeia, que acontece entre 28 e 29 de junho, em Bruxelas.

Depois de se reunirem sexta-feira, em Roma, para discutir saídas para a crise da dívida, os quatro mandatários incumbiram o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, de preparar um relatório sobre os meios de reforçar a integração dentro do bloco. Além da perspectiva política, sublinhada por Merkel, os membros devem começar a criar sinergias na economia, no sistema bancário, no sistema fiscal. Uma primeira medida neste sentido deve ser a mobilização de 1% do PIB europeu, algo entre 120 e 130 bilhões de euros, para o crescimento. A proposta foi apresentada na semana passada por François Hollande a Van Rompuy e obteve unanimidade na reunião de Roma. O dinheiro viria do Banco Europeu de Investimento, de project-bonds (empréstimos comuns para financiar infraestruturas) e de fundos europeus ainda não utilizados.

"O primeiro objetivo sobre o qual concordamos é o relançamento do crescimento, dos investimentos e da geração de emprego", disse Mario Monti. O italiano não deixou de frisar, no entanto, que o crescimento não tem como se sustentar sem a disciplina fiscal. Para ele, é preciso que os dirigentes da zona do euro mostrem aos mercados e aos cidadãos europeus a "irreversibilidade deste grande projeto que funcionou até agora, que se chama euro. O euro está aqui para ficar". Ele reiterou também a importância da integração na região, acompanhado pelo seu ministro de Assuntos Europeus, Enzo Moavero: "com uma Europa federal, não teríamos essa descontinuidade nos processos de decisão".

Apesar de todo o discurso em torno do reforço da união dentro da UE, o conceito de federalismo é extremamente sensível em determinados países, já que ele depende da delegação de parte da soberania nacional para o bloco. O próprio François Hollande, por exemplo, deixou claro que não pretende transferir parte da soberania francesa ao controle europeu se não houver um aumento da solidariedade dentro do bloco. Tanto na França quanto na Holanda, a constituição comum europeia foi refutada em referendo. O Reino Unido também não abre mão de sua soberania.

Mas, de acordo com Angela Merkel, "na Europa, sempre há muito entusiasmo para dividir os fardos, mas muitas reservas quando se fala em ceder soberania à escala europeia". A solução para o pequeno impasse, pelo menos por enquanto, é mais formal que prática: "A palavra federalismo não é usada no documento que Herman Van Rompuy apresentará, para não despertar velhos demônios", garantiu um responsável da UE.

O Papa Visita Populações Atingidas pelo Terremoto na Itália: “Meu Coração está Convosco”


O Papa Bento XVI visitou os milhares de atingidos pelo terremoto que em 29 de Maio afetou a zona italiana de Emilia Romagna e ofereceu-lhes consolo recordando que diante dos desastres naturais o homem deve procurar refúgio em Deus.

O helicóptero do Papa aterrissou no campo esportivo de San Marino Del Carpi (Módena) onde foi acolhido pelo Bispo da diocese, Dom Francesco Cavina e pelo Chefe do Departamento da Defesa Civil, Franco Gabrielli.
A bordo de um mini-ônibus, transladou-se à zona de Rovereto di Novi, onde se deteve uns momentos na igreja da Santa Catarina de Alexandria, em cujo desmoronamento faleceu o Pe. Ivan Martini. Bento XVI, deslocando-se em um jipe, saudou os pressente até chegar ao lugar do encontro com a população na praça central de Rovereto que contou com a presença dos arcebispos e bispos de Bolonha, Carpi, Módena, Mantua, Ferrara e Reggio-Emilia.
"A situação que estão vivendo, evidenciou um aspecto que gostaria que estivesse bem presente em seu coração: vocês não estão nem estarão sozinhos! Nestes dias, em meio de tanta destruição e dor, vocês viram e sentiram que muitas pessoas se mobilizaram para expressar-lhes proximidade, solidariedade, afeto", e "minha presença entre vós quer ser um destes sinais de amor e de esperança", expressou o Papa aos atingidos pelo sismo.
Em seu discurso, o Santo Padre recordou aos afetados pelo sismo que seu coração "está perto dos seus para lhes consolar, mas, sobre tudo para lhes animar e lhes sustentar".
Ao recordar às vítimas, o Papa rendeu comemoração ao P. Ivan Martini, o pároco que morreu ao tentar salvar uma imagem da Virgem. "Dirijo uma saudação particular a vós, queridos sacerdotes, e a todos os irmãos, que estão demonstrando, como já aconteceu em outros momentos difíceis da história desta terra, seu amor generoso para com o povo de Deus", expressou.
Logo, o Papa convidou os presentes a refletirem sobre o Salmo 46, que recorda que "Deus é nosso refúgio e fortaleza, uma ajuda sempre preparada para os perigos. Por isso não temamos, embora a terra se mova e as montanhas se desabem até o fundo do mar".
"Estas palavras do Salmo não só me comovem porque utilizam a imagem do terremoto, mas, sobre tudo, por aquilo que afirmam a respeito da nossa atitude interior ante o transtorno da natureza: uma atitude de grande segurança, afiançada sobre a rocha firme e inquebrável que é Deus", assinalou.
Embora estas palavras "pareçam estar em dissonância com o inevitável temor pelo sismo, em realidade, o Salmo se refere à segurança da fé", portanto, "sim, podemos ter temor, angústia –também Jesus os experimentou–, mas acima de tudo fica a certeza de que Deus está comigo como o menino que sabe sempre que pode contar com sua mãe e com seu pai, porque se sente amado, querido, independentemente do que aconteça".
Neste sentido, explicou que assim como as pessoas respeito a Deus, são pequenas e frágeis, mas estão seguras em suas mãos. Quer dizer, "confiados a seu amor que é sólido como uma rocha"."Sobre esta rocha, com esta firme esperança, pode-se construir e pode-se reconstruir", afirmou.
O Papa animou as pessoas prejudicadas pelo abalo sísmico a recomeçarem uma nova vida sobre a rocha da fé, e chamou as instituições e os cidadãos "a serem, apesar das dificuldades do momento, como o bom samaritano do Evangelho que não passa indiferente ante quem está necessitado, mas, com amor, inclina-se, socorre, permanece a seu lado, encarregando-se até o fim das necessidades do outro".
Bento XVI indicou que desde os primeiros dias do terremoto "sempre estive perto de vós com minha oração e preocupação. E ao ver que a prova ia fazendo-se mais dura, senti cada vez mais a necessidade de vir pessoalmente entre vós. Dou graças ao Senhor que me concedeu isso!".
"Abraço com meu pensamento e meu coração a todas as populações que sofreram danos pelo terremoto, especialmente as famílias e as comunidades que choram por seus seres queridos que faleceram: que o Senhor os acolha em sua paz", acrescentou.
Finalmente, o Papa assegurou a intervenção e proximidade da Cáritas e dirigiu uma saudação especial ao Arcebispo de Bolonha, Cardeal Carlo Caffara, e recordou aos bispos, sacerdotes, representantes das diversas realidades religiosas e sociais, voluntários, e as forças de segurança que é "importante oferecer um testemunho concreto de solidariedade e de unidade".
"Permaneçam fiéis à sua vocação de ser gente fraterna e solidária, e confrontarão cada coisa com paciência e determinação, rechaçando as tentações que, infelizmente, estão relacionadas com estes momentos de debilidade e de necessidade", concluiu.

Transferência da Cimeira foi para Evitar Detenção de el-Bashir no Malawi


Embaixador da Nigéria em Angola,
Folorunso Olukayode Otukoya
Embaixador da Nigéria em Angola, Folorunso Olukayode Otukoya


Luanda - A decisão dos líderes africanos em transferir a próxima cimeira da União Africana (UA) foi com a clara intenção de evitar a detenção do presidente sudanês Omar el -Bashir, a quem o governo do Malawi declarou ser forçado a prendê-lo caso se deslocasse à Lilongwe, disse o embaixador nigeriano Folorunso Olukayode Otukoya. 

Em entrevista à Angop sobre a rejeição do Malawi de organizar a cimeira de chefes de Estado e de governo da UA, prevista de 09 a 16 de Julho, o diplomata avançou que "os dirigentes africanos foram claros na sua decisão de não querer que mais um dos seus líderes seja preso e julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI)", visto que esta instância judicial não tem julgado líderes de países desenvolvidos.

Para o embaixador, os líderes africanos têm reclamado, alegando que o TPI só julga dirigentes de países fracos (África, Ásia e América Latina) deixando como "intocáveis" os governantes de países desenvolvidos que também cometem acções susceptíveis a ser consideradas de crimes de guerra e contra a humanidade.

"A organização continental não obriga nenhum país membro a organizar a cimeira. Já que a presidente Joyce Banda disse que iria executar o mandado de captura contra o presidente sudanês Omar el-Bashir, contra o desejo da maioria dos líderes africanos, decidiu -se transferir a cimeira para Addis Abeba, um local neutro", prosseguiu.

Segundo Folorunso Olukayode Otukoya, existe uma lei na União Africana que estipula que se o país organizador não pode organizar uma cimeira, então, o encontro é transferido para a sede da UA, na Etiópia.

O Malawi havia renunciado a 08 de Junho acolher a cimeira da UA como inicialmente previsto, recusando convidar Omar el-Bashir como mandatava a organização continental.
 
O presidente sudanês está desde 2009 sob um mandado de captura do TPI que o acusa de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos contra os habitantes de Darfur, uma região do oeste do Sudão.

O Malawi ratificou o Tratado de Roma, fundador do TPI, que em teoria o obriga a deter Bashir caso se desloque ao seu território.
    
No início de Maio a presidente do Malawi, Joyce Banda, havia manifestado o desejo de el-Bashir não participar na cimeira, para não descontentar os doadores de fundos internacionais.

Mas a Comissão da UA havia ordenado o Malawi a convidar todos os chefes de Estado do continente, incluindo el-Bashir, sob pena de transferir a cimeira, segundo declarações do vice-presidente do Malawi, Khumbo Kachali, à rádio do Estado.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Assistente é Condenado Pelo Abuso de Dezenas de Adolescentes nos EUA


Jerry Sandusky, ex-assistente técnico da Universidade de Penn State, uma das mais tradicionais dos Estados Unidos, foi considerado culpado sexta-feira passada de 45 das 48 acusações de abuso sexual contra menores de 15 anos, às quais respondia na Justiça. O júri chegou ao veredito depois de 21 horas de julgamento.

O caso Sandusky, que chocou a opinião pública dos EUA, veio à tona no ano passado e causou a demissão do técnico de futebol americano de Penn State, Joe Paterno, considerado uma das lendas do esporte universitário dos Estados Unidos.

Segundo informações do site da rede de notícias CNN, os promotores do caso descreveram Sandusky como um pedófilo que se utilizava de uma instituição de caridade - que ele criara supostamente para ajudar jovens problemáticos - para se aproximar de suas vitimas. Sandusky, 68 anos, alega ser inocente de todas as acusações. Joe Amendola, advogado de defesa, apelou para a falta de evidências físicas contra seu cliente e acusou as supostas vitimas de conspirarem contra o ex-assistente de Penn State para conseguir benefícios financeiros. Joseph McGettigan, promotor líder no caso, refutou o argumento, afirmando que a comunidade teria evidências alarmantes contra Sandusky.

Em comunicado publicado nesta quinta-feira, Matt Sandusky, filho adotivo de Jerry Sandusky, corroborou as acusações contra seu pai. Por meio de seu advogado, Matt afirmou já ter sido abusado sexualmente por Sandusky e que se preparava para testemunhar contra ele.

Segundo analistas, outras acusações, como a de incesto, podem ser trazidas à tona, somando-se às outras 48 contra Sandusky.

Paterno, que morreu neste ano, aos 81 anos, era o treinador há mais tempo no comando de uma equipe competitiva no esporte americano. Ele foi afastado, acusado de acobertar os crimes de Sandusky.

Ao testemunhar em novembro, a respeito do caso, Paterno afirmou ter sido informado por um assistente de que Sandusky havia sido pego "fazendo algo de natureza sexual com um adolescente".Paterno nunca informou à polícia, nem à direção de Penn State.

A demissão, apesar da natureza hedionda do caso, chocou alunos, ex-alunos e torcedores de Penn State, que repudiaram a demissão do treinador. Jay Paterno, antigo treinador dos quarterbacks e filho de Joe, assumiu o comando da equipe após o escândalo.

Aviões da Turquia Atacam Alvos Curdos no Norte do Iraque


Aviões de guerra da Turquia bombardearam redutos curdos no norte do Iraque, enquanto os rebeldes responderam matando um policial e ferindo três outros em ataques com bombas domingo passado,informaram autoridades.

O Exército turco registrou em seu site neste domingo que os aviões atingiram nove alvos curdos, a maioria deles na região de Qandil, onde fica localizada a principal base rebelde na fronteira entre o Irã e o Iraque. Segundo o comunicado, as incursões tiveram início na sexta-feira passada.

Essa foi a segunda campanha aérea turca contra os rebeldes curdos estabelecidos no Iraque em uma semana, após a morte de oito soldados turcos na fronteira com o Iraque na terça-feira. O Exército disse que mais de 30 rebeldes foram assassinados durante conftontos com a Turquia após o ataque da terça.

Os rebeldes curdos usam o norte do Iraque como plataforma para lançar ataque a alvos turcos por décadas. O grupo rebelde, organizado em torno do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), luta por autonomia no sudeste turco. Centenas foram mortos desde que a facção resolveu se armar em 1984.

O ataques aéreos ocorrem em meio a esforços do governo em tentar se reconciliar com a minoria curda, garantindo uma série de direitos culturais. O Primeiro-MinistroTayyip Erdogan recentemente anunciou planos para introduzir aulas de curdo nas escolas, após permitir que o idioma fosse falado em programas de televisão, institutos e cursos privados.

A Turquia, entretanto, recusa-se a conceder as principais demandas dos ativistas curdos, rebeldes e políticos, de controlar uma educação curda à parte do resto do país, temendo que isso divida a nação em ainda mais minorias étnicas. A população curda é estimada em 20% da Turquia, que tem 75 milhões de habitantes.

Ex-líder da Juventude do ANC Acusa Presidente Jacob Zuma de Corrupção e tribalismo



 





Joanesburgo - O destituido líder da ala juvenil do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, Julius Malema, atacou o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, acusando-o de ser corrupto e tribalista, por, alegadamente se preocupar mais com o desenvolvimento da sua aldeia, em NKandla, na província do KwaZulu-Natal.

O ataque de Malema, sábado, contra o Presidente ocorre uma semana depois de Zuma convencer ao Comité Executivo Nacional (NEC), órgão maximo de decisão do ANC, para não reconsiderar a medida da sua expulsão.

Discursando num encontro promovido pelo grupo "Amigos de Zuma", formado pouco depois da sua demissão de vice-Presidente, pelo seu predecessor, Thabo Mbeki, em 2005, Malema atacou os dirigentes do ANC pelo seu alegado "mau" posicionamento com relação a juventude.

Ele acusou Zuma de ser corrupto e apelou aos seus seguidores para desobedecerem à liderança do estadista sul-africano, sublinhando que a sua expulsão foi decidida por um punhado de indivíduos.
Malema disse que Zuma é Presidente de uma facção do ANC, a mesma que decidiu a sua expulsão.

"Nunca marcharam contra a corrupção, crime, mas marcharam contra "The Spear," numa referência ao protesto, o mês passado, contra a galeria "Goodman", após esta retratar Zuma com os seus órgãos genitais.

No discurso, o antigo líder da liga juvenil do partido no poder na África do Sul disse que não estava a favor de um segundo mandato de Zuma na liderança do partido e do país, face aos seus escândalos.

"Não queremos um Presidente que vai ser controlado por famílias fora do ANC. Queremos, sim, um Presidente de uma liderança colectiva. Zuma não é um líder deste género," disse Malema.

Reiterou que Zuma é um ditador, acrescentando que ele está a instruir estruturas do partido para que a sua expulsão não seja analisada pelo congresso, marcado para Dezembro deste ano.

Malema, acusado de divisionismo e insultar Zuma, foi ainda longe, ao descrever o Presidente de ser egosista e comprometido com os interesses individuais.

Na semana passada, a liga juvenil do ANC denunciou Zuma de estar a construir, em Nkandla, uma propriedade, na ordem de 65 milhões de Randes.

O recinto onde está a ser erguida aquela propriedade inclui uma pista de aterragem de helicópteros, uma clínica militar, uma esquadra da polícia, um parque de viaturas e uma estancia turística.

"Devemos conhecer este homem, o homem que favorece a sua família, que não se preocupa com o seu povo, este homem da sua tribo... o homem que se diz ser unificador deste ANC hoje tao dividido," sublinhou.

Fez uma radiografia da liderança de Zuma, questionando o motivo do Presidente efectuar remodelações periódicas do seu Executivo.Explicou que pelo facto de serem sistemáticas, as remodelações reflectem algo de errado na escolha dos funcionários, situação que, para Malema, explica o seu caracter.

"As coisas tornaram-se piores. As instituições governamentais passaram a ser campo de lutas pelo poder," frisou.

A Reconciliação na África do Sul Ainda Por Cumprir

Desmond Tutu
Durante muito tempo, o Arcebispo da Igreja Anglicana e Nobel da Paz 1984 Desmond Tutu comparou a situação nos territórios palestinianos à vivida no seu país, a África do Sul, sob o regime do “apartheid”. Hoje, quando olha para o que se passa nos territórios palestinianos, ainda traça esses paralelos.

“É algo que nos salta à vista, ainda hoje. As coisas que acontecem aos palestinianos lembram-nos tanto as coisas que costumavam acontecer na África do Sul”, disse ao PÚBLICO numa entrevista a publicar esta segunda-feira, dia em que participa, ao lado de Jorge Sampaio, alto-representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, na conferência pública “Diálogos sobre a Paz e o Desenvolvimento Sustentável”, às 18h30, na Fundação Gulbenkian em Lisboa.

Quando Desmond Tutu chegou a Portugal ontem, uma das notícias a correr mundo era a expulsão de imigrantes negros de Israel insultados pelo próprio Primeiro-Ministro Netanyau de serem “um cancro do nosso corpo”. Sinal de que o mundo está pior do que aquilo que era quando o arcebispo da Igreja Anglicana, conhecido como “a voz dos que não têm voz”, lutou contra o “apartheid”?

Na África do Sul, muito se percorreu, muito se conquistou. Mas a reconciliação ainda está por cumprir. “As coisas não acontecem assim de repente. É um processo; em muitos lugares, vai demorar algum tempo até se chegar ao ponto em que as pessoas deixam de usar a raça como algo com que agredir o outro”, diz. “Mas as mudanças aconteceram e estão a acontecer.” No mundo, os protestos são um sinal de que as pessoas procuram uma sociedade mais equilibrada e justa.

França e a África Ocidental

Havana - A independência de um grupo de nações da África Ocidental produziu-se numa conjuntura histórica que obrigou o colonialismo estabelecido pela França a variar seu sistema de exploração na área.

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na qual milhares de africanos combateram palmo a palmo ao lado das tropas das potências vitoriosas, ressurgiu com mais vigor o sentimento nacionalista nos homens que regressavam da frente.

As novas ideias se articulariam com as ânsias independentistas prevalecentes nos antigos lutadores anticoloniais desde muito antes do fim do conflito universal, que foram desconhecidas pelas autoridades do França. A liberdade frente à barbárie fascista era só para as metrópoles europeias.

Depois da guerra, todas as potências coloniais, inclusive a França, se negaram a conceder de imediato a independência a suas posses, e muito pelo contrário, se empenharam em reconstruir e reforçar o sistema de opressão e saque das riquezas naturais.

Em muitos países, produziram-se sangrentos massacres da população à menor reivindicação de liberdades políticas ou o fim da escravatura colonial. As metrópoles tratavam de manter os métodos repressivos sem advertir a mudança de época.

O cenário, em geral, se modificaria progressivamente não só nas colônias francesas, senão em toda a ação opressiva europeia, mediante a luta armada ou política, segundo se atuasse com adequado realismo ou se obstinava em sustentar o abusivo sistema.

 
NA MEMORIA 

A presença de cidadãos franceses na África começou com a participação no tráfico de escravos junto a portugueses, ingleses, espanhóis, holandeses e outros, com destino às colônias na América e no Caribe. Este tratamento foi iniciado pelos portugueses, os primeiros europeus a chegarem ao continente no século XV.

O tráfico escravista francês dirigia-se à Guiana, em território sul-americano, e, no Caribe, a Guadalupe, Martinica, San Pierre e Miguelón e notavelmente a Haiti, na ilha Hispaniola, desse último apoderou-se em 1697 e cuja revolução no século XIX marcaria uma meta na libertação do continente.

Nas disputas pelo domínio do continente, Paris obteve o controle de uma parte importante da região ocidental. A implantação do colonialismo começou na segunda metade do século XIX. No final do século, o país europeu tinha consolidado o que denominou África Ocidental Francesa.

Esse império esteve constituído pelo Senegal, Mali, Níger, Guiné, Costa de Marfim, Benin, Togo, Camarões, Congo (Brazzaville), Gabão, Burkina Faso, Mauritânia, Chade e República Centro-africana. O território e a população do conjunto de países excediam em várias vezes aos da metrópole.

França possuía, ademais, posses no Magreb, no norte, no Chifre da África, no leste e no centro e no oceano Indico. Semelhante poderio colonial só rivalizava com o do Reino Unido. Essas duas nações concentravam em seu poder o maior número de colônias no continente.

Na primeira metade do século XX, foi recrudescida a exploração colonial. Todos os protestos foram duramente reprimidos pelas tropas coloniais, se perseguia e se encarcerava seus dirigentes.

CLARINADA NA GUINÉ-CONAKRY

Em 1860, a França estabeleceu seu protetorado na Guiné-Conakry, onde enfrentou a oposição das tribos fulani e malinké. Seria seu presidente Ahmed Sekou Touré -de 1958 até sua morte em 1984-, quem daria a clarinada que conduziria ao desmantelamento do império galo na região.

Touré, um velho lutador pela emancipação, chamou ao povo a votar pela independência em 1958, num referendo que pretendia que se aceitasse a pertença do país a uma Comunidade, a qual agrupava às colônias, encabeçada pela França.

Uma considerável rejeição à Comunidade Francesa foi a resposta popular. O povo votou como pediu Touré e demandou a independência absoluta e imediata do país. A 2 de Outubro de 1958 proclamou-se a República de Guiné-Conakry.

A Comunidade Francesa era uma instituição na qual a política exterior dos países, a defesa, o sistema monetário, a economia e as finanças, e em alguns casos o controle dos órgãos de justiça, educação, transportes e comunicações- estava sob a concorrência da potência colonial.

1960 foi um ano crucial para a região: Chade, Costa de Marfim, Congo (Brazzaville), Benin, Togo, República Centro-Africana, Burkina Faso, entre outras, obtiveram a independência. As que faltaram o fizeram no ano seguinte. Ficaria desmantelado um dos mais colossais sistemas de exploração, estabelecido pela França na África Ocidental, que deixou uma extensa sequela de saques e sofrimentos nos povos da região.